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Título da obra:
Capa: do autor.
2
LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA
G eom etria
&
Im agem
3
4
PLANO DA OBRA
Parte I – Geometria, 6
APÊNDICES, 465
5
P arte I
G E O M E TR IA
6
Capítulo I
Termos primitivos: são conceitos não definidos, aceitos como evidentes por si
mesmo.
Definições: são os conceitos definidos através do uso de termos primitivos e pelo
uso de outros conceitos.
Axiomas: também chamados postulados, são as noções comuns acerca da
matéria tratada.2
Teoremas: são postulados que normalmente podem ser demonstrados.3
A geometria euclidiana aceita como termos primitivos o ponto, a reta (ou linha)
e o plano.
Os pontos são representados pelas letras latinas maiúsculas A, B, C, D, ... , P, ...
As retas são representadas pelas letras latinas minúsculas a, b, c, d, ... , r, ...
Os planos são representados pelas letras gregas minúsculas α, β, δ, ζ, ...4
1
A geometria surgiu na Grécia antiga, sistematizada por Euclides (e por isto chamada Geometria
Euclidana) em uma obra famosa, cuja influência perdurou até o século XIX. A criação das chamadas
geometrias não-euclidianas foi uma necessidade histórica, devido às inconsistências lógicas que foram
sendo notadas na geometria euclidiana. Modernamente, diz-se que esta contém os fundamentos de duas
geometrias, a Geometria Absoluta a e Geometria Afim. A relação entre elas é dada por uma relação
primitiva denominada intermediação (intermediacy).
2
Está estabelecido na história da geometria que, para Euclides, os axiomas tratariam da comparação das
grandezas e por isso seriam noções úteis para várias matérias, além da geometria; quanto aos postulados,
tratariam especificamente de questões geométricas. Entretanto, LAKATOS, citando o historiador da
matemática Árpád Szabó, diz que o conceito de axioma no tempo de Euclides tinha um significado
contrário, ou seja, era admitido em um diálogo como uma proposição que se expunha para ser testada
quanto às suas conseqüências, sem que, no entanto, fosse admitida como verdadeira pelo interlocutor.
Conforme diz Lakatos, “é uma ironia que seu significado se tenha virado do avesso”. (LAKATOS, 1978,
p. 71, nota 68).
3
O conceito de teorema é ambíguo, porque há matemáticos: a) que chamam de teorema uma conjectura
não demonstrada; b) que chamam de teorema somente as conjecturas que o foram. Por exemplo, o
chamado último teorema de Fermat seria tão somente uma conjectura não provada (ou demonstrada), e
que só se teria tornado realmente um teorema após a sua demonstração. Isto foi feito em 1995 pelo
matemático inglês Andrew Wiles. Assim, deixou de ser a conjectura de Fermat para se transformar no
teorema de Wiles-Fermat.
4
Denominadas, respectivamente: alfa, beta, gama, delta. Veja-se no Apêndice I uma lista de letras
gregas, maiúsculas e minúsculas, com os respectivos nomes.
7
Entende-se que tanto uma reta quanto uma figura geométrica sejam constituídos
de infinitos pontos.
Uma reta (ou uma linha) pode ser contínua, quebrada, descontínua ou
segmentada, curvada, vertical, horizontal, oblíqua ou inclinada, perpendicular:
• Reta: é uma linha contínua prolongada infinitamente nos seus dois sentidos.
• Semi-reta: é uma reta com uma origem, que se prolonga infinitamente no
sentido oposto.
• Segmento de reta: é uma parte definida de uma reta, ou seja, possui origem e
extremidade. Os segmentos de mesma medida são chamados segmentos
congruentes. 5
5
As figuras que possuem simultaneamente as propriedades reflexiva (ou identidade), simétrica e
transitiva possuem também a propriedade da equivalência, que pode ser uma destas: igualdade;
congruência; semelhança.
8
suporte r.
9
• Planas: são aquelas nas quais todos os seus pontos pertencem ao mesmo
plano.
• Espaciais: são aquelas cujos pontos não pertencem todos ao mesmo plano.
São as figuras volumétricas (que possuem volume).
Ângulos: são formados por duas semi-retas (lados) de mesma origem (vértice).
A distância entre os lados é chamada de abertura. A abertura é medida em graus.
Os ângulos podem ser: nulo (0o);7 raso (180º); pleno (360º);8 agudo; reto; obtuso.
6
Ou ângulos planos.
7
Quando os dois lados coincidem entre si, sem abertura.
8
Quando os dois lados coincidem entre, com abertura total.
9
Os ângulos complementares e suplementares também são chamados de ângulos adjacentes. Em cada
um, o ângulo ABC é chamado de ângulo consecutivo do ângulo ACD (se a construção for vista no sentido
horário).
10
Os pontos C e D são interiores, porque os lados do triângulo são prolongáveis ao
infinito.
1.2.1.2 – Triângulos
11
côncava.
Quanto à natureza dos ângulos, os triângulos podem ser: acutângulo (que tem os
três ângulos agudos); retângulo (é o que tem um ângulo reto); obtusângulo (é o que tem
um ângulo obtuso).
No triângulo retângulo o lado que se opõe ao ângulo reto é denominado
hipotenusa e os outros dois chamam-se catetos.
10
Cada um de seus ângulos externos é suplementar do ângulo interno adjacente.
11
É a propriedade chamada reflexiva.
12
• Congruentes: quando há correspondência entre lados e ângulos respectivos.12
• Semelhantes: quando há uma correspondência entre seus vértices, tal que os
lados correspondentes são proporcionais e os ângulos correspondentes são
congruentes.13
• Conjugados isogonais (ou: pontos inversos): são dois pontos, dos quais o
primeiro é o encontro de três cevianas que partem de vértices diferentes, e o
segundo é o ponto de encontro da cevianas isogonais em relação às cevianas
anteriores. Ex: o circuncentro e o ortocentro.
12
Os lados e os ângulos correspondentes são congruentes entre si. Uma figura qualquer é congruente a
outra quando os seus tamanhos não variam.
13
Uma figura qualquer é semelhante a outra quando seus tamanhos variam, mas as suas formas são
mantidas, ou seja, elas são proporcionais entre si (a forma é dita invariante).
14
As relações gerais das partes do triângulo são estudadas pela parte da geometria denominada geometria
do triângulo.
15
São chamadas de cevianas notáveis.
13
• Incentro: é o ponto de encontro das bissetrizes interiores do triângulo. É
também o centro da circunferência inscrita do triângulo:
16
O ponto que é o incentro de um triângulo ABC é o único ponto interior eqüidistante dos lados do
triângulo. Mas há pontos exteriores com essa mesma propriedade: são os chamados ex-incentros.
14
• Retas isotônicas: sâo cevianas que ligam os pontos isotônicos.
• Reta de Euler: em um triângulo ABC qualquer, são colineares três dos seus
pontos notáveis, a saber: o baricentro G, o circuncentro O e o ortocentro H
(ou seja, reta de Euler é a reta que contém o ortocentro, o baricentro e o
circuncentro).17
• Reta de Simson: ao traçar por um ponto P de uma circunferência circunscrita
a um triângulo ABC, perpendiculares aos lados do triângulo, estas
intersectam os três lados em três pontos que são colineares. Esta é a reta de
Simson.
• Reta de Wallace: em um triângulo com uma circunferência circunscrita e um
ponto dessa circunferência, as projeções ortogonais do ponto sobre os lados
do triângulo determinam três pontos colineares que estão no suporte da reta
de Wallace.
17
Euler provou que |GH| = 2.|GO|.
15
• Reta de Droz-Farny (resulta do teorema proposto em 1899 pelo suíço Arnold
Droz-Farny): duas retas perpendiculares que passem pelo ortocentro de um
triângulo ABC cortam as retas dos lados em X e X', Y e Y', Z e Z'. Nestas
condições, os pontos médios M de XX', N de YY' e P de ZZ' são colineares:
• Triângulo órtico: é o que se obtém quando se ligam os três pés das alturas do
triângulo:18
18
Deste modo, os lados do triângulo são as bissetrizes dos ângulos externos de seu triângulo órtico.
16
• Triângulo podar: é o que se obtém quando se ligam os extremos de três
cevianas traçadas de cada vértice.
• Triângulo de ouro: é um triângulo isósceles no qual a divisão de um dos
lados iguais pela base, é o número de ouro. Os ângulos de um triângulo de
ouro medem 36º, 72º e 72º. As cinco pontas de um pentagrama são
triângulos de ouro:
1.2.2 – Polígonos
19
Dois segmentos de reta colineares sucessivos são segmentos em que a extremidade de um coincide com
a origem do seguinte, em uma mesma linha ou reta suporte.
17
1.2.2.1 – Quadriláteros
Trapézio: é o quadrilátero que possui dois, e apenas dois de seus lados paralelos.
Os dois lados paralelos são chamados base maior e base menor. O segmento que,
baixado da origem da base menor encontra a base maior, é denominado altura do
trapézio.
20
Um paralelogramo com as diagonais perpendiculares entre si é um losango.
18
1.2.3 – Circunferências e Círculos
Elementos da circunferência:
21
Onde O é o centro e r é o raio da circunferência C.
19
são tangentes a ela.
• Ângulo de segmento: é aquele em que um dos lados é uma corda e o outro
lado é tangente à circunferência. O ponto de tangência é o vértice do ângulo.
Ou: quando o ângulo tem o vértice na circunferência, um dos lados numa
secante e o outro numa tangente.
20
quando todos os ângulos nele inscritos são iguais ao ângulo dado.
• Círculo dos Nove Pontos: é a circunferência que contém os pontos médios
dos lados, os pés das alturas, e os pontos médios dos segmentos que unem o
ortocentro aos vértices.
21
Polígono: é uma linha poligonal fechada simples. Um polígono divide o plano
em que se encontra em duas regiões (a interior e a exterior), sem pontos comuns.
Outras definições:
• Triângulo eqüilátero (n = 3)
• Quadrado (n = 4)
• Pentágono (n = 5)
• Hexágono (n = 6)
22
• Octógono (n = 8)
• Decágono (n = 10)
• Dodecágono (n = 12)
• Pentadecágono (n = 15)
• Heptágono (n = 7)
• Eneágono (n = 9)
• Undecágono (n = 11)
• Tridecágono (n = 13)
• Heptadecágono (n = 17)
22
Estas figuras foram estudadas pelo matemático grego Apolônio de Perga (± 262-190 a.C.). Estas
figuras são apresentadas a título de ilustração, pois são estudadas na Geometria Analítica.
23
Ou são a interseção de um plano escolhido com uma superfície cônica.
23
• Arco: é um elemento construtivo em curva que emoldura a parte superior de
um vão (abertura ou passagem) ou reentrância.
AB = vão = L
CD = flecha = altura = f
• Curva: é uma linha que não mantém a mesma direção, ou seja, é uma linha
ou superfície que não é reta. A curva pode ser:
24
• Arco cego: surge, geralmente, como elemento de relevo da parede. Sua área
é tapada.
• Arco de descarga: é o arco que recebe e alivia o peso de uma parede. Situa-
se acima de uma platibanda.
• Arco de escarnação: é o arco construído para servir de auxílio a outro arco
que não pode suportar o peso sobre si exercido.
• Arco de penetração: é o que resulta da intersecção entre duas abóbadas de
berço.
• Arco de cruzeiro: é o arco que, na igreja, separa a nave, da capela-mor ou do
coro.
• Arco aviajado (ou arco botante, arco botaréu ou arco esconso): é um arco
que não tem os seus extremos ou pontos de origem sobre a mesma linha
horizontal.
24
Os arcos gótico e ogival são característicos das aberturas (portas e janelas) das catedrais góticas. Os
arcos tudor, otomano, ferradura e mourisco foram utilizados nos vãos da arquitetura mourisca (também
conhecida como sarracena). O arco ferradura é característico da arquitetura árabe na Espanha.
25 O arco ogival estrutura o esqueleto da abóbada, cruzando com outro no centro e distribuindo o peso até
os pilares de apoio.
25
• Arco abatido: também chamado de asa de cesto, asa de balaio e sarapanel.
• Arco mourisco (ou arco árabe ou arco ferradura): é o arco cuja altura é
maior do que a metade do vão ou abertura.
• Arco pleno-cintro (ou arco romano): é o arco em que a altura, flecha ou raio
é igual a metade do vão ou diâmetro.
26
• Arco tudor: também chamado de arco gótico inglês. Originou-se no reinado
de Henrique VII (1485-1509), primeiro rei da dinastia dos Tudor. É um arco
ogival constituído pela concordância de quatro arcos de circunferência.
Possui quatro centros.
• Arcos geminados: são arcos reunidos dois a dois por um outro arco maior ou
por coluna, tendo um capitel comum.
27
• Arco capaz: é o lugar geométrico dos pontos do plano do qual um segmento
é visto sob um mesmo ângulo.
28
1.2.5 – Estrelas
As estrelas são polígonos; entretanto, esta é apenas uma definição formal. Não
há uma definição exata para este tipo de polígono.
A figura a seguir é uma estrela; esta estrela é um polígono regular (um
pentagrama) de cinco pontas.
29
1.2.5.1 – Estrelas Regulares
Uma estrela poligonal regular também pode ser representada como uma
sequência de estrelamentos26 de um polígono regular convexo central.
26
Veja-se à frente, o item 1.2.6.4.
30
1.2.5.2 – Figuras Estelares
27
Um caso extremo disso ocorre quando n/m = 2, produzindo uma figura consistindo de n/2 segmentos de
retas, chamado de polígono estelar degenerado.
31
1.2.5.4 – Interiores dos Polígonos Estelares
• A interpretação à direita cria novos vértices nas intersecções nas arestas (cinco,
nesse caso) e define um novo decágono côncavo formado pela linha perimetral
da primeira interpretação. Deixa de ser um pentagrama, mas continua sendo um
polígono estelar.
32
O prisma heptagrâmico acima, por exemplo, mostra que diferentes
interpretações podem criar aparências bem diferentes.
28
Ou figuras volumétricas.
29
Dois sólidos são equivalentes, se possuírem o mesmo volume.
30
“Dá-se o nome de sólido poliedral, ou simplesmente poliedro, a qualquer sólido ligado por planos ou
faces planas”. (Legendre, 1809, citado por LAKATOS, p. 29, nota 11).
31
Também chamado sólido geométrico.
32
Ou seja, é a soma das superfícies das faces. O volume de um poliedro é a porção limitada de espaço
ocupada pelo sólido poliédrico.
33
De um vértice saem pelo menos três arestas, e pode-se atingir qualquer vértice seguindo arestas
consecutivas. Um plano que contém duas arestas consecutivas contém um polígono, cujos vértices são os
vértices do poliedro. Esse polígono forma a face do poliedro.
33
ângulo diedro é formado por duas faces consecutivas:
Nos poliedros, as faces são superfícies planas, as arestas são segmentos de retas
e o vértices são pontos de intersecção das arestas. Duas faces consecutivas formam um
ângulo diedro. Quando as faces se cortam no mesmo vértice, constituem um ângulo
poliedro, ou ângulo sólido.
• Poliedros regulares: são aqueles cujas faces são polígonos regulares iguais
entre si e os ângulos sólidos são todos iguais entre si. Subdividem-se em:
34
Outras classificações são feitas no âmbito da Cristalografia, dividindo os sólidos em sistemas:
isométrico; tetragonal; ortorrômbico; hexagonal; monoclínico; triclínico (veja-se o Capítulo XIII).
34
• Poliedros irregulares: são os que possuem as faces e os ângulos diedros
desiguais.
Sólidos de Arquimedes:
35
Ou cubo.
36
Veja-se o item 1.2.6.3, à frente.
35
Poliedros de Kepler-Poinsot:
São poliedros regulares não-convexos, nos quais todas as suas faces são
polígonos regulares iguais, e em todos os vértices encontram-se o mesmo número de
faces.
Existem quatro Poliedros de Kepler-Poinsot.
12 pentagramas
Grande dodecaedro estrelado 20 30
regulares
36
Grande dodecaedro 12 pentágonos regulares 12 30
Sólidos de Catalan:
37
1.2.6.3 – Snubificação
37
Note-se que o preenchimento dos espaços vazios entre quadrados é feito com triângulos.
38
Do octaedro resulta o cubo snub:
1.2.6.4 – Estrelamento
Estrelamento de Polígonos:
38
O processo foi descrito pela primeira vez por Kepler, em 1619.
39
Estrelamento de Poliedros (Platônicos):
O tetraedro e o cubo não podem ser estrelados, pois os planos definidos pelas
suas faces encontram-se apenas nas arestas do poliedro original.
O octaedro tem um estrelamento, chamado stella octangula.
V–A+F=2,
39
Uma polêmica que se arrasta há séculos divide os matemáticos em duas correntes opostas: 1) os que
aceitam esta equação para todos os poliedros; 2) os que dizem existir poliedros para os quais a equação
não se aplica (p. ex., o poliedro estelado de Kepler). Para uma extensa discussão a respeito, veja-se:
LAKATOS, 1978.
40
Poliedro V A F
Cubo 8 12 6
Prisma triangular 6 9 5
Prisma pentagonal 10 15 7
Pirâmide quadrada 5 8 5
Pirâmide triangular 4 6 4
Pirâmide pentagonal 6 10 6
Octaedro 6 12 8
Torre 9 16 9
Cubo truncado 10 15 7
41
2) Prismas oblíquos: possuem arestas laterais oblíquas aos planos das bases.
42
Quando um prisma é truncado por um plano não paralelo às bases, obtém-se dois
prismas “truncados”, cujas faces são trapézios e as bases não são mais paralelas entre si.
O plano de intersecção do plano oblíquo com o prisma denomina-se seção plana, e o
sólido tem o nome de tronco de prisma ou prisma truncado.
43
1) Pirâmide reta, cujo eixo é perpendicular à base.
Na pirâmide regular, todas as arestas laterais são iguais e as faces laterais são
triângulos isósceles iguais.
A pirâmide também pode ser truncada. Este truncamento pode ser realizado de
duas formas:
40
Pode ser: triângulo; quadrado; pentágono; etc. Pode-se definir pirâmide regular, também, como aquela
em que o pé da altura é o centro da base. A pirâmide limitada por triângulos eqüiláteros é chamada
tetraedro, que é um dos cinco poliedros regulares de Platão.
44
b) seccionando-a segundo um plano oblíquo em relação ao plano da base:
Qualquer pirâmide pode ser seccionada por um plano. Exemplo de uma pirâmide
pentagonal seccionada:
45
1.2.6.7 – Sólidos de Revolução
41
Há um número ilimitado de superfícies de revolução, regulares e irregulares. Alguns corpos especiais
gerados por revolução são denominados quádricas. Uma quádrica é uma superfície na qual toda a seção
plana é uma seção cônica. Exemplos de quádricas: elipsóide de revolução; hiperbolóide de uma folha ou
hiperbólico; hiperbolóide de duas folhas ou elíptico; parabolóide elíptico.
42
São os denominados sólidos padrões de revolução, ou sólidos redondos.
46
rotação de um retângulo em torno de um de seus lados.
O cilindro reto é o que apresenta o eixo perpendicular aos planos das bases.
O cilindro oblíquo é aquele que tem o eixo oblíquo aos planos das bases.
47
oblíquo ao plano da base.43
Elementos do cone:
43
Paralelo, ou secção reta; oblíquo, ou secção transversal. No primeiro caso a superfície seccionada é um
círculo; no último caso, é uma elipse.
44
Ou: cone é o sólido geométrico de revolução que é limitado por uma superfície cônica de revolução e
por um círculo, que é sua base.
48
8. o diâmetro do cone, que é o diâmetro da base;
9. as geratrizes, que são os segmentos de reta que ligam o vértice do cone aos
pontos da circunferência da base;
10. a seção meridiana AVB, definida pelo diâmetro, vértice e hipotenusa em
lados opostos.
11. o volume do sólido.
O cone pode ser truncado em duas direções. Pelo seccionamento realizado por
um plano paralelo ao plano da base; ou pelo seccionamento realizado por um plano
oblíquo ao plano da base:
49
perpendicular às bases.
Se passar pelo centro, a secção plana tem o mesmo raio que a esfera e determina
um círculo máximo. As secções planas que não passam pelo centro possem raios
45
Ou seja, a geratriz é uma semicircunferência.
46
O diâmetro esférico é o segmento de reta que passa pelo seu centro e liga dois pontos opostos na
superfície esférica, eqüidistantes deste centro.
50
menores do que o raio da esfera, e assim, determinam círculos menores.
A esfera, pelo seu formato, determina em sua superfície círculos máximos, que
são o equador e os meridianos, e círculos menores, chamados círculos paralelos.
51
Triângulo esférico é o triângulo cujos lados são círculos máximos da esfera. O
triângulo máximo seria aquele cujo vértice está em um pólo e a base está no círculo do
equador. Entretanto, triângulos esféricos menores podem ser traçados, mas sempre
sendo, os seus lados, círculos máximos.
Segmento esférico de uma base é cada uma das partes de uma esfera separadas
por um plano que a intersecta, sendo o círculo a base do segmento.
.
O contorno de um segmento esférico de uma base é formado por um círculo e a
superfície esférica para um dos lados desse círculo; é chamado de calota esférica.
52
tratado em separado, no Capítulo VI.
Princípio de Cavalieri: Se dois sólidos sobre um plano são seccionados por todo
o plano paralelo ao plano dado, segundo figuras com a mesma área, então os sólidos
possuem o mesmo volume.
Para representar uma figura qualquer de modo que todas as suas partes ocupem
as posições reais e demonstrem as dimensões exatas, usa-se o método das projeções. As
projeções têm por finalidade fazer conhecer as formas e as dimensões reais dos objetos
ou corpos.
47
E objeto projetado – m.
48
Do latim perspicere, ver através de.
53
em três dimensões, tal como eles aparecem à visão.
Com relação à perspectiva em si, um de seus elementos mais importantes é o
chamado ponto de fuga. O ponto de fuga é um ponto situado no infinito, no qual as
paralelas de um objeto se encontram.
49
Também: projeção polar, ou projeção central. Foram dos estudos da projeção cônica que surgiram os
elementos conceittuais da perspectiva.
50
Com o centro em uma posição finita, os raios de projeção se abrem formando um cone; se o centro está
no infinito, os raios tornam-se paralelos, determinando assim uma projeção cilíndrica.
54
A projeção cônica de um ponto M qualquer sobre um plano P é o ponto m de
encontro do segmento OM com o plano. O segmento OM é a projetante, e as projetantes
de todos os pontos duma figura concorrem ao pólo O.
A projeção de um ponto M sobre o plano P pode ser ortogonal – segmento
O’Mm’ (perpendicular ao plano P)51 – ou pode ser oblíqua – segmento OMm (oblíquo
ao plano P).
51
A projeção ortogonal, normal ou ortográfica de um ponto M sobre o plano P é o pé – ponto m – da
perpendicular baixada desse ponto M ao plano P. As projetantes são paralelas entre si e perpendiculares
ao plano de projeção.
52
Este sistema é o mais usado em Desenho Industrial, Desenho Mecânico e Desenho Arquitetônico.
53
Em Desenho Arquitetônico, o PV é designado como elevação, alçado ou vista de frente; o PH é
designado como planta e o PL, como vista lateral. Se a projeção representa uma parte interna do corpo, é
chamada corte ou seção.
55
A representação completa no plano de uma figura no espaço, através de
projeções, é denominada épura.
É possível descobrir várias características da figura no espaço através do sistema
de projeções e de rebatimentos sobre os planos PV, PH e PL.54
54
Estes são processos típicos da Geometria Descritiva, que não serão abordados aqui.
55
Posição esta que corresponde à de um hipotético observador.
56
determinando quatro áreas chamadas quadrantes.
56
“Cavalíer projectíon”. Além desta existe também a chamada Projeção Militar, que não será aqui
abordada.
57
infinitas linhas de fuga), geralmente adotam-se os seguintes ângulos: 30º; 45º; 60º.
Para cada ângulo adotado (30, 45 ou 60º), há quatro quadrantes em que se pode
representar o objeto,
57
Ou seja, é vantajoso para objetos em que a vista de frente é a mais importante em detalhes e quando
contém uma circunferência, de modo que sua reprodução seja exata, no desenho.
58
Valores dos coeficientes de redução
58
A perspectiva isométrica e a perspectiva cavaleira assemelham-se por ter três eixos, correspondentes às
três arestas de um prisma quadrangular reto, sobre os quais se podem tomar as medidas.
59
Pela sua simplicidade, a perspectiva isométrica (onde os eixos fazem entre si, na
projeção, ângulos de 120º) é a mais utilizada. Eis a posição para a isométrica:
Além disso, pode-se fazer uma perspectiva sem redução, que é chamada
perspectiva isométrica simplificada.
Características:
59
Se forem paralelas aos eixos, são chamadas de linhas isométricas.
60
• frontal, com lateral direito ou esquerdo e lado superior ou inferior;
• posterior, com lateral direito ou esquerdo e lado superior ou inferior.
61
62
Capítulo II
Os tipos 2B até 6B são muito macios, e os tipos 2H até 9H são muito duros.
2.1.2 – Régua
2.1.3 – Borracha
A borracha deve ser macia, preferivelmente branca. Nunca devem ser usadas
fitas ou tintas corretivas.
63
2.1.4 – Esquadros
2.1.5 – Compasso
60
A ponta seca serve para apoiar o compasso, enquanto a outra ponta traça o desenho.
61
Também chamado de mina.
62
Ou barra alongadora.
63
Peça de metal semelhante a uma pinça, que carrega um pouco de tinta entre as suas hastes. O tira-
linhas, com um cabo próprio, pode ser usado para traçar linhas de contorno de formato irregular.
64
2.1.6 – Compasso de ponta seca
2.1.7 – Transferidores
65
2.1.10 – Planímetro e Pantógrafo
64
No site: http://cinderella.de/tiki-index.php?page=Download+Cinderella+1.4&bl, pode ser encontrado o
freeware Cinderella, que é um programa apropriado para o desenho geométrico.
66
67
68
69
2.2 – Escorço de História do Desenho Geométrico
65
No século XIX o matemático Laplace (Pierre Simon, Marquês de Laplace, 1749-1827) se orgulhava de
ter escrito uma obra sobre mecânica celeste em que não utilizava imagens (Mecânica Analítica), mas o
físico e filósofo da ciência francês Poincaré (Jules Henri Poincaré, 1854-1912) se encarregou de fazer
retornar as imagens à matemática.
66
Na geometria projetiva, qualquer par de linhas coplanares se intersectam em algum ponto do plano, e o
conjunto de pontos sobre uma linha é sempre fechado, não se podendo distinguir, de três ponto sobre uma
linha, qual deles se situa entre os outros dois.
67
Klein trabalhou em várias áreas da matemática, mas seu principal trabalho foi na geometria. Em 1871
ele descobriu que a geometria euclidiana e a não euclidiana podiam ser vistas como casos particulares de
uma superfície projetiva, o que tornava equivalente a consistência das duas geometrias.
70
2.3 – Construções Geométricas Fundamentais68
1) Traçar uma reta perpendicular a uma outra reta que contém o ponto A, e que
passe por ele.
Solução:
1. Com a ponta seca no ponto A, traçar dois arcos que cortam a reta em pontos
opostos, 1 e 2.
2. Com a ponta seca nos pontos 1 e 2, traçar os arcos que se cortam e assinalam
o ponto 3.
3. Com a régua, traçar uma reta que passa pelos pontos A e 3.
2) Traçar uma reta perpendicular a uma outra reta, que passe por um ponto B
que não está contido nela.
Solução:
1. Com centro no ponto B, traçar dois arcos que cortam a reta em pontos
opostos, 1 e 2.
2. Com centro nos pontos 1 e 2, traçar os arcos que se cortam e assinalam o
ponto 3.
3. Com a régua, traçar uma reta que passa pelos pontos B e 3.
68
Um excelente site, com literalmente centenas de construções geométricas e outras curiosidades, pode
ser visto em: http://geometrias.blogspot.com/.
71
3) Traçar uma semi-reta perpendicular a um segmento de reta e cuja origem se
encontre na extremidade escolhida.
Solução:
1. Com centro em A, traçar um arco (com raio qualquer) que corta o segmento
e assinala o ponto 1.
2. Com o mesmo raio, traçar arcos que cortam o primeiro, marcando os pontos
2 e 3.
3. Com centro nestes pontos, encontrar o ponto 4.
4. Com a régua, traçar o segmento de reta entre os pontos A e 4.
Solução:
72
2) Traçar a bissetriz de um ângulo formado pelas retas r e s, sendo que o vértice
que elas formam não é acessível.
Solução:
3) Traçar uma reta paralela a uma reta dada r, e que passe por um ponto A.
Solução:
73
4) Traçar por dois pontos P e Q eqüidistantes de uma reta, duas paralelas a ela
que passem pelos pontos.
Como se sabe, uma proporção é uma igualdade entre duas razões, cuja
representação literal é essa:
Essa proporção é lida assim: a está para b assim como c está para d.
As razões a, b, c e d são denominados termos. Assim, a e d são os termos
extremos, e b e c são os termos médios.
74
2.4.1 – Número de Ouro
1º. Processo:
2º. Processo:
69
O número de ouro Φ é um número irracional dado pela relação (1 + √5)/2 , cujo valor aproximado é
1,618033989.
75
metade. Com abertura do compasso igual a EC e com centro em E, traça-se o arco que
determina o ponto F. O segmento áureo de AF é o segmento AB.
2.4.1.2 – O “Gnômon”
Solução:
Solução:71
70
A similitude central ou homotetia é a transformação geométrica que permite reduzir ou ampliar figuras,
sem que elas percam sua semelhança. Assim, dois objetos são semelhantes se um for transformado em
escala a partir do primeiro, seja por redução, ampliação ou igualdade.
71
Veja-se no Apêndice V as considerações matemáticas a respeito desse processo.
76
2) Achar a média proporcional de dois segmentos de retas dados, AB e BC.
Solução:
Solução:
77
4) Determinar a quarta proporcional de uma proporção cujos termos conhecidos
possuem valores correspondentes a três segmentos dados, AB, BC e AD.
Solução:
Solução:
78
4. Prolonga-se para baixo a linha OY, de modo que OC seja igual a OY.
5. Unem-se os pontos X e C, determinando o ponto H. Os pontos H e B
dividem (um internamente e o outro externamente) o segmento OA na
mesma razão dos segmentos x e y.72
Solução:
2) Traçar três circunferências tangentes entre si, de forma que a soma de seus
diâmetros seja igual a um segmento AB dado.
Solução:
72
Dividem harmonicamente o segmento OA. Assim, os pontos A, O, H e B constituem uma divisão
harmônica.
73
Para melhor visualização, omitiu-se o processo de divisão.
79
3) Dado um segmento m, obter o segmento x = m√7.
Solução:
Solução:
Solução:
74
Da relação: m’:AB::m:x.
80
Seja AB o segmento dado. Sobre uma reta suporte r, a uma distância qualquer,
traçar outro segmento A’B’ de mesma medida AB.
Encontrar o ponto médio C deste segundo segmento.
Interligar os pontos A-B’ e B-C. O segmento DE encontrado corresponde a um
terço do segmento AB.
Solução:
Solução:
1. Toma-se AB igual a a.
2. Traça-se AC ┴ AB (AC perpendicular a AB) e AC igual à unidade (= 1).
3. Unem-se os pontos C e B, e traça-se CD ┴ CB, obtendo-se o ponto D.
4. No triângulo BCD a altura AC é média proporcional entre os dois segmentos
que ela determina na hipotenusa:
81
8) Dado o segmento de medida a, determinar os segmentos de medidas a√2, a√3,
a√4, a√5, etc.
Solução:
1. Toma-se AB = a, BC ┴ AB e BC = a.
2. No triângulo ABC, AC = a√2. Em seguida, traça-se CD ┴ AC e toma-se CD
= a. No triângulo ACD, AD = a√3.
