Boletim Operário
Caxias do Sul,
1 de janeiro
de 2022
Gazeta de Notícias
Rio de Janeiro
3 de julho de 1890.
Ano XVI Edições nº 184
Capa
Uma espécie de greve
O subdelegado do 2º distrito de
Santa Anna mandou recolher ao
xadrez da 9ª estação policial nove
operários da fábrica de tecidos
Rinck, que, tendo sido
despedidos da fábrica por
turbulentos, tinham-se colocando
em frente ao portão do
estabelecimento, fazendo
assuadas e impedindo o ingresso
dos demais operário. Os
turbulentos, depois
severamente admoestado pela
autoridade, foram soltos. A esta
espécie de greve podia dar-se
também o título de greve gorada.
Gazeta de Notícias
Rio de Janeiro
20 de julho de 1890.
Ano XVI Edições nº 201
Capa
Greve
Os operários da fábrica de
tecidos Confiança, em número
de cerca de 700, apresentaram-se
ontem na fábrica, em Vila Isabel,
e a hora de começar o trabalho
conservaram-se imóveis nas
proximidades do edifício, mas na
melhor ordem e em perfeita
tranquilidade. As 8 horas da
manhã, quando apareceu o
gerente, destacaram uma
de comissão de 20 operários, que
lhe explicou os móvitos da greve.
Tendo feito várias reclamações
contra o procedimento do mestre
geral para com eles, e não tendo
essas reclamações sido atendidas,
os operários, julgando-se
incompatíveis com o referido
mestre, resolveram protestar
ainda uma vez por aquele modo
– não trabalhando. O gerente
ouviu-os e os operários
dispersaram-se na melhor
ordem.
Os médicos da polícia
verificaram ontem o óbito do
preto Benedicto Leite, de 75 anos
de idade, morador à rua dos
Inválidos nº 60, que faleceu sem
assistência.
Página 1
Edição nº 674
Gazeta de Notícias
Rio de Janeiro
5 de agosto de 1890.
Ano XVI Edições nº 217
Capa
São Paulo, 4
O telegrama passado à Gazeta,
assinado Diário do Commercio,
contem inexatidão.
O senhor Cascão, pretende à
chefia dos operários, redigia o
Diário do Commercio.
Tornou-se incompatível com a
corporação tipográfica, que fez
greve e só continua a trabalhar
depois que o Senhor Cascão sairá
da redação. – Bueno de Andrade
Cidade do Rio
Rio de Janeiro
13 de agosto de 1890.
Ano IV Edição nº 183
Página 2
Greve
Os operários da Casa Leuzinger
& Filhos fizeram greve em razão
de não quererem os patrões
aceder ao acordo estabelecido
entre operários e donos de
oficinas de encadernação a fim de
só trabalharem 8 horas por dia.
Achamos muito razoável a
pretensão dos encadernadores e
assim também pensam os
proprietários de outras oficinas
de encadernação tanto que, - à
exceção da casa Leuzinger, -
acederam os demais
prontamente ao pedido feito.
 1 de janeiro de 2022 Boletim Operário
Gazeta de Notícias
Rio de Janeiro
14 de agosto de 1890.
Ano XVI Edições nº 226
Capa
Fizeram ontem greve, o mestre
das oficinas, operários,
maquinistas e foguistas da Estrada
de Ferro Rio do Ouro, exigindo
aumento de vencimentos e
opondo-se à entrada nas oficinas
de um maquinista que deveria
montar duas máquinas
ultimamente chegadas do
estrangeiro. Por esse motivo não
seguiu trem algum do Caju para o
interior. A administração da
inspeção geral das obras públicas
providenciou para que seja
restabelecido o serviço, sendo
requisitado da estrada de ferro
central o pessoal necessário.
Página 2
A greve de ontem
Os operários da casa Laemmert
protestam contra a verrina
publicada ontem pelo Senhor
Luiz da França e Silva; e
agradecem penhorados os
auxílios prestados pelo Centro do
Partido Operário.
Gazeta de Notícias
Rio de Janeiro
15 de agosto de 1890.
Ano XVI Edições nº 227
Capa
Relativamente à greve dos
operários da Estrada de Ferro do
Rio do Ouro, temos as seguintes
informações: não foi o salário a
causa da greve, mas diversas
medidas tomadas pela
administração daquela estrada,
entre as quais algumas
nomeações, com preterição de
direitos adquiridos, tendo os
novos nomeados remuneração
superior à dos operários antigos.
