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es20,00 NOWA ELETRONIGA NOt — FEVEREIRO 77 COM SUPLEMENTO. Navists BUTE “) TEMPORIZADOR PROGRAMAVEL. PARA INDUSTRIA E FOTOGRAFIA « SUSTAINER PARA GUITARRAS BIO-REALIMENTACAO S:RENE ELETRONICA “CONTA-GIROS DIGITAL” PARA MONTAR E COLOCA-LO EM SEU CARRO VOCE GOSTARIA DE MONTAR UM MULTIMETRO DIGITAL? ENTAO CONHECA O “DVM1” CURSO DE PROGRAMACAO DE MICROCOMPUTADORES OED (a LERNER APLICAGOESDOMOS jf} TEMPORIZADOR PRO- EM POTENCIAS ELE- GRAMAVEL VADAS (V-MOS) A BIO-REALIMENTA- cAo CURSO DE PROGRA- MAGAO DE MICRO- “BARGRAPH™ COMPUTADORES — UM TACOMETRO DI- wae OVATE LETRONICA GITAL DE PRECISAO maple oe : pronidade d ig EDITELE~ Editor Tenia Chvdnin Uide Diretor Responsive! LEBNAROO BELLONz DID EGas DIE Diretor Superintendente: RENTES NOS CON- AMPLIFICADORES DE LEONARDO BELLONZI AUDIO DE 20 A 60 % JUNTOS MUSICAIS essa ice WATTS USANDO NGS WULTANO BARGALL Coordendor de ProducSo: TRANSISTORES DAR- ALEXANDRE V, MARTINS OSUSTAINER LINGTON COMPLEMEN- | ‘Arte ¢ Fotografias: TARES | strato att | Sonar ten ebtanbo wet Lon | sosep€suuwenrevo Todos of dritoe remvador; prolbess » raprodugto pari ou Bacto total dos textore Hustagder desta publlaed, es coma radugoes eee 0 adapagdee, sob pana das tangSesetebelecidos om Ih Or GERALDO COEN publicados s&o de inteira responsabilidade dos seus autores, & veda | Senvigos Graficos: do © emprego dos circuitos em cerdcter industrial ou comercial, | oa tttocnarnicn favo com expreseaautorizato eri dor Editors apenss 6 perm a tida a realizacfo pars aplicagfo dilentatfstica ou didética, Néo om assurnimos nenhuma responsabilidade pelo uso dos circuitos descri- | Distribuigdo Nacional: ‘tos € se 05 mesmos fazem parte de patentes, Erm virtude de varia- ABRIL S.A. 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Temas em estogue smente a times sels econ" oe NOVA ELBTRONICA 1 CDITOR O langamento desta Revista foi precedido de planejamento e contactos de nivei internacional durante mais de um ano, Pretend/amos nao apenas trazer 40 piblico interessade ou profissional em eletrénica um novo subsfdio de consultas e desenvolvimento de seus conhecimentos, mas algo mais e que sempre sentimos faltar. Nao se trata, como de imediato possa parecer, de “mais uma revista”. A literatura técnica é necessaria e indispensdvel em qualquer ramo de atividade; nada se pode desenvolver quando nao existe disponibilidade de fontes de ‘consulta, teorias, aplicagées préticas. Imbuidos de tal pensamento @ procuranda preencher a lacuna de uma publicacfo de bom nivel, que atingisse todos os escalGes de especialidades e conhecimentos no setor da eletrénica sem, contudo, fugir as timitacées dos interesses e conhecimentos dos militantes em cada um desses escalées, é que decidimos fazer esta revista. O desenvolvimento da eletr6nica é alucinante. Diariamente surgem novas técnicas, novos conceitos, novos componentes. O técnico e o projetista sfo obrigados a uma constante atualizagéo. A quantidade de novos componentes é impressionante, Todos os pesquisadores trabalham incessantemente na busca de maior miniaturizagao, methor desempenho e reduc&o de custos. E imprevisivel 0 caminho OG jéncia Eletrénica: a tremenda novidade de