3. Sucessivamente, encontra-se AE = a√4 (ou 2a), AF = a√5, etc.
Caso especial: se a = 1, encontram-se os diâmetros √2, √3, √4, √5, etc, que se
podem construir assim:
e = 2,6 = 1 = 1:500
1300 500
De um modo geral: e = .
82
de onde: = ; e: = e. .
e
A escala gráfica é dada por um segmento de reta por meio do qual pode-se
determinar um comprimento real, conhecendo-se o comprimento correspondente no
desenho.
A escala gráfica é a representação gráfica de um escala numérica.
A escala gráfica pode ser:
Solução:
Tem-se, então:
Na escala dada, 1 metro é representado por 4 cm. Por esta razão, adota-se, para
75
A razão 1:50 é também chamada título da escala gráfica.
76
Tem-se: 100/50 = 2 (2 cm).
83
representar 1 m, um comprimento de 4 cm.
Solução:
mn = Bm mn = 0,06.OB = 0,06.u
ON OB 0,1.AB OB
Solução:
77
E o mesmo que fazer o transporte de um ângulo dado. Transportar um ângulo, então, significa construir
outro ângulo congruente ao ângulo inicial.
84
2) Encontrar a bissetriz do ângulo dado.78
Solução:
Solução:
Solução:
1º. Processo:
78
Se o ângulo vale 90º, a bissetriz o divide em dois ângulos iguais de 45º.
85
3. Traçar a bissetriz do ângulo e tomar EF = OE.
4. Unir o ponto F aos pontos C e D, obtendo na circunferência os pontos G e H,
que dividem o arco AB dado em três partes aproximadamente iguais.
Justificativa:79
Seja:
AÔB = 2a ;
HÔE = x ;
EÔG = x ;
HÔG = HÔE + EÔG = 2x = HÔG ,
2r = r , ou:
sen 1/2 (a + x) sen 1/2 (a – x)
sen 1/2 (a – x) = 1
sen 1/2 (a + x) 2
Desenvolvendo:
79
Veja-se a solução ao problema da trissecção do ângulo qualquer no Apêndice IV.
86
sen a/2 . cos x/2 – sen x/2 . cos a/2 = 1
sen a/2 . cos x/2 + sen x/2 . cos a/2 2
Observação:
Para 2a = 45o , a equação (1) dá 2x igual a 15º 08’ , ao invés de 15º. Percebe-se
então que (por esta construção) a divisão em três ângulos não é exata.80
Solução:
Solução:
80
E isto viria a comprovar, em tese, a impossibilidade de trissectar o ângulo apenas com régua e
compasso.
87
2.6 – Construção de Polígonos
Solução:
Solução:
1. Sendo o ângulo externo igual a 135º, o ângulo interno é igual a 45º. Constrói-
se o ângulo sobre o segmento AB, em sua extremidade B.
2. Sobre a origem A, levanta-se uma perpendicular até encontrar o segmento
que é o lado (hipotenusa) do ângulo traçado, no ponto C.
Solução:
88
então a distância Oa´ igual a 8 cm.
Solução:
Solução:
89
3) Construir um triângulo equivalente a um polígono regular qualquer.
Solução:
1. Tomar CD = 2p.
2. Tomar EF perpendicular a CD e EF = OM = a.
3. Área triângulo = área polígono = p.a (semiperímetro x apótema).
Solução:
1. Unir E ao ponto B.
2. Traçar por D a paralela a BE, obtendo o ponto F no lado AB.
90
5) Construir um triângulo eqüilátero equivalente a um triângulo dado ABC.
Solução:
Justificativa:
HEI ≈ ADE HE = EI
DE AE
EFG ≈ DEG EG = EF
DE EG
EI = EF ; EG = HE ,
AE HE
e portanto:
Solução:
1. Com centro em B e raio igual à altura dada, traçar um arco.
2. Do ponto A, traçar a tangente ao arco.
3. Traçar por C a paralela a AB, obtendo o ponto D.
4. O triângulo ABD é equivalente ao triângulo ABC, porque tem base igual (AB) e
altura igual.
91
7) Construir um quadrado equivalente a um círculo dado de raio R (quadratura
do círculo).
1ª. Solução:
πR2 = L2 L2 = (πR).R
Solução:
92
9) Encontrar um quadrado equivalente à área de três outros quadrados iguais
entre si.
Solução:
10) Encontrar um círculo equivalente à soma das áreas de outros dois círculos de
raios desiguais entre si.
Solução:
81
Veja-se o item 2.17.
93
Justificativa: considere-se um triângulo de lados iguais unitários (raio = 1).
Deste modo, a hipotenusa é igual a √2. Se as áreas de cada círculo valem π.r2 = π.12 = π,
e a soma das áreas vale π + π = 2π, então a área do círculo cujo raio é igual à hipotenusa
vale π.r2 = π.(√2)2 = 2π.82
Solução:
Solução:
82
Idem, nota anterior.
83
Na seqüência podem ser encontrados o quádruplo, quíntuplo, etc., do círculo dado.
94
Justificativa:
Solução:
Justificativa:
ou: ,
ou:
95
Solução:
Justificativa:
CM2 = L2 + L2 ,
4
ou: CM = L√5 ,
2
ou: CM = 0,559L.
2
15) Por um ponto D sobre o lado de um triângulo ABC, traçar uma reta que
divida este triângulo em duas figuras equivalentes.
Solução:
Justificativa:
96
Substituindo em (1):
Observações:
Neste caso:
Justificativa:
97
ou: DM2 = 1 ou: DM = √3
h2 3 h 3
Solução:
Justificativa:
98
18) Dividir um círculo de raio OA em n partes equivalentes por meio de círculos
concêntricos.
Justificativa:
19) Dividir uma coroa circular em duas coroas equivalentes, sendo dados R e r.
Solução:
99
Justificativa:
100
2) Construir um polígono semelhante a outro de modo que a razão de
semelhança seja 3.
7
Solução:
Solução:
101
3) Traçar o caminho que a bola A deve percorrer para bater na bola B, tocando
uma vez em cada lado da mesa.
Solução:
Solução:
102
5) Determinar o centro radical de três circunferências.
Solução:
1. Com centro em lugar arbitrário entre eles (o), traçar uma circunferência secante
aos círculos dados.
2. Unir os pontos de secância e prolonga-se estas linhas, determinando assim o
triângulo 1, 2 e 3.
3. Ligar os centros A, B e C dos círculos dados.
4. Levantar perpendiculares a AC, AB e BC, pelos pontos 1, 2 e 3 aos suportes dos
centros.
5. As perpendiculares vão se encontrar no ponto R, que é o centro radical dos três
círculos dados.
Solução:
1. Com centro em O e o, que são pontos arbitrários, e com qualquer raio, descrever
as duas circunferências que vão cortar as anteriores, nos pontos 1-2 e 5-6, e 3-4 e
7-8.
2. Unir os pontos 1-2 e 5-6, obtendo o ponto R.
103
3. Unir os pontos 3-4 e 8-7, obtendo o ponto E.
4. O segmento ER coincide com o eixo radical pedido.
2.9 – Circunferência
Solução:
84
O triângulo ABO’ é eqüilátero.
85
A retificação é o processo geométrico que encontra o segmento de comprimento igual a 2πR.
Conhecendo-se o valor de R, podem ser tomados para valores de π os resultados, com tantas casas
quantas se queira, dos números fracionários 22/7 ou 355/113.
104
Justificativa:
O erro cometido é por excesso, com um valor aproximado de 0,0046 x 2R, sendo
portanto inferior a cinco milésimos do diâmetro.
2º. Processo:
Justificativa:
No triângulo ABE:
105
AE2 = (2R)2 + (3R - R√3 )2 , de onde:
3
AE = 3,14153 x R.
3º. Processo:86
Justificativa:
AG = AF(AE)
AO
86
É um processo devido ao matemático Specht, e dá uma precisão muito boa.
106
AG = 13√146.R = 2R(13√146)
25 50
Justificativa:
No triângulo ADE:
OD = OB , portanto: 7R = R
sen γ sen β 4sen γ sen β
107
sen γ = 7
sen β 4
sen (α – β) = 7
sen β 4
tg β = 4 sen α _
7 + 4cos α
AE = 11.sen α
7 + 4cosα
= πRα
Valor do arco, pela geometria:
180º
Podem ser feitas então as seguintes verificações, para se ter uma idéia da
aproximação fornecidade pelo processo:
Solução:
87
Trata-se de uma construção aproximada, para n diferente de 2 ou de potência de 2.
108
2) Dividir uma circunferência em n partes iguais.88
Solução:
88
Processo geral, devido a Bion.
89
Realizado pelo matemático H. W. Richmond, em 1892.
109
Solução:
Solução:
Solução:
90
Deve-se notar que o processo de divisão da circunferência é o mesmo que permite inscrever polígonos
regulares na circunferência (polígono regular inscrito). Outros problemas serão vistos no próximo item.
110
1. Iniciando no extremo do diâmetro, marcar sucessivamente sobre a circunferência
distâncias iguais ao raio.
2. Interligar as divisões encontradas.
Solução:91
A fórmula (1) é uma fórmula geral que dá o lado de um polígono regular e com
n lados, inscrito em uma circunferência de raio R.
91
Processo aproximado.
111
Para n = 7, tem-se:
L’ = BM = R√3 = 0,8660R
2
O erro cometido é de L – L’ ≈ 0,0018R, sendo por excesso e inferior a 0,002R.
Solução:
Justificativa:
No triângulo CED:
No triângulo ODF:
112
OF = √(DF2 – OD2) = R√2
De onde:
Solução:
Justificativa:
Pela trigonometria:
1ª. Solução:
113
2. Dividir cada ângulo reto em três partes iguais.
2ª. Solução:
Solução:
Justificativa:
Pela trigonometria:
No triângulo BCN:
AE = AB.ON = 2R = 0,4850R
BN √17
114
12) Dividir uma circunferência em quinze partes iguais.
Solução:
Justificativa:
Solução:
92
A circunferência dividida em 17 partes iguais é o heptadecágono, também conhecida como
heptakaidecagon. Os geômetras gregos antigos devotaram tempo considerável à questão da divisão do
círculo em n partes, com régua e compasso. A divisão em três, quatro e cinco partes (e seus múltiplos),
bem como a construção de um polígono de 15 lados pela combinação do triângulo e do pentágono foi
tudo o que conseguiram. Somente em 1796 o matemático alemão Gauss, então com 19 anos de idade,
descobriu que era possível construir (mas não o construiu) um heptadecágono regular (polígono de 17
lados) usando apenas régua e compasso. A primeira construção foi realizada em 1800 pelo matemático
Johannes Erchinger. Em 1893 o matemático H. W. Richmond realizou outra construção, que é a mostrada
acima.
115
círculo principal (que tem centro em O), onde indicarão os ponto V3 e V5.
Solução:
116
2.9.4 – Tangências à Circunferência
1) Traçar uma tangente a uma circunferência que passe por um ponto P que está
nela.
Solução:
117
3) Traçar uma circunferência tangente externamente a três outras não em linha
reta e com raios desiguais entre si.93
93
Este problema não deve ser confundido com a questão de determinação do centro radical de três
circunferências (vide item 2.8, problema 5).
118
3. Levantam-se as mediatrizes dos segmentos G-H e F-H. Encontra-se, assim, o
novo centro O’ (partes do desenho foram apagadas, para melhor visualização).
Interligando O’ com H, encontra-se o segmento O’H, que é o raio do círculo tangente
exteriormente:
Solução:
119
circunferências necessárias à resolução do problema.
Solução:
Solução:
120
7) Traçar uma circunferência que passe por dois pontos dados A e B e seja
tangente a uma reta dada r.
Solução:
Por um teorema da geometria, tem-se que CA.CB = CD2. Portanto, para resolver
o problema, basta determinar a média proporcional entre CA e CB.
Solução:
121
9) Traçar com um raio dado R uma circunferência tangente a duas outras.
São dados:
2. Com base nos dados, descrever circunferências que se cortam em oito pontos A,
A’, B, B’, C, C’, D, D’, que serão os centros das circunferências que satisfazem
à condição imposta.94
10) Traçar uma circunferência tangente a uma outra dada e a uma reta em um
ponto dado A.
Solução:
94
Este problema tem oito soluções, no máximo.
122
1. Traçar, de A, a perpendicular à reta dada t.
2. Tomar AB = AC = raio da circunferência dada.
3. Unir B e C ao centro O da circunferência dada.
4. Traçar a mediatriz de OB, obtendo o ponto E.
5. Traçar a mediatriz de OC obtendo o ponto F
6. Os pontos E e F são os centros das circunferências pedidas.
Justificativa:
11) Traçar quatro circunferências tangentes a três retas que se cortam duas a
duas.
Solução:
Traçar as bissetrizes dos ângulos CBD e BCI, obtendo o ponto O1, centro da
circunferência tangente às retas BC, AB e AC.
Obter, analogamente, os pontos O2, O3 e O4.95
95
As circunferências de centros O1, O2 e O3 dizem-se ex-inscritas ao triângulo ABC, e de centro O4,
inscrita.
123
12) Traçar circunferências tangentes entre si e inscritas em um ângulo dado
BAC.
Solução:
1. Com centro na bissetriz, traçar uma circunferência qualquer tangente aos lados
do ângulo.
2. Do ponto D, onde a circunferência encontra a bissetriz, traçar DE perpendicular
à bissetriz, obtendo E no lado AC do ângulo.
3. Com centro em E e raio ED, obter o ponto F.
4. Traçar por F a perpendicular a AC até encontrar a bissetriz em O’, que é o centro
de outra circunferência.
5. E assim por diante.
Solução:
Solução:
96
O ângulo central correspondente é um ângulo reto.
124
1. Sobre a extremidade inferior do diâmetro traçar, com o mesmo raio, uma
semi-circunferência auxiliar que determina os pontos A e B.
2. Interligar os pontos A e B à extremidade superior do diâmetro (ponto C).
Solução:
Solução:
Justificativa:
125
∆ AHI ≈ ∆ ABC HI = AH
BC AB
∆ AHF ≈ ∆ ABD HF = AH ,
HD AB
de onde: HI = HF ,
BC BD
Solução:
1. Tomar BD = m e BE = n.
2. Traçar uma linha entre os pontos E e D.
3. Traçar por B uma perpendicular a BC.
4. Traçar por C a paralela a DE, obtendo G na perpendicular a BC.
5. Completar o retângulo, encontrando F.
6. Unir F e G ao vértice A, obtendo os pontos H e I em BC.
7. Traçar perpendiculares a BC, encontrando J e K.
8. HIJK é o retângulo pedido.
126
9) Inscrever um quadrado em um semicírculo dado.
Solução:
Soluções:
127
2º. Caso: as duas semiretas possuem o mesmo sentido, e b é maior do que d.
1. Traçar AM perpendicular a r.
2. Tomar AD = BO < d/2.
3. Traçar a mediatriz de DO até encontrar o prolongamento de AM em O’.
4. Com centro em O’ e raio O’A, traçar o arco AC.
5. Com centro em O e raio OC, traçar o arco CB.
3º. Caso: as duas semiretas possuem o mesmo sentido, com b menor que d.
1. Traçar AM perpendicular a s.
2. Tomar AC = BM = - b.
3. Traçar a mediatriz de CM.
4. Com centro em O e raio OA traçar um arco até encontrar a mediatriz em D.
5. A partir de B, traçar a perpendicular a s até encontrar a mediatriz em O’, que é o
centro de outro arco DB.
Solução:
1. Unem-se os pontos D e C.
2. Dividir DC em quatro partes iguais, obtendo-se os pontos E, F e G.
3. Traçar duas perpendiculares a AC, uma por G e outra por E.
128
4. Traçar uma perpendicular a AC pelo ponto C, a qual cortará a que passa por G
no ponto O2, que será um dos centros da concordância.
5. Levantar uma perpendicular a BD que passe por D e que encontra a que passa
por E no ponto O1, segundo centro da concordância.
3) Concordar um reta dada r em um ponto dado A, com uma reta s por meio de
um arco de concordância.
Solução:
Solução:
129
Solução:
Solução:
7) Concordar com um arco de círculo, duas retas convergentes das quais não é
possível determinar o ponto de encontro.
Solução:
97
A curva AMC é denominada curva composta.
130
4. Pelo ponto O, traçar uma perpendicular a CD.
5. Com centro em O e raio EO ou EF, traçar o arco que concordará as linhas.
Solução:
Solução:
131
2.10.2 – Concordância de Arcos
1) Concordar o arco dado AB no ponto B, com outro arco que passe por um
ponto C.
Solução:
2) Concordar dois arcos dados de centro O e O’, por meio de outro arco,
conhecendo-se o ponto A de concordância com o primeiro arco.
Solução:
98
A curva ABC é denominada curva reversa.
99
Unindo-se C a C’ verifica-se que CA’ = CA.
132
3) Concordar dois arcos dados de centros O e O’ por meio de outro arco de raio
dado r.
Solução:
Solução:
133
2.11 – Ovais Regulares e Irregulares
Solução:
2) Traçar uma oval regular arredondada, sendo dado o eixo menor CD.
Solução:
134
3) Traçar uma oval regular arredondada, dado o eixo maior AB.
Solução:
Solução:
135
5) Construir uma oval regular alongada, dado o eixo maior AB.
Solução:
6) Construir uma oval regular de oito centros, sendo dado o eixo menor.
Solução:
136
9. Com centro em C e raio CG’, descrever o arco G’C’.
10. Com centro em F e raio FC’, descrever o arco C’F’.
11. Com centro em E e raio EF’, descrever o arco F’-5’.
12. Com centro em I e raio I-5’, descrever o arco 5’-D’.
13. Com centro em D e raio DD’, descrever o arco D’J’.
14. Com centro em J e raio JJ’, descrever o arco J’K.
7) Construir uma oval regular de quatro centros, sendo conhecido o seu eixo
maior AB.
Solução:
137
2.11.2 – Ovais Irregulares
1) Traçar uma oval irregular de quatro centros, sendo dado o diâmetro do semi-
círculo CD.
Solução:
2) Traçar uma oval irregular de seis centros, sendo dado o diâmetro do semi-
círculo CD.
Solução:
138
4
4. Unir G a E e F, obtendo H e I na circunferência cujo diâmetro é CD.
5. Com centro em E e raio ED, traçar um arco até encontrar o prolongamento de
HG em L.
6. Com centro em F e raio FC, traçar o arco CK.
7. Com centro em H e raio HL, traçar o arco LM.
8. Com centro em I e raio IK, traçar o arco KM.
9. Com centro em J, traçar o arco MN.
Solução:
1. Traçar uma oval irregular de quatro centros auxiliar, tomando o diâmetro C’D’
qualquer.
2. Traçar BE = A’B’.
3. Traçar BF = O’D’.
4. Unir o ponto E ao ponto F.
5. Traçar por A uma paralela a EF, obtendo o ponto G (BG = 1CD).
2
o
6. Como se conhece o diâmetro CD, recai-se no problema n . 1.
139
Definições:
Solução:
100
As espirais verdadeiras aproximam-se ou afastam-se assintoticamente de um ponto em torno do qual
140
Solução:
1. Traçar um retângulo 1234, de modo que os seus lados 3-2 e 4-1 sejam o dobro
dos outros dois lados.
2. Prolongar o lado 3-2 na direção de B.
3. Prolongar o lado 3-4 na direção de C.
4. Prolongar o lado 1-4 na direção de D.
5. Prolongar o lado 1-2 na direção de A.
6. Com centro em 1 e raio 1-3, traçar um arco que vai cortar a reta A em a.
7. Com centro em 2 e raio 2-1, traçar o arco ab.
8. Com centro em 3 e raio 3-b, traçar o arco bc.
9. Com centro em 4 e raio 4-c, traçar o arco cd.
10. Com centro em 1 e raio 1-d, traçar o arco da’, e assim por diante.
Solução:
141
2.14 – Curvas Cíclicas e Curvas Comuns
Solução:
Solução:
102
Ciclóide: é a curva descrita por um ponto de uma circunferência, que rola sobre uma reta sem
escorregamento.
142
(Ver figura anterior).
Observação:
Sendo N4’ paralela a A8, então NT é paralela a 8-6. Portanto, é possível traçar
tangentes à ciclóide paralela a uma reta r, pois traçou-se inicialmente A8 perpendicular
a r. Pode-se traçar uma tangente em um ponto qualquer da curva, cujo ponto de contato
correspondente não é conhecido.
Solução:
103
Epiciclóide: é a curva descrita por um ponto de uma circunferência que rola entre outra exteriormente,
sem escorregamento.
104
Hipociclóide: é a curva descrita por um ponto de uma circunferência que rola sobre outra,
interiormente, sem escorregamento.
143
Solução:
Solução:
Justificativa:
MF = AC
MF’ = A’C, de onde MF + MF’ = AC + A’C = AA’ = 2a.
105
Elipse: é o lugar geométrico dos pontos do plano cuja soma de suas distâncias a dois pontos dados
(focos) é constante,
106
Para cada ponto C é possível obter quatro pontos da elipse, fazendo centro em F e F’ com os raios AC
e A’C.
144
7) Traçar uma elipse, conhecendo os dois diâmetros conjugados107 AB e CD e o
ângulo que eles formam.
Solução:
1. Tomar AO = OB e OC = OD.
2. Traçar uma circunferência com centro em O e raio OA.
3. Traçar por O a perpendicular a AB que encontre a circunferência em E.
4. Tomar um ponto qualquer em F e traçar por ele a perpendicular a OA, que vai
encontrar a circunferência em G.
5. Por F, traçar a paralela a CD, e por G, a paralela a CE. Essas paralelas distintas
cortam-se no ponto H, que é um ponto da elipse.
6. Repetir essa construção para os outros pontos de AB, e obter outros pontos da
elipse.
7. Para cada ponto H tem-se um ponto I da elipse, bastando tomar FI = FH.
Solução:
107
Diâmetros conjugados: são assim chamados quando um deles divide ao meio todas as cordas paralelas
do outro.
145
9) Dada uma elipse, determinar os focos e os dois eixos.
Solução:
146
3. Sendo a mediatriz de FG uma tangente, obter o ponto de contato M, unindo F’ a
G.
4. Sendo a mediatriz de FG’ outra tangente, unir F’ a G’, obtendo M’ de tangência.
11) Dada uma elipse, pelo eixo maior e pelos focos, determinar as suas
diretrizes108.
Solução:
108
Diretrizes: são retas perpendiculares ao eixo maior e situadas à distância a2/c do centro.
147
12) Construir uma elipse, conhecendo-se os dois focos e uma tangente.
Solução:
13) Construir uma hipérbole dada a constante AA’ = 2a e a distância focal FF’ =
2c.109
Solução:
109
Hipérbole: é o lugar geométrico dos pontos do plano cuja diferença das suas distâncias a dois pontos
dados (os focos) é constante.
148
14) Traçar tangentes à hipérbole dada pela constante AA’ e pela distância focal
FF’.
149
1. Com centro em F’ e raio AA’, traçar um arco (círculo diretor de F’).
2. Traçar em F a perpendicular a r que vai cortar o arco anterior em G e G’,
simétricos de F em relação às tangentes procuradas.
3. Unir F’ a G e F’ a G’, para obter os pontos de contato M e M’.
Observação:
Solução:
110
Parábola: é o lugar geométrico dos pontos do plano que distam igualmente de uma reta dada (diretriz)
e de um ponto (foco) exterior à reta.
150
1. Traçar por F a perpendicular a r.
2. Para determinar dois pontos da parábola, tomar um ponto C qualquer no eixo OF
à direita de A (ponto médio de OF), e por ele traçar a paralela à diretriz r.
3. Com centro em F e raio OC, cortar a paralela em M e M’, que são pontos da
parábola, pois MF = MN = OC.
4. Obter, analogamente, outros pontos da curva, que unidos, dará a parábola.
Solução:
Solução:
1. Com centro em P e raio PF, traçar uma circunferência que corta a diretriz em G
e G’ (simétricos do foco em relação às tangentes).
2. As tangentes são as mediatrizes de FG e de FG’.
3. Traçar por G e G’ as paralelas ao eixo OF, para obter os pontos de contato M e
M’.
151
19) Traçar tangentes paralelas (com relação a uma parábola) a uma reta dada s.
Solução:
Solução:
Solução:
1. Tomar FG = 2d.
2. A mediatriz de FG é a tangente. Com centro em F e raio igual ao raio vetor
dado, obter M na tangente.
3. Unir M a G e traçar por G a perpendicular a GM. Esta perpendicular será a
diretriz.
152
2.15 – Construção de Arcos Arquitetônicos111
Solução:
Solução:
111
Veja-se: www.mat.uel.br/geometrica.
112
O arco pleno ou arco romano é simplesmente a semicircunferência que tem como vão, o diâmetro.
153
3) Construir um arco Ogival Superelevado, sendo dado o vão e a altura.
Solução:
Solução:
154
7. Prolongar as mediatrizes, e encontrar na reta que passa por AB os centros O3
e O3'.
8. Ligar os centros O3 e O3' ao centro O2 e prolongar, encontrando os dois
pontos de tangência na circunferência de centro O2.
9. Com a ponta seca em 03 e abertura O3B, traçar o arco que concorda com a
circunferência de centro O2.
10. Com a ponta seca em O3’ e abertura O3’A, traçar o outro arco que concorda com
a mesma circunferência.
1ª. Solução:
155
4. Determinar a altura MC (dada). Liga AB ao ponto C, formando o triângulo
isósceles ABC.
5. Com centro em M e raio igual à MC, traçar um arco que corte o segmento
AB.
6. Marcar os pontos D e E.
7. Com centro em C e abertura igual à AD ou EB, traçar um arco que corte os
lados do triângulo nos pontos F e G.
8. Traçar as mediatrizes dos segmentos AF e GB. Essas duas mediatrizes cortam
a mediatriz de AB no ponto O.
9. Com a ponta seca em O e abertura OC, traçar um arco que corte as duas
mediatrizes traçadas.
10. Com a ponta seca do compasso nos pontos onde as duas mediatrizes cortam
o segmento AB (O1 e O2) e abertura igual a O1A ou O2B, traçar dois arcos
que concordam com as duas retas e o arco de centro O.
156
4. A mediatriz de AF encontra AB em O’, e o prolongamento de CD em O.
5. Tomar CO” = CO’.
6. Com centro em O e raio OD, traçar o arco GDR.
7. Com centro em O’ e O”, traçar os arcos GA e BH.
Solução:
157
11. Com a ponta seca em O2' e abertura igual a T'C, traçar o arco T'C.
12. Com a ponta seca em O1' e abertura igual a O1'A, traçar o arco AT.
13. Com a ponta seca em O2 e abertura igual a TC, traçar o arco TC.
Solução:
1º Processo:
113
Denomina-se arco aviajado ou arco esconso ao arco formado pela concordância de arcos e suas
nascenças A e B não estão numa mesma horizontal.
158
O arco Botante é definido pelos pontos C e A.
2º Processo:
6. Com a ponta seca no centro O1, traçar uma circunferência de raio R1.
7. Com a ponta seca no centro O2, traçar outra circunferência de raio R1.
8. Ligar o centro O3 ao centro O1 e prolongar até cruzar com a circunferência de
centro O1, obtendo o ponto D.
159
A.
Solução:
Solução:
160
9) Construir um arco Tudor, sendo dado o vão.
Solução:
161
8. Com a ponta seca no centro O1 e abertura O1B, traçar o arco B1.
9. Repetir o procedimento, do lado esquerdo da mediatriz de AB.
10. Com o compasso no centro O3 e abertura igual à O3A, traçar o arco
A2.
11. Com o compasso no centro O4 e abertura O4-2, traçar o arco 2-3.
Solução:
162
5. Traçar uma reta pelo ponto D, que forme com o segmento AB um ângulo de
60°.
6. Traçar outra reta pelo ponto E que forme com o segmento AB o mesmo
ângulo. As retas se encontram no ponto C que está na mediatriz do segmento
AB.
Solução:
163
1. Traçar o segmento AB (vão).
2. Traçar duas retas perpendiculares ao segmento AB, pelos pontos A e B.
3. Prolongar para cima as duas perpendiculares.
4. Traçar pelos pontos A e B duas retas que formam com AB um ângulo igual a
30°.
5. Marcar os pontos C e D no cruzamento dessas duas retas com as duas
perpendiculares.
6. Com a ponta seca no ponto C e abertura igual à CD, traçar um arco que corte
a perpendicular que passa pelo ponto A.
7. Com a ponta seca no ponto D e abertura igual à DC, traçar um arco que corte
a perpendicular que passa pelo ponto B.
8. Com a ponta seca no ponto C e abertura igual à CD, traçar um arco que corte
a perpendicular que passa pelo ponto A.
9. Com a ponta seca no ponto D e abertura igual à DC, traçar um arco que corte
a perpendicular que passa pelo ponto B.
164
4. Com a ponta seca no ponto M e abertura igual a MB, traçar o arco AOB,
encontrando o ponto O no cruzamento do arco com a mediatriz.
5. Com a ponta seca no ponto O e abertura igual à OM, traçar um arco que corte
o arco anterior nos pontos P e Q.
Solução:
5. Com a ponta seca no ponto C e abertura igual a CA, traçar o arco AD.
6. Com a ponta seca no ponto E e abertura igual à EB, traçar o arco DB.
7. Com a ponta seca no ponto D e abertura igual à DE, traçar o arco CE,
encontrando o ponto F onde o arco corta a mediatriz do segmento AB.
8. Com a ponta seca no ponto F e abertura igual à FD, traçar um arco que corta
os arcos AD e DB nos pontos G e H.
165
14) Construir um arco Capaz, sendo dados o ângulo e o vão.
Solução:
Pela escolha aleatória do ponto C do arco, veja-se que dele partem duas semi-
retas que passam pelos pontos A e B e formam um ângulo ACB igual a 65°.
166
2.16 – Geometria Sangaku114
Histórico: 115
Foi então que começaram a aparecer várias gravuras com teoremas geométricos,
escritas numa língua antiga do Japão, o Kanbum. Essas gravuras, feitas em madeira,
eram dadas como oferendas aos deuses nos santuários xintoístas e nos templos
budistas,116 e tinham como conteúdo resultados geométricos apresentadas por meio de
figuras artisticamente trabalhadas, acompanhadas de um texto explicativo. Essas
gravuras eram chamadas Sangaku. Diversos matemáticos se tornaram famosos nesta
época, fosse como mestres, fosse para divulgar suas descobertas. Os mais conhecidos
são: Seki Kowa Takakazu (1642-1708), Takebe Katahiro (1664-1739) e Aida Yasuaki
(1747-1817).
As gravuras do início do período Edo ocupavam placas retangulares de
aproximadamente 50 cm por 30 cm; gravuras mais recentes foram feitas em placas de
madeira de 180 cm por 90 cm. A figura abaixo mostra uma gravura sangaku.
114
Para maiores informações, veja-se o site (do qual o texto histórico foi parcialmente adaptado, a partir
de um texto de Cláudio Arconcher): http://www.rpm.org.br/novo/conheca/49/1/sangaku.htm. Veja-se
também: http://cabrisoluciondeproblemas.netcipia.net/xwiki/bin/view/Main/sangaku3d. Pode-se consultar
também o site: www.asahi-net.or.jp, bem como a revista Scientific American Ed. Especial n. 11,
Etnomatemática, p. 30 ss.
115
A rigor, este texto faz parte da geometria matemática, sendo apresentado aqui tão somente para dar a
conhecer uma parte pouco conhecida da geometria japonesa.
116
O templo de Asakusa, em Tóquio, conserva 215 tabuletas de madeira.
167
Um grande número de problemas envolvem circunferências e elipses, sendo que
o grau de dificuldade dos problemas é, em geral, elevado.
Demonstração:
168
Os triângulos retângulos e são congruentes ( e são
tangentes por B) e, lembrando que o ângulo mede , segue que também os
triângulos retângulos e são congruentes, implicando . Então,
tem-se que os triângulos e também são congruentes, logo, o ângulo entre
os segmentos AL e AB mede . Observe-se que logo, o
que implica , e que o ponto L pertence ao segmento BC. Além disso, tem-se
que a medida do ângulo também é . Isso permite provar, de modo análogo, que
o simétrico de em relação a AC também coincide com L, ou
Finalmente, tem-se o que completa
a demonstração.
