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Orientação: Rumo, Azimute, Declinação Magnética: Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I
Orientação: Rumo, Azimute, Declinação Magnética: Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I
aula
07
Governo Federal
Presidente da Repblica
Luiz Incio Lula da Silva
Ministro da Educao
Fernando Haddad
Secretrio de Educao a Distncia SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Reitor
Jos Ivonildo do Rgo
Reitora
Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitora
ngela Maria Paiva Cruz
Vice-Reitor
Aldo Bezerra Maciel
Revisor Tcnico
Leonardo Chagas da Silva (UFRN)
Coordenador de Edio
Ary Sergio Braga Olinisky
Revisora Tipogrfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Projeto Grfico
Ivana Lima (UFRN)
Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)
Editorao de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)
Diagramadores
ISBN:
RN/UF/BCZM
2008/38
CDD 912
CDU 912
Copyright 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorizao expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraba.
Apresentao
Desde o incio da civilizao, quando os seres humanos sentiram necessidade de
estabelecer contatos e se deslocarem com freqncia, surgiram os problemas de orientao.
Naquele tempo, os meios para resolver esse problema eram extremamente escassos.
O bom senso de observao que existia na poca permitia distinguir e reconhecer os
principais pontos de referncia em terra e no mar, como montanhas, rios, vales, enseadas,
ilhas ou promontrios, entretanto, isso no era suficiente para uma orientao segura,
condio indispensvel sobrevivncia. Orientar-se por pontos de referncia durante uma
viagem apresentava enormes limitaes, pois no permitia que se atravessasse um territrio
desconhecido, por exemplo, e isso proporcionou uma busca por novos meios de orientao
mais seguros e que se aplicassem a qualquer lugar.
Uma primeira soluo imaginada seria o estudo do Sol e das estrelas, os quais
despertavam a curiosidade dos astrnomos j nos tempos da civilizao assrio-babilnica.
A partir desse estudo, foi possvel a identificao com exatido dos quatro pontos cardeais, o
que se tornaria uma revoluo no modo de se localizar. Nesta aula, apresentamos as formas
de orientao mais utilizadas, com destaque para a bssola.
Objetivos
1
Pontos Cardeais
N
NORTE
LESTE
90
SUL
180
OESTE
270
Nordeste
Sueste
Sudoeste
Noroeste
45
135
225
315
Pontos Colaterais
NE
SE
SO
NO
Pontos Sub-Colaterais
NNE
Nor-Nordeste
22,5
ENE
Ls-Nordeste
67,5
ESE
Ls-Sueste
112,5
SSE
Su-Sudeste
157,5
SSO
Su-Sudoeste
202,5
OSO
Os-Sudoeste
247,5
ONO
Os-Noroeste
292,5
NNO
Nor-Noroeste
337,5
NO
SO
SE
S
NNO
NNE
NE
NO
ONO
ENE
OSO
ESE
SO
SE
SSO
SSE
Principais instrumentos de
orientao utilizados
1. Cartas topogrficas ou mapas
Mostram o resultado da representao de uma regio em um plano, descrevendo seu
relevo, localizao de picos, vales, plancies, entre outros.
3. Bssola
Instrumento que sempre aponta para o norte magntico e por isso nos permite navegar,
nos orientando at mesmo dentro de cavernas e matas muito fechadas.
simbolizada por uma concha que aponta para Sul, considerada a primeira bssola. Por
volta do sculo XII, os chineses utilizaram a propriedade magntica de um mineral chamado
magnetita para procurar os pontos cardeais.
Como a concha era muito imprecisa, os chineses comearam a magnetizar agulhas de
modo a ganhar mais preciso e estabilidade. De acordo com alguns escritos chineses, as
primeiras bssolas foram utilizadas no mar por volta do ano 850. Os navegadores levavam
a bordo pedras de magnetita para imantar as agulhas medida que estas iam perdendo o
seu magnetismo.
A bssola foi desenvolvida atravs dos sculos e um avano considervel foi conseguido
quando se descobriu que uma fina pea de metal podia ser magnetizada, esfregando-a com
minrio de ferro.