Os próprios operários nos
forneceram estas informações,
acrescentando que haviam
prevenido com antecedência que
não trabalhariam no dia em que
efetivamente, por comum
acordo, realizaram a greve.
Gazeta de Notícias
Rio de Janeiro
18 de agosto de 1890.
Ano XVI Edições nº 230
Capa
SUO Operária dos Empalhadores
Deparando com um anônimo
que denuncia à autoridade local
uns ajuntamentos que se dão na
Rua Treze de maio, antiga
Guarda Velha, estamos
autorizados a pedir ao anônimo
que assine o seu nome, porque só
assim nós poderemos lhe por a
calva à mostra.
A comissão
Página 2
Edição nº 674
O Estado de São Paulo
São Paulo
5 de setembro de 1890.
Ano XVI Edição nº 4.666
Capa
Os pedreiros da companhia de
saneamento greve no Jardim
Botânico.
O Mercantil
São Paulo
11 de setembro de 1890.
Ano VII Edição nº 1.810
Página 2
- Os vendedores ambulantes do
jornal “Novidades” fizeram hoje
greve. A circulação aumentou
com a nova fase d’esta folha.
O Estado de São Paulo
São Paulo
28 de setembro de 1890.
Ano XVI Edição nº 4.685
Capa
Matadouro
Os tripeiros estão em greve
porque o administrador do
Matadouro proibiu a sua entrada
no recinto. O administrador
assim procedeu pela necessidade
de manter a ordem no
estabelecimento.
Gazeta de Noticias
Rio de Janeiro
28 de setembro de 1890.
Ano XVI Edição nº 271
Página 2
- Estão em greve os vendedores
de tripas e outros miúdos de boi,
por ter o administrador do
matadouro proibido a entrada
deles no local da matança.
 1 de janeiro de 2022 Boletim Operário
O Mercantil
São Paulo
2 de outubro de 1890.
Ano VII Edição nº 1.828
Página 2
Telegramas
Santos, 1.
- Os carroceiros da empresa do
lixo estão em greve, querem 90$
de ordenado.
Diário de Notícias
Rio de Janeiro
2 de outubro de 1890.
Ano VIII Edição nº 1.923
Página 2
Greve
Os Senhores Santos Marau & C.,
com oficina de fundição à rua do
Espirito Santo nº 30, afixaram
anteontem, por ocasião de
acabado o trabalho uma tabuleta
marcando a entrada para os
operários às 6 horas da manhã e
a saída às 5 horas da tarde. A
maior parte deles, que são em
grande número, apresentaram-se
ontem de manhã nas imediações
da casa e falaram aos demais
companheiros, a fim de não
entrarem para as oficinas sem que
lhes fosse marcado o trabalho das
6 ½ às 4 ½. Todos acordaram e
fizeram saber aos donos do
estabelecimento as suas
intenções. Estes sustentavam a
entrada às 6, permitindo, porém,
a saída às 4 ½, com o que os
operários não concordaram,
conservando-se ainda por algum
tempo em diversos pontos da rua
Espirito Santo, até que retiraram-
se sem que necessário fosse à
autoridade intervir, pela maneira
prudente com que se portaram.
Gazeta de Noticias
Rio de Janeiro
3 de outubro de 1890.
Ano XVI Edição nº 276
Página 2
Telegramas
S. Paulo, 2.
- Os empregados da remoção de
lixo em Santos fizeram greve.
O Estado de S. Paulo
São Paulo
3 de outubro de 1890.
Ano XVI Edição nº 4.686
Página 3
Os empregados da remoção do
lixo manifestaram-se terça-feira
em greve, em Santos. Consta que
a causa dessa greve é estar a
Companhia Santista de
Transportes pagando mais
vantajosos ordenados do que os
que percebem os empregados da
limpeza pública, que por sua vez
exigiram ordenado igual.
O Estado de S. Paulo
São Paulo
14 de outubro de 1890.
Ano XVI Edição nº 4.697
Página 3
Greve
Continua no Rio Claro a greve
aberta pelos cocheiros que
resolveram não comparecer na
praça enquanto não for revogada
a última postura aprovada pela
intendência dessa cidade. A
postura determinada que os
cocheiros prestem exame do
oficio, isto é, que tenham a sua
carta de habilitação legal.
Página 3
Edição nº 674
O Estado de S. Paulo
São Paulo
17 de outubro de 1890.