A construção à esquerda, que poderia ser aceita como um resultado válido, não
constrói, verdadeiramente, um quadrado. Apesar de a figura possuir quatro ângulos
retos, a diagonal de um dos quadrados menores é um número irracional, e não poderia
resultar do lado quadrado menor mais a metade do lado, que é um número racional.
Na outra construção, dois quadrados são divididos ao longo de suas diagonais.
Em seguida, cada um destes quatro triângulos é colocado ao lado do terceiro quadrado,
de modo que o vértice do ângulo reto do triângulo coincida com o vértice do quadrado.
Juntam-se os vértices dos ângulos retos de quatro triângulos por meio de uma linha. De
cada triângulo maior um triângulo menor é formado por essa linha. É fácil provar que,
em cada lado do quadrado, os pequenos triângulos externos e internos são iguais.
117
Adaptado de: http://www.mat.uel.br/geometrica/artigos/GRAPHICA_2007B.pdf.
169
170
Capítulo III
Geometrias Não-Euclidianas
“Se uma reta, ao cortar outras duas, faz os ângulos interiores de um mesmo lado
menores do que dois ângulos retos, as duas retas, indefinidamente prolongadas, se
encontram deste mesmo lado”.
O modo como este postulado foi formulado conduziu à hipótese de que ele
poderia ser demonstrado como um teorema. Comentadores gregos e árabes (das obras
de Euclides) fizeram inúmeras tentativas infrutíferas, com este objetivo.
Investigando os ângulos ACD e BCD (que ele chamou ângulos de topo), admitiu
118
Não há uma, e sim, várias geometrias não-euclidianas.
171
as seguintes hipóteses:
Outas contribuições vieram com o matemático francês Poincaré, bem como pelo
matemático italiano Beltrami. Este sugeriu que os postulados da geometria hiperbólica
podiam ser trazidos para uma superfície plana em formato de sela.124
119
O que ele realizou, entre 1821 e 1838.
120
Pela razão de que as retas sobre a sua superfície descrevem hipérboles.
121
E corresponde à hipótese III de Saccheri. Esta superfície é dita ser de curvatura positiva.
122
Devido a que as retas sobre a sua superfície descrevem elipses.
123
Corresponde à hipótese II de Sacchieri. Esta superfície é dita ser de curvatura negativa.
124
Essa superfície é gerada pela revolução de uma curva denominada tractrix em torno de um eixo (sua
assíntota). A tractrix é uma curva na qual o comprimento de cada tangente, do ponto de contato até a
intersecção com o eixo, é constante. A curva é descrita pela extremidade de uma tangente de
comprimento fixo, enquanto a outra extremidade desloca-se ao longo de um eixo no qual a curva
aproxima-se assintoticamente de cada lado. Qualquer geodésica sobre esta superfície satisfaz os
postulados da geometria hiperbólica, em especial, o postulado das paralelas.
172
3.1.2 – A Geometria de Riemann
125
Uma esfera tem curvatura constante positiva.
126
A esfera tem curvatura positiva porque, para qualquer ponto dela, a esfera encontra-se sempre do
mesmo lado do plano tangente a esse ponto. Numa sela isto não acontece. Qualquer que seja o ponto da
sela, a superfície atravessa sempre o plano tangente em torno desse ponto, e por isso a curvatura é
negativa. Além disso, a sela, ao contrário da esfera, não se fecha nem é limitada. Outros exemplos de
superfícies negativas são a pseudoesfera e a superfície de Dini. Ambas são superfícies de curvatura
constante negativa. A superfície Dini é tambem conhecida como superfície one-soliton. As equações
paramétricas da superfície Dini são: x = (u - t); y = (r * cos(v)); z = (r * sen(v)).
173
processo que é utilizado pelos geógrafos para localizar um ponto qualquer sobre o globo
terrestre, e que utiliza meridianos de longitude e paralelos de latitude.
No diagrama a seguir, que utiliza um sistema de coordenadas Y (latitude) e X
(longitude), para ir do ponto M até o ponto vizinho N, pode-se adotar o seguinte
processo. Mantendo a longitude constante, vai-se do ponto M até oponto P’; em
seguida, mantendo a latitude constante, vai-se do ponto P’ até o ponto N. A distância
entre os pontos M e N pode ser encontrada pelo teorema de Pitágoras:
sendo que E e G são iguais a um, e F igual a zero. Numa superfície curva, entretanto, os
valores numéricos de E, F e G variam, mostrando as variações de curvatura de um
127
A curvatura (de Gauss) de uma superfície é a medida escalar da taxa de variação da direção de um
vetor normal unitário em torno da superfície. Um plano tem curvatura zero: tem direção normal constante.
Uma esfera tem curvatura constante: o seu vetor normal unitário varia a uma taxa constante em todos os
pontos.
174
ponto para o outro.128
Um espaço que tem essa métrica é chamado espaço de Riemann. Nesse espaço,
os coeficientes g (ou constantes g) são função de x, y e z. O espaço euclidiano é um caso
especial desse espaço, onde g11 = g22 = g33 = 1 e os outros coeficientes g são iguais a
zero.
Procurando tornar rigorosos os conceitos relativos aos espaços n-dimensionais,
Riemann, por meio de uma análise cuidadosa, observou o seguinte. Uma partícula pode,
em tese, mover-se continuamente ao longo de uma linha, de ponto para ponto. Ele
chamou então de contínuo a qualquer objeto geométrico com qualquer número de
dimensões, através do qual uma partícula poderia mover-se. Um contínuo de duas
dimensões é uma superfície, e o espaço euclidiano é um contínuo de três dimensões,
incrustado em um contínuo de n dimensões.
A métrica que define esses espaços exige três números para definir a curvatura
em um contínuo de três dimensões; exige seis números para um contínuo de quatro
dimensões, e assim por diante.
Riemann sugeriu que, assim como o plano é uma superfície de curvatura nula,
um espaço plano seria aquele no qual seriam nulos todos os números que definem a
128
Além da curvatura de Gauss, que é intrínseca à superfície e não depende do modo como ela está
imersa no espaço, pode-se definir também a curvatura média em um ponto. Para isso, consideram-se as
curvas determinadas pela intersecção da superfície com planos perpendiculares ao plano tangente a esse
ponto. Tomam-se depois os valores máximo e mínimo das curvaturas destas curvas (curvaturas
principais). A curvatura média da superfície nesse ponto é a média destes dois valores.
175
curvatura do espaço n-dimensional. No espaço de três dimensões, como se viu, vle a
equação ds2 = dx2 + dy2 + dz2. A diagonal de um cubo de lados dx, dy e dz tem essa
mesma representação matemática, o que sugere que o espaço euclidiano seria
“achatado” (ou seja, o espaço tridimensional poderia ser dividido em cubos iguais, com
os lados dos cubos iguais a dx, dy e dz), ou “plano”. Os espaços métricos de ordem
superior, por outro lado, deveriam ter (de acordo com Riemann) uma curvatura
constante e positiva, mas a verificação disto, afirmou ele, deveria ser de ordem
experimental. Se o espaço tridimensional se curva dentro de um “espaço” de dimensão
superior, isto significa que na geometria não-euclidiana uma outra dimensão é
acrescentada. Neste caso, o espaço curvo pode se tornar esférico, ou espaço “fechado”
(como na geometria de Riemann) ou então hiperbólico, ou espaço “aberto” (como na
geometria de Lobachevski).
176
é um contínuo quadridimensional, com três dimensões posicionais e uma dimensão que
caracteriza o instante de um evento. Um evento, portanto, é determinado por quatro
números. Mas ao conceito de espaço (espaço-tempo) une-se o conceito de campo, que é
usado para representar os fenômenos físicos: os fenômenos de inércia e gravitacionais.
Estes se explicam por mudanças na métrica do campo, ou, o que é o mesmo, pelas
variações na densidade da matéria e da energia, os quais provocam a curvatura do
espaço. Para Einstein, o conceito de campo substitui com vantagem tanto o conceito de
espaço (estrito) quanto o de matéria.
Sendo impossível colocar os eventos de um sistema em coordenadas, que são
puramente locais, Einstein apelou para os tensores,129 os quais permitem um estudo de
espaços n-dimensionais sem preocupação com a sua interpretação física. Ao apresentar,
também, fórmulas de transformação entre sistemas diferentes de coordenadas, ele
introduziu um invariante (um absoluto) na relatividade dos sistemas métricos. De
acordo com Einstein, o que se curva não é o espaço, e sim o espaço-tempo; além disso,
em velocidades próximas à da luz, as mensurações neste contínuo quadridimensional, se
efetuadas conforme os moldes da geometria euclidiana, devem apresentar contração
espacial (os objetos de medida – réguas, por exemplo), no sentido do movimento, e
dilatação ou expansão temporal (os relógios), de acordo com as transformações
previstas por Lorentz. Já no contexto de uma geometria não-euclidiana, não tem sentido
falar em contração ou expansão.
Para visualizar a geometria quadridimensional, costuma-se simplificá-la em uma
representação em duas dimensões. No gráfico a seguir, representa-se a evolução
temporal de uma partícula (o eixo t é chamado de linha-mundo da partícula), sendo que
acima de O representa-se o futuro, e abaixo, o passado. A borda do cone representa o
limite da velocidade da luz, sendo que qualquer partícula deverá estar entre o eixo
vertical e a borda do cone (a única partícula que será encontrada nesta borda é o fóton,
partícula que se desloca com velocidade c). Naturalmente, nenhuma partícula poderá se
localizar além da borda do cone.130 A trajetória OP representa o intervalo de tempo
entre os eventos O e P.
129
A grandeza tensorial é uma generalização da grandeza vetorial.
130
Especulativamente, supõe-se a existência de partículas denominadas táquions, cuja velocidade de
deslocamento é maior do que c.
177
178
Capítulo IV
Elementos de Topologia
131
Veja-se: http://pt.wikipedia.org/wiki/Topologia_(matematica).
132
A topologia é um ramo da matemática que estuda os espaços não métricos chamados espaços
topológicos., e as propriedades invariantes pelo grupo das deformações. Ela é também chamada de
geometria da folha de borracha. Currículos acadêmicos sobre graduação e pós-graduação em Topologia
podem ser encontrados em: https://sistemas.usp.br/fenixweb/fexDisciplina?sgldis=SMA5883 ou em:
http://www.icmc.usp.br/~topologia/principal.htm.
179
As transformações topológicas envolvem uma propriedade denominada genus133
da superfície. Define-se o genus como o número de buracos, furos ou cortes fechados
que tem o objeto, que não se interceptam e que se podem fazer na superfície sem dividi-
la em pedaços. Assim, a esfera134 é, topologicamente, o objeto mais simples, porque não
possui furos, e assim se diz que ela tem genus 0 (zero); o toro tem genus 1, um pote de
duas alças tem genus 2, e assim por diante.
Alguns objetos complexos, como uma cadeira, por exemplo, podem ser difíceis
de classificar, com relação ao genus.
133
Ou gênero.
134
Como também qualquer corpo de superfície fechada, como o cubo, por exemplo. Mesmo massas
amorfas podem ser assim consideradas.
135
Objetos equivalente ou homeomorfos.
136
Note-se que a superfície interna da caneca não é um furo, porque não a atravessa.
180
esfera, pela adição de argolas. A adição de uma argola resulta na superfície gênero-1, ou
toro. A adição de 2 argolas resulta em uma superfície gênero-2, e assim por diante.
Superfícies minimais: são superfícies que possuem a menor área possivel entre
as superfícies com um dado bordo, e por isso têm curvatura média nula. O que
caracteriza uma superfície minimal é que, em torno de qualquer ponto, ela se curva
positivamente ao longo de uma dada direção principal, e negativamente na direção
perpendicular.
137
Unindo as extremidades de um tubo ou cilindro obtem-se o toro, que é orientável e é também uma
superfície minimal.
138
August Ferdinand Möbius (ou: Moebius), (1790-1868), matemático e astrônomo alemão.
139
Uma das propriedades do anel de Möbius é que ele tem uma única superfície, ou um único lado.
181
Uma das propriedades do anel de Möbius é que ele é a única estrutura em três
dimensões que tem apenas uma face. Outra propriedade é que, se cortado ao meio
longitudinalmente, surgem dois novos anéis, um maior e outro menor, inserido o menor
no maior.
140
Felix Klein, matemático alemão (1849-1925). Unindo as extremidades de um tubo com orientações
opostas consegue-se a garrafa de Klein. Topologicamente, diz-se que a garrafa de Klein é “um espaço
topológico obtido pela colagem de duas fitas de Möbius”, e é compacta, não-orientável e conexa.
141
Variedades que não são compactas podem ser consideradas infinitas ou com contorno.
142
As variedades de 3-dimensões mais complexas que a 3-esfera apresentam contornos claros como
muros, ou múltiplas conexões de uma região para outra.
143
A esfera é a única forma que tem curvatura positiva constante.
144
Na figura b pode ser visto que o toro pode ser mapeado como um plano; para isto, ele é cortado,
182
com duas ou mais argolas, possuem curvatura negativa (parecida com a curvatura de
uma sela).
Em uma 2-esfera, qualquer laço fechado afixado pode ser encolhido até virar um
formando um cilindro, que é novamente cortado e desenrolado para formar um plano retangular liso.
145
Conforme a Classificação de Variedades de 3-dimensões de Perelman.
183
ponto. Em um toro, um laço fica preso em um buraco no meio. Assim, todas as
superfícies, exceto a 2-esfera, possuem argolas nas quais o laço pode ficar preso.146
Na fita de Möbius, são necessárias seis cores para garantir que nenhuma área
terá a mesma cor que a área vizinha.
Para o toro, são necessárias sete cores para garantir a mesma finalidade.
Teorema do ponto fixo: este teorema diz que, se uma folha de papel quadriculada
e numerada seqüencialmente é amarrotada e colocada sobre outra folha idêntica, há
146
De acordo com a chamada Conjectura de Poincaré, a 3-esfera é a única de todas as variedades de 3-
dimensões na qual qualquer laço nela pode ser colapsado até virar um ponto, pois em todas as variedades
de 3-dimensões, o laço pode ficar preso. Esta conjectura pode ter sido provada pelo matemático russo
Grigory Perelman, em 2002.
147
Quatro é o número mínimo e suficiente para colorir qualquer mapa.
184
sempre um número que fica em cima do seu correspondente.148 Esta transformação de
superfície é chamada de transformada em si mesma.
148
Um dos pontos da folha amarrotada deve continuar em seu ponto de partida. No exemplo, o ponto fixo
é um ponto situado na região do número 78.
185
186
Capítulo V
149
Que são curvas fechadas.
187
(vermelho) está por cima do outro (preto). A paridade de um número diz se ele é par ou
ímpar.
Nos enlaces encadeados e não encadeados simples, o total de voltas de um fio
em volta do outro é 1 (ímpar), no primeiro caso, e é zero (par), no segundo caso.
Entretanto, nos enlaces mais complexos (entrançamentos com diversos cruzamentos), a
paridade par não garante que o enlace possa ser dissolvido (separado).
150
Se a direção das setas for invertida, o sinal do número de enlaçamento muda.
151
Não se conhece nenhum invariante perfeito para enlaces.
188
outro por deformação contínua.152
152
Dois enlaces com diferentes invariantes devem ser topologicamente diferentes (não são equivalentes).
Mas isto não significa que se tiverem o mesmo invariante serão topologicamente iguais. Só é possível
saber se dois enlaces são equivalentes realizando-se uma deformação específica que transforme um no
outro.
153
Uma trança é um sistema entrelaçado de linhas que, de modo diferente dos enlaces, não se fecham em
um laço, mas iniciam e terminam no equivalente matemático de duas fivelas de cabelo, uma acima e outra
abaixo da trança. A trança pode ser suposta como um tipo especial de enlace, só que cortado.
154
Há aqui uma vantagem em relação ao enlaces vistos no item anterior. Neste caso, com uma simples
conta, e sem tocar um nó, é possível saber se ele pode ser desfeito, ou não.
155
Descoberto em 1926 por James W. Alexander (1888-1971).
189
O matemático Vaughan Jones investigou a semelhança entre objetos
matemáticos de origens diversas156 e descobriu uma forma de definir um invariante
polinomial para enlaces. Foi de onde surgiu o seu polinômio.
Outro polinômio ainda mais geral foi uma descoberta coletiva, e das iniciais de
seus descobridores surgiu o seu nome: Polinômio de HOMFLY (de Hoste, Ocneanu,
Millet, Freyd, Lickorish e Yetter).
Cada enlace é definido pelos seus cruzamentos e pela forma como estão
conectados entre si.157 Ao se deformar continuamente um enlace, a sua projeção
também se modifica. Mas as relações entre as posições dos cruzamentos entre si
permanecem iguais de modo geral, ainda que as curvas conectoras se modifiquem.
Entretanto, às vezes, os próprios cruzamentos se modificam.
156
Jones investigava a função traço na álgebra de operadores, e se percebeu que alguns de seus
operadores se comportavam de modo muito similar àqueles da teoria das tranças.
157
É o denominado esquema da projeção.
190
para provar que um determinado teorema é um invariante de enlace, é suficiente
demonstrar que cada uma das três operações elementares o mantém inalterado.
5.2 – Politopos
158
Este polinômio não é exatamente um invariante; é um quase-invariante. Isto porque ele é invariante
sob entrelaçamento e transposição, mas não sob torção.
159
Adaptado de O Polinômio de Jones, In: Scientific American, Matemática. Edição Especial no. 1. São
Paulo: Duetto Editorial, 2002.
160
O polinômio de chaves da circunferência é a constante 1.
161
Se a um dado enlace K é acrescentada uma circunferência (não entrelaçada com ele), o polinômio de
chaves deve ser multiplicado por - [ a-2 + a2 ].
162
Ludwig Schläfli (1814-1895), matemático suíço, criador da geometria multidimensional.
163
Os politopos, por serem multidimensionais, não se pode dizer que são figuras sólidas.
191
Nome Denominação V A F 2D F 3D
Simplex Pentacore 5 10 10 triângulos 5 tetraedros
Hipercubo Tesseract 16 32 24 quadrados 8 cubos
16 Hexadecacore 8 24 32 triângulos 16 tetraedros
24 Icositetracore 24 96 96 triângulos 24 octaedros
120 Hecatonicosacore 600 1200 720 pentágonos 120 dodecaedros
600 Hexacosicore 120 720 1200 triângulos 600 tetraedros
5.3 – Poliominós
• Poliominós de lado único: são poliominós que não podem ser obtidos uns
dos outros por qualquer composição de rotações.
• Poliominós de forma livre: são poliominós que não podem ser obtidos uns
dos outros por qualquer composição de rotações e reflexões.
Translação: ocorre quando a figura desliza para uma nova localização, sem
164
Cada quadrado tem que estar ligado a pelo menos um dos quadrados restantes por uma das arestas.
165
A ordem do poliominó corresponde ao número de quadrados que o compõe: se for formado por um
único quadrado é um monominó, se for formado por dois quadrados é um dominó, por três quadrados é
um triminó, por quatro é um tetraminó, por cinco é um pentaminó, e assim por diante.
192
mudar a sua orientação.
Reflexão: ocorre quando uma figura é virada de forma tal que se cria uma
imagem de espelho da figura original.
166
Note-se que a figura original (de grau 3) tem sempre o mesmo formato (mas há um segundo formato
para o triminó). O quadrado vermelho faz uma rotação à sua volta, ocupando sete posições sucessivas.
167
Apesar de serem formadas sete figuras, a forma livre do tetraminó tem somente cinco figuras (B e G, e
D e E são uma única figura: por exemplo, E é uma rotação de D).
193
5.3.3 – Conjuntos de Poliominós de Forma Livre
168
A poliominologia é o estudo dos poliominós e das suas propriedades. Ela tenta responder a perguntas
do tipo: quantos poliominós diferentes de uma determinada ordem podem ser encontrados? Até hoje, só
se sabe qual é o número de poliominós existentes para ordens até 18.
194
Hexaminós: existem 35 poliominós de grau 6 distintos.
169
Basta inspecionar as figuras para se perceber que nem todos os hexaminós podem ser dobrados de
forma a se obter um cubo.
195
5.4 – Hexaflexágonos
170
Um capítulo que descreve hexágonos pode ser encontrado no livro de Martin Gardner, Mathematical
Puzzles and Diversions, publicado inicialmente em 1959, mas sempre republicado.
196
mostrado em (B), acima. Com efeito, a tira foi dobrada até tornar-se uma espiral
achatada.
Dobra-se a tira para trás na linha A-B, e de novo para trás na linha C-D da figura
(C). Ao final, dobra-se em C-D, trazendo a ponta da tira para cima e para frente, de
modo que os triângulos numerados em 3 fiquem face a face aos outros triângulos
numerados em 3. O resultado é mostrado em (D).
Finalmente, dobra-se a aba excedente do último triângulo e colam-se as duas
faces em branco juntas.
Se for feito corretamente, uma face do hexágono terá todos os triângulos com
números 1, e a outra face, toda com números 2.
Poliedros móveis: são objetos geométricos sólidos cujos vértices podem sofrer
movimentações limitadas, sem que a figura se rompa e sem que o volume se modifique.
A figura abaixo mostra um exemplo de poliedro móvel, chamado de Poliedro de
Connely-Steffen, com as respectivas instruções de montagem (distâncias dadas em
centímetros).
197
(Deixar bordas para serem coladas).
O modelo abaixo, pronto e colado, seguro com dois dedos pelas extremidades de
sua aresta mais longa, pode ter o seu vértice oposto movido de um lado para o outro em
cerca de 10 graus.
198
Poliedros oscilantes: são objetos que podem adquirir diversas formas mais ou
menos simétricas, a partir de uma disposição geométrica inicial. A figura a seguir dá o
esquema171 para montar o chamado Corpo transformável de 16 partes, de Klaus-Dieter
Pfeffer, cujas variações são dadas logo a seguir.
171
Para recortar e montar, a figura deve ser aumentada de modo que a maior aresta fique com 8 cm.
199
5.6 – Origami
Origami172 é a arte japonesa de dobrar papéis. É uma arte meticulosa, que pode
conseguir prodígios de construção como o dragão de papel, mostrado na figura a seguir.
Como arte, o origami pode dar origem a uma grande quantidade de objetos de
papel originais. Atualmente cartões de todo tipo,173 livros didáticos, recreativos ou de
divulgação científica costumam usar figuras origami, para ilustração.174
172
A origem, história e evolução do origami pode ser encontrada em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Origami.
173
Do tipo que, quando o cartão se abre, várias figuras se destacam, em três dimensões.
174
Exemplos retirados do site: http://www.origami.com.br/about/index.html.
200
Há toda uma teoria geométrica associada às figuras origami. O problema
específico é saber se podem, ou não, ser construídas figuras com dobraduras.175
Considerando somente dobraduras planas cujos vincos representam retas ou segmentos
de retas, as construções geométricas que podem ser realizadas por dobraduras foram
agrupadas em sete casos, conhecidos hoje como os Axiomas de Huzita-Hatori.176
175
Problemas que consideram o corte e a dobradura (empacotamento) são chamados Bin Packing
Problems, em uma, duas ou três dimensões. Estes problemas, no entanto, não serão abordados aqui.
Informações sobre este tema podem ser vistas em: http://www.astrokettle.com/index.html; na
WIKIPÉDIA, no verbete Bin Packing Problem, em: http://en.wikipedia.org/wiki/Bin_packing_problem;
em http://www.cs.arizona.edu/icon/oddsends/bpack/bpack.htm (para algoritmos em 1D), ou, em
português: http://www.sbmac.org.br/eventos/cnmac/xxxi_cnmac/PDF/188.pdf.
176
O estudo algébrico destes axiomas conduziu a um resultado importante: as dobraduras podem
solucionar problemas que envolvem equações quadradas, cúbicas e quárticas com coeficientes racionais
(insolúveis por construções feitas com régua e compasso). Além desses, podem ser resolvidos também
problemas como a trissecção do ângulo e a duplicação do cubo.
201
5.6.1 – Axiomas da Dobragem Origami177
1) Dados os pontos p1 e p2, existe apenas uma dobra que passa por eles;
2) Dados os pontos p1 e p2, existe apenas uma dobra que coloca p1 sobre p2;
3) Dadas as linhas l1 e l2, existe uma dobra que coloca l1 sobre l2;
4) Dados um ponto p1 e uma linha l1, existe uma dobra única que é
perpendicular a l1 e que passa por p1;
5) Dados dois pontos p1 e p2 e uma linha l1, existe uma dobra que passa coloca
p1 sobre l1 e que passa por p2;
177
Veja-se: http://www.langorigami.com/science/hha/hha.php4. Veja-se também: Origami Design
Secrets, de Robert Lang.
202
6) Dados dois pontos p1 e p2 e duas linhas l1 e l2, existe uma dobra que pões
simultaneamente p1 sobre l1 e p2 sobre l2;
7) Dados um ponto p1 e duas linhas l1 e l2, existe uma dobra que coloca p1
sobre l1 e que é perpendicular a l2.
178
Conhecido como Paper Folding Problem.
179
Britney fez 9, 10, 11 e 12 dobragens sucessivas.
180
Veja-se o site: http://orig4mi.wordpress.com/2008/10/17/mito-detonado-parte-1/.
203
A estudante deduziu duas fórmulas matemáticas:181 uma para o caso em que as
dobras são feitas em direções paralelas (é o mesmo que dobrar uma folha extensa de
papel higiênico, reduzindo seu comprimento cada vez pela metade); outra, para o caso
em que as dobras são feitas em direções perpendiculares, de maneira alternada (é o caso
de se dobrar uma folha quadrada, girando-a 90° cada vez).
Calcula-se então quanto papel é gasto em cada dobra, começando pela primeira
(D1). Supõe-se, para simplificar, que a folha de papel não se estica, nem se comprime.
Ao formar a dobra, a superfície interna do papel deve se enrugar, acompanhando a
curva da superfície externa. As rugas não estão representadas no esboço acima, e são
desprezados quaisquer efeitos que possam ter nos cálculos.
l1 = πd.
181
Veja-se o site: http://pomonahistorical.org/12times.htm.
204
l2 = πd + 2πd = 3πd
A soma entre parênteses, sendo uma soma aritmética finita (ou uma progressão
aritmética), com diferença constante entre os termos consecutivos, é igual a:
Cada uma das somas à direita é uma série geométrica finita, em que o quociente
entre termos consecutivos é constante, e pode ser calculada pela fórmula:
1 + r + r2 + ... + rk = (1 – rk+1)/(1 – r ).
Para o caso de uma dobragem em uma simples direção a equação é dada por:
W = π.t.23(n-1)/2
182
Estas construções devem ser realizadas em papel. Os exemplos foram retirados do texto Matemática e
Origami, onde podem ser encontrados inúmeras outras dobragens origami, com demonstrações
matemátcas. O texto (PDF) pode ser encontrado em: http://www.atractor.pt.
205
Numa folha quadrada marcar um ângulo agudo qualquer.
Dobrar horizontalmente a folha e marcar o ponto C.
Dobrar horizontalmente a folha a partir do ponto médio B, de AC.
Dobrar de forma que o ponto A fique sobre a linha horizontal indicada, e o ponto
C sobre a linha oblíqua marcada em (1).
Marcar os pontos A’, B’ e C’.183
183
Na dobragem, o ponto B é transportado, indicando a posição do ponto B”.
206
2) Dividir um quadrado de papel em três retângulos iguais, com dobragem
origami.
207
O ponto G encontrado é o ponto de interseção de AD com AB na nova posição.
Assim, AG = 1/3 AB.
Dividir o segmento GB ao meio (com isso, AB fica dividido em três segmentos
iguais), e vincar nos pontos encontrados.
Dobrar de forma que o ponto A fique sobre a borda direita, e o ponto B sobre a
linha horizontal, como mostrado abaixo.
208
O ponto A’ encontrado na borda direita divide o lado do quadrado em dois
segmentos, t e a, cuja razão entre si é de 3√2.
4) Dobrar uma folha de papel de modo que os nove pontos dispostos sobre ela
fiquem alinhados.185
184
A demonstração matemática desta dobragem pode ser encontrada no texto citado.
185
Problema retirado de ADAMS, James L. 1994, p. 42.
209
5.7 – Elementos de Teoria dos Grafos186
O nome grafo (G) é um conceito abstrato e intuitivo que se usa para representar
a idéia de uma relação existente entre vários objetos. Graficamente, é representado por
pontos (nós ou vértices), que significam os objetos. Estes são unidos por traços
denominados arestas, que configuram a relação. A figura à direita à denominada self-
loop.
186
Para maiores informações, veja-se: http://www.inf.ufsc.br/grafos/livro.html. Veja-se também o site:
http://www.dimap.ufrn.br/~dario/arquivos/Cap2_Grafos-2001.pdf.
187
( | V | = n , | E | = m ).
210
V - conjunto não vazio: os vértices ou nodos do grafo;
E- conjunto de pares ordenados a = (v,w).
V = { p | p é uma pessoa }
E = { (v,w) | < v é amigo de w > }
Esta definição representa toda uma família de grafos. Um exemplo de elemento desta
família (G1) é dado por:
V = { A , B, C, D }
A = { (A,B) , (A,C) , (B, C) , (B,D) }
G1
211
V = { p | p é uma pessoa da família Z }
A = { (v,w) | < v é pai ou mãe de w > }
V = { A,B,C,D,F,G }
A = {(B,A), (D,C), (G,A), (F,D), (G,D)}
G2
AS relações aqui definidas não são simétrica, porque se <v é pai/mãe de w>,
não é o caso de <w é pai/mãe de v>. Há, então, uma orientação na relação, com um
correspondente efeito na representação gráfica de G.
Duas arestas são ditas adjacentes se possuem uma extremidade (vértice) comum.
Grau: O grau de um vértice é dado pelo número de arestas que lhe são
188
Em outras palavras, dois vértices v ∈ V e w ∈ V de um grafo G(V,E) são denominados adjacentes se
existe a aresta (v,w), ou seja, (v,w) ∈ E.
189
Uma aresta é incidente a um vértice se este vértice for uma de suas extremidades. Deste modo, as
arestas (u,v) e (v,w) são incidentes ao vértice v.
212
incidentes. Em G1, por exemplo:
grau(B) = 3
grau(A) = 2
grauDeEmissão(B) = 1
grauDeEmissao(G) = 2
grauDeEmissao(C) = 0
grauDeRecepção(A) = 2
grauDeRecepção(F) = 0
grauDeRecepção(C) = 1
Laço: um laço é uma aresta ou arco do tipo a = (v,v), ou seja, que relaciona um
vértice a ele próprio. No exemplo abaixo, há três ocorrências de laços para um grafo não
orientado.
Grafo Regular: um grafo é dito ser regular quando todos os seus vértices tem o
mesmo grau. O grafo abaixo, por exemplo, é dito ser um grafo regular-3, porque todos
os seus vértices tem grau 3.
Grafo Completo ou Clique: um grafo é dito ser completo quando há uma aresta
entre cada par de seus vértices, ou seja, seus vértices são interligados ou adjacentes, dois
213
a dois, de forma que o caminho mais curto entre quaisquer dois vértices v e w é a aresta
(v,w).
V=HUM
A = {v ∈ H e w ∈ M) ou (v ∈ M e w ∈ H) e <v foi namorado de w>}
214
G3
O grafo abaixo é um K3,3, ou seja, um grafo bipartido completo, que contém duas
partições de três vértices cada uma. Ele é completo porque todos os vértices de uma
partição estão ligados a todos os vértices da outra partição.
215
topológica, enquanto que a rede corresponde às informações relacionadas.
G= (V,E,w), em que:
As redes podem ser: rede de telecomunicações; rede de estradas (de todo tipo);
rede elétrica; rede de atividades em projetos, etc.
190
No caso do primeiro exemplo de rede, são os números representativos dos tempos de vôo.