O passo seguinte foi conseguir envolver e encerrar a agulha num invlucro cheio de ar
e transparente, o chamado invlucro da bssola, estando a agulha protegida dessa forma.
Inicialmente, as agulhas das bssolas danavam bastante e demoravam muito tempo
a estabilizar. As bssolas modernas so instrumentos de preciso, e a sua agulha, geralmente
encerrada num invlucro cheio de lquido, rapidamente se posiciona na direo Norte-Sul.
A inveno foi ento disseminada pelo mundo por astrnomos e cartgrafos, alcanando
os europeus, indianos e muulmanos.
Atividade 1
sua resposta
Declinao magntica
Um conceito muito importante que temos que conhecer para que possamos nos localizar
corretamente a declinao magntica. Para que esse conceito fique bem claro, temos que
saber que existe mais de um Norte, na verdade temos trs tipos de Norte em cartografia,
so eles: Norte Geogrfico, aquele indicado por qualquer meridiano geogrfico, ou seja, na
direo da rotao da Terra; o Norte Magntico, que a direo do plo magntico, indicado
pela agulha imantada de uma bssola; e o Norte da Quadrcula, aquele representado nas
cartas topogrficas, no sentido Norte-Sul.
O Norte Magntico para onde a agulha aponta no se situa exatamente no Plo Norte
definido pelos meridianos, ou seja, no Norte Geogrfico. A maioria dos mapas contm
meridianos, linhas orientadas no sentido Norte-Sul, que passam pelo Plo Norte Geogrfico.
Os meridianos so representados por linhas finas geralmente em preto.
S
N
Eixo de Rotao
A declinao magntica, dessa forma, existe porque o plo norte e o plo magntico
no coincidem, assim, podemos defini-la como o ngulo formado entre o Norte Geogrfico
e o Norte Magntico, sempre expresso em graus.
Nm
Ng
+
270
90
180
Figura 6 - D
eclinao geogrfica: Norte Geogrfico (Ng), Norte Magntico (Nm) e ngulo de declinao magntico (+)
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Declina%C3%A7%C3%A30_
magn%C3%A9tica>. Acesso em: 21 de fev de 2008.
Figura 5 - Globo terrestre com seus Plo Norte Magntico e Plo Norte Geogrfico. A distncia angular entre os
dois a declinao magntica.
n
Uma
As cartas devem conter a variao da declinao anual de uma regio para que possamos
obter o valor correspondente data atual. Como fazer isso? muito simples: multiplica-se
a diferena em anos da data atual e a data em que a carta foi confeccionada pela declinao
anual. Essa declinao varia de acordo com o local do planeta, por exemplo, em certas zonas
do Canad ultrapassa os 40 graus, mas, na Escandinvia desprezvel.
Convergncia meridiana
a diferena angular entre o Norte Geogrfico e o Norte da Quadrcula. Como as
quadrculas das cartas so planas, apenas no meridiano central de cada quadrcula, o Norte
Geogrfico coincide com o Norte da Quadrcula.
Plo Norte Geogrfico
Plo Norte Magntico
NO - NORTE DA QUADRCULA
NO - NORTE GEOGRFICO
NO - NORTE MAGNTICO
Atividade 2
sua resposta
Para que uma bssola possa apontar para o Norte verdadeiro, necessrio
fazer uma correo em seu crculo graduado. Como vimos anteriormente, o
valor em graus dessa correo chamada Declinao Magntica. Pesquise
e discuta por que utilizado o termo declinao e no inclinao.
Atividade 3
sua resposta
10
Determinao da direo
rumo e azimute
Rumo
o menor ngulo formado entre a linha Norte e Sul e o alinhamento.
N
N30W
N30E
N60W
N60E
90
90
S60E
S60W
S30W
S30E
0
S
Figura 8 - Representao dos rumos da terra
Por conveno, a contagem dos rumos tem como origem o ponto Norte (N) ou o ponto
Sul (S) e a sua variao de 00 a 900. Portanto, o rumo no possui valor negativo, porm,
obrigatria a designao do quadrante a que pertence o ngulo azimutal.
Sendo Norte a referncia (0), os rumos crescem no sentido horrio, sendo o rumo
Leste (E), 90, o Sul (S), 180, o Oeste (W), 270 e Norte (N), novamente 360. Notaes
tpicas de rumo so, por exemplo, N030, N190, N230, N320 etc.