Ano XVI Edição nº 4.700
Página 2
Rio Grande
Está finda a greve dos cocheiros.
Correio Paulistano
São Paulo
17 de outubro de 1890.
Ano XXXVI Edição nº 10.236
Capa
Greve
Na cidade do Rio Claro continua
a greve aberta pelos cocheiros
que protestam contra a resolução
da intendência que em uma de
suas posturas determinaram que
os mesmos prestem exame de
oficio, isto é, que tenham carta de
habilitação legal.
Cidade do Rio
Rio de Janeiro
24 de outubro de 1890.
Ano IV Edição nº 23
Capa
Estado de S. Paulo
A nossa corporação tipográfica
foi dirigido o seguinte telegrama,
endereçado ao nosso paginador.
“Greve dos tipógrafos do Jornal
Estado de S. Paulo.
Pedimos solidariedade e
publicidade deste.
Assinado – Centro.”
Página 2
Greve
Segundo telegramas e boletins
que nos vieram às mãos sabemos
achar-se em greve a corporação
tipográfica do “Estado de S.
Paulo”.
 1 de janeiro de 2022
O Paiz
Rio de Janeiro
24 de outubro de 1890.
Ano VI Edição nº 3.104
Capa
O Estado de S. Paulo
O nosso distinto colega o Estado
de S. Paulo não foi ontem
publicado. Outras folhas
paulistanas noticiaram,
entretanto, a pedido do gerente
do Estado, que o nosso colega
não foi impresso, porque as suas
oficinas estão sendo submetidas a
reformas. Essa notícia, porém,
está em desarmonia com um
telegrama e um boletim, que
vimos e nos quais a corporação
tipográfica do importante jornal
paulista declara que, de acordo
com a revisão, entrou em greve e
recusa-se ao trabalho.
Acreditamos que tal embaraço
não terá sobrevindo ao nosso
colega, e, que se alguma pequena
dificuldade ocorreu ao Estado
está será afastada imediatamente
pelo critério de sua boa
administração.
O Mercantil
São Paulo
26 de outubro de 1890.
Ano VII Edição nº 1.849
Página 2
Greve no “Estado”
Para sustentar a greve no Estado
temos a seguinte contribuição
mensal, para ser dividida pelos
nossos colegas, enquanto
desempregados:
Dr. Antônio Bento 50$
Corporação do Diário de Notícias 100$
Corporação do Diário Popular 46$
Corporação do Mercantil 103$
Corporação do Jornal da Tarde 52$
Corporação do Correio Paulistano 73$
Falta a contribuição de muitos colegas, a
quem não foi ainda apresentada a lista.
Emydio Brito
Presidente do Centro
Boletim Operário
Correio Paulistano
São Paulo
29 de outubro de 1890.
Ano XXXVI Edição nº 10.245
Página 3
O Estado de S. Paulo
Apesar de se terem manifestado
em greve a corporação
tipográfica, revisão, pessoal das
maquinas e remessa, continua
essa folha a ser publicada. Julgara
o público que semelhante greve é
mentirosa, desconhecendo,
como desconhece, o modo por
que está sendo publicado o
importante diário da capital. Pela
configuração do jornal é fácil de
ver-se com que sacrifício, com
que supremo esforço está sendo
feito. Seis aprendizes trabalham
dia e noite, e aproveitando três
páginas de anúncios, composição
deixada pela ex-corporação,
apenas conseguem preparar a
página de pouca literatura, meia
dúzia de notícias e algumas
publicações de secção livre.
Assim se estingue lentamente o
órgão de maior circulação e que
teve os seus créditos firmados em
uma vida longa e ininterrupta de
serviços a causa pública!
Causa: o capricho da Companhia
Impressora em sustentar os atos
de um gerente antipático,
impostor e insolente. Que entrou
para a administração da folha,
por gozar da fama de atrabiliário,
vingativo e ousado; que foi ali
punir a briosa e altiva corporação
que nunca cedeu as exigências
descabidas e injusta;
Página 4
Edição nº 674
Que, finalmente, comprometeu-
se a fazer os cortes necessários no
pessoal e ordenados, a fim de que
a poderosa Impressora se
locupletasse com o suor dos
tipógrafos. Abençoada a reação
que, mantendo uma empresa, dá
bom ensinamento a todos
aqueles que especulam com o
trabalho dos honestos operários.