216
______________________________________________________________________
191
Sobre programação PERT, veja-se: http://www.engprod.ufjf.br/fernando/epd015/PERT_CPM.pdf.
217
Em 1964, o professor John Fondahl, da Universidade de Stanford, aperfeiçou o
sistema PERT, criando o chamado Precedence Diagramming – PD. Este modelo
simplificou o processo de execução de gráficos, além de ter uma grande facilidade de
revisão e ser de excelente maneabilidade.
De um modo geral, o PD (NeoPERT, no Brasil) é uma inversão do PERT: o que
era atividade passa a ser nó, e o que era nó passa a ser atividade.
O grande diferencial do sistema PD é o uso do nó para acumular informações
essenciais à condução do projeto, informações estas que permitem acelerar ou atrasar as
atividades encontradas no caminho crítico. Além disso, o PD facilita a diagramação,
alem de eliminar os eventos-fantasma, porque basta inserir uma atividade onde se
desejar, sem que isto afete o diagrama (a rede) como um todo.
218
______________________________________________________________________
Subgrafo: um grafo Gs(Vs, Es) é dito ser subgrafo de um grafo G(V,E) quando
Vs ∈ V e As ∈ A. O grafo abaixo, por exemplo, é um subgrafo do grafo do exemplo
anterior.
219
Cadeia: uma cadeia é uma seqüência qualquer de arestas adjacentes que ligam
dois vértices. O conceito de cadeia vale também para grafos orientados; basta que se
ignore o sentido da orientação dos arcos. A seqüência de vértices (x6, x5, x4, x1) é um
exemplo de cadeia (em G4, à frente).
A cadeia é:
G4
220
Um Ciclo que passa por todas as arestas de um grafo é chamado Ciclo
Euleriano, e um Circuito elementar que passa por todos os vértices é chamado Circuito
Hamiltoniano.192
G5
Grafo Conexo: um grafo G(V,E) é dito ser conexo se existir pelo menos uma
cadeia ligando cada par de vértices deste grafo G. 193
192
Um famoso problema de Circuito Hamiltoniano não resolvido é o Problema do Caixeiro Viajante.
Este problema consiste em analisar todos os circuitos hamiltonianos existentes para (n+1) pontos. O
número máximo de caminhos, então, é n!, um valor que aumenta enormemente em função do valor de n.
193
A idéia de conexidade está diretamente ligada à possibilidade de passagem de um vértice a outro num
grafo, através das arestas existentes.
221
Grafo Desconexo ou Não-Conexo: um grafo G(V,E) é dito ser desconexo se
existir pelo menos um par de vértices que não é unido por nenhuma cadeia.
222
Base: uma base de um grafo G(V,E) é um subconjunto B ∈ V, tal que:
Árvore: é uma estrutura de dados que possui uma relação hierárquica entre seus
elementos. É também um conjunto finito de um ou mais nós, sendo que um deles é
denominado raiz, e os demais, recursivamente, formam uma nova árvore ou sub-árvore.
Quando, em um determinado sub-nível a árvore tem um único nó, sem
descendentes, ele é chamado de folha. A árvore da figura abaixo tem as seguintes
folhas: D, E, G, H e I.
223
Uma árvore é um grafo conexo sem ciclos, e todo grafo G deste tipo que possua
n vértices tem exatamente (n-1) arestas.
Todo par de vértices de G é unido por uma única cadeia simples. No exemplo
anterior, a cadeia A-C-F-G é a única que liga os vértices A e G.
Seja G(V,E) um grafo com ordem (n > 2); as propriedades seguintes são
equivalentes para caracterizar G como uma árvore:
Arborescência: uma arborescência é uma árvore que possui uma raiz. Aplica-se,
portanto, somente a grafos orientados.
224
Grafo Planar: um grafo G(V,E) é planar se for possível dispor os seus vértices
em um plano de modo que não haja cruzamento de nenhum par de arestas. Abaixo,
aparecem três representações gráficas distintas para uma K4 (grafo completo de ordem
4). Ainda que haja um cruzamento de arestas na primeira figura, a K4 é um grafo planar,
porque admite pelo menos uma representação num plano sem que haja cruzamento de
arestas (duas possíveis representações aparecem nas figuras ao lado).
Já uma K3,3 e uma s K5 são exemplos de grafos não planares. Estes dois grafos
não admitem representações planares.
Pode-se fazer uma associação entre um grafo planar e um mapa, onde cada
região do mapa corresponde a um vértice e as fronteiras entre as regiões correspondem
às arestas.
225
f(w).
Uma k-coloração de G é uma coloração que utiliza um total de k cores. O
exemplo abaixo mostra uma 4-coloração para o grafo.
226
SCIE (Subconjunto Internamente Estável - também conhecido como conjunto
independente).
Entretanto, se dado um SCIE S não existe um outro SCIE S' tal que S' ⊃ S, então
S é dito ser um SCIE maximal. Para o grafo abaixo, são exemplos de SCIE maximais os
conjuntos:
Este conceito também pode ser aplicado a grafos não orientados, bastando que se
considere que todo vértice exterior a T deva ter como adjacente pelo menos um vértice
de T.
227
5.7.2 – Resumo Geral de Grafos
Parcial:
Com sub-grafo;
Completo:
Pleno:
228
Capítulo VI
194
A esfericidade da Terra foi um conhecimento que veio a se perder (predominando a idéia da Terra
plana durante grande parte da Idade Média), até vir a ser recuperado no século XV.
195
Esta forma resulta da ação combinada de forças diversas, tais como a gravidade, a força centrífuga de
rotação, bem como das variações de densidade das rochas.
196
Geóide é o sólido formado pela superfície do nível médio do mar, prolongado hipoteticamente para o
interior dos continentes (é a superfície teórica que coincide com o nível médio do mar).
197
Elipsóide ou elipsóide de revolução é o solido gerado pela rotação de uma elípse em torno do eixo dos
pólos (é a superfície em que o equador e os meridianos são representados por elipses).
198
A superfície irregular da Terra, desde o fundo dos oceanos até a mais alta montanha, é chamada de
superfície topográfica.
199
As medições mais precisas dão o valor de 1/298,257223563 para o achatamento da Terra.
200
O Brasil adota tanto o elipsóide de Hayford, de dimensões mais apropriadas para a América do Sul,
quanto o elipsóide da União Astronômica Internacional, que foi homologado em 1967 pela Associação
Internacional de Geodésia e passou a se chamar elipsóide de referência. Este tema será abordado
novamente mais à frente.
229
6.2.1 – Espaço. Sistemas de Coordenadas.
Na geometria, espaço é um ente primitivo, que não pode ser definido. Mas o
espaço pode ser entendido e estudado através do movimento dos corpos. Se um corpo
pode se mover (ou ser movido) para frente e para trás, para cima e para baixo, e para
cada lado, então se admite que o espaço seja tridimensional, ou seja, possui três
dimensões.
Este sistema considera uma linha básica horizontal de referência, por exemplo, o
eixo OX indicado positivamente e um ponto P(x;y).
Considerando que a distância da origem O(0;0) ao ponto P(x;y) seja indicada por
r, e que o ângulo formado entre o segmento OP e o eixo OX seja indicado por t, então o
ângulo deve ser um parâmetro tal que 0<t<2π. Desta forma, o ponto P será indicado por:
P = (r;t) , em que:
201
Em um plano, o ponto P tem coordenadas XY, que se indica: P(x,y).
230
r = √(x2+y2) e t = arctan(y/x)
Este sistema considera duas linhas básicas que passam pela origem O(0;0;0);
uma linha de referência no plano do chão como o eixo OX indicado positivamente; uma
linha de referência como o eixo OZ; e o ângulo indicado por t e formado pela projeção
no plano do chão do segmento OP e o eixo OX indicado positivamente. 203
O ângulo deverá ser um parâmetro tal que 0<t<2π. Assim, um ponto P(x;y;z)
será indicado por
P(r;t;z)
202
Tangente de 36,87º = 0,75 = 3/4.
203
Este sistema é uma ampliação das coordenadas polares, em que se mantém a coordenada z, ou cota z.
231
Para um objeto se deslocar da origem O(0;0;0) ao ponto P(3;4;10), ele deve se
deslocar cinco unidades na direção da reta que forma um ângulo t = 36,87 graus com o
eixo OX, e subir dez unidades. Assim, o ponto será descrito, em coordenadas
cilíndricas, como P(5;36,87;10).
Este sistema considera o plano do chão (z=0) que passa pela origem O(0;0;0)
contendo o eixo OX orientado positivamente e o eixo OZ orientado positivamente, que
é uma linha reta perpendicular ao plano do chão.
Neste sistema, o ponto P=(x,y,z) é indicado por três medidas: r, que é a distância
entre O (0;0;0) e o ponto P(x;y;z); u, que o ângulo formado entre a projeção no plano do
chão do segmento OP e o eixo OX indicado positivamente; v, que é o ângulo formado
entre o segmento OP e o eixo OZ indicado positivamente.
P(r;u;v) , onde:
, e:
232
Para determinar o vetor que vai da origem ao ponto P, pode-se dar as suas três
componentes cartesianas, mas pode-se dar também o tamanho do vetor, sua direção e
seu sentido. | | r e dois ângulos que podem ser os ângulos e da figura. As
coordenadas esféricas do ponto Psão, então, r, e .
233
dois polos terrestres. O semicírculo simétrico, que forma o mesmo círculo máximo, é
denominado antimeridiano.
Latitude e Longitude:
Meridianos são círculos máximos da esfera cujos planos contem o eixo dos
pólos. Paralelos são círculos da esfera cujos planos são perpendiculares ao eixo dos
pólos.
Os meridianos dividem-se em meridianos Leste (todos os meridianos a Leste do
Observatório britânico de Greenwich), e meridianos Oeste (os situados a Oeste de
Greenwich). O meridiano de Greenwich é o meridiano de origem (também conhecido
como inicial ou fundamental). Ele foi escolhido como a origem das longitudes sobre a
superfície terrestre, e como base para a contagem dos fusos horários, e corresponde ao
meridiano de 0o. A leste do meridiano de origem, os meridianos são medidos por
valores crescentes até +180o; a oeste, as medidas decrescem até -180o.
Longitude é a distância angular entre um ponto qualquer da superfície terrestre e
o meridiano de origem.
234
Coordenada Geográficas ou Terrestres:
Desde o século XV, pelo menos, já se sabe que a bússola não aponta para o Pólo
Norte verdadeiro, e sim para o Pólo Norte magnético, que não corresponde ao anterior.
Atualmente, o Pólo Norte magnético dista cerca de 1600 km do Pólo Norte geográfico,
e é um ponto móvel que se desloca ao longo dos séculos (a variação se dá em minutos
de arco, ao longo dos anos, e exige que a leitura da bússola tenha fatores de correção).
Os pólos magnéticos Norte e Sul não são exatamente antípodas um do outro (não estão
em pontos opostos da esfera terrestre, ou seja, a linha que os une não passa pelo centro
da Terra), o que torna assimétrico, o campo magnético terrestre.
235
Fusos Horários:
204
Mais exatamente, próxima ao antimeridiano de 190º, ou seja, em oposição ao ponto situado dez graus
a Leste do Observatório de Greenwich.
205
De Leste para Oeste somam-se 24 horas (um dia); de Oeste para Leste diminuem-se 24 horas (um dia).
206
Como a circunferência tem 360º e o dia tem 24 horas, um valor dividido pelo outro corresponde a 15º,
que é a largura de um meridiano.
236
6.3 – Escalas. Mapas
Escala numérica: é representada por uma fração ordinária ou por uma razão
matemática (1:250.000). O número 1 significa a unidade no mapa (1 cm) e o número
250.000 o tamanho real (250.000 cm, ou seja, 2,5 km). As escalas mais usadas são:
1:50.000; 1:100.000 e 1:200.000.
Quanto menor for o segundo número (o denominador), maior será a escala; e
vice-versa. Assim as escalas inferiores a 100.000 são consideradas grandes; e se
superiores a 500.000, são pequenas.
Quanto maior a escala, mais detalhada é a carta geográfica. Assim, as plantas
(ou cartas cadastrais) se fazem com escalas entre 1:500 e 1:20.000. Os mapas
topográficos oficiais costumam ter escalas entre 1:25.000 e 1:250.000, que são escalas
médias.
207
Não pode ser usada para longas distâncias, devido à curvatura esférica da superfície, que introduz erros
na medida.
237
Quanto à escala, os mapas podem ser: plantas (ou cartas cadastrais); cartas ou
mapas topográficos; mapas geográficos.
Quanto aos seus objetivos, os mapas podem ser: gerais (os mapas-múndi; os
continentes, tomados separadamente); temáticos, que são os que mostram características
geográficas específicas da realidade geográfica: distribuição populacional; produção
agrícola; tipos de solos; etc.
208
Ou cortando (secante) o globo.
238
curvilínea em um plano.
O princípio analítico geral é escolher uma zona sobre a Terra e associar a cada
ponto p dela um ponto F(p) no plano. Se a projeção plana fosse isométrica209 à
superfície esférica, a medida da distância entre dois pontos p e q poderia ser feita
medindo a distância entre suas representações F(p) e F(q). Não é o caso, entretanto.
209
Isometria é a transformação geométrica que, aplicada a uma figura geométrica, mantém as distâncias
entre pontos.
210
Estas projeções serão vistas novamente à frente, sob outra classificação.
239
representar uma área de aproximadamente 135° a partir do pólo em um mapa.
Normalmente, contudo, as projeções estereográficas limitam-se a representar um
hemisfério.
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA
211
Cerca de 400 tipos de projeções já foram descritos na literatura cartográfica, sendo que só algumas
dezenas são extensamente usadas. Uma série de definições de projeções pode ser encontrada em:
http://geodesia.ufsc.br/wikidesia/index.php/P%C3%A1gina_principal.
240
outras. Mas toda projeção deforma, no plano, a superfície esférica.212
Outras projeções que não podem ser relacionadas a estas três superfícies são
definidas como pseudo, modificadas ou individual (ou única).
212
Os sistemas de projeções são constituídos por uma fórmula matemática que transforma coordenadas
geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas, mantendo
correspondência entre elas. Este artifício geométrico consegue reduzir as deformações, mas nunca
eliminá-las. Só pequenas partes da superfície terrestre (por exemplo, uma zona de 250 a 300 km2) podem
ser representadas em um plano sem maiores deformações.
213
Seja tangente ou secante, a localização deste contato é importante porque define a linha ou ponto de
menor distorção na Projeção. Nas projeções cônicas e cilíndricas, o eixo destas formas normalmente
coincide com o eixo principal do elipsóide (Terra).
241
• Escala: é a relação entre uma distância representada em um mapa e a
distância em verdadeira grandeza.
• Área: quando um mapa representa áreas globais de modo que todas as áreas
tenham a mesma relação proporcional com a verdadeira grandeza, é
chamado de mapa de igual área ou equivalente.
214 Nicolas Auguste Tissot (1824-1897) foi um matemático francês que dividiu com o alemão Carl
Friedrich Gauss a glória de ter contribuído para o desenvolvimento da cartografia matemática. Tissot
demonstrou que toda representação de uma superfície sobre outra pode ser assimilada a uma infinidade de
projeções ortogonais, cada qual em uma escala conveniente. Um círculo infinitesimal no globo será
representado no mapa por uma elipse infinitesimal: a indicatriz de Tissot, ou elipse de distorção.
242
6.4.1 – Classificação Geral das Projeções
215
São mutuamente exclusivas.
216
Todas as distâncias a partir de um ou dois locais e todas as distâncias medidas perpendicularmente a
uma linha são verdadeiras em escala. Ou seja, nesta projeção, tomado qualquer centro, todas as distâncias
radiais a partir dele são corretas, para qualquer parte da Terra.
217
O termo conforme foi usado por Gauss em 1825. Outras designações são: projeção ortomórfica
(devida a Germain); projeção autogonal (devida a Tissot); projeção isogônica (devida a Fiorini).
243
esfera e no plano) e as áreas são deformadas.
Por não deformar as áreas, ela conserva uma relação constante com as áreas
correspondentes na superfície da Terra (há uma equivalência de proporção das áreas
cartográficas). Ou seja, seja qual for a porção representada num mapa, ela conserva a
mesma relação com a área de todo o mapa.
Entretanto, as quadrículas formadas por paralelos e meridianos só podem
guardar relação de tamanho entre si se sofrerem deformações.219 Neste caso, os ângulos
retos se alteram:
IV) Projeção afilática (ou arbitrária, nos Estados Unidos): nesta, as áreas e os
ângulos apresentam-se deformados. A projeção afilática, não possui nenhuma das
218
Esta projeção não deforma os ângulos, e por isso, não distorce a forma de áreas pequenas.
219
Geralmente, os retângulos se transformam em trapézios deformados.
244
propriedades anteriores: equivalência, conformidade, eqüidistância e azimutes certos, ou
seja, projeções em que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados.
Entretanto, ela possui uma ou outra propriedade que justifica a sua construção. Por
exemplo, a gnômica, mesmo apresentando todas as deformações, possui a excepcional
propriedade de representar as ortodromias retas.
245
6.4.1.3 – Quanto ao Método
220 O USGS (U. S. Geological Survey) chama de miscelâneas (miscellaneous) o grupo de projeções que
não podem ser facilmente classificadas. As que são denominadas espaciais foram desenvolvidas para
incluir as visadas de satélites.
246
Como se viu, cada uma das projeções básicas (exceto a última) pode assumir três
posições em relação à superfície de referência: polar ou horizontal; oblíqua;
transversal, transversa ou meridiana.
Para a representação de um quarto de hemisfério, eis como ficarão cada uma das
projeções:
247
• Projeções Poli-superficiais:
• Projeções Cônicas:
248
Na projeção cônica tangente, os paralelos estão representados em escala. A
distorção é menor em uma faixa estreita ao longo do paralelo, e aumenta ao se distanciar
deste. É geralmente usada para representar regiões de latitude média (entre +25° e +65°
; -25° e -65° de latitude). O resultado é uma distorção menor na forma original da
superfície representada.
249
PROJEÇÃO CÔNICA
250
Mundo, ao Milionésimo.
PROJEÇÃO DE ALBER
221
Guillaume de L’Isle recebeu o título de Primeiro Geógrafo do Rei, na França. Ele resolveu vários
problemas na questão de fronteiras entre os domínios português e espanhol, na América do Sul.
251
Nesra projeção, os meridianos são representados do mesmo modo que na
projeção cônica tangente, mas o espaçamento entre paralelos é ajustado para permitir a
representação de superfícies com pequena distorção de distâncias e formas. Esta
projeção é bastante usada nos Estados Unidos como a base para sistemas de
coordenadas usadas nos mapas topográficos.
A Projeção de Bonne foi a projeção preferida, no século XIX, para Atlas com
mapas de grandes países e continentes, por proporcionar uma representação mais
uniforme de áreas e uma combinação apropriada de meridianos e paralelos.
Representou também um papel significativo no mapeamento topográfico da
maioria dos países europeus.
222
Foi concebida por Rigober Bonne na metade do século 16. É considerada uma projeção pseudocônica
(família de projeções convencionais em que os paralelos são circulares e concêntricos, e os meridianos
são curvilíneos).
223
Foi desenvolvida pelo suíço Ferdinand R. Hassler (1770-1843), em 1820. Foi usada pela primeira vez,
como uma projeção específica, em 1853, por Edward Bissell Hunt, da US Coast Survey.
252
São freqüentemente escolhidas por causa da representação correta da distância e
relações direcionais sobre o ponto de tangência.
224
A agência americana US Geological Survey, que entrou em operação em 1879, usava unicamente este
tipo de projeção em seus mapas topográficos, o que ocorreu até a metade do século XX. Isto influenciou o
seu uso em vários atlas comerciais do século XIX, e que continham mapas de países do Hemisfério Norte.
253
PROJEÇÃO AZIMUTAL TANGENTE
254
pólo (oposto); a ortográfica, em que os paralelos, ao invés de projetados de um ponto,
como nos dois primeiros casos, são projetados da linha equatorial.
Projeção estereográfica polar: é assim chamada por ser centrada no pólo. Este
tipo de projeção é freqüentemente usada para mapear as regiões polares, mas pode ser
centralizada em qualquer posição na superfície da Terra. Por causa do padrão radial de
distorção (que aumenta com o afastamento do ponto de tangência), elas são apropriadas
para mapear áreas que têm extensões Norte-Sul e Leste-Oeste iguais.
255
III) Projeção ortográfica: apresenta um (único) hemisfério como se ele fosse
visto a uma grande distância.
Ela assume que a fonte de luz está localizada a uma distância infinita do ponto
de tangência, resultando em raios de luz paralelos e perpendiculares à superfície de
projeção (os paralelos mantêm seu paralelismo e os meridianos passam pelos pólos). O
espaçamento entre paralelos diminui em direção ao equador.
A projeção ortográfica tem como característica proporcionar uma visão
perspectiva da Terra como se fosse vista do espaço.
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA
256
A projeção azimutal também se classifica em: projeção perspectiva; projeção
equivalente; projeção eqüidistante.
Do mesmo modo com as distâncias, nem todas as relações angulares podem ser
representadas corretamente em um único mapa. Contudo é possível representar todas as
relações angulares corretamente sobre um único ponto.
Projeção de Lambert
257
longo dos círculos máximos que passam pelo centro.
Pode ser produzida a partir do padrão básico de meridianos radiais e paralelos
concêntricos, modificando o espaçamento dos paralelos para que fiquem espaçados
igualmente ao longo dos meridianos. O resultado é uma projeção azimutal que pode
representar a Terra inteira em um único mapa.
O tipo normal (ou polar), é uma projeção eqüidistante que tem os pólos em sua
porção central. As maiores deformações estão em suas áreas periféricas.
258
• Projeções Cilíndricas:225
225
Também chamada projeção com paralelos horizontais e meridianos verticais.
226
Na projeção cilíndrica, a superfície terrestre é projetada sobre um cilindro tangente ou secante ao
elipsóide, que é então cortado e planificado longitudinalmente.
227
Os paralelos e os meridianos podem simplesmente ter indicadas as suas posições nas bordas laterais do
mapa.
228
Em orientação normal, as projeções cilíndricas apresentam uma faixa estreita ao longo do equador na
qual a distorção é minimizada, sendo por isto apropriada para a representação de regiões tropicais. Este
padrão de distorção também faz que elas sejam ideais para mapear áreas ao longo da direção Norte-Sul,
mas com pouca extensão Leste-Oeste.
259
em forma e dimensão mais próximas do real).229 A única coordenada que se mostra no
tamanho original é a do equador.
229
É o caso da Groenlândia, que parece ser maior que a Austrália, mas é três vezes menor.
260
proximidades do Norte e Sul do mapa.
PROJEÇÃO EQUIRETANGULAR
230
Como no caso das projeções azimutais, o espaçamento entre paralelos pode ser modificado para
produzir uma projeção eqüidistante.
261
PROJEÇÃO CILÍNDRICA ORTOGRÁFICA
PROJEÇÃO SINUSOIDAL
231
Também chamada projeção senoidal, ou, numa nomenclatura mais antiga, projeção Mercator-Sanson-
Flamsteed.
262
apropriada para mapas que representam regiões tropicais ou um único continente.
Projeção pseudo-cilíndrica de Mollweide:232 é outra projeção equivalente
convencional. Nesta projeção, a Terra inteira é representada dentro de uma elipse (sua
área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica). Tem paralelos de
latitude horizontais (são linhas retas paralelas ao equador); os meridianos são curvas
elípticas equidistantes.
PROJEÇÃO DE MOLLWEIDE
232
Foi construída em 1805 pelo alemão Karl B. Mollweide. Posteriormente (1857) foi chamada de
projeção homalográfica.
233
Ou também: projeção Homalossena (ou Homolosina)..
263
PROJEÇÃO INTERROMPIDA DE GOODE
Para evitar deformações nas latitudes das zonas temperadas, comuns nas
projeções senoidal e de Mollweide, foi proposta a chamada projeção de Eckert.234
Nesta projeção, os pólos são representados como paralelos de comprimento igual
a metade do comprimento do equador.
PROJEÇÃO DE ECKERT
A projeção de Holzel, por sua vez, é uma projeção equivalente, e seu contorno
elipsoidal faz referência à forma aproximada da Terra, que tem um ligeiro achatamento
nos pólos.
PROJEÇÃO DE HOLZEL
234
Max Eckert, geógrafo alemão. Ele chegou a propor seis tipos sucessivos de projeções, sendo que a
mais popular (pelo menos na Europa) foi a quarta.
264
substitui o meridiano central (o eixo menor).
Qualquer quadrícula neste mapa, ainda que varie enormemente de forma,
guarda, por latitude, a mesma área. Nota-se, ainda, que o centro da projeção (onde se
cruzam as únicas linhas retas aí existente) é o único ponto sem deformação, isto é, onde
os ângulos são retos.
PROJEÇÃO AITOFF-WAGNER
Projeção de Aitoff: é uma projeção azimutal modificada. Foi proposta por David
A. Aitoff em 1889. É a forma equatorial da projeção equidistante azimutal, mas esticada
em forma de elipse.
265
Os mapas-múndi mostrados a seguir são, todos eles, variações da projeção de
Aitoff.
PROJEÇÃO AITOFF-WAGNER
266
PROJEÇÃO LARRIVÉE
______________________________________________________________________
235
Gerardo Mercator ou Gerardus Mercator, nascido Gerard de Cremer, ou Gerhard Kremer (1512-1594),
foi um matemático, geógrafo e cartógrafo flamengo. A chamada projeção de Mercator foi apresentada
por ele em 1569.
236
Ou Projeção de Gall-Peters.
267
irradiação dos mapas.237
Esta projeção foi apresentada em 1569 pelo cartógrafo Gerard Mercator, que
concebeu a quadrícula que leva o seu nome, como uma ajuda à navegação. Ela é usada
para mapas marítimos e de regiões intertropicais, onde as deformações são mínimas.
237
Assim como, atualmente, os globos terrestres costumam privilegiar as Américas, ou o Hemisfério
Norte.
238
Como já se viu, na projeção conforme a escala é constante em todas as direções para cada ponto, mas
varia de ponto para ponto no mapa.
239
A escala é variável segundo a latitude; as regiões polares acima de 75º não podem ser representadas,
pois o exagero dos comprimentos em relação ao equador é de quatro vezes, o que representa uma
dilatação da superfície de 16 vezes.
268
Além disso, é a única em que as direções podem ser desenhadas em linha reta sobre o
mapa (nesta projeção as formas geométricas são respeitadas, sobretudo as loxodromias,
ou seja, as rotas traçadas com compasso são retas).240
______________________________________________________________________
Loxodromia e Ortodromia:
Ainda que não constitua o caminho mais curto entre dois pontos, é usada
240
A navegação náutica, mesmo na era do computador e do GPS, não dispensa (pelo menos em barcos
menores) os mapas ou cartas náuticas, nem as formas antigas de navegação. A carta náutica serve para se
marcar a posição, o que geralmente se faz ao meio-dia, marcando uma cruz, um ponto e um círculo em
volta. Do ponto marcado no dia anterior é traçada uma reta e se mede, com um compasso de pontas secas
e a escala na borda da carta, a distância percorrida. [Noções básicas e avançadas sobre navegação podem
ser encontradas no site: http://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap1.pdf].
241
Pedro Nunes (1502-1578), que usava o nome latinizado de Petrus Nonius, foi o primeiro a reconhecer
a loxodromia na sua obra O Tratado da Esfera, de 1537. Este reconhecimento resultou de um problema
que lhe foi sugerido por Martim Afonso de Sousa, fundador das primeiras colônias portuguesas no Brasil.
242
Entre dois pontos quaisquer da superfície terrestre podem traçar-se dois tipos de rotas distintas: a
ortodromia, que minimiza a distância entre eles; e a loxodromia, que mantém constante o rumo, isto é, o
ângulo entre o caminho seguido e os meridianos.
243
Linha torsa é a que não pode ser traçada sobre o plano. Por exemplo, o corte da casca de uma laranja
cria uma linha torsa.
244
Pedro Nunes provou que, num planeta hipotético completamente coberto por mares, um barco que
seguisse sempre em uma mesma direção cardeal acabaria por não regressar ao mesmo lugar, mas seguiria
uma espiral infinita, aproximando-se de um dos pólos, mas nunca o alcançando.
269
normalmente em mapas náuticos e aéreos, usando acidentes geográficos como
referência. A razão está no fato de a orientação dos navios e aeronaves se realizar com
base nas cartas náuticas, fornecidas por projeções azimutais, bússolas magnéticas e
bússolas giroscópicas sobre coordenadas deformadas, que atendem o sentido de
orientação da terra plana.
245
Antípodas são os pontos extremos e opostos do globo terrestre.
270
Em navegação marítima, ela só é utilizada em circunstâncias especiais e em
trajetos muito longos, quando o fator tempo seja decisivo, o que não acontece na
navegação aérea. Seja como for, é feita por meio de partes a rumo constante, entre
pontos intermédiários escolhidos ao longo da rota.
Muitas vezes as ortodromias entre pontos distantes atingem latitudes elevadas,
em que há freqüentes ocorrências de gelo e de condições atmosféricas adversas. É
possível optar, então, por uma rota mista constituída por duas partes de ortodromias que
ligam os pontos de partida e de chegada a um certo paralelo limite, e uma parte
intermediária, em rumo Leste ou Oeste, ao longo desse mesmo paralelo.
______________________________________________________________________
271
para planisférios é a de Arno Peters, que data de 1973.246 Sua base também é cilíndrica
equivalente, e determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes,
desde o equador até os pólos.
______________________________________________________________________
246
Outra data geralmente mencionada é 1965. Esta projeção se apresentou contra o modelo eurocêntrico
de Mercator, dando destaque para os países localizados nas baixas latitudes.
247
Foi desenvolvida entre 1900 e 1950. Publicada pela primeira vez em 1903 por Rosenmund, que
inventou uma forma elipsoidal usada para o mapeamento topográfico de Suíça. Laborde aplicou-a ao
mapeamento topográfico de Madagascar em 1928. Hotine derivou dela uma forma de projeção
denominada Mercator Obliqua Espacial.
272
______________________________________________________________________
273
O Sistema UTM é, em essência, uma modificação da Projeção Cilíndrica
Transversa de Mercator (um aperfeiçoamento consiste em projetar o elipsóide numa
esfera que é, por sua vez, projetada no cilindro).
É adotado em inúmeros países e serve para a confecção de mapas de grande ou
de média escala, entre os paralelos 80º N e S. É utilizado na produção das cartas
topográficas do Sistema Cartográfico Nacional, realizadas pelo IBGE e DSG.248
248
Diretoria de Serviço Geográfico do Exército.
249
O sistema transverso de Mercator já havia sido calculado por J. H. Lambert, sob a denominação de
projeção de Gauss. Foi utilizado em 1866 para calcular a triangulação da cidade de Hanover, quando era
conhecido com o nome de Gauss-Hannoversche Projektion, ou projeção de Gauss-Schreiber.
250
A indicação “174º W Gr.” significa “174 graus a Oeste de Greenwich”.
251
Cada um deles é gerado a partir de uma rotação do cilindro, de forma que o meridiano de tangência
divide o fuso em duas partes iguais a 3º de amplitude, 6º no total.
252
Para além desses paralelos, a projeção adotada mundialmente é a Estereográfica Polar Universal.
253
Isto está vinculado ao tamanho da carta de 1:100.000, e não à projeção. Os fusos são decorrentes da
necessidade de se reduzir as deformações.
274
O quadriculado UTM está associado ao sistema de coordenadas plano-
retangulares, de modo que um eixo coincida com a projeção do Meridiano Central do
fuso (eixo N apontando para Norte) e o outro eixo, com o do Equador. Deste modo,
cada ponto do elipsóide de referência (descrito por latitude, longitude) estará associado
aos valores: Meridiano Central; coordenada E; coordenada N.