Azimute
O azimute o ngulo formado entre o Norte e o alinhamento. Esse ngulo varia de 0 a
360 e contado no sentido horrio.
11
N
330
360 0
30
60
300
90
270
240
120
210
180
150
Rumo x azimute
Quando conhecemos os azimutes dos alinhamentos, podemos facilmente, a partir
deles, determinar os rumos correspondentes, atravs de simples relaes geomtricas,
bastando para isso obesrvar que:
n
apartir
n
a partir
12
RUMO = AZIMUTE
25
120
W
O
B
60
Az = 25
R = 25NE
N
D
Az = 120
R = (180 - 120) = 60SE
60
E
215
35
C
S
300
Az = 215
R = 35SW
Az = 300
R = 60NW
Atividade 4
Pesquise e discuta quais so os modelos de bssola que podemos encontrar
no mercado e quais as vantagens desse instrumento em relao a outros como
GPS, por exemplo, em termos de navegao.
13
Atividade 5
Pense e responda: a declinao na regio de Natal-RN est por volta de 22 graus
e 34 minutos Oeste, o que quer dizer que, para nossa regio, o Norte Magntico
est a 22 graus e 34 minutos Oeste do Norte Geogrfico. Nossa bssola aponta
para o Norte Magntico. Quando apontamos a bssola e tomamos uma leitura,
obtemos 56 graus. Considerando que a bssola no foi declinada, qual seria
ento o valor correto do rumo verdadeiro marcado por ela?
Atividade 6
Fazendo a operao inversa, em que queremos seguir num dado rumo,
ajustamos esse rumo na bssola para nos direcionarmos. Usemos o seguinte
exemplo: traamos uma rota no mapa, com vistas a seguir um rumo de 38
graus. Como obtivemos esse rumo do mapa, ele est dado em relao ao Norte
Geogrfico. Em relao ao Norte Magntico, qual valor devemos ajustar na
bssola para observarmos o rumo?
14
Resumo
Nesta aula, mostramos a importncia da orientao como atividade essencial
sobrevivncia do homem, abordando os princpios dos instrumentos utilizados
para esse fim. Comeando com a observao dos astros at o desenvolvimento
das modernas tecnologias, vimos que a bssola foi um instrumento utilizado
para orientao que provocou grande impacto na sociedade, pois, apesar de
ter um princpio de funcionamento considerado atualmente bastante simples,
representa uma das invenes tecnolgicas mais importantes da Histria, o
que possibilitou uma verdadeira revoluo no comrcio internacional, nas
atividades de muitos profissionais ou simplesmente na localizao.
Auto-avaliao
Agora que ns mostramos em linhas bem gerais os princpios de funcionamento
de uma bssola, pesquise e discuta o impacto que a descoberta desse
instrumento de orientao representou para o estudo da cincia geogrfica e
para a economia mundial.
Referncias
CASTRO, J. F. M. Princpios de cartografia sistemtica, cartografia temtica e sistema de
informao geogrfica. Rio Claro: IGC/UNESP, 1996.
DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianpolis: UFSC, 1994.
FITZ, P. R. Cartografia bsica. Canoas, RS: UNILASALLE, 2000. 171p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA - IBGE. Manual Tcnico de Noes
Bsicas de Cartografia. Rio de Janeiro: Fundao IBGE, 1989. Disponvel em: http://www.ibge.
gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/indice.htm. Acesso em: 12 fev. 2008.
15
Anotaes
16
Ementa
Histria, conceituao e utilizao da cartografia nos estudos geogrficos. O espao e os problemas da escala e da forma.
Orientao, localizao, projees e fusos horrios. Os dados estatsticos; tratamento e representao. O simbolismo
cartogrfico e a linguagem dos mapas.
Autores
n
Aulas
01 Histria da Cartografia
02 A Cartografia: bases conceituais
03 As formas de expresso da Cartografia
04 Cartografia aplicada ao ensino da Geografia
05 Escalas
06 Forma e dimenses da Terra
07 Orientao: rumo, azimute, declinao magntica
1 Semestre de 2008