São dignos de louvor todos os
que, ainda coagidos pela
necessidade, sabem repelir as
afrontas e injustas imposições.
Ipso facto deixara a classe e terá
seu nome infame aquela meia
dúzia de artistas fracos, cuja
dignidade não esteve na altura de
reagir, e que, cedo ou tarde,
receberão a recompensa dos
sacrifícios que fazem aquele
Patronato que sabe ser generoso
por capricho e só abre a bolsa
para evitar o fiasco. Em tempo se
retiraram da folha os beneméritos
Doutores Rangel Pestana e Júlio
Mesquita, para não serem
coniventes com os fatos
escandalosos da nova
administração. Somos forçados a
vir a público fazer esta exposição
para que não se diga que
sustentamos uma causa injusta, e,
ao mesmo tempo, desmascarar o
ousado gerente do Estado de S.
Paulo.
Sustentamos esta luta em que
empenhamos toda a nossa altivez,
brio e dignidade, e também para
corresponder as maiores
simpatias, que a nossa causa tem
adquirido. Temos a obrigação de
sustenta-la em todo e qualquer
terreno. E para demonstrar que
temos o maior interesse em
conservar ilesa a nossa dignidade,
preferimos a ruina completa da
folha de maior circulação no
Estado, dando assim uma lição à
tal Companhia Impressora e seu
alter ego, famigerado Cahral.
Esperamos merecer do público o
apoio que nos tem dispensado até
hoje e confiamos na justiça de
nossa causa.
Os grevistas
 1 de janeiro de 2022
O Mercantil
São Paulo
29 de outubro de 1890.
Ano VII Edição nº 1.850
Página 2
Greve no “Estado”
Para sustentar a greve do Estado
temos a seguinte contribuição
mensal, para ser dividida pelos
nossos colegas enquanto
desempregados:
Dr. Antônio Bento 50$
Corporação do Diário de Notícias 100$
Corporação do Diário Popular 46$
Corporação do Mercantil 103$
Corporação do Jornal da Tarde 52$
Corporação do Correio Paulistano 73$
Falta a contribuição de muitos
colegas, a quem não foi ainda
apresentada a lista. Continuamos
a receber adesões de todos os
pontos onde tem chegado
notícias da altivez e dignidade de
nossos colegas do estado que tem
honrado sobremaneira os seus
brios. Eis mais um telegrama que
nos enviou o nosso distinto e
incansável colega Antônio Rocha,
em nome da briosa classe
tipográfica de Santos:
Santos, 27
As corporações dos jornais de
Santos oferecem duzentos mil
réis mensais para sustentar a
greve do “Estado”.
Boletim Operário
O Mercantil
São Paulo
30 de outubro de 1890.
Ano VII Edição nº 1.851
Página 2
O “Estado de S. Paulo e a greve”
Para o público fazer um juízo
certo de que ordem é a gente que
está trabalhando nas oficinas
tipográficas do Estado é bastante
ler o folhetim do número de
ontem que foi o fecha; é preciso
ter orelhas muito compridas e
andar de quatro pés para compor
daquela maneira!
Se são aqueles os tipógrafos, que
o Senhor Cabral arranjou para
substituir os grevistas, pode
limpar as mãos à parede.
É uma vergonha para a arte
tipográfica paulistana, tanto a
composição como a paginação do
folhetim com que o Estado fez o
seu réquiem, força do pela cara
dura do seu gerente.
Bernardino Ferraz
O Paiz
Rio de Janeiro
5 de novembro de 1890.
Ano VI Edição nº 3.116
Página 6
Greve dos Alfaiates
Pede-se a todos os oficiais de
obra de exportação para
sustentarem os preços conforme
a tabela. Os que ficarem sem
trabalhado queiram dirigir-se à
comissão para serem
apresentados à maioria das casas
que anuiu. Todos aqueles que
não assinaram, queiram dirigir-se
à Rua dos Ourives nº 165B.
Página 5
Edição nº 674
A Tribuna
Rio de Janeiro
7 de novembro de 1890
Ano I Edição nº 130
Página 2
Greve
Os trabalhadores da padaria da
rua dos Voluntários da Pátria nº
149, filial da Companhia de
Panificação, declararam-se em
greve, recusando trabalhar, por
ter sido despedido o
administrador da referida
padaria. Comparecendo ao local
do fato o Doutor Carlos Costa,
subdelegado da Lagoa,
aconselhou aos cabeças de
motim, conseguindo ficar tudo
em paz, continuando o trabalho
se novidade.