Cada fuso pode ser prolongado até 30' sobre os fusos adjacentes, o que cria uma
área de superposição de 1º de largura.254
Para evitar a possibilidade de ocorrência de valores negativos de coordenadas, a
cada fuso é associado um sistema cartesiano métrico de referência, atribuindo à origem
do sistema (interseção da linha do Equador com o meridiano central) as coordenadas
500.000 m,255 para contagem de coordenadas ao longo do Equador, e 10.000.000 m256
ou 0 (zero) m, para contagem de coordenadas ao longo do meridiano central, para os
hemisférios Sul e Norte (cada fuso tem origem na interseção do seu meridiano central
com a linha do equador. As coordenadas UTM destes pontos são x = E (Este) =
500.000,00 m; y = N (Norte) = 10.000.000,00 m, no Hemisfério Sul e y = N = 0,00 m,
no Hemisfério Norte).
254
Esta área facilita o trabalho de campo, em algumas atividades (30’ + 30 ‘ = 1º).
255
500 km.
256
10.000 km.
275
demais regiões dos fusos esses dois eixos formam, entre si, um ângulo denominado
Convergência Meridiana, representado pela letra grega δ (gama).
A deformação interna de um fuso UTM em um cilindro tangente varia, do
meridiano central aos seus extremos. Avaliando a sua deformação, encontra-se um fator
de escala igual a 1 (um) no meridiano central257 e (aproximadamente) 1,0015 (1/666)
nos extremos do fuso.
Atribuindo-se um fator de escala k = 0,9996 ao meridiano central do sistema
UTM (e o cilindro torna-se secante), consegue-se assegurar um padrão mais favorável
de deformação em escala ao longo do fuso. O erro de escala fica limitado a 1/2500 no
meridiano central e a 1/1030 nos extremos do fuso.
______________________________________________________________________
257
Sobre o meridiano central, no cilindro tangente, sendo unitário o coeficiente de deformação linear, não
existem deformações nesta região.
258
Devido à significativa variação da posição deste pólo, da ordem de minutos de arco anualmente ao
longo dos anos, torna-se necessária a correção do valor constante da carta para a data do posicionamento
desejado.
276
Projeção de Fuller: O Mapa Dymaxion
259
Richard Buckminster Fuller (1895-1983) foi um visionário e extremamente criativo autodidata,
simultaneamente arquiteto, inventor, engenheiro, matemático, poeta, cosmólogo e escritor, nascido nos
EUA.
277
278
Classificação das projeções. Quadro-resumo:
GLOSSÁRIO BREVE260
260
Veja-se no Apêndice III alguns exemplos de mapas-múndi que correspondem à planificação do globo
terrestre.
279
distância natural) é conservada ao longo de certas linhas.
• Projeção equivalente: é a projeção em que a proporção das áreas de todos os
objetos representados é conservada, ou seja, em que o módulo de
deformação areal é constante e igual à unidade.
• Projeção geométrica: é a projeção que se baseia no conceito de superfície de
projeção.
• Projeções pseudocônicas: é a família de projeções convencionais em que os
paralelos são circulares e concêntricos, e os meridianos são curvilíneos
(exemplo: projeção de Bonne).
• Projeções pseudocilíndricas: é a família de projeções convencionais em que
os paralelos são retilíneos e paralelos entre si, e os meridianos são
curvilíneos.
280
Parte II
IM A G E M
281
282
Capítulo VII
261
Denomina-se estilização a transformação ou simplificação das figuras geométricas, conservando,
entretanto, suas características principais.
283
Denomina-se faixa decorativa (ou barra decorativa) à ornamentação existente
entre duas linhas paralelas, colocadas em qualquer posição ou sentido. A distância entre
as linhas é a largura da faixa. Conforme a largura, esta é chamada de galão ou filete
(largura mínima).
A superfície de decoração é chamada de painel (sua superfície é maior do que a
da faixa decorativa). Pode assumir variadas formas geométricas, sendo a mais comum a
forma retangular.
284
A superfície também pode ser dividida em linhas retas, curvas ou mistas,
formando elementos decorativos denominados redes. Geralmente, a rede é o esquema
inicial do desenho decorativo.
As redes são constituídas de malhas, que são as figuras geométricas em que
ficam divididos os polígonos. Assim, existem redes de malhas quadradas e retangulares,
quando as disposições de listras são perpendiculares entre si.
285
No segundo caso, os motivos tomam as várias direções que se adequem à
ornamentação.
Outros efeitos ornamentais surgem do princípio de posição. Neste caso, deve-se
considerar a direção da composição e o uso do motivo nesta direção, que pode ser feito
com repetição, alternância ou simetria.
A repetição será chamada repetição simples se for usado um único motivo, e
repetição complexa ou composta se for usado mais de um motivo. Os motivos podem
ser colocados com intervalo entre si, encostados, ou então, superpostos.
Na alternância podem ocorrer, ou a repetição de um único motivo, o qual muda
de posição alternativamente (por exemplo, ora para cima, ora para baixo), ou a repetição
por alternância de mais de um motivo. Podem ocorrer alternâncias de posições,
alternância de motivos ou até mesmo alternância de cores.
A alternância pode se dar, igualmente, por encosto, intervalo ou superposição.
• Escolha do motivo;
• Aplicação do processo de estilização do motivo (esquematização);
• Preparação da superfície pela aplicação de quadrículas ou redes;
• Escolha dos princípios gerais (repetição, alternância, etc.);
• Acabamento.
286
7.3 – Parâmetros da Composição Visual
Para o artista gráfico espanhol José Maria Yturralde, devem ser considerados os
seguintes parâmetros, na composição de uma forma visual (abstrata ou concreta):262
• A cor
• A textura
• A superfície táctil
• A forma
• A cinestesia
• A mobilidade
• A sonoridade
• As relações com o meio
• A perceptibilidade
• A transformabilidade
• O comportamento
• A relação cultural
• A expressão material
• A viabilidade técnica
262
Veja-se o site: http://www.yturralde.org/Paginas/ObraEt03.html.
287
288
Capítulo VIII
O físico inglês Issac Newton descobriu, ao passar um raio de luz solar por um
prisma, que ele se decompunha em sete cores diferentes, chamadas cores principais, e
cuja frequência de vibração263 crescente forma as cores: vermelho, laranja, amarelo,
verde, azul, anil e violeta.
Essas cores compõem o que se denomina espectro visível da luz, que é parte do
espectro eletromagnético como um todo.
263
A freqüência da luz é medida em nanômetros (nm). Um nanômetro é igual a 10-9 metros (um
bilionésimo de metro).
289
Os objetos iluminados absorvem uma parte da radiação e refletem outra parte.264
Por essa razão, os objetos recebem a sua cor da reflexão que fazem da luz recebida.
O gráfico a seguir ilustra a sensibilidade do olho humano aos vários
comprimentos de onda da luz, quando adaptado à obscuridade.
264
A luz pode ser: refletida; refratada; difratada; polarizada. A produção da luz pode se dar por:
incandescência; luminescência; fosforescência.
265
Note-se que a maior sensibilidade é à cor amarela.
266
Os bastonetes esão ligados à captação e concentração da luz, e podem acumular os efeitos do estímulo
luminoso em áreas mais vastas da retina. Quanto aos cones, são responsáveis pela discriminação de
pormenores e pequenos detalhes visuais.
290
Cor: é o resultado do reflexo da luz – estímulo físico267 – que provoca uma
sensação cromática no órgão da visão – ou reação fisiológica e química.268. Assim,
pode-se dizer que existem dois aspectos relacionados com a cor: o estímulo e a
sensação.269
Os estímulos se dividem em dois grupos:
A cor artificial, que resulta das tentativas humanas de colorir um objeto e que
provém de substâncias corantes extraídas dos vegetais ou minerais.271
267
A cor de um objeto qualquer resulta da sua capacidade de absorver quase todos os raios coloridos,
refletindo apenas uma radiação específica, cujo comprimento de onda caracteriza aquela cor. Assim, um
corpo verde absorve todas as radiações, com exceção daquela que é específica do verde.
268
Não é possível ver a luz em si mesma; o que se vê são os objetos iluminados, ou seja, que refletem a
iluminação que recebem. O corpo que absorve todas as cores é chamado de corpo negro; a cor branca,
por outro lado, resulta da reflexão de todas as cores. Branco e preto não são cores, mas características da
luz, e que só convencionalmente são chamados de cor.
269
A língua inglesa constuma diferenciar estes dois aspectos, dando-lhes os seguintes nomes: colour
vision (sensação) e hue, estímulo.
270
A contínua experimentação mostrou que a mistura de pigmentos altera a quantidade de luz absorvida e
refletida pelos objetos, sendo que eles refletem apenas a luz que não é absorvida. A cor de um objeto
resulta, então, da absorção de todas as cores, exceto aquela de seu pigmento.
271
Há dois processos de coloração: a seco, em que são usados o lápis, o giz, o carvão, etc; a líquido,
quando são usados tinta a óleo, nanquim, guache, aquarela, etc., que exigem instrumentos apropriados,
como penas ou pincéis. Estas substâncias são dissolvidas em água, óleo de linhaça, aguarrás, terebentina,
cola, álcool, ou outros preparados especiais. Antigas pinturas rupestres eram feitas com variados tipos de
pigmentos naturais, como plantas, terra, carvão, sangue, pós diversos, etc. Quando as substâncias devem
produzir materiais corantes sólidos, elas são misturadas com cal, argila, etc.
291
8.1.1 – Cores Primárias, Secundárias e Terciárias
Denomina-se tom de uma cor a mudança que se obtém pela adição do preto ou
do branco, o que vai resultar em uma aparência escura ou clara da cor.272 A mistura de
uma cor qualquer com outra cor neutra273 dá origem a novos tons ou tonalidades da
mesma cor. Esta operação é denominada gradação dos tons, gama diatônica ou escala
monocromática. Se o preto e o branco são misturados em variadas proporções, obtém-se
a chamada gradação dos valores, ou gama de cinza.
Colorimetria: estuda a forma como três fontes de luz espectral podem ser
utilizadas para a geração de cores. Um de seus objetivos é a deteminação de espaços de
cor perceptualmente uniformes.
Um espaço de cores perceptualmente uniforme é aquele no qual distâncias
percpetuais iguais separam todas as cores.
A definição de um espaço de cores uniforme é feita por meio de medições
empíricas que se obtém sob condições rigidamente controladas.
Sistema XYZ:
Sistema RGB:
É formado por cada uma das três cores indecomponíveis, cuja mistura em
proporções variáveis dão as cores do arco-íris. São as cores: Vermelho (R – Red), Verde
(G – Green) e Azul (B – Blue).276
272
A intensidade do tom de uma cor depende da quantidade de preto que lhe é acrescentada.
273
Será visto mais adiante o que é cor neutra.
274
A cor primária é também chamada cor geratriz.
275
Ou sistema de síntese aditiva, em que combinações de três cores são usadas para formar as outras.
276
Em 1807 o físico Thomas Young afirmou que existiam receptores de luz (chamados cones) na retina
do olho humano, as quais eram conectadas ao cortex visual do cérebro por uma série de redes neurais. Os
cones são sensíveis a radiações de comprimento de onda definido: vermelho (600 - 780 nm), verde (500 -
600 nm), azul ( 380 - 500 nm).
292
A mistura dessas três cores em quantidades iguais produz o branco, pela síntese
aditiva.277 Esse sistema aditivo de mistura de cores, conhecido como RGB,278 é
extensamente usado na indústria de comunicação, principalmente em televisores
coloridos.
O gráfico abaixo mostra as curvas de sensibilidade do olho para cada uma das
componentes de cores RGB.
Alguns sistemas foram propostos como opção ao RGB, pretendendo ser mais
precisos na representação das cores: são os sistemas HSL (Hue, Saturation e Lightness)
e HSV (Hue, Saturation, Value).279
277
E produz também as chamadas cores secundárias, que são as cores amarelo, roxo e azul-claro.
278
As cores-luz primárias podem variar de matiz, ou seja, podem ser mais claras ou mais escuras.
279
No HSL: matiz, saturação, luminosidade. No HSV: matiz; saturation; value. Veja-se a respeito:
http://en.wikipedia.org/wiki/HSL_color_space.
293
primárias são azul, amarelo e vermelho,280 sendo que a mistura dessas cores em
quantidade igual resulta na cor preta ou cinza-neutro, por síntese subtrativa.281
280
As cores-pigmento também podem ser mais claras ou mais escuras, formando respectivamente as
cores-pigmento transparente e a opaca.
281
Elas não se formam pela mistura de outras cores. As demais cores secundárias são formadas por
combinação das cores primárias.
282
Colorau ou colorífico é nome dado em Portugal a condimentos de cor vermelha preparados à base de
uma ou mais espécies vegetais. No Brasil, prepara-se um corante inócuo para alimentos à base do
urucum.
283
Teoricamente, pode-se criar qualquer cor misturando azul turquesa, (Cyan), magenta (Magenta) e
amarelo (Yellow). Este processo, no entanto, não produzia uma cor preta satisfatória, e por esta razão
adicionou-se o preto (blacK), do que resultou o sistema CMYK.
294
orgânicos, conforme se pode ver na carta de cores a seguir:
Um quarto modelo é o HSI (ou HSB). Nele, as cores são especificadas usando
295
três componentes: matiz (Hue), saturação (Saturation) e intensidade (Intensity) ou (no
HSB) brilho (Brightness).284
Além das cores puras e saturadas, existem ainda os tints285, shades286 e tones287,
que correspondem, respectivamente, às cores obtidas através da adição de branco, cinza
e preto, às cores saturadas.
A figura a seguir ilustra os tints, shades e tones obtidos a partir da cor vermelha.
284
O HSB é também conhecido como HSL, em que L indica Lightness (luminosidade).
285
Matizes.
286
Sombras.
287
Tons.
296
8.1.1.3 – Cores Terciárias
São as cores que resultam da mistura de uma cor primária com uma cor
secundária (a cor terciária é uma cor-pigmento).
São elas:
As cores terciárias também podem ser consideradas como misturas das cores
secundárias:
Com relação à cor azul, há uma confusão reinante nas definições de suas
tonalidades. Por exemplo, os pigmentos abaixo são, ambos, definidos como possuindo a
tonalidade azul turqueza:
297
Há, felizmente, um consenso quanto ao azul cobalto e o azul ultramarino:
GLOSSSÁRIO BREVE
São cores, em certo sentido, opostas umas às outras. Entretanto, sua acepção
varia conforme se dê na arte ou no processo de impressão. Na física, duas cores são
chamadas complementares se, quando misturadas, produzem o preto, o branco ou
alguma gradação de cinza. Nos sistemas de cores mais perceptíveis, o branco está no
centro do espectro e as cores complementares se situam uma ao lado oposto da outra.
O exemplo mais claro é o sistema HSV, no qual as cores complementares estão
em lados opostos no disco de cores, contrastando entre si. Geralmente, consideram-se
como cores complementares somente aquelas com completo brilho e saturação. Desse
modo, uma cor primária sempre terá uma cor secundária como complementar e vice-
versa.
A cor secundária complementar de uma cor primária é aquela formada pelas
outras duas cores primárias. Cores terciárias sempre têm outra cor terciária como
298
complementar.
Cada cor primária tem uma cor secundária complementar, e vice-versa. Ao
serem juntadas, obtém-se alguma tonalidade de cinza ou marrom.
O uso de cores complementares é um aspecto importante na arte da pintura e no
design gráfico. Devido à indisponibilidade de alguns pigmentos, cuja cor na natureza
mostra-se com raridade, costuma-se usar pares complementares de cores. Por exemplo:
Vermelho e verde
Azul e laranja
Amarelo e violeta (ou roxo)
Para facilitar sua visualização, foi criado o chamado Disco Artístico (Circulo das
Cores, ou Círculo Cromático), em que a maioria das cores é disposta de maneira
semelhante ao sistema HSV.
288
Também se pode usar como contraste um fundo branco ou preto, sobre o qual aplica-se uma das cores.
299
8.2.3 – Harmonia das Cores Análogas ou Vizinhas
Cores análogas289 são aquelas que estão vizinhas no Círculo das Cores. São
próximas entre si. Por exemplo:
289
A composição com cores complementares permite maior destaque das cores do que uma composição
com cores análogas.
290
Nos primatas existem três tipos diferentes dessas células. Isso não ocorre com todos os mamíferos, o
que impede que enxerguem uma faixa de cores mais extensa.
300
capacidade de visão em ambientes de baixa luminosidade.
Quando se fala de cores, elas são referidas pelo nome, e cada nome de cor define
um símbolo visual reconhecível. Uma pessoa média reconhece entre 20 e 50 cores
diferentes, nos tons básicos. Este número aumenta, quando se usam amostras de cores
para comparação. Estudos históricos parecem comprovar que a percepção das cores tem
mudado ao longo dos séculos; por exemplo, na antiga civilização greco-romana, o azul
e o verde eram percebidos como duas tonalidades de uma única cor. Também a cor
dourada recebia o mesmo nome que se dava à cor do sangue.
Os resultados psico-fisiológicos do uso das cores resultaram de intensos estudos
feitos por vários pesquisadores, entre os quais podem ser citados Faber Birren;291 Choku
Akashi; Rose H. Alschuler e La Berta Weiss Hattwick; Harry Wohlfarth e Catharine
Sam (Universidade de Alberta). Vários testes foram desenvolvidos para pesquisar o
efeito das cores: o Rorschach Inkblot Method (1921); o Color Pyramid Test ( CPT), de
Max Pfister (1950); o Color Test de Max Luscher (1948); etc.
Em 1937, o pesquisador Faber Birren apresentou o chamado arranjo triangular,
o qual representa uma tentativa de mostrar as relações visuais e psicológicas existentes
entre as cores. Para ele, a concepção de beleza visual resulta de uma boa ordenação
(harmonia) de cores.
291
Faber Birren, (1900-1988), foi um norte-americano que se tornou uma das maiores autoridades
mundiais no estudo, uso e efeito das cores.
292
A palavra (verbo) “experienciar”, ainda que não dicionarizada, o seu uso generalizado e constante tem
mostrado que ela tem uma conotação mais específica do que a mais formal experimentar.
301
pura [100 – (10 + 50)].
A percepção gestática, sendo uma percepção da forma, pode dar várias ilusões,
conforme a combinação de cores escolhida. Com uma combinação apropriada de cores
tanto de fundo quanto de conteúdo, pode-se conseguir a impressão de que há uma
tridimensionalidade, na composição.
Vejam-se os exemplos a seguir.
302
8.3.1.2 – Efeito de Brilho Difuso
303
Mondrian e Wassily Kandinsky.
304
8.3.2 – Cores Quentes, Cores Frias e Cores Neutras
Cores frias: são cores em que predominam os tons de azul, verde e roxo.
Caracterizam-se como cores tristes, melancólicas, que dão a sensação de calma e
recolhimento. São cores associadas à estação do Inverno.
Cores neutras (ou cores indefinidas): são cores em que não há predominância de
tonalidades quentes ou frias. Nas cores neutras há o predomínio de tons de preto, branco
e/ou cinza.
______________________________________________________________________
293
GARCIA, Patrícia Douat. Cores, a Identidade de um Nome. Artigo encontrado no site:
http://www2.uol.com.br/modabrasil/forcas_moda/identidade_cores/index.htm. Outros artigos de Patrícia
305
“Cores de Inverno - Branco e Preto:
“As cores de inverno são nítidas, vivas e dramáticas. Todas as cores derivadas
do amarelo devem ser evitadas, assim como também devem ser evitadas as tonalidades
sombrias e escuras. As personalidades de inverno pedem por tons e semitons básicos
azuis. As cores fundamentais destas pessoas são o branco puro e o preto.
“As cores de primavera são claras e vivas, passando uma sensação vibrante de
frescor. As cores preta e branca pura, azul/vermelho, azul real ou azul/verde devem ser
evitadas, pois tornam a pele sem brilho e viço, dando-lhes uma aparência desbotada. As
personalidades de verão pedem por tons e semitons básicos amarelo cálido. As cores
fundamentais destas pessoas são o coral e o caramelo.
“As cores de outono são maduras e profundas, passando uma sensação plenitude
e tranqüilidade. A cor preta e os tons azuis devem ser evitados, pois passam uma
sensação de frieza, dando-lhes uma aparência indiferente. As personalidades de outono
pedem por tons e semitons básicos amarelo dourado, claras ou atenuadas, refletindo as
cores outonais como o ouro, laranja e marrom terra. As cores fundamentais destas
pessoas são o ferrugem e o marrom.”
______________________________________________________________________
Além do branco, preto e cinza, podem ser consideradas também como cores
neutras os tons de marrom e o bege.
306
8.4 – Cromia296
296
Cromar tem o significado de colorir.
307
308
Capítulo IX
297
Devido à extrema importância do tema Simetria, ele será tratado novamente em outra parte.
298
Há cinco reinos (com três domínios): Monera; Protista; Plantae; Fungi; Animalia. Os três domínios
são: Bactéria; Archae; Eukaria. O filo, por sua vez, possui entre vinte e trinta categorias. Segundo a visão
moderna, as categorias não são estanques. Para o escritor científico George Johson, algumas estranhas
criaturas, como a opabínia (que tem cinco olhos), o odontogrifo e a alucigênia (da qual ainda não se sabe
sequer qual a sua parte da frente e qual a de trás) ainda esperam catalogação científica (JOHNSON,
George. 1997, p. 353).
299
Stephen Jay Gould, Wonderful Life.
300
Veja-se: http://www.revista-temas.com/contacto/NewFiles/Contacto5.html.
301
A simetria espiralada pode existir nos dois sentidos, para a direita e para a esquerda.
309
Geometricamente, a simetria bilateral é a distribuição igual ou proporcional de
duas partes ou motivos em cada lado de uma linha chamada linha mediana ou eixo de
simetria.302
302
A simetria radial é volumétrica, e não será tratada aqui.
310
Entretanto, sob o ponto de vista da estrutura anatômica interna, o corpo humano
é assimétrico, porque nem todos os seus órgãos são duplicados.303
A simetria pode ser natural ou artificial. A simetria natural é aquela que ocorre
na natureza, enquanto que a artificial é aquela criada em uma composição ornamental
ou artesanal de qualquer tipo.
303
Os padrões encontrados na natureza são uma mistura de ordem e de desvios inesperados de ordem
(que, entretanto, não chegam à desordem). À medida que os padrões vão se expandindo eles parecem
perder a capacidade de se repetir, e nem sempre conseguem repetições perfeitas. Em vários níveis, o
princípio de economia parece preferir a assimetria.
311
9.1.1 – Matemática da Simetria
304
Esta seqüência ou sucessão de números foi batizada como Seqüência de Fibonacci no século XIX,
pelo matemático francês Edouard Lucas.
305
No caso da cerejeira trata-se do 5, 2 no ulmeiro é o 2 e 8, na pereira.
306
Os exemplos foram retirados do artigo Simmetry Rules. O artigo pode ser encontrado no site:
http://www.plus.maths.org/issue38/features/livio/index.html (uma versão condensada é encontrada em:
http://www.scienceinschool.org/2006/issue2/symmetry/portuguese/). Outros exemplos foram retirados da
página Seara da Ciência, em: http://www.searadaciencia.ufc.br/especiais/fisica/simetria/simetria1.htm.
312
A simetria de reflexão é também conhecida como simetria dos espelhos. È a
simetria de um objeto colocado em frente a um espelho plano.
A simetria rotacional é muito encontrada na natureza.307 O floco de neve, por
exemplo, possui simetria rotacional.
307
É comum encontrar objetos que possuem simetria de rotação e reflexão, ao mesmo tempo.
313
Este tipo de simetria pode ser observado, por exemplo, em padrões de papel de
parede.
308
Acerca de teoria dos grupos, veja-se o Capítulo XII.
309
O eixo que tiver a ordem mais alta se torna o eixo principal. Eixos que possuam infinitas rotações
sobre este eixo se tornam indiscerníveis do original.
314
A figura é um exemplo de rosácea com simetria diedral, de tipo D11.310
• Grupos de frisos: são denominados grupos Fn: Dos sete grupos, quatro são
baseados na translação e reflexão, e três permitem meia volta, ou uma
rotação de 180°.
310
O entendimento do uso dessa e de outras notações se dará após a leitura do Capítulo XII.
315
Além dessas simetrias existem também as simetrias de rendas, rodas,
pavimentos, portões, etc., que serão vistos a seguir.
311
Sob um ponto de vista mais matemático-formal, a simetria insere-se na categoria da ordem.
316
no design gráfico e na arte em geral.
312
Diz-se também: formar uma grade de simetria plana. Para isso, as operações de preenchimento do
plano devem ser realizadas com um ornamento. Não é possível obter a grade com rotações de n=5 ou
n>6. Sempre haverá sobra de espaço. Com n=5, por exemplo, o preenchimento do plano não é uma grade,
porque não apresenta um ornamento. Veja-se, no Apêndice II, uma demonstração para n=5.
313
Em outras palavras: uma rede bidimensional só pode ter eixos de simetria simples, dupla, tripla,
quádrupla e sextupla.
314
Este tema será visto em detalhes no Capítulo XII.
315
Para mais informações, veja-se: SARHANGI, Reza. The sky within: Mathematical Aesthetics of
Persian dome Interiors, em: http://www.springerlink.com/content/wx13136751526h0k/ (PDF).
317
O padrão repetitivo é mostrado na figura a seguir.
316
Os exemplos foram retirados do texto Estratégias para o uso da simetria no ensino de projeto, que
deve ser consultado para conseguir maiores informações. O texto completo encontra-se disponível (em
formato PDF) no site: http://www.simmlab.ufrgs.br/publicacoes/TURCKIENICZ-MAYER-
BECK%20vers%C3%A3o%20final.pdf.
318
319
320
9.4 – Simetria nos Grafismos e nas Tradições Gráficas
A figura em a vai sendo reproduzida (com rotações de 90º) até formar a figura
final em d.
As famílias de kolam reúnem figuras que partilham características comuns, ou
que são derivadas umas das outras.
317
Em outras partes da Índia são encontradas outras tradições de desenho, tais como muggu, rangoli e
alpana.
321
As figuras kolam são produzidas a partir de uma linguagem gráfica, que
estabelece os passos que devem ser seguidos. Por exemplo, a produção das chamadas
serpentes. O menor código ou linguagem de reprodução (figura a) tem a seguinte
sequência:
B--F--B--F
322
9.4.2 – O Sona
A figura abaixo ilustra a seguinte história: uma mina de sal (2) é disputada por
um coelho (1), um leão (3), um leopardo (4) e uma hiena (5). Ao final da história,
quando o fio termina de ser traçado, o único que fica com a mina é o coelho.
A teoria dos grafos permite o estudo matemático dos sona, porque eles não
passam de gráficos e redes definidas por pontos e por vértices ligados por linhas
(arestas).
A figura abaixo constitui uma família de sona (árvores muyombo), que são a
repetição de motivos elementares reunidos em grandes figuras. Os pontos mais elevados
simbolizam os membros de uma família que faz orações aos antepassados.
323
Os motivos em trama são os sona mais simples, sendo formados de fios que
percorrem as diagonais de uma grade de pontos.
324
Os polígonos estelares {7/3} e {7/2}, conhecidos por heptagramas, também são
possuidores de significados ocultos, particularmente na Cabala e na Wicca.
O polígono estelar complexo {8/2} (ou seja, dois quadrados), conhecido como
Estrela de Lakshmi, é uma figura simbólica importante no Hinduísmo.
325
326
Capítulo X
Geometria Fractal
10.1 – Formas Geométricas Complexas
Para compreender a construção desse conjunto basta seguir uma seqüência simples,
mostrada a seguir. Começa-se com uma linha de certo tamanho; depois, tira-se o terço
médio; tira-se o terço médio das duas linhas restantes; repete-se o processo várias vezes.
O que sobra são linhas finas, chamadas poeira de Cantor.
318
Nome dado em homenagem ao matemático russo George Cantor (1845-1918)
327
uma nuvem, uma montanha. 319
Para descrever as formas da natureza, Mandelbrot foi além das dimensões dadas
pelos números inteiros 0, 1, 2, 3, chegando às dimensões fracionárias, a que ele
denominou fractal.320
10.1.1 - Fractais
Fractais são formas geométricas abstratas com padrões complexos, que possuem
as seguintes características:
O estudo dos fractais está ligado à Teoria do Caos, que busca padrões
organizados de comportamento dentro de um sistema aparentemente aleatório.
Na mitologia grega, Caos era o estado não-organizado do universo, ou o Nada,
de onde todas as coisas vieram. Mas o caos não era considerado apenas o vácuo, e sim
um estado de escuridão e nebulosidade infinita.
Esta teoria, atualmente, busca compreender as flutuações erráticas e irregulares da
natureza. Sistemas de comportamento caótico são encontrados em muitos campos da
ciência e engenharia, e seu estudo deixa perceber padrões que mostram uma estrutura
319
Para ilustrar as suas idéias, Mandelbrot escreveu um artigo chamado “Que extensão tem o litoral da
Grã-Bretanha?”, em que analisou o processo de mensurar uma forma irregular como o litoral.
320
Do adjetivo latino fractus, que vem do verbo frangere, quebrar, fraturar.
328
ordenada no sistema.
d = log(L/n)/log(N) ,
321
Na física e na matemática, esta teoria é a hipótese que explica o funcionamento de sistemas complexos
e dinâmicos. Nestes sistemas, determinados resultados podem ser instáveis, no que diz respeito à
evolução temporal, em função de seus parâmetros e variáveis. Isso significa que certos resultados
determinados são causados pela ação e interação aleatória dos elementos do sistema. Esta situação foi
assim parafraseada pelo pesquisador de meteorologia do MIT, Edward Lorenz: “O bater das asas de uma
borboleta na China pode provocar uma tempestade do outro lado do mundo”. Ou, como é também
chamado, “efeito borboleta”.
322
Os sistemas em geral podem ser lineares ou não-lineares (estes são temas estudados pela chamada
Teoria Geral dos Sistemas, criada, entre outros, por Ludwig von Bertalanffy. Esta teoria, por sua vez,
enquadra-se na Cibernética, ciência criada por Norbert Wiener. Nos anos 1960 o matemático francês
Rene Thom desenvolveu uma teoria que chamou de Teoria da Catástrofe, para tratar com rapidez
mudanças causadas por pequenas perturbações do sistema dinâmico. Ele descreveu sete tipos de cada
catástrofe elementar. Em 1968 o matemático russo V.I. Arnold criou um conjunto (conjunto infinito de
catástrofes), que conteria as catástrofes elementares de Thom como um subconjunto.
323
Ela foi criada pelo matemático Felix Hausdorff em 1918.
324
Demonstra-se que na geometria convencional a dimensão é igual ao valor do expoente de n.
329
recursão, ou processo recursivo, como mostrado na figura a seguir.
Na figura abaixo, a figura, uma estrutura parecida com uma árvore, surge à
medida que dois novos ramos vão sendo acrescentados, a uma distância de dois terços a
partir da base:
325
Este fractal, também conhecido como Curva de Koch, resulta da aplicação de várias transformações
geométricas: considera-se um triângulo equilátero, reduz-se até cada lado ficar com um terço do lado
original e, depois aplicam-se rotações e translações de forma que este novo triângulo fique adjacente e no
centro de cada lado do triângulo. Repetindo recursivamente o processo para cada triângulo menor, forma-
se o fractal que correponde ao modelo de um floco de neve.
326
Primeiramente descrito pelo matemático polonês Waclaw Sierpinski (1882-1969).
330
Uma das maneiras de se obter um triângulo de Sierpinski é através do seguinte
algoritmo:
A figura inicial pode ser qualquer outra figura. Veja-se abaixo, usando um
quadrado:
331
Uma figura “sólida” que pode ser formada pelo processo recursivo é a chamada
Esponja de Menger:
Zo = 0
Zn+1 = Zn2 + C ,
327
Benoit Mandelbrot, um matemático polonês (1924- ), foi o criador dos objetos fractais.
332
Existem então duas categorias de fractais: os geométricos (tais como as figuras
de Sierpinski), que se repetem continuamente em um modelo padrão, e os aleatórios,
que são feitos através dos computadores. O fractal de Mandelbrot é uma figura aleatória
recursiva que só pode ser gerada por um software específico de computador, em virtude
de sua complexidade iterativa.
