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O Paiz
Rio de Janeiro,
6 de dezembro de 1890.
O Conselho de Intendncia, na sesso de ontem,
aprovou as providncias tomadas pelo seu
presidente por ocasio da original greve dos
carroceiros.
O Paiz
Rio de Janeiro,
7 de dezembro de 1890.
Foram anteontem inqueridos na 4 Delegacia, alguns
cocheiros e os presos nos dias da greve, mas seus
depoimentos nada adiantaram ao que se pretende
elucidar.
O Paiz
Rio de Janeiro,
13 de dezembro de 1890.
O Cdigo e os Operrios
O Governo Provisrio, pelo rgo do Ilustrado
Senhor Ministro da Justia, forneceu ontem
ainda prova convincente da tolerncia
republicana do sentimento democrtico, que
reveste e revigora as suas deliberaes.
Reinando certa hesitao no animo popular
sobra a interpretao dos artigos 203 e 206 do
Cdigo Penal e podendo semelhante
modalidade da opinio influir sobre as classes
operrias de modo prejudicial ao bem estar
destas e a ordem e paz pblicas, cumprindo,
finalmente subtrair a especulao e a m f
quaisquer protestos que justifiquem ainda na
aparncia tumulto ou perturbao, acreditou o
Senhor Ministro da Justia que seria
conveniente interpretar autenticamente os
textos da lei, sobre os quais se exercia uma
interpretao
pouco uniforme. Desse
escrpulo, altamente honroso e que
representa eloquentemente a homenagem a
mais distinta ao sentimento da populao,
originou-se o decreto que transcrevemos em
seguida cujo intuito consiste em explicar o
sentido literal e jurdico das disposies a que
nos temos referido.
O decreto acha-se redigido em termos claros e
precisos. No hesitar algum em afirma-lo.
Nenhuma dvida pode hoje subsistir sobre a
inteno que o ditou e a tranquilidade
absoluta, que ele deveria produzir, fazendo
renascer inteira a confiana no Governo
Provisrio, se por ventura um dia a dissipou no
seio das classes operrias o receio vago e
infundado, ou a manobra escusa dos
descontentes e despeitados.