Gazeta de Noticias
Rio de Janeiro
7 de novembro de 1890.
Ano XVI Edição nº 311
Capa
Puseram-se em greve anteontem
os trabalhadores da padaria à rua
dos Voluntários da Pátria nº 149,
filial à companhia de Panificação,
por haver sido dispensado do
serviço o respectivo
administrador. O subdelegado da
freguesia da Lagoa compareceu
no lugar e conseguiu acalmar os
ânimos, restabelecendo a ordem.
 1 de janeiro de 2022 Boletim Operário
Correio Paulistano
São Paulo
7 de novembro de 1890.
Ano XXXVI Edição nº 10.252
Página 3
Secção Livre
A Companhia Impresso Paulista
Muita gente boa e digna que se
acha a par dos grande e fabulosos
negócios da Companhia
Impressora, diz por aí que a
mesma fez pressão aos novos
empregados do Estado, para
arrancar-lhes o protesto de
ontem. Não acreditamos nisso,
porque o brio e a dignidade dos
tipógrafos que estão no Estado
não permitem qualquer transação
onde pereçam os seus
sentimentos, a menos que a bitola
de caráter pela qual eles se guiam
não é a mesma com que os
trabalhadores dignos pautam os
seus atos na vida pública.
A Greve do Estado de S. Paulo
Até que enfim aparecera a dois
pedidos da ilustre corporação do
Estado de S. Paulo. Quem diria
que fosse a própria corporação
que viesse a público dizer-nos
que o que houve foi greve e não
melhoramentos nas oficinas...
Um dos a pedidos é assinado por
toda a corporação, faltando um
assinar, justamente aquele que
mais falava e gritava contra o atual
gerente do mesmo jornal que
acompanhando a greve, vendeu-
se incontinenti, voltando lá; mas
felizmente para honra dos
grevistas, esse sujeito não é
tipógrafo, porque esses não se
vendem. O outro é porque
aquele que há tempos foi
qualquer coisa do Grêmio
Tipográfico Campineiro e que
muito trabalho nos deu quando
lá, em Campinas, houve greve em
uma das tipografias dos jornais
diários, com os seus telegramas
para que daqui não fosse nenhum
compositor. Avalie-se o seu
calibre pelo termômetro do
seguinte telegrama:
Edição nº 674
“Campinas, 11 de março de 1888 O Mercantil
– De Costa a Benedicto Maria. –
São Paulo
A epidemia continua
devastadora. O “Diário de 25 de novembro de 1890.
Campinas” faz exigência absurdas Ano VII Edição nº 1.871
aos empregados; constituímo-nos
em greve permanente; previna os Página 2
companheiros. Faremos pressão Liga Operária
contra quem vier.”
Pergunta-se ao senhor presidente
Mas como nem todo tempo é d’esta associação, porque ainda
um, é este um dos colegas que não se manifestou oficialmente
veio fazer mal aos daqui e ainda na questão da greve do Estado,
tem coragem de escrever este quando o Centro Operário já o
pedacinho de ouro, e mo se fez, aderindo o procedimento da
soubesse o que escrevia ou o que ex-corporação d’aquele jornal e
assinava: oferecendo o seu apoio para a
Declaração luta em qualquer terreno?
“Declaro que sou empregado nas Um linguista
oficinas tipográficas do Estado de
S. Paulo, nada tenho que ver com
a greve havida naquela casa, nem
com as divergências entre seus
proprietários e o Centro
Tipográfico Paulista.
Acostumado a obedecer apenas
às minhas opiniões e, fazendo o
que quero e não o que outros
entendem, trabalharei em
qualquer parte até quando me
convier. E acrescento que estava
fora desta capital quando se deu
o conflito de que trato. Cada um
usa das forças de que pode dispor
sem querer que outros sirvam de
jangada.
Deixe-me em paz.
S. Paulo, 5 11 90
José Rodrigues da Costa.”
Felizmente para os colegas, os
grevistas, temos uma
recompensa: todos saíram
daquele estabelecimento e já
estão quase todos empregados
aqui, no entanto que o ilustre
colega, para poder empregar-se
precisou de sair do lugar onde
estava morando porque já estava
tão conhecido que não o
admitiam em tipografia alguma,
para trabalhar aqui, supondo não
ser conhecidos pela transparência
do mata-bicho.
Um colega
Página 6