333
334
Capítulo XI
A Percepção da Realidade
Ilusões de ótica são as imagens que resultam da falsa interpretação pelo cérebro
de um conjunto, adequadamente disposto, de linhas ou formas.329 Ou seja, a percepção é
correta em si mesma, mas o cérebro se confunde na interpretação da imagem.
328
Veja-se à frente o item 11.1.1.5.
329
Ilusões de ótica são fenômenos visuais que se mostram distúrbios inocentes da percepção, e que
resultam do funcionamento peculiar do cérebro. Não são problemas fisiológicos (desde que não exista
algum distúrbio visual), e sim, psicológicos.
335
E o que se vê na a figura mostrada a seguir?
330
Maurits Cornelis Escher, ou M. C. Escher (1898-1972) foi um artista gráfico holandês conhecido pelas
suas xilogravuras e litografias representando imagens ou construções impossíveis.
331
Roger Penrose (1931- ), físico-matemático nascido na Inglaterra.
336
mostrado a seguir é o chamado cubo de Escher):
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
337
Os chamados contornos subjetivos332 surgem quando se observa uma figura
incompleta, na qual os contornos que faltam são supridos pelo sistema visual do
observador.
332
Ou também: contornos subjetivos-cognitivos.
338
medida que são observadas. Por exemplo, no cubo a seguir, o furo pode ser visto como
se estivesse em quatro faces diferentes: no topo (externamente), na parede interna
direita, na parede externa direita, ou na parede interna do fundo.
333
A separação entre os olhos causa uma pequena diferença angular na visão de um mesmo objeto.
339
Pares estéreo já eram conhecidos por Leonardo da Vinci (que, entretanto, não
conseguiu descobrir os conceitos envolvidos em sua visualização). Eles vêm sendo
produzidos para diversão desde o século XIX, inclusive com equipamentos para auxiliar
a sua visualização (o estereoscópio).
S= e .t
d+t
334
Também conhecidos como autoestereogramas.
335
A construção de estereogramas de pontos aleatórios é descrita no seu livro, Foundations of Cyclopean
Perception. Veja-se também na Bibliografia, HANKINSON & HERMIDA, 1994.
336
O olhar, convergente ou divergente, não visa a superfície onde se situa a figura, mas um ponto além
dela (em uma espécie de envesgamento). Os olhos devem estar em uma linha horizontal; qualquer
inclinação lateral da cabeça faz perder a visualização.
337
A capacidade de determinar a informação tridimensional a partir das disparidades é chamada de
estereopsis. Os animais com essa capacidade (os predadores) possuem posicionamento frontal dos olhos,
porque a sua sobrevivência depende da percepção correta da distância das presas. Essas, por sua vez, têm
olhos posicionados lateralmente. Isto lhes dá pequena ou nenhuma percepção de distância, mas permite a
observação contínua do que existe à sua volta para poderem fugir ao menor sinal de perigo.
340
em:
S= e .t ,
2dt
341
342
Estereogramas mais simples podem ser feitos facilmente. Basta juntar várias
figuras iguais e em seguida mover imperceptivelmente a figura central para o lado. Por
exemplo, usando o par estéreo mostrado antes, duplicado, nota-se que a sua visão é em
relevo, mas não se destaca tridimensionalmente:338
Para ver que o primeiro conjunto é plano, basta juntar todos eles, colocando-o no
centro:
338
As figuras foram colocadas bem juntas para se evitar qualquer discrepância de distância entre elas.
343
Também pode ser usado um conjunto maior de figuras. Neste caso, a fila central
deve ser imperceptivelmente movida, cuidando de não deixar marcas de abertura, na
figura total:
11.1.1.3 – Anamorfismo339
339
O artigo Anamorfose: A matemática na anamorfose, de Rosmari A. Ferreira Lima pode ser encontrado
em http://www.unimesp.edu.br/arquivos/mat/tcc06/Artigo_Rosmari_Aparecida_Ferreira_Lima.pdf. De
acordo com Rosmari Ferreira, as primeiras figuras deste tipo surgiram na China por volta 1575, tendo
chegado à Europa em 1630.
344
cilíndrica, que reagrupa a imagem.
340
O software Anamorph Mel permite fazer facilmente figuras anamórficas.
345
É possível que uma das figuras anamórficas mais famosas seja esta reproduzida
no quadro Os Embaixadores, de Hans Holbein:341
341
Hans Holbein, Os Embaixadores, 1533. Óleo em tela 207 x 209.5 cm. National Gallery, Londres.
346
Qualquer figura que, pintada ou desenhada em um plano proporcione, por ilusão
de ótica, uma sensação de relevo, também pode ser considerada uma figura anamórfica.
Estas figuras são chamadas de anamorfoses em 3D.
Alguns artistas gráficos, tais como Kurt Wenner e Julian Beever se tornaram
conhecidos pelas suas pinturas anamórficas de pavimento.342 Seus desenhos em 3D são
feitos com giz, e já foram extensamente apresentados na mídia. Alguns exemplos são
mostrados a seguir.
342
Veja-se o site http://www.tutoriaisphotoshop.net/2008/04/pinturas-3d-de-kurt-wenner.html.
347
348
349
O conceito de figura anamórfica é também usado no cotidiano. Por exemplo,
sinalizações de trânsito feitas em pista ou pavimento costumam sofrer distorção
anamórfica para se tornarem mais visíveis (a seta parece ter o mesmo tamanho das
letras, quando vista à distância):
350
Da mesma maneira, estátuas colocadas em frontões muito elevados devem ser
esculpidas de modo a que a sua largura cresça progressivamente do pé para a cabeça e
sejam mais altas que o normal, para anular a perspectiva deformante. Em suas
proporções normais, elas pareceriam ter o tronco e a cabeça encolhidos. Veja-se, por
exemplo, no Panteão romano343 as diferenças de perspectiva (a estátua no frontão não
pode ter as mesmas proporções relativas que a estátua ao rés do chão):
343
Reconstruído pelo imperador Adriano entre 118 e 135 d.C., devido à destruição pelo incêndio do
prédio original erigido por Marco Agripa. Seu modelo de pórtico e rotunda influenciou toda a arquitetura
ocidental. A sua cúpula, que atinge 43 metros de altura, só foi superada pelo Domo de Florença,
construído por Bruneleschi entre 1420 e 1436. Aliás, o segredo da construção de domos só foi recuperado
após os estudos de Leonardo da Vinci e Bruneleschi, que para isto tiveram que estudar o modelo romano.
351
352
11.1.1.4 – Figuras Escondidas ou Ocultas. Imagens Ambíguas
Figuras ocultas são aquelas que não se notam à primeira vista, em uma pintura
ou desenho.344 As pinturas abaixo, por exemplo, estão, a primeira, recheada de faces, e
na segunda, está oculta uma figura de zebra:
344
Este tipo de figura deu origem a uma popular tira de desenho chamada “Onde está Wally?”, em que se
devia descobrir o herói em meio a uma confusão de imagens.
353
Veja-se abaixo o extraordinário quadro de Salvador Dali, Galatea das Esferas,
em que um rosto de mulher é formado por uma sucessão de esferas:
354
As imagens ambíguas sempre contêm mais de uma cena na mesma imagem. No
quadro mostrado a seguir, por exemplo, a figura de um velho com a mão no peito
alterna-se com as figuras de uma jovem e um velho com um chapéu de palha na cabeça,
ambos sob um pórtico:345
345
As cãs grisalhas confundem-se com a iluminação que atravessa o pórtico. Note-se também a cabeça de
uma jovem à direita, sobre o muro.
355
11.1.1.5 – Figuras Perturbadoras e Figuras Ameaçadoras
356
357
Em alguns casos, imagens inusitadas surgem pela simples manipulação de outras
imagens. Por exemplo, a figura abaixo é uma foto de uma entrada de caverna:
E para ver o quão ameaçadora se torna, ela foi duplicada abaixo, se ressaltando
as “imagens de rostos”:
358
Veja-se a mesma figura em outra configuração.
Quanto à foto que vem a seguir, ela mostra uma estranha e bizarra configuração
de nuvens, na qual se pode ver uma cabeça em que o “rosto”, deformado, está de boca
aberta.
359
A percepção ou reconhecimento de figuras e imagens onde elas não existem é
denominada pareidolia (um termo criado por Steven Goldstein em 1994). É um tipo de
fenômeno psicológico em que estímulos aleatórios recebem uma configuração
interpretativa pelo cérebro, que tenta associar figuras informes com figuras
conhecidas.346
Atribuir significados e conexões ocultas à percepção espontânea de imagens que
não possuem relação entre si, ou ver padrões onde não existe nenhum é um fenômeno
denominado apofenia (este termo foi cunhado por K. Conrad em 1958).347
346
O mestre renascentista da pintura, Leonardo da Vinci, relata que as pinturas de fundo que acrescentava
aos seus quadros (veja-se, por exemplo, o fundo da pintura da Mona Lisa) eram visualizados pela
contemplação à sombra de muros e paredes em decomposição (mofados, sujos, manchados), em que a
imaginação solta “via” quadros de batalhas, paisagens, multidões, etc.
347
A pareidolia pode ser considerada um tipo de distúrbio da percepção. A apofrenia, por seu lado, é vista
como uma espécie de psicose benigna, comum em indivíduos de alta criatividade.
360
361
É nítida a impressão de movimento em cada uma delas.
A explicação para este fenômeno348 foi dada originalmente pelo fisiólogo inglês
W. Grey Walter, em sua obra de divulgação A Mecânica do Cérebro.349 Já na década de
1930 o experimentador alemão Hans Berger descobrira que o cérebro emite impulsos
elétricos de pequeníssimo nível e em várias freqüências ou oscilações, que variam entre
cerca de um até trinta Hertz (ciclos por segundo), chamadas frequências alfa, beta, gama
e delta.
Cada uma dessas freqüências estaria relacionada com um tipo específico de
consciência, sendo que o estado de alerta consciente do cérebro se caracterizaria pela
presença de ondas de freqüência beta, entre oito e cerca de 12 a 14 Hertz. Quando os
olhos se fechavam, predominava uma freqüência (alfa) característica do estado
psicológico do devaneio.
348
O livro não foi escrito exatamente para explicar a ilusão desses movimentos, mas seu conteúdo tem
uma explicação geral que os inclui implicitamente.
349
WALTER, W.Grey. A Mecânica do Cérebro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1962.
350
O paciente ficava com os olhos abertos.
362
sua contínua busca de configuração (aprendizagem), com a qual a mente procura dar um
sentido ao mundo.
É, então, esta contínua varredura elétrica intermitente a causa do aparente
movimento das figuras observadas.
11.1.1.6 – Anaglifos
A visão em três dimensões (ou estereoscópica) resulta da posição dos olhos, que
nos seres humanos permitem a visão binocular. Como os dois olhos captam a imagem
do mesmo objeto de posições diferentes, devido à distância entre os olhos, essas duas
imagens são superpostas no cérebro, o que dá a sensação de 3D.
Para se conseguir figuras em terceira dimensão (3D), ou figuras tridimensionais,
faz-se uma sobreposição ligeiramente deslocada de uma mesma imagem, mas em suas
cores complementares.
Óculos a duas cores: são óculos que utilizam filtros de cores complementares,
como vermelho e azul ou vermelho e verde. As cores vermelhas, por exemplo, não
são vistas pelo olho que tem o filtro da mesma cor, mas são vistas pelo outro olho
em azul ou verde. 351
Este sistema, por seu baixo custo, é muito usado em revistas e livros. Tem a
desvantagem da alteração das cores, perda de luminosidade e cansaço visual após uso
351
O filtro vermelho é usado no olho esquerdo e o azul no olho direito.
363
prolongado.
352
A região é localizada aproximadamente a 6° Sul e 145° Leste, coordenadas de Marte. Foi feita entre os
dias 26 e 29 de março de 2007, nas órbitas no. 4136 e 4247. Origem: Wikidésia, a enciclopédia livre:
http://geodesia.ufsc.br/wikidesia/index.php/P%C3%A1gina_principal.
364
11.2 – A Percepção em Profundidade. A Perspectiva
365
A figura abaixo, por outro lado, ilustra o conceito de perspectiva em três
dimensões. Neste caso, o conjunto de linhas como um todo se projeta para um ponto no
infinito, dando não só uma ilusão de profundidade, como também de relevo, ou volume
(o espaço interior delimitado pelas linhas paralelas).
A figura abaixo mostra a mesma imagem, vista agora em negativo, para dar
realce ao relevo.
366
Como arte, a perspectiva é uma forma tipicamente moderna de ver e representar
a realidade (surgiu na Idade Média, no período renascentista)353 e ocidental (é quase
ausente das representações pictóricas do oriente).
Por exemplo, as imagens que se faziam no antigo Egito não possuíam
perspectiva, como se pode notar pela representação que então se fazia dos corpos e
faces.354
353
Entretanto, e paradoxalmente, é possível perceber que as imagens pré-históricas descobertas em grutas
(a de Lascaux, por exemplo), apresentam um tipo de perspectiva.
354
De todo modo, a figura do Faraó sempre deveria ser representada em tamanho maior do que a dos seus
súditos.
355
A propósito da percepção da realidade, é curioso que os desenhistas japoneses de mangá usem olhos
enormes em seus personagens, sabendo-se os japoneses em geral possuem olhos pequenos.
367
No ocidente, inicialmente, a forma de ver e representar a realidade em forma de
pintura não tinha uma sólida base geométrica e matemática,356 e a perspectiva ilustrada
nas obras medievais mais antigas mostra essa carência, conforme se pode ver pela figura
a seguir.
356
Na Itália, Giotto foi um dos primeiros artistas italianos, já em um contexto que se aproximava do
Renascimento, a utilizar métodos algébricos para determinar a distância entre linhas.
368
Somente no prolífico período conhecido como Renascença ou Renascimento foi
que a arte medieval superou suas limitações, principalmente após a contribuição dada
por Albrecht Dürer (1471-1528) à teoria das proporções e da perspectiva. Duhrer foi
uma das figuras centrais do renascimento alemão, tendo recebido grande influência dos
pintores italianos e holandeses.
Sua arte mostra a influência de teorias matemáticas, tais como a da proporção.
Relativamente à gravura Adão e Eva, Dürer descreveu as intrincadas construções de
régua e compasso que ele fez para construir as figuras. Duhrer expressou suas teorias da
proporção no livro The Four Books on Human Proportions, publicado em 1528.
357
A base óptica da perspectiva só foi definida em 1800, pelo filósofo e matemático árabe Alhazen, em
sua obra Perspectiva.
369
Perspectógrafo de Duhrer
Uma das primeiras pinturas a utilizar a perspectiva foi a obra de Carlo Crivelli, A
Anunciação.
370
11.2.1 – Perspectiva Ilusória ou Falsa Perspectiva
371
Aqui, em uma sala aparentemente normal, a impressão que se tem é que a pessoa
à direita é bem mais alta do que aquela postada à esquerda. Este tipo de ilusão de
perspectiva é conseguido com uma sala montada segundo o esquema que se mostra a
seguir.358
358
Os retângulos ao fundo e aos lados são pintados ligeiramente deformados, para aumentar a ilusão. O
piso e o teto, igualmente, são construídos de modo a que suas linhas aparentem ter um ponto de fuga.
372
Capítulo XII
Se, além, disso, aplicam-se aos conjuntos deste sistema a propriedade chamada
comutativa, então a estrutura algébrica é chamada de grupo comutativo.
359
A operação, qualquer que seja ela, pode ser representada abstratamente pelo símbolo: .
360
O sistema algébrico usual utiliza os conjuntos dos números naturais (inteiros e fracionários), dos
números irracionais e racionais, dos números reais e dos números complexos.
361
Ou existência de um elemento identidade.
373
Conjunto: rotações de pontos no plano, em torno de um ponto
Operação: composição de rotações
Ou, representando estes conjuntos por uma notação mais restrita: (N, X) ; (I, +) ;
(Rot, o).
362
Um mesmo segmento AB pode ter dois sentidos: o sentido AB e o sentido BA.
363
Ou seja, dois segmentos são eqüipolentes quando: a) são orientados no mesmo sentido; b) são
paralelos e congruentes.
364
A representação formal de vetores normalmente é feita, ou com uma pequena seta sobre as duas letras
maiúsculas , ou com uma pequena seta sobre a letra minúscula que o representa: .
374
12.2 – Simetria. Transformações Isométricas365
365
Ou também: Transformações Geométricas Planas – 2D. Em 3D (tridimensionalidade), é considerada a
chamada simetria cristalográfica.
366
Incidentalmente, os Vitrais religiosos ocidentais são uma espécie de mandala, que é uma figura
simbólica religiosa oriental. Carl Gustav Jung afirma que “a mandala é um círculo mágico, símbolo do si-
mesmo, enquanto totalidade psíquica, e representativo de um processo psíquico de centralização da
personalidade” (JUNG, Carl G. Memórias, Sonhos e Reflexões, p. 356).
367
Para maiores informações, veja-se: Mandalas e Rosáceas: Em Busca de Novas Abordagens para
Antigos Conteúdos (NASCIMENTO, BENUTTI e NEVES). O texto no formato PDF pode ser
encontrado em: http://www.degraf.ufpr.br/artigos_graphica/MANDALAS.pdf.
375
O traçado geométrico das rosáceas está ligado à divisão da circunferência em
partes iguais. Está ligado também aos conceitos de polígonos regulares convexos e não-
convexos (os polígonos estrelados).
Além dos conceitos acima, seu traçado se liga também a outros princípios
geométricos, como o de concordância e das simetrias da dilatação e da reflexão (curvas
cíclicas).
• Grupos de frisos: são denominados grupos Fn. Os frisos são padrões em que
existem apenas translações de simetria numa direção, sendo frequentes em
obras de arte, arquitetura, azulejos, tecidos e artesanato.
Existem sete tipos (sete grupos) possíveis de frisos, dos quais quatro são
baseados na translação e reflexão, e três permitem uma rotação de 180°. Cada friso é
identificado com dois símbolos (notação matemática):
376
m: se for o 1º símbolo tem uma simetria vertical - reflexão de eixo vertical; se for o 2º
símbolo tem uma simetria horizontal - reflexão de eixo horizontal;
1: se for o 1º símbolo, não tem simetria vertical; se for o 2º símbolo, não tem mais
nenhuma simetria além da indicada pelo 1º símbolo;
Translação 11
Exemplo:
Rotação de 180º 12
Exemplo:
Reflexão Horizontal 1m
Exemplo:
Reflexão deslizante 1g
Exemplo:
368
Os exemplos foram retirados do site: http://www.apm.pt/apm/AeR/frisos.html.
377
5) Friso Isometria Notação
Reflexão vertical m1
Exemplo:
mg
Exemplo:
mm
Exemplo:
Além das translações podem existir outras isometrias que deixam o padrão
invariante. Uma isometria assim forma um grupo, porque se ela deixa um padrão
invariante, então a sua inversa também deixa, e o produto de isometrias é também uma
isometria com a mesma propriedade. Logo, as isometrias que deixam o padrão
invariante têm estrutura de grupo, a que se chama grupo de simetria do padrão.371
369
Ou: padrões são desenhos que ficam invariantes quando se aplicam duas translações definidas por
vetores com direções diferentes. Ou: padrões são desenhos que ficam invariantes quando sofrem uma ou
mais transformações.
370
Os padrões não devem ser confundidos com pavimentações, porque a célula do padrão pode não cobrir
todo o plano e deixar espaços em branco.
371
Para uma extensa explanação sobre padrões, veja-se: http://en.wikipedia.org/wiki/Wallpaper_group.
378
Existem duas notações distintas para catalogar todos estes grupos de simetrias.
Há a notação de Conway372 (ou notação orbifold – o) e a notação por nome
cristalográfico. A primeira baseia-se no tipo de simetrias não transacionais (não incluem
translações), onde * indica a presença de reflexão, x indica a reflexão deslizante e o
número da ordem da rotação presente. A segunda tem origem na cristalografia.
Conway Crist
p1
×× pg
** pm
×* cm
22× pgg
22* pmg
2222 p2
2*22 cmm
*2222 pmm
442 p4
4*2 p4g
*442 p4m
333 p3
*333 3m1
3*3 p31m
632 p6
*632 p6m
372
John Conway (1937- ), matemático nascido na Inglaterra.
373
Refere-se apenas a padrões planos e monocromáticos.
374
Estrutura de célula para p e o.
379
Classificação de padrões:
Grupo 1
p1
Grupo 2
p2
Grupo 3
pm
Grupo 4
380
pg
Grupo 5
cm
Grupo 6
pmm
Grupo 7
pmg
381
Contém reflexões e rotações de ordem 2. A rede é retangular.
Grupo 8
pgg
Grupo 9
cmm
Grupo 10
p4
382
Contém rotações de ordem 4 e de ordem 2. Os centros de rotação de ordem 2
estão entre os centros de rotação de ordem 4. A rede é quadrada.
Grupo 11
p4m
Grupo 12
p4g
Grupo 13
p3
383
Contém rotações de ordem 3. A rede é hexagonal.
Grupo 14
p31m
Grupo 15
p3m1
Grupo 16
p6
384
Contém rotações de ordem 6, de ordem 2 e de ordem 3. A rede é hexagonal.
Grupo 17
p6m
12.2.1 – Redes:
385
As transformações existentes em cada padrão estão diretamente relacionadas ao
tipo de rede. Assim, em um padrão com um certo tipo de rede encontram-se
necessariamente determinadas transformações:375
Translações
rotações de 180°
paralela sem reflexões
sem reflexões
deslizantes
Translações
rotações de 180°
retangular reflexões
sem reflexões
deslizantes
Translações
rotações de 180°
rômbica reflexões
reflexões
deslizantes
Translações
rotações de 180° e
90°
quadrada
reflexões
reflexões
deslizantes
Translações
rotações de 180°,
120° e 60°
Hexagonal
reflexões
reflexões
deslizantes
375
Mais informações sobre redes poderão ser obtidas em http//aleph0.clarku.edu/~djoyce/wallpaper.
376
Ou azulejos. Ambas denominações serão usadas doravante, indistintamente. Denomina-se mosaico à
junção de dois ou mais losangos entre si.
386
Há ladrilhos que são poligonos convexos regulares, mas também há outros tipos
que não são poligonos e nem são convexos. Em qualquer pavimentação, o objetivo é
cobrir o plano sem sobreposições e sem deixar espaços por cobrir. Assim, uma
pavimentação do plano é um conjunto de ladrilhos que cobrem o plano nas condições
definidas.378
377
Um conjunto de partes fechadas do plano é uma pavimentação se os interiores das partes são disjuntos
dois a dois e a união de todas as partes é todo o plano. Estas partes são chamadas de ladrilhos ou azulejos
da pavimentação.
378
Diz-se que o plano pode ser pavimentado de maneira periódica, quando é possível construir um
paralelogramo (geralmente maior que um ladrilho) que pode ser repetido para produzir a pavimentação.
Ou seja, é um conceito ligado ao de uma grade com simetria translacional.
379
Veja-se a demonstração no Apêndice II.
380
Só é possível pavimentar periódicamente o plano com polígonos regulares se estes polígonos forem o
triângulo equilátero, o quadrado ou o hexágono regular.
381
Dizer que é “uniforme” significa dizer que as combinações das peças são idênticas a cada vértice.
382
Em notação de Hermann-Mauguin, os símbolos vão de p1 (grupo plano número 1) até c2mm (grupo
plano número 9), e de p4 (grupo plano número 10) até p6mm (grupo plano número 17).
387
As formas regulares de ocupação do plano (periódicas) são as seguintes:
383
As simetrias podem ser contínuas ou discretas. No primeiro caso, a ocupação de um plano não sofre
continuidade; o contrário, no segundo caso.
388
pentágonos convexos irregulares que pavimentam periódicamente o plano, sendo que
um deles é mostrado a seguir.
384
É possível realizar uma pavimentação completa do plano utilizando apenas ladrilhos irregulares e
diferentes entre si.
389
Com relação a esta pavimentação, observa-se que:
Ambas são formadas por triângulos e quadrados, mas são diferentes entre si.
Para se identificar a diferença, tem que dar atenção à espécie e ao tipo de vértice. Neste
caso, os vértices das duas pavimentações são da mesma espécie: em todos eles há três
triângulos e dois quadrados. Mas o tipo de vértice já é diferente: na primeira figura o
vértice A é do tipo 3.3.4.3.4; o vértice B, da segunda figura, é do tipo 3.3.3.4.4.
390
Os oito tipos de ladrilhos semiregulares e respectivas designações são vistos nas
figuras a seguir.
391
12.3.1 – Pavimentações Especiais385
385
Exemplos retirados do site: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2003/icm16/curiosidades.htm.
386
O problema da existência ou não de ladrilhos não periódicos (ladrilhos que pavimentam o plano sem
gerar um padrão repetido), exige um bom conhecimento de geometria euclidiana, papel e lápis, pois o
mesmo não permite solução computacional.
387
Uma das grandes polêmicas da filosofia da matemática é a que procura saber se os números (ou
formas, ou objetos matemáticos) existem por si só, e por isso são “descobertos”, ou se possuem uma
existência puramente mental, e por isso são “inventados”. Ela é uma continuação da polêmica filosófica
entre Platão e Aristóteles. Platão dizia que os números são “intermediários” entre as Idéias (as Formas) e
as coisas sensíveis (o plano da matéria, por assim dizer), e assim, existem por si mesmos. Sua doutrina é a
do realismo, que afirma que os números (formas, etc.) são “descobertos”. Para Aristóteles, que defende a
teoria nominalista, os números não existem por si mesmos, e devem ser “inventados” ou “criados” (e se
tornariam apenas “nomes” na mente). As correntes doutrinárias matemáticas modernas dividem-se entre
formalistas, intuicionistas e logicistas.
392
Os dois polígonos de Penrose388 são chamados de cometa e dardo, ou flecha (ou
seta) e papagaio (kites e darts).389 As duas formas são derivadas de um paralelogramo
com quatro lados iguais (rhombus).
.
Ambos os ladrilhos devem ser construídos de acordo com as medidas
assinaladas nas figuras. A seta deve ter dois ângulos internos iguais a 36º, um ângulo
igual a 72º, e o outro igual a 216º (o menor ângulo é de 36º, e os outros são múltiplos de
36º).390
Os lados posteriores da flecha devem ter comprimento 1,391 bem como a
distância do vértice que corresponde ao sentido da flecha ao vértice oposto; o papagaio
388
Os polígonos foram denominados de ladrilhos de Penrose, e os conjuntos, de protoladrilhos de
Penrose.
389
As denominações foram dadas por John Conway. Penrose projetou vários quebra-cabeças (circulares e
poligonais) usando este conceito de pavimentação, denominados Pentaplexity, Perplexing Pisces,
Perplexing Poultry e Cat Among the Pigeons. O objetivo dos jogos é cobrir completamente uma
superfície plana [Perplexing: desconcertante. Poutry, poultry ou poltery: indica ave doméstica, ou ave que
se cria para o consumo].
390
O triângulo isósceles cujo ângulo oposto à base mede 36° e os ângulos da base medem 72° (o dobro do
ângulo oposto na base) possui uma razão áurea. O mesmo ocorre com o triângulo isósceles cujo ângulo
oposto à base mede 108°, e os da base medem 36°. Ambos são chamados de triângulos áureos.
391
Nesses polígonos, os comprimentos de qualquer segmento de reta têm comprimento unitário ou
irracional.
393
deve ter três ângulos internos iguais a 72º e um igual a 144º.
Os lados do papagaio adjacentes ao ângulo de 144º terão comprimento 1. Os
outros terão comprimento f, bem como a distância do vértice cujo ângulo interno é de
144º em relação ao vértice oposto.
Para encaixar os ladrilhos, os vértices são assinalados com as letras P e Q;
vértices P da seta só podem estar em contato com vértices P da seta ou papagaio, e
vértices Q da seta só podem tocar vértices Q da seta ou do papagaio, e vice-versa.
392
Em artigo atualmente deletado da Internet (A Razão Áurea nos Ladrilhos de Roger Penrose: A Sua
Desmistificação), seus autores (CAVALCANTI, BELLEMAIN e SOUZA) afirmam que “os direitos
intelectuais sobre estes ladrilhos pertencem a Roger Penrose, mas se contesta que ele tenha sido o
primeiro a estudar os mesmos. Sabe-se que ele não foi o primeiro a utilizá-los. Existem exemplos disso,
os arabescos, no Uzbequistão, de mais de quinhentos anos atrás (artigo publicado pelo físico Peter Lu, da
Universidade de Cambridge, EUA, na revista Science), um dos arcos do alojamento do Sultão da
Mesquita Verde da cidade de Bursa, na Turquia, datado de 1424 e arcada do templo de Darbi Imam em
Isfahan, Irã, construído em 1453, seguiam rigorosamente os padrões dos ladrilhos de Penrose”.
393
Se uma região de Penrose puder corresponder a uma cidade, e uma pessoa que viva em uma cidade
circular de diâmetro D, com pavimentação de Penrose, é subitamente transportada para uma nova cidade
no plano dessa pavimentação, a distância que essa pessoa poderá estar de uma região que é uma cópia
exata da sua cidade original é dada por D[f 3/2] = D[(1 + √5)/2]3/2. Ou seja, a distância entre os
perímetros circulares destas duas regiões não é maior que Df 3/2. Isto significa que se a pessoa andar na
direção correta, não será necessário percorrer mais que Df 3/2 para se encontrar na sua cidade original.
394
Este fenômeno, apesar de ser óbvio para pavimentações periódicas, é de se espantar que aconteça em
pavimentações não periódicas.
394
O matemático John Conway propôs uma alteração, de modo a obter um novo
efeito com esta pavimentação: marcar os ladrilhos com dois arcos de circunferência
tangentes, cada um em torno de vértices opostos cujos ângulos internos não têm igual
amplitude.395
395
Desenham-se arcos circulares que cortam os lados e os eixos de simetria na razão áurea; em seguida,
juntam-se as arestas de modo a unir os arcos correspondentes.
395
Em 1984 as descobertas de Penrose mostraram-se úteis na Cristalografia,
quando foram descobertos os quase-cristais.
Quase-cristais possuem simetria quase-quíntupla, e são observados na estrutura
molecular de certas ligas (alumínio-lítio-cobre – Al-Li-Cu).
Eles não possuem a estrutura regular de um cristal, mas tem seus átomos
dispostos de maneira bastante ordenada, exibindo uma simetria local parecida com a
pavimentação de Penrose.
De fato, verificou-se que existia uma semelhança entre quase-cristais em forma
de icosaedros e padrões em três dimensões da pavimentação de Penrose. Como isso
abria a possibilidade de se poder pavimentar o espaço de maneira não periódica, esta
descoberta abriu grandes expectativas para o estudo destes materiais.
396
Vide Capítulo 7.
396
Harborth mostrou que, para construir dois mosaicos que pavimentem o plano de n
modos, usam-se losangos tais que 6n-7 deles, juntos, envolvam um ponto. Juntando-se
2n-2 losangos em torno de um ponto, obtém-se o mosaico complexo.
Com estes dois tipos de mosaico, um losango e seis losangos colados entre si de
modo a que 17 deles se disponham em torno de um ponto, há quatro maneiras de
pavimentar um plano. Uma delas é a que está na figura.
397
12.3.1.6 – Pavimentação por Poliominós Entrelaçados
De acordo com o teorema das quatro cores,397 uma pavimentação pode ser vista
como um tipo especial de mapa. Desta forma, é possível dizer que qualquer
pavimentação pode ser colorida com quatro cores de modo que os mosaicos que tenham
uma porção de fronteira comum não tenham a mesma cor. O próprio mosaico (junção
de quatro polígonos)398 pode ter quatro cores, de forma que a pavimentação completa
não tenha cores comuns adjacentes.
397
O teorema pode ser expresso assim: “é possível dispor quatro mosaicos de modo a que cada um faça
fronteira com os outros três, mas não se pode dispor cinco mosaicos de modo a que cada um faça
fronteira com os outros quatro”.
398
O mosaico, claro, não pode sofrer rotação.
398
Cortado ao meio o polígono, formam-se dois outros polígonos que ser usados
para formar vários mosaicos diferentes, sem cores adjacentes.
Um favo é constituído por duas placas de alvéolos, separados por uma camada
de cera com pregas regulares, que forma o fundo comum das duas placas. O ponto em
399
O uso das cores verde e amarela como cores centrais não é preferencial; o mosaico pode ter as quatro
cores distribuídas como se desejar. Entretanto, o uso de duas cores como cores centrais dos polígonos
leva a uma simplificação de combinações, que facilita a formação do mosaico.
399
que três hexágonos se encontram, de um lado, é o centro de um hexágono do lado
oposto.
Um alvéolo, então, é um tubo com seção hexagonal, o fuste, e uma base formada
por três losangos iguais.
A esfera é a forma sólida que encerra maior volume com menor superfície, e a
esfera oca é a forma capaz de encerrar maior volume de espaço, com a menor superfície
externa.
Há duas formas geométricas utilizáveis, a semiesfera e a esfera completa.
A semiesfera convexa que recobre a parte superior de um edifício é chamada
domo, e a sua parte inferior, côncava, é chamada cúpula ou abóbada.
A esfera completa, ou superfície esférica, também é chamada de domo.
400
Um dos maiores avanços modernos neste campo foi a invenção do domo
geodésico por Buckminster Fuller, nos anos 1950.400 Sabendo que o triângulo pode
associar-se para constituir estruturas indeformáveis, Fuller concebeu um domo
triangulado (esfera completa). Nele, os elementos triangulares distribuem
uniformemente as forças envolvidas, permitindo a construção de estruturas estáveis de
enormes dimensões.
400
O nome correto é domo geodésico, e não cúpula geodésica. “Cúpula” (ou “abóbada”) é o nome dado à
parte inferior e côncava do domo.
401
Os domos geodésicos foram concebidos como estruturas de peças lineares,
barras e cabos, constituindo um esqueleto resistente. A função de vedação é feita por
capas de tecido plastificado ou por chapas de plástico apoiadas e ligadas à estrutura.
Devido à facilidade de construção e sua praticidade, o domo é, atualmente,
extensamente usado nos meios militares, por exemplo, nos sistemas de radar e de
comunicação por satélites.
402
12.6 – Grupo de Simetria
401
Um conjunto de operações de simetria não translacionais que leva a um padrão de repetição distinto é
denominado grupo pontual.
402
Denomina-se quiralidade (do grego chier, mão) à propriedade exibida por um objeto qualquer de não
ser sobreponível à sua imagem no espelho.
403
As transformações geométricas translação, rotação e simetria (axial e central) transformam polígonos
em polígonos congruentes (semelhantes entre si), ou seja, são transformações que conservam as
distâncias.
404
Existem diversos elementos de simetria além do próprio eixo de simetria: plano de simetria; centro de
inversão; eixos de rotoinversão e de rotoreflexão; eixos de rototranslação; planos de transreflexão; além
403
Se um plano divide o objeto em duas metades simétricas, ele é chamado de
plano de simetria ( σ ). Este é um plano especular que passa através do objeto de modo
que a reflexão de cada ponto do objeto no plano forme um objeto indistinguível do
original. Podem existir vários planos de simetria.
Um objeto e sua imagem refletida são ditos enantiomorfos.405 A imagem do
objeto (o objeto refletido) nem sempre pode ser superposta ao próprio objeto. Isso fica
evidente no caso de uma mão e sua imagem. A imagem de uma mão direita é uma mão
esquerda. E uma mão esquerda não pode ser superposta a uma mão direita.406
Todos os objetos que vêm aos pares, como luvas e sapatos, por exemplo, são
enantiomorfos entre si.
Dois objetos enantiomorfos podem, ou não, serem capazes de superposição.
da translação no espaço. Após o elemento identidade, apresentado por qualquer objeto ao ser girado de
2π radianos ao redor de qualquer eixo, o eixo de rotação binário é aquele exibido por uma amostra que
repete sua imagem inicial após uma rotação de π radianos.
405
Do grego: enantios = opostos, e morfos = forma.
406
A mão direita é a enantiomorfa da mão esquerda e vice-versa.
404
Uma esfera, por exemplo, pode ser superposta à sua imagem. O mesmo acontece com
um cubo. Mas, já se viu que isso não acontece com uma mão.
Vale o mesmo, para um parafuso ou um saca-rolha. Para enfiar um parafuso
normal na madeira deve-se girá-lo no sentido horário. Já o parafuso enantiomorfo (e o
saca-rolha enantiomorfo), teria de ser girado no sentido anti-horário.
φ = 360º
n
A rotação tanto pode ser para a direita (dextrógira) quanto para a esquerda
(levógira).410
A rotação em torno do eixo Z, pelo ângulo φ, no plano XY, tem as seguintes
equações:
x2 = x1 cosφ – y1 senφ
y2 = x1 senφ + y1 cosφ
407
As operações de simetria permitem distinguir um objeto simétrico de um outro, não simétrico. Se,
após uma operação, o objeto estiver em uma configuração indistinguível daquela que tinha antes (ou se a
forma final puder ser superposta à forma original), diz-se que ele é simétrico em relação a essa operação.
408
Denomina-se operação identidade à rotação ou giro de 360º (ou, o que é o mesmo, de 0º, ou que seria
“não girar”).
409
Na projeção estereográfica e no desenho geométrico, os eixos são representados por formas: uma
pequena elipse, para o eixo binário; um triângulo eqüilátero, para o ternário; um quadrado pequeno, para
o quaternário; um pequeno pentágono regular, para um quinário; um pequeno hexágono regular, para um
senário.
410
Sob o ponto de vista da simetria, são a mesma operação.
405
z2 = z1
A estrela mostrada na figura, por sua vez, ao receber uma rotação de 72 graus
(ou os seus múltiplos), ela permanece igual a si mesma.
411
É comum encontrar objetos que possuem simetria de rotação e reflexão, ao mesmo tempo.
412
A distância angular entre cada ponta do floco de neve é de 60º. Ou seja, um floco de neve é simétrico
por rotações de 60 graus em torno do seu centro.
406
Nesse caso, o eixo é de ordem 2. As rotações, portanto, são de 180º. A cada duas
rotações de ordem 2, a estrela volta à configuração original. O eixo de rotação pertence
ao plano da estrela e passa pela bissetriz de uma de suas pontas. Os outros quatro eixos
correspondem às outras quatro pontas.
Já um floco de neve possui um eixo de rotação de ordem 6, perpendicular ao
plano da figura e passando por seu centro, e seis eixos de rotação de ordem 2.
Ela é uma das simetrias estruturais na maioria das formas naturais, e mesmo em
algumas artificiais.
Se o módulo é simétrico intrinsecamente, a simetria implica em outra mais
407
elevada, bastando, para isso, realizar a translação em uma curva regular.
A translação de um ponto no eixo X (ou paralelo a ele) tem as coordenadas das
novas posições dadas pelas equações:
x2 = x1 + t
y2 = y1
z2 = z1
408
A reflexão rotatória (ou rotoreflexão) são a combinação da rotação e da reflexão
em uma única operação. Existe um eixo de rotoreflexão para cada eixo de rotação
comum. A notação é:
Rotoreflexão
413
A operação de rotoreflexão (ou rotação-reflexão – Sn) envolve duas manipulações: a rotação de 360º/n
sobre um eixo designado Sn; a reflexão por um plano perpendicular ao eixo Sn que atravessa o objeto
(plano de simetria). Estas operações separadas, Cn e s, sua combinação resulta em uma operação distinta.
409
construção. Em seguida, o ponto intermediário é refletido através de um ponto central,
obtendo-se um ponto definitivo.
A operação é repetida sobre o ponto definitivo até completar o ciclo, quando se
obtém novamente o ponto inicial.
414
As transformações isométricas produzem figuras congruentes; quanto às dilatações, produzem figuras
similares.
415
Se o grupo isotópico é uma rotação, o grupo de simetria é chamado Cn, sendo n a ordem da rotação.
410
amplitude igual ao dobro da amplitude do ângulo entre os eixos s e t.
A simetria, sob o ponto de vista das transformações no plano, pode ser: simetria
axial; simetria central; homotetia.
Considerando-se uma reta r e dois ponto M e M’, diz-se que a reta é denominada
eixo de simetria dos pontos quando eles estão eqüidistantes dela, em lados opostos.
Todo ponto do eixo de simetria é simétrico de si mesmo.
416
Este tema repete, com outras considerações, o item anterior (Operações de Simetria).
417
A simetria central é uma rotação especial (R180º) em torno do centro O.
411
propriedades do plano no espaço tridimensional.
418
Número real é qualquer número contido no conjunto dos números racionais e irracionais.
419
A homotetia possui a propriedade da invariância com relação às proporções, ou seja, é uma
transformação que conserva as proporções.
420
A dilatação nem sempre é considerada uma simetria, porque não é uma transformação linear e não
conserva as distâncias.
412
As coordenadas para um ponto que sofra essa operação de simetria são as
seguintes:
x2 = k (x1 + x0)
y2 = k (y1 + y0)
z2 = k (z1 + z0)
Para o ponto operado por esta simetria, tem-se as seguintes equações para as
novas coordenadas:
421
A curva helicóide é um exemplo dessa simetria.
413
a translação e a dilatação.422
Para o ponto operado por esta simetria, tem-se as seguintes equações para as
novas coordenadas:
x2 = k (x1 + xo /2)
y2 = – k.y1
z2 = – k.z1
x2 = k (x1 + xo φ/2 π)
y2 = k (y1 cos φ – z1 sen φ)
z2 = k (z1 cos φ + y1 sen φ)
x2 = – k.x1
y2 = k (y1 cos φ – z1 sen φ)
z2 = k (y1 sen φ + z1 cos φ)
422
As carapaças dos caracóis são exemplos deste tipo de simetria.
423
As transformações chamadas projetivas conservam a propriedade de linha reta, e por isto são muito
usadas na computação gráfica. Também a classe das transformações afins nas transformações projetivas
tem papel relevante na computação gráfica.
414
ele todas as propriedades definidas.
Quando se associa a um arco MM’ um sentido de percurso, diz-se que ele está
orientado. A orientação pode ser no sentido positivo (anti-horário) ou negativo
(horário).
A rotação de centro O e amplitude w é a transformação que faz corresponder a
qualquer ponto M do plano um ponto M’, tal que:
OM OM’ e m(MM’) = w
415
Enantiomorfia de eixos polarizados
416
Capítulo XIII
13.1 – Cristais
O cristal deve sua forma regular a um arranjo bem ordenado de seus átomos e
moléculas.
A figura abaixo mostra dois cristais cujos arranjos internos de átomos são a
imagem um do outro.
424
Veja-se: http://www.biocristalografia.df.ibilce.unesp.br/valmir/cursos/. Os conceitos e definições aqui
abordados pretendem dar uma idéia da geometria dos cristais, e não o conhecimento geológico e
mineralógico envolvido.
425
Do grego cristalós, gelo.
426
Por serem poliedros convexos, os cristais obedecem à relação de Euler.
417
Por fora, naturalmente, não dá para saber porque os cristais são idênticos.
Entretanto, e ainda que os arranjos atômicos internos não possam ser vistos, eles
realmente não podem ser superpostos.
Isso levou ao problema de como distinguir um cristal de quartzo de seu
enantiomorfo.
O físico francês Francois Arago descobriu, em 1911, que um feixe de luz que
passa através do quartzo tem a sua direção de polarização girada, ou para a direita, ou
para a esquerda. Desse modo se tornava possível, observando esse feixe de luz,
distinguir entre os dois enantiomorfos. O que gira a polarização para a direita é
chamado de tipo D (dextro, ou dextrógiro) e o que gira para a esquerda é do tipo L
(levo, ou levógiro). O quartzo, por ter essa propriedade, é denominado opticamente
ativo.
Diz-se que este tipo de cristal tem quiralidade. Um objeto quiral tem então duas
estruturas possíveis, uma sendo o reflexo da outra, e girando a polarização da luz em
sentidos opostos.
427
Estudos estes iniciados por Johann Hessel, em 1830.
428
Operações de simetria como eixos de rotação (2, 3, 4, 6), planos de reflexão, centros de inversão e
eixos de rotação inversão.
418
Conforme as características translacionais dos cristais, há 32 grupos pontuais ou classes
de cristais. Os grupos envolvem sete tipos diferentes de simetria de rede,
compreendendo sete sistemas cristalinos (veja-se à frente, os sistemas cristalinos).
429
São denominadas redes de Bravais, em homenagem a August Bravais, que as descobriu no século XIX
[P = primitivo ou simples; C = centrado nas faces ab; f = centrado no corpo; F = centrado nas faces].
430
Com as combinações de todas as operações de simetria, incluindo-se as que envolvem translações,
mais as redes de Bravais, alcança-se um total de 230 grupos espaciais possíveis.
419
eixo de rotação). Os grupos são simbolizados pela notação 1/m, 2/m, 3/m, 4/m, 6/m.431
Entretanto, acrescentam apenas três novos grupos, porque
431
Os livros-texto sobre simetria costumam usar a notação de Schoenflies (Cn, Sn, etc.); mas em
cristalografia, é mais comum usar a notação de Hermann-Mauguin (m, mm2, etc).
432
Muitos autores costumam substituir a palavra sistema por singonia. Ao invés de dizer "sistema cúbico"
ou "sistema tetragonal" falam em "singonia cúbica" ou "singonia tetragonal".
420
aresta – centro-de-aresta
433
Que possui três sulcos ou estrias em três direções diferentes.
434
Há sete sistemas cristalinos tridimensionais, mas somente quatro em sistemas bidimensionais.
421
Entre os cristais isométricos, existem: octaedro; dodecaedro; tetraexaedro;
trapezoedro (com 24 faces iguais, também chamado de trisoctaedro-tetragonal);
hexoctaedro (com 48 faces). A figura mostra exemplos de octaedro e dodecaedro.
O sistema hexagonal possui duas formas principais: dois prismas de seis faces,
duas duplas-pirâmides de seis faces, um prisma de doze faces e uma dupla-pirâmide de
doze faces.
O sistema monoclínico abrange todas as formas que possam ser referidas a três
eixos desiguais, tendo um inclinado ao plano que contém os outros dois.
435
Ou: bipirâmide.
422
Doma: é a forma aberta composta de um conjunto de duas faces não paralelas e
simétricas por um plano.
Esfenóide: é a forma aberta de duas faces não paralelas e simétricas por um eixo
binário.
436
Os prismas podem ser: rômbicos, trigonais, ditrigonais, tetragonais, ditetragonais, hexagonais e di-
hexagonais.
423
13.1.3 – Grupamentos Regulares de Cristais
424
Capítulo XIV
14.1 – Hardware
437
De uma forma mais simples, um pixel é a menor unidade de imagem, ou seja, é o menor ponto que
forma uma imagem digital, sendo que o conjunto de milhares de pixels formam uma imagem inteira.
438
A imagem em preto e branco (B&W – Black and White) geralmente mostra 256 tons de cinza,
variando entre o preto e o branco.
439
TRC: tubo de raios catódicos. É também conhecido como cinescópio ou tubo de televisão.
440
Todos os modernos monitores de imagem são capazes de exibir até 16,7 milhões de cores em suas
telas (ou ecrãs).
425
1600x1200.441 (sempre em telas retangulares). Caso a resolução seja, por exemplo,
800x600, significa que a tela possui 800 pixels na vertical e 600 na horizontal. Quanto
maior for a resolução, maior será o espaço visível na tela, pois o tamanho dos pontos
diminui.
Em uma resolução de 640x480 há 307,2 mil pixels; de 800x600, tem-se 480 mil
pixels; de 1024x768, tem-se 786,432 mil pixels.
Cada ponto no monitor é denominado Dot Pitch; ele pode representar somente
uma cor a cada instante. Cada conjunto de três pontos, sendo um vermelho, um verde e
um azul, é denominado tríade. O Dot Pitch é, basicamente, a distância entre dois pontos
da mesma cor. Quanto menor esta distância, melhor a imagem.
441
Existem outras resoluções, que em alguns monitores podem ser mudadas à vontade.
426
em 3D (assim como objetos poligonais são feitos de vetores, as figuras 3D são feitas de
voxels).
442
Voxel de terreno.
443
Heightmap ou heightfield é uma imagem raster usada para armazenar valores, tais como uma
superfície elevada, para ser exibida em 3D.
427
14.1.3 – Dispositivos de Entrada de Dados
Data glove: é uma luva dotada de sensores que detetam o movimento e a força
dos dedos. Além disso, a própria posição da mão no espaço é detetada, podendo
interagir com objetos virtuais mostrados em uma tela.
444
Tamanhos maiores podem ser produzidos em escala não comercial.
428
modo que a página aparece pequena e cobre apenas uma porção do desktop.445 Isto torna
difícil a leitura, apesar de deixar espaço na tela para outras janelas. Já o monitor à direita
tem resolução mais baixa (1024x768). Isto permite que a página tome toda a área do
desktop.
445
O nome desktop indica genericamente um computador de mesa.
429
O feixe de elétrons está associado a um conjunto de bits que determina a
intensidade de cada um dos feixes. Assim, variando a intensidade de cada feixe, varia-se
a intensidade do brilho de cada fósforo, obtendo-se cores diferentes. Com um bit
associado a cada feixe, ou seja, com três bits, pode-se obter oito (23) cores distintas. O
número de bits associado a cada pixel é denominado pixel depth (profundidade do
pixel).
446
Seguindo, igualmente, uma linha.
447
A Fugitsu foi a primeira empresa a comercializar telas de plasma em 1997. Elas foram desenvolvidas a
partir de uma tecnologia criada pela IBM em 1972.
430
com alta resolução e excepcional reprodução de cores. Normalmente, são fabricados em
proporções de tela diferentes das encontradas em CRTs, geralmente 16:9 (widescreen),
proporção esta definida como padrão para HDTV.
Ao telas de plasma possuem um ângulo de visão maior do que o dos CRTs (160
graus), bem maior do que as telas LCD. Um dos motivos é devido ao fato de cada célula
ser iluminada individualmente (no LCD existe uma iluminação geral traseira). Isso dá
grande brilho à imagem e facilita a confecção de telas planas com dimensões maiores do
que as de LCD. Com relação à qualidade da imagem, esta bem próxima à dos melhores
aparelhos do tipo CRT.
431
com imagens que mudam de estado rapidamente. Além disso, suas moléculas têm
movimentação melhorada, e a imagem do monitor pode ser vista satisfatoriamente em
ângulos superiores a 160º.
GH (Guest Host): o GH é uma espécie de pigmento contido no cristal líquido
que absorve luz. Esse processo ocorre de acordo com o nível do campo elétrico
aplicado. Com isso, é possível trabalhar com várias cores.
TFT (Thin Film Transistor ou Matriz Ativa): é um tipo de tela muito encontrado
no mercado, sendo muito usado em notebooks. Tem como principal característica a
aplicação de transistores em cada pixel. Assim, cada unidade pode receber uma tensão
diferente, permitindo, entre outras vantagens, a utilização de resoluções altas.
Essa tecnologia é muito utilizada com cristal líquido, sendo comum o nome
TFT-LCD (ou Active Matrix LCD) para diferenciar esse equipamentos.
DSTN (Double Super Twist Nematic, também conhecido como Matriz Passiva):
é um tipo de display muito usado em dispositivos portáteis. Este tipo de tela tem ângulo
de visão mais limitado e tempo de resposta maior.
HoloVizio: este é um tipo de display que foi inventado com base no Voxel. Ele
tem a capacidade de exibir imagens em 3D, as quais podem ser observadas de diversos
ângulos, com os ícones parecendo flutuar para fora da tela. E isto sem a necessidade de
usar óculos especiais.448
448
Pela teconologia atual empregada, um display pode mostrar 512×512×512 voxels.
432
OLED (Organic Light-Emitting Diode ou Diodo Orgânico Emissor de Luz):449 é
uma tecnologia de display criada pela Kodak, em 1980, que está sendo usada para a
produção industrial de telas planas finas, leves e baratas, as quais podem vir a substituir
as atuais telas de LCD. A idéia é usar diodos orgânicos, compostos por moléculas de
carbono que emitem luz ao receberem uma carga elétrica. A vantagem é que ao
contrário dos diodos tradicionais, essas moléculas podem ser diretamente aplicadas
sobre a superfície da tela, usando um método de impressão.
Uma das principais características da tela orgânica é que ela possui luz própria, e
por isto não necessita de luz de fundo ou luz lateral, (backlight ou sidelight), além de
ocupar menos espaço. Outra importante característica é que, por emitir luz própria, cada
OLED, quando não polarizado torna-se escuro, obtendo-se assim uma cor "preto real",
diferentemente do que ocorre com LCDs, que não conseguem obstruir completamente a
luz de fundo.
Além destas vantagens, as telas OLED possuem baixos tempos de resposta (uma
das principais desvantagens do LCD), podem ser visualizadas de diversos ângulos (até
180º), têm contraste muito melhor (de 1000:1 contra 100:1 das telas LCD no escuro),
suportam melhor o calor e o frio, são produzidas de forma mais simplificada e usam
menos materiais do que os LCDs.
449
Alguns fabricantes preferem chamar a tecnologia OLED de OEL (Organic Eletro-Luminescence).
433
FOLED: são displays OLED flexíveis. Entretanto, a maioria dos FOLEDS é
monocromático, sendo que alguns modelos mais avançados apresentam um padrão de
cores de 18 bits, com um número máximo de 262 mil cores.450
14.2 – Software
450
A empresa japonesa Sony conseguiu aprimorar esta tecnologia e apresentou o primeiro display
FOLED com um padrão True Color 24 bits, com 16,7 milhões de cores.
434
desenvolvido em 1986 pela Aldus e pela Microsoft, em uma tentativa de criar um
padrão para imagens geradas por equipamentos digital. É capaz de armazenar imagens
true color (24 ou 32 bits) e é um formato muito popular para transporte de imagens.
Permite que imagens sejam comprimidas usando o método LZW, além de permitir
salvar campos informativos (caption) dentro do arquivo.
GIF (Graphics Interchange Format): foi criado para ser usado na Internet.
Suporta imagens animadas e 256 cores por frame. Foi substituído pelo PNG.
BMP (Windows Bitmap): usado em programas Windows. Não utiliza algoritmo
de compressão, por este motivo, as imagens ocupam muito espaço.
SVG (Scalable Vector Graphics): é um formato vetorial, criado e desenvolvido
pelo Consórcio World Wide Web.
PNG (Portable Network Graphics): é um formato livre utilizado para imagens,
que surgiu em 1996 como substituto para o formato GIF, porque este utilizava
algoritmos patenteados. Permite comprimir as imagens sem perda de qualidade, ao
contrário de outros formatos, como o JPG.
PCD (Kodak Photo CD): é um formato proprietário lançado pela Kodak em
1992. Foi descontinuado pela Kodak. O formato, porém ainda é lido e aceito pelos
principais programas de edição de imagens.
451
Para mais informações, veja-se: http://www.ime.usp.br/~freitas/gc/par.html.
435
intercepta outro segmento. Dado o segmento AB e o segmento CD, existe intersecção
entre AB e CD se A estiver de um lado de CD e B do outro, e C estiver de um lado de
AB e D do outro. Isso é equivalente a:
“ (...) Toda a computação gráfica é embasada em pixels, que são pontos que
fazem com que a imagem seja sintetizada visualmente em um monitor. Seja em 3D por
modelagem tridimensional ou 2D, o profissional em computação gráfica trabalha direta
ou indiretamente com pixels e suas compressões. Isso porque todo o nosso formato de
vídeo, tanto monitores, televisores, celulares, cinema ou qualquer tipo de emissor de
imagens atualmente são interligados por uma série de algoritmos e ferramentas padrões
de construção e edição de imagens. Levando em conta que a maioria de criações e
edições passam por um computador para um resultado melhor ou mais atraente.
452
Relembrando a Lógica: AND, OR, NO, XOR são operações lógicas equivalentes à conjunção,
disjunção, negação e disjunção exclusiva.
436
Atualmente, as ferramentas para a construção de imagens (os softwares) lidam
praticamente sozinhos com toda a parte algorítmica do hardware; quanto mais
específico for o resultado de uma determinada ferramenta, mais real o objeto criado
será. No entanto os programas mais poderosos são bastante flexíveis em relação a isso,
ou seja, é possível em muitos softwares que novas ferramentas sejam criadas por
usuários que tenham um mínimo de conhecimento em programação. É possível criar
verdadeiros programas dentro desses programas, como é o caso do 3D Studio Max,
software para criação de imagens em 3D da Autodesk, ou do Software livre Gimp para
desenhos em 2D. Desta maneira, o usuário pode tanto criar algo que seja mais próximo
a seu interesse como também diminuir em muito seu tempo de trabalho”. 453
Raster (ou imagem de rastreio): é a descrição da cor de cada pixel. Neste caso,
as imagens (chamadas mapa de bits, ou bitmaps) são geradas a partir de pontos
minúsculos diferenciados por suas cores. Em um trecho de desenho sólido, de uma cor
apenas, um programa vetorial apenas repete o padrão, não tendo que armazenar dados
para cada pixel. A ampliação de um bitmap (ou parte dele) distorce os pixels,
provocando o efeito aliasing.
453
WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico.
Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Computa%C3%A7%C3%A3o_gr%C3%A1fica&oldid=13816
326>. Acesso em: 17 Jan 2009.
437
de memória. Além disso, não perdem qualidade ao serem ampliados, já que as funções
matemáticas adequam-se facilmente à escala, o que não ocorre com os gráficos raster,
que utilizam métodos de interpolação para tentar preservar a qualidade.454
Outra vantagem do desenho vetorial é a possibilidade de isolar objetos e zonas,
tratando-as independentemente.455
Primitiva de Software: é uma rotina ou comando escrito que executa uma função
básica de um aplicativo, ou seja, que implementa uma única função. Pode-se construir
um sistema complexo de software através de chamadas hierárquicas para as suas
funções primitivas. Os dispositivos de saída vetoriais costumam trabalhar com duas
funções primitivas de software, as rotinas genéricas move_to e draw_to.
Uma primitiva básica é capaz de traçar pontos ou linhas em uma determinada
posição do retângulo de visualização; através da primitiva inversa, é possível ler dados
de um dispositivo.
Todos os comandos gráficos em um sistema que envolva dispositivos matriciais
podem ser construídos a partir das quatro primitivas dadas a seguir:
454
Veja-se: http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho_vetorial.
455
Existe um tipo especial de imagem, gerada por computador, que abrange os dois conceitos, o cálculo
matemático e a imagem raster: são as imagens fractais.
456
Os principais softwares de manipulação de imagens gráficas são: Softimage XSI; After Effects;
Autocad; 3D Studio MAX; Blender (ou Blender 3D); Cinema 4D; GIMP; Inkscape; POV-Ray; Rhino3d;
Scribus; Silo; Wings 3D; Hexagon; Maya; Photoshop; Dreamweaver; Illustrator; Freehand; Inkscape;
CorelDraw; XnView; Lightwave. 3ds Max.
438
Existem outros softwares de CAD como MicroStation, VectorWorks,
IntelligentCad, BRL-CAD, etc.
Também existem programas para modelagem tridimensional e paramétricos, tais
como: Catia, Pro Engineer, Solid Works, Solid Edges, etc. Existem também os
programas que atualmente são muito corriqueiros, do tipo de transformação de formas
(Morph).
AutoCAD:
Alguns comandos:
439
Line:
Acesso por menu: Draw > Line
Via teclado: Line ou, no modo abreviado, L
Orto
É um comando que serve para desenhar ângulos de 90º e seus derivados.
A tecla F8 faz ativar / desativar o ORTO.
Circle
Acesso por menu: Draw > Circle
Via teclado: Circle ou, no modo abreviado, C
• Este comando, acionado, é pedido um ponto que é o centro do circulo, que pode
ser aleatório ou um centro determinado. Basta, em seguida, digitar o valor do
raio do circulo.
Opções de Circle:
3P – Desenha círculo através de 3 pontos.
2P – Desenha círculo através de 2 pontos
TTR – Desenha um círculo tangente a dois objetos selecionados.
Offset
Acesso por menu: Modify > Offset
Via teclado: Offset ou, no modo abreviado, O
Extend
Acesso por menu: Modify > Extend
Via teclado: Extend ou, no modo abreviado, Ex
Este comando permite extender uma linha até encontrar um objeto especificado.
Rectangle
Acesso por menu: Draw > Rectangle
Via teclado: Rectangle ou, no modo abreviado, Rec
440
Opções de Rectangle:
CHAMFER – Opção de chanfrar todos os cantos do retângulo com medidas
definidas.
ELEVATION – Opção de criação de retângulo elevado a uma medida ao plano
0(zero) 3D.
FILLET – Opção de arredondar todos os cantos definindo um raio.
THIKENESS – Opção que especifica uma “extrusão” do retângulo em 3D.
WIDTH – Opção de definir espessuras de linhas do retângulo.
Arc
Acesso por menu: Draw > Arc
Via teclado: Arc ou, no modo abreviado, A
Hatch
Acesso por menu: Draw > Hatch
Via teclado: Hatch ou, no modo abreviado, H
• Permite criar hachuras (sombreados) nas figuras. No modo “user defined”, pode-
se especificar o tipo de hachura, o ângulo de sua inclinação e o espaçamento
entre as linhas de hachuras.
BRL-CAD:457
Arquitetura:
Com o BRL-CAD é possível construir modelos completos de uma construção,
inclusive é possível visualizar como ficará o projeto depois de pronto. Permite
arredondar cantos ou estender um pedaço escolhido até conseguir a área desejada.
Engenharia:
Com essa ferramenta os engenheiros podem estudar a Geometria Computacional
457
O BRL-CAD é um open-source que pode ser conseguido em: http://brlcad.org/.
441
(que envolve estudo de algoritmos e estrutura de dados em polígonos) de uma forma
muito mais aplicada.
Geologia:
Com o BRL-CAD pode-se realizar medidas para poços de petróleo, fazer
esquemas hidrológicos ou que mostrem as camadas de terra e rocha de determinada
região, etc.
Morph:
442
simples (geralmente freewarew) de criação de imagens, e o que se pode conseguir, no
mínimo, de um software sofisticado do tipo CAD, ou de um software de computação
gráfica (por exemplo, o Blender).
KickDraw:
AutoCAD:
443
Blender:
458
CGs ou Computer graphics: são gráficos criados por computadores; ou, de um modo mais geral, são a
representação e a manipulação de dados gráficos por um computador. As CGs usam bastante memória.
444
A evolução do estado da arte em geração de imagens tem mudado isto.459 É o
que se pode ver, por exemplo, no mesmo jogo, na versão Final Fantasy X, como
mostrado a seguir:
Nos games atuais as CGs altamente trabalhadas estão sendo deixadas de lado,
porque já é possível criar ótimas cenas de ação com os gráficos do próprio jogo (ou seja,
ingame). No jogo Final Fantasy XIII (Playstation 3 e Xbox 360), por exemplo, já não é
possível perceber qualquer diferença entre um e outro tipo de imagem (à esquerda está a
screenshot, e à direita, o gráfico do jogo):
A seguir, são dados exemplos de imagens gráficas geradas tanto para jogos
quanto para filmes animados.
459
E, concomitantemente, a evolução do hardware, ou plataformas de jogos.
445
Imagem em real-time (tempo real), gerada pelo Playstation 3
446
Imagens do personagem do filme Kung-fu Panda
447
448
Capítulo XV
15.1.1 – Transformações em 2D
460
Este capítulo pretende dar uma noção geral acerca das aplicações da Computação Gráfica. Deve-se
notar que há dois aspectos, no que se refere à Computação Gráfica. De um lado, o conhecimento
matemático e informático geral, capaz de permitir a elaboração de softwares específicos para aplicação
gráfica (conhecimento este que geralmente é auferido em cursos de graduação em Ciência da
Computação). De outro lado, existe o conhecimento específico de uso de softwares gerais (Maya,
Blender, Adobe, etc.), programas estes que são aplicações concretas do conhecimento anterior. Um ótimo
texto de introdução à Computação Gráfica pode ser encontrado no site:
http://gbdi.icmc.sc.usp.br/documentacao/apostilas/cg/downloads/apostilas.pdf. Veja-se também em:
http://www.allanbrito.com/2008/06/02/tutorial-completo-de-introducao-a-modelagem-3d-e-computacao-
grafica/. Em inglês, veja-se Short Course in computer Modeling (um tutorial animado) em:
http://www.et.byu.edu/~csharp2/. Para uma introdução ao programa Blender, veja-se:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blender. Para realizar download deste programa:
http://www.baixaki.com.br/download/Blender.htm.
461
Transformação geométrica: é uma aplicação bijetora entre duas figuras geométricas, no mesmo plano
ou em planos diferentes, de forma que, a partir de uma figura geométrica original, se forma outra figura
geometricamente igual ou semelhante.
462
Geralmente, os objetos 3D formam figuras poliédricas ou malhas de polígonos.
449
,
P' = P + T
463
Uma sequência arbitrária de rotações, translações e escalas é chamada de Transformações Afins. As
Transformações Afins preservam paralelismo de linhas, mas não comprimentos e ângulos.
450
Pode-se também definir uma reflexão em torno de um eixo perpendicular ao
plano XY e passando (por exemplo) pela origem do sistema de coordenadas, invertendo,
nesse caso ambas as coordenadas X e Y.
Qualquer número real pode ser usado como parâmetro. O resultado é que as
coordenadas (x,y) são deslocadas horizontalmente, de acordo com um valor
proporcional à sua distância do eixo X.
15.1.2 – Transformações em 3D
P' = T + P
P' = S · P
P' = R · P
Os polígonos podem ser representados por seus vértices ou pelos seus lados. Um
polígono é convexo se está totalmente contido em um dos dois semiplanos delimitados
pela reta contendo qualquer lado. O semiplano contendo o polígono é dito interior, e o
outro, exterior.
451
Preencher um polígono significa associar aos seus pontos interiores um nível
específico de cinza ou uma cor prefixada.464 Para isto, é necessário saber se um ponto
qualquer é interior ou exterior a um polígono. No caso dos polígonos convexos, isso é
feito se se sabe reconhecer a posição de um ponto em relação a uma reta orientada.
Uma maneira eficiente de gerar uma malha de polígonos que represente uma
superfície curva (chamada modelagem de superfícies) consiste em representar essa
superfície através da justaposição de porções de superfícies cúbicas chamadas retalhos
(patches) cúbicos paramétricos. O processo é chamado representação por superfícies
paramétricas.
464
Preencher um polígono implica em: 1) decidir quais pixels devem ser pintados; decidir o valor com o
qual pintar o pixel.
465
Vejam-se as apostilas da dra. Shin-Ting Wu, IA841, Introdução à Modelagem de Sólidos, Unicamp.
Veja-se também Modelagem de Sólidos 3D no AutoCAD R14. Conceitos Básicos, em:
http://www.arcad.com.br/conteudo/artigos/Artigo%20-%20Solidos%20-%20conceitos%20basicos.pdf.
452
A representação por tiras de polígonos é muito usada, mas, quando se trata de
objetos não planos com muitas curvas ela se torna trabalhosa. A razão disto é porque,
para se dar uma impressão de curva, deve-se diminuir o tamanho dos polígonos. Isso
aumenta a sua quantidade na representação, mas não evita erros quando se aproxima da
superfície, e estes erros podem se tornar evidentes.
Neste tipo de representação cada patch é definido por fórmulas matemáticas que
indicam a posição e o formato do patch em um espaço tridimensional, e o seu formato e
a sua curvatura podem ser modificados editando os parâmetros das fórmulas. Deste
modo, as modificações nos parâmetros acarretam mudanças no patch.
Para um objeto formado por uma rede de patches, mudar apenas um deles pode
causar problemas na sua modelagem. Assim, para se manter a integridade da
representação, deve-se cuidar para que os patches possuam continuidade entre si, dando
a impressão de uma superfície homogênea. Eis alguns exemplos de objetos gerados
nesta representação:
453
A utilização de patches cúbicos paramétricos pode resultar em uma modelagem
exata ou aproximada. A modelagem só é considerada exata se o formato do patch
corresponder exatamente ao formato do objeto real.
466
Ou punctual, de “ponto”.
467
A iluminação pode ser: iluminação constante (flat shading); iluminação suavizada (smooth sheding).
454
15.1.5 – Curvas Paramétricas468
Uma superfície paramétrica pode ser definida por vários tipos de curvas. Entre
elas destacam-se: Curvas de Hermite, Curvas de Bézier,469 Curvas B-Spline e Curvas
Catmull-Rom. 470
• Bézier: estas são uma variação das curvas Hermite. São especificadas por quatro
pontos. Ela interpola o primeiro e o último ponto de controle, sendo que os dois
restantes dão a direção da curva nos pontos extremos. Esta curva permite grande
controle sobre sua forma, por parte do usuário.472
468
Veja-se: http://www.cs.helsinki.fi/group/goa/mallinnus/curves/curves.html.
469
As formas de Hermite e Bézier (que são modelos cúbicos) são as formas usadas quando se deseja
especificar as equações das porções de curvas de modo a garantir as seguintes propriedades: polinomial
com ordem menor e que, na junção de dois segmentos de curvas cúbicas, as tangentes possam ter a
mesma direção (a primeira derivada contínua) e que as extremidades dos segmentos passem por pontos
predeterminados.
470
As curvas paramétricas geralmente são computadas por modelos analíticos ou por algoritmos.
471
As curvas Hermite são definidas por dois pontos e dois vetores tangentes.
472
As Curvas de Bézier são usadas para a manipulação dos pontos de um desenho. Cada linha descrita em
um desenho vetorial possui nós, e cada nó possui alças para manipular o segmento de reta ligado a ele.
455
:
• B-Spline: a curva na qual se baseia a superfície B-spline é uma curva mais difícil
de ser controlada, porque é totalmente aproximada. Entretanto, ela resulta em
uma aparência mais suave.473
Os pontos que definem a spline são conhecidos como pontos de controle. Uma
das características dessas curvas é que a curva especificada passará por todos os pontos
de controle (o que não acontece com as demais splines).
Para calcular um ponto desejado na curva, são necessários dois outros pontos, de
cada lado da mesma. O ponto é especificado por um valor t que determina a distância
entre os dois pontos de controle mais próximos.
473
A forma B-Spline é a forma usada para especificar as equações das porções das curvas.
474
Os pontos de controle que ficam na curva são chamados de nós.
475
Edwin Catmull (1945- ) é um cientista da computação gráfica norte-americano, e um dos diretores da
Pixar e Walt Disney Animations Studios. Ele fez muitas descobertas na área computação gráfica. É
considerado o inventor da técnica Z-Buffer.
456
Dados os pontos de controle P0, P1, P2, P3 e o valor t, e assumindo que há um
espaçamento uniforme entre os pontos de controle, a localização do ponto pode ser
calculada como:
q(t) = 0.5 *( (2 * P1) + (-P0 + P2) * t + (2*P0 - 5*P1 + 4*P2 - P3) * t2 +(-P0 + 3*P1-
Um segmento spline é definido por quatro pontos de controle, mas pode ter
também qualquer número de pontos de controle adicionais. Isto resulta em uma cadeia
contínua de segmentos, cada um dos quais definidos pelos pontos nas extremidades de
cada segmento, mais um ponto adicional de controle de cada lado.
476
Mover um ponto de controle altera a forma dos retalhos que o partilham.
477
A maioria dos objetos, quando são animados, mostra que são deformáveis (por exemplo o impacto de
uma bola no chão).
457
1. Escolher o método de deformação da representação do modelo.
2. Escolher um método que anime a deformação, em função do tempo.
• Os patches podem ser deformados localmente, mas existem restrições entre eles
que devem ser mantidas. Além disso, os pontos de controle devem ser movidos
em grupos de 3x3.
478
Não é possível efetuar uma deformação localizada que, por definição, afete só uma parte da curva
paramétrica, uma vez que a restrição de continuidade irá se propagar.
458
aplicada ao corpo (Barr)479. São usadas curvas para definir as escalas e os ângulos de
rotação.
2. Deformação baseada em formas livres: deforma-se um espaço através da
mudança dos pontos de controle de um volume tri-cúbico de Bezier.
479
Algumas deformações são conhecidas como Transformações de Barr. Elas podem ser: adelgaçar
(tapering); torcer (twisting); encurvar (bending).
480
O termo renderizar (do inglês to render, traduzir, representar) é usado com o significado de converter
uma série de símbolos gráficos num arquivo visual, ou seja, "fixar" as imagens em um vídeo,
convertendo-as de um tipo de arquivo para outro, ou ainda, "traduzir" de uma linguagem para outra.
481
Após obter o resultado desejado pode-se então renderizar o trabalho, ou seja, torná-lo permanente.
459
A figura abaixo (uma paisagem) é um exemplo de renderização executada pelo
programa Terragen482.
482
O Terragen, um excelente software gerador de terrenos e cenários 3D, pode ser encontrado em:
http://superdownloads.uol.com.br/download/93/terragen/.
483
O Z-Buffer ou Buffer de Profundidade é uma matriz [n x n] na qual o elemento (i,j) corresponde ao
pixel (i,j). Esta matriz contém o valor de z em Coordenadas do Mundo (espaço de imagem) do objeto
correntemente visível naquele pixel. Além disso, existe outra matriz [n x n] cujos elementos
correspondem à cor ou intensidade luminosa que é para ser atribuída àquele pixel.
460
de dispositivo), e pode ser implementado facilmente como uma extensão/modificação
de um algoritmo de conversão por varredura.
A matriz de cores ou intensidades luminosas (para renderizações em preto e
branco) é inicializada atribuindo-se a todos os seus pixéis a cor preta.
Em seguida mapeia-se pixel a pixel a profundidade de cada objeto da cena.
Toma-se cada um dos polígonos, executa-se a conversão por varredura e, durante esta
conversão, executam-se os seguintes passos:
461
Normal map (ou Normal mapping): é uma variante da técnica anterior. É
utilizada para simular o relevo em uma superfície, calculando o ângulo das sombras
numa textura e, conseqüentemente, propiciando a impressão de maior profundidade.
484
Termo introduzido por Tomomichi Kaneko et al.
462
Displacement mapping: é uma técnica de computação gráfica alternativa ao uso
do bump mapping, normal mapping ou parallax mapping. Ela permite, em uma textura,
manipular a posição de vértices de uma geometria renderizada. Ao contrário do Normal
ou Bump mapping, em que se distorce as sombras para dar a ilusão de uma mossa ou
cavidade (bump), esta técnica permite criar mossas reais, rugas (creases), sulcos
(ridges), em uma estrutura real. Daí, as deformações desta estrutura podem lançar
sombras, ocultar objetos ou realizar qualquer mudança possível na geometria real.
485
Um texel, ou elemento de textura (ou pixel de textura – texture pixel) é a unidade fundamental do
espaço de textura, usado em computação gráfica. Texturas são representadas por listas (arrays) de texels,
assim como as imagens são representadas por listas de pixels.
486
Adaptado de: C. Gonçalves; L. A. Pereira; J. C. Pizolato, Jr.; A. Gonzaga: Reconhecimento de Tipos
de Movimento Humano baseados no Método GMM. Disponível em:
http://iris.sel.eesc.usp.br/lavi/pdf/wvc2006_0011.pdf.
463
computacional geralmente utiliza métodos bidimendionais ou tridimensionais, ou então
métodos baseados na aparência.
A maioria destes métodos é baseada em modelos, e propõe uma estimativa ou
sobreposição de posturas humanas. Entretanto, o custo computacional é elevado.
O método baseado na aparência para reconhecimento de movimento humano
não usa estimativa da pose. Neste caso, o reconhecimento de movimento pertence a um
tipo de problema de reconhecimento padrão. A técnica HMM (Hidden Markov Model) é
uma delas.
464
APÊNDICES
465
APÊNDICE I
a α А alfa x ξ Ξ ksi
b β В beta o σ Ο ômicron
g γ Г gama p π Π pi
d δ ∆ delta r ρ Ρ rô
e ε Е épsilon s ς Σ sigma
z ζ Ζ dzeta t τ Τ tau
ê η Η eta u υ Υ úpsilon
t θ Θ teta f φ Φ fi
j ι І iota qu χ Χ qui
k κ К kapa ps ψ Ψ psi
l λ Λ lambda ô ω Ω ômega
m µ Μ mü
n ν Ν nü
466
APÊNDICE II
487
Para eixos maiores do seis (senário), a demonstração é análoga.
467
APÊNDICE III
468
469
470
471
APÊNDICE IV
488
Entretanto, Lakatos afirma que originalmente os pitagóricos davam mais valor à prova aritmética.
Quando se descobriu que a raiz quadrada de dois era um número irracional, os critérios de prova
mudaram, dando lugar à intuição geométrica (e dando origem à teoria das proporções). A crescente
insatisfação com o método e a geometria de Euclides fizeram retornar, no século XIX, a intuição
aritmética, tendo por base a teoria dos números reais. (LAKATOS, 1978, p. 75, nota 74).
489
Este conceito de número real, entrevisto por Eudóxio, só veio a ter uma teorização final satisfatória no
século XIX, principalmente com os matemáticos Dedekind e Weierstrass.
490
Nesta citação, o autor retirou a parte referente ao quarto problema, vinculada ao quinto postulado de
Euclides. As tentativas infrutíferas que se fizeram durante uns 2300 anos para resolvê-lo deram origem,
finalmente, a um grande progresso na metodologia matemática que hoje em dia parece evidente, mas que
escapou a alguns dos mais perspicazes cérebros da história.
472
do de Zenão491. Os repetidos fracassos para resolver os três primeiros revelaram
dificuldades fundamentais que os antigos não suspeitavam, e tornaram necessário
melhorar o conceito de número.
(,,,)
“Os problemas são os seguintes. Em cada um dos três primeiros, e como uma
deferência a Platão, a construção deverá ser feita inteiramente por meio de um número
finito de linhas retas e de circunferências (estes problemas são chamados também de
problemas de Delos, e sua resolução platônica deveria ser realizada apenas com a
utilização de régua e compasso.
(...)
“O problema dois é equivalente a pedir uma construção geométrica, pelos meios
indicados para a raiz real de x3 - 2 = 0; o problema um é semelhante. Nenhum dos dois
foi resolvido, até que P. L. Wantzel (francês, 1814-1848) em 1837 obteve as condições
necessárias e suficientes para resolver uma equação algébrica de coeficientes racionais
pelos meios geométricos acima especificados. Nenhuma das duas equações de terceiro
grau satisfaz as condições, e portanto ficou demonstrado que os problemas eram
impossíveis.
“Se se prescinde da restrição de permitir unicamente um número finito de linhas
e de circunferências, é fácil resolver os problemas um e dois, por exemplo, pelas
cônicas, como o fizeram os gregos, ou por um sistema articulado.
“A importância histórica destes dois problemas é devido ao impulso que deram,
muito posteriormente aos gregos, à investigação da natureza aritmética das raízes das
equações algébricas com coeficientes inteiros. A estas raízes se dá o nome de números
algébricos; os números que não são algébricos, são chamados transcendentes.
“O terceiro problema é mais profundo. Em virtude do teorema de Wantzel, se o
problema três é solúvel, seu equivalente algébrico há de ser um número finito de
equações que satisfaçam suas condições. O problema seria possível se pi (= 3,14...) é
transcendente. Em 1882, Lindemann (alemão, 1852-1939) demonstrou que pi é
transcendente. Sua demonstração, com sua curiosa dependência da aritmética racional,
haveria deleitado a Pitágoras.
“O problema três, assim como o um e o dois, é solúvel se se o modifica,
permitindo o uso de outras curvas, que não a circunferência. A quadratriz (µ, ß equação
polar piµ = 2rß cosec ß) inventada por Hípias no século IV a.C., para o problema da
trissecção, é suficiente. No entanto, isto tem muito pouco interesse; a importância da
quadratura do círculo reside em suas relações com os números transcendentes.
“A quadratura do círculo implica uma irracionalidade de natureza radicalmente
distinta àquela que ensinou aos pitagóricos que nem todos os números são racionais; V2
é algébrico, pi não é. Alguém que explorasse o sistema dos números pela primeira vez,
iria lhe parecer razoável supor que todos os números reais são algébricos, ou pelo
menos que os transcendentes seriam extraordinariamente raros. Cantor demonstrou em
1872 que os números algébricos são em realidade as exceções; os transcendentes são
infinitamente (à potência do contínuo) mais numerosos. Um exercício muito
491
E o último teorema de Fermat, recentemente resolvido (nota do autor).
473
interessante é o de averiguar o que pressupõe a restrição a um número finito de linhas
retas e de circunferências nas condições dos três problemas”. (E. T. BELL, História de
las Matematicas, p. 86-87).
Como é dito no texto de Bell, tais problemas geométricos possuem apenas uma
importância relativa, nos dias atuais. Sua resolução, entretanto, interessaria à área da
geometria, desenho geométrico, geometria analítica, desenho arquitetônico e
construções geométricas em geral.
Os Problemas em Detalhes
Trissecção:
Com relação a este problema, Gauss havia declarado que a sua resolução (bem
como a da duplicação do cubo) com régua e compasso era impossível, mas não deu
nenhuma prova disso.
Em 1837, Wantzel foi o primeiro a dar esta prova, também realizada mais tarde
por Charles Sturm, que, no entanto, não a publicou.
Duplicação do Cubo:
492
O ponto G deve estar na metade de HE, de modo que HG = GE = AC.
474
geometria.493
De acordo com antigos relatos igualmente atribuídos a Eratóstenes, Platão ou
algum de seus discípulos da Academia, teria inventado uma máquina capaz de resolver
o problema da duplicação do cubo. 494
Quadratura do Círculo:
Um antigo papiro egípcio, o Papiro Rhind, fornecia uma regra para construir um
quadrado de área igual à de um círculo dado. A regra era construir um quadrado sobre o
diâmetro, após cortar 1/9 deste. Isto dava uma boa aproximação, que correspondia a um
valor para π de 3,1605.
Planos, ou aqueles que se resolviam pelo uso de linhas retas e círculos, porque
as linhas que os resolviam tinham sua origem no plano.
Sólidos, ou aqueles que se resolviam pelo uso de uma ou mais seções cônicas.
Lineares: eram os que exigiam a construção de outros tipos de curvas, com faces
irregulares e movimentos complexos.
493
Esta praga teria acontecido por volta do ano 430 a.C., e chegou a matar um quarto da população.
494
Parece que Leonardo da Vinci apresentou também um método mecânico para dobrar o cubo. Várias
soluções acerca do problema da duplicação do cubo podem ser encontradas no site: http://www-
history.mcs.st-andrews.ac.uk/HistTopics/Doubling_the_cube.html.
495
O Papiro Rhind, um documento de 1850 a.C. que o menciona, segundo alguns especialistas se basearia
em outros documentos escritos cerca de 3400 a.C. De acordo com suas regras de quadratura, o valor de π
seria de 3,1605, o que seria uma aproximação razoável.
496
O primeiro matemático que tentou realizar a quadratura do círculo foi o grego Anaxágoras.
475
círculo é igual ao triângulo retângulo que tem o lado mais curto igual ao raio do círculo,
então, a área do círculo com raio OP é igual à área do triângulo OPT.
É bem fácil encontrar um quadrado equivalente a um triângulo retângulo.
497
Ou seja, não podia ser a raiz de uma equação polinomial qualquer com coeficientes racionais.
498
Ou Ramanuja (1887-1919), um dos mais extraordinários matemáticos intuitivos de todos os tempos.
Nascido na Índia, aprendeu sozinho matemática, e quando se tornou conhecido ao transferir-se para a
Inglaterra, não cansava de surpreender os maiores matemáticos de sua época.
499
Cujo resultado, 3,1415926525826461253.... , difere do valor de π somente na nona decimal (com
dezenove decimais, π = 3,1415926535897932385...).
476
Soluções Pessoais
Com base nessa premissa, serão oferecidas as soluções com régua e compasso
para os problemas501 da trissecção, dobragem do cubo e quadratura do círculo.
500
Esta solução resulta da teoria dos números reais. Sendo a linha reta um contínuo, haverá sempre um
ponto D’ que representa a imagem de √2.
501
O problema da trissecção é demonstrado; já as construções seguintes são intuitivas.
477
I – Trissecção do Ângulo
Para se encontrar esta terça parte do ângulo, será utilizada também a propriedade
dos triângulos retângulos explanada a seguir.502
De onde:
502
Esta propriedade baseia-se na média harmônica entre vários números. A média harmônica de n
números reais positivos x1, x2,... , xn é o número real positivo H, definido pela seguinte relação: n/H =
1/x1 + 1/x2 + ... + 1/xn. No exemplo mostrado, o valor de C é igual à metade do valor de H.
478
AB/(A+B) = C , e C = A/2 = B/2 para A = B. Para B = A/2, C = A/3:
Para ângulos agudos, a mesma proporção será utilizada, a partir de uma outra
construção geométrica.
Demonstração:
503
Simetricamente, encontra-se o outro segmento que, traçado, completa a divisão do ângulo em três
partes iguais.
479
Tem-se, então:
b’ = a’/2 (Tese - T)
De (1) e H:
De (1) e (2):
2b - a’ = 2b/3
6b - 3a’ = 2b
4b = 3a’
b = 3a’/4
De (1) e (3):
Ou seja:
b’ = a’/2
C.Q.D
480
II – Duplicação do Cubo
b = 2a , e:
x^2 = (a.2a^2)/x
x^3 = 2a^3
481
Deste modo, a metade da área do retângulo a ser encontrado será equivalente ao
cubo dobrado:
=> 16 = 4.4 ;
e também:
4.a2 = (2.a)2
b/x y/a
ba xy
2a.a (x.x^2)/a
2a^3 x^3 , e:
x a.(2^1/3)
y/2 x^2 , e:
a.(2^1/3) ((2y)^1/2))/2.
Portanto:
482
2a.(2^1/3) (2y)^1/2
(2a.(2^1/3))^1/3 ((2y)^1/2))^1/3
2^3.a^3.2 ((2y)^1/2))^1/3
(2^4.a^3)^2 2^3.y^3
2^8.a^6 2^3.y^3
2^5.a^6 y3
Elevando a 1/3:
2^(5/3).a^2 y
Ou seja:
y a^2.((32)^1/3) 2.a^2.4^1/3
x.y 4a^3 , e:
C.Q.D.
483
Com lados irracionais, a solução é simples:
504
A semicircunferência que passa pelos pontos A e B, bem como o retângulo A”CE”E, são mostrados
para melhor compreensão.
484
III – Quadratura do Círculo
(e Retificação da Circunferência)505
Construção:
Fórmulas relacionadas:507
505
Veja-se: http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/HistTopics/Squaring_the_circle.html.
506
Problema da Retificação da Circunferência.
507
Não é uma demonstração.
485
R = r + r’ => r = R - r’
π/2 = (R - r’)/r’
π.r’ = 2R - 2r’
π.r’ + 2r’ = 2R
De (1):
486
.
487
APÊNDICE V
(AX)2 = AX.XB
x2 = d(d – x)
x2 = d2 – dx
x2 + dx – d2 = 0
x1 = √(d2 + d2) – d
4 2
x2 = – { √(d2 + d2) + d }
4 2
508
Considera-se o segmento orientado no sentido AB.
509
Que é igual a √(d2/4 + d2).
510
Na figura, os segmentos AX1 e AX2 foram tomados de acordo com os seus sentidos.
488
Tem-se também:
x1 = d { √(5 – 1) }
2
x2 = d { √(5 + 1) }
2
| x2 | – x1 = d
| x 2 | . x 1 = d2
489
APÊNDICE VI
511
Problema do Caixeiro Viajante – PCV, ou Traveling Salesman Problem – TSP. Este é um problema
de otimização combinatória, para o qual ainda não existe um método polinomial eficiente que o resolva.
Está contido também na teoria dos grafos, circuitos hamiltonianos, etc. Pode ter duas variantes: a STSP e
a ATSP (se for simétrico ou assimétrico).
512
Em algumas variantes do problema, a cidade inicial não precisa coincidir com a cidade final.
513
DEVLIN, 2004 (2), p. 152.
514
A modificação foi feita para mostrar uma simetria oculta (não perceptível no quadro original), com
relação aos valores totais.
490
N-O-M-S).515
A solução mais simples parece ser reduzir o problema de otimização a um
problema de enumeração: achadas todas as rotas possíveis e calculados os
comprimentos de cada uma, bastaria ver qual a menor. Com poucas cidades, como no
exemplo, a solução seria fácil.
Com muitas cidades, a idéia que surge é que, se for usado um computador
potente, a resposta viria rápido. Para n cidades, a combinação total de rotas dá um total
de n!/2 ou (n-1)!/2 possibilidades, se existir uma simetria.516
Chama-se tempo polinomial ao tempo de computação empregado para obter
todos os resultado possíveis. Significa que, existindo uma solução polinomial, esta
poderia ser encontrada em um tempo razoável de computação. Entretanto, o tempo
polinomial cresce extraordinariamente com o valor de n; deste modo, mesmo com
computadores de alto desempenho, um valor simples como n = 20 levaria várias
décadas para ser calculado. Conclui-se que a solução pela enumeração não resolve o
problema.517
Para os problemas considerados não-polinomiais (NP), ou seja, para os quais não
existe uma solução polinomial, soluções aceitáveis, ainda que não as melhores, podem
ser encontradas através dos chamados algoritmos heurísticos, que compensam sua
inexatidão com um menor tempo de computação.
515
A dificuldade de otimização para uma grande quantidade de cidades seria assustadora; por exemplo,
para dez cidades, mesmo com a simetrização, ainda assim as possibilidades seriam iguais a (10!)/2 =
1814400.
516
A notação “ ! ” é uma operação matemática chamada fatorial, onde se multiplica: n x (n -1) x (n - 2) x
... x 2 x 1. A solução n! ou (n-1)! depende do retorno ou não à origem.
517
Foi demonstrado que, se houver uma solução em tempo polinomial para este problema, haverá
também soluções em tempo polinomial para outros problemas incluídos na categoria NP – completos.
518
A seqüência de nucleotídios contida nas moléculas de DNA possui informação codificada na base 4,
correspondente aos componentes: adenina, citosina, guanina e timina (ACGT). Os nucleotídeos unem-se
apenas em pares complementares, GC e AT, sendo que estes acoplamentos duplos formam a hélice dupla
do DNA.
491
As atrações de pares complementares justificam o uso da sequência
CAACTCGA para representar o caminho da cidade X para a cidade Y. A seqüência de
X para Y (ou seqüência complementar) é chamada de seqüência hibridizante.
Cada sequência hibridizante representa uma rota entre duas cidades. A seqüência
final deve então incluir todas as cidades, separando as rotas legítimas519 e determinando
a rota mínima.
Entretanto, para garantir que as DNA hibridizantes fossem capazes de gerar
todos os possíveis caminhos, Adleman precisou usar cerca de um trilhão de cópias da
sequência de cada cidade e da sequência de cada caminho entre pares de cidades (e isso
apenas com sete cidades). Com um número muito elevado de n, o procedimento torna-
se, então, absolutamente inviável.
519
As que iniciam na primeira cidade e terminam na última, e passando uma única vez em cada cidade.
520
Particle Swarm Optimization, ou Otimização por Nuvem de Partículas.
492
Em maio de 2004, o problema TSP de visitar todas as 24.978 cidades da Suécia
foi resolvido, e foi provado ser o menor caminho possível. O caminho total atingiu
aproximadamente 72.500 km (855.597 unidades TSPLIB). O recorde anterior era de
15.112 cidades alemãs (conseguido em abril de 2001).521
Para a China, o problema TSP envolve um total de 71.009 cidades, para o qual
só existe uma solução heurística, não otimizada.
521
A lista de cidades suecas (inclusive pequenas vilas e povoados) foi criada em julho de 2001 a partir de
um banco de dados da National Geospatial-Intelligence Agency (Agência Nacional de Inteligência-
Geoespacial). Para maiores informações, veja-se o site: http://www.tsp.gatech.edu/world/countries.html.
493
Para Djibouti, com apenas 89 cidades, a rota TSP encontrada é mostrada na
figura a seguir.
Uma das melhores soluções heurísticas para o problema TSP a nível mundial foi
encontrada por Keld Helsgaun. Sua rota de 7.515.948.301 km de extensão foi
apresentada em 14 de julho de 2008. Ela é somente 0,04987% maior que a extensão
ideal, calculada em 7.512.218.268 km.
494
______________________________________________________________________
522
4,8 u.d., ou seja, 4,8 unidades de distância.
495
E nas rotas entre as cidades ABCD (conforme figura a seguir), nota-se o
seguinte:
Nas figuras a seguir são colocados pontos aleatórios, com as rotas que fecham a
maior área, e conseqüentemente, correspondem ao menor caminho a ser percorrido.
ABEDCA ABEDCFA
Em qualquer um dos casos, a área mostrada é maior do que a soma das áreas de
qualquer outra composição de rotas.
523
Ou seja, a rota AC-CB-BD-DA.
496
Quando as curvas poligonais fechadas não são simples, o cruzamento de rotas
faz com que a área total diminua (área maior menos área menor), aumentando o
caminho a percorrer. Neste caso, surgem várias possibilidades. Veja-se o exemplo:
No caso da rota alternativa abaixo, como as rotas não se cruzam, elas fecham
uma área maior, e, portanto, o caminho a ser percorrido é menor:
Mas a rota ainda pode ser otimizada pelas escolhas alternativas abaixo, que
aumentam sucessivamente a área total, com o conseqüente menor caminho.
497
Note-se que a última figura possui (em relação à anterior) a área a a menos, e a
área b a mais e nenhuma delas possui a área c (ver a próxima figura). Isto torna a última
figura a maior, em área (isto porque a área a é menor do que a área b).
498
______________________________________________________________________
524
Vilas e povoados muitas vezes possuem um único acesso.
499
O conjunto de pontos plotado na figura a seguir tenta mostrar tais dificuldades.
Neste exemplo, bastante esquemático, o caixeiro-viajante tem a sua base em W e deve
visitar todas as outras cidades, percorrendo o menor caminho.
525
Em todos os casos, no entanto, continua valendo a regra: a rota total que o caixeiro-viajante deve
percorrer é aquela constituída de caminhos sucessivos que fechem a maior área e evitem o cruzamento de
rotas.
500
O exemplo a seguir é menos esquemático, com pontos aleatoriamente
distribuídos e simulando um mapa real (com 14 cidades, sendo que W corresponde ao
início e fim da viagem).
501
A otimização supõe que existam, os acessos realizados:526
Note-se que a área total pode ser conseguida através de uma soma de triângulos
irregulares (doze triângulos, no exemplo):
526
Pois poderia ser o caso, por exemplo, de que não exista uma estrada entre dois pontos, ou de que ela
seja intransitável.
502
Otimização:
A otimização seguinte, bem mais complexa, foi feita sobre uma porção (um
recorte) do território da China:527
527
A otimização foi feita supondo que existam os acessos (estradas) entre as cidades mostradas. Uma
otimização com base na realidade poderia ser bem diferente. O exemplo serve apenas para justificar o
método geométrico proposto.
503
Porção do território:
Otimização:
504
Otimização opcional:
______________________________________________________________________
O método geométrico aqui proposto não é, em si mesmo, uma solução final para
o problema TSP. É tão somente mais um método heurístico que se agrega às várias
soluções propostas para este tipo de problema.528
528
Nota-se que a solução para Djibouti seguiu esta premissa, apesar de que, aparentemente, seus autores
não perceberam a perspectiva geométrica envolvida na solução do problema.
505
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506
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38. TATON, R.; FLOCON. A. A Perspectiva. São Paulo: Difusão Européia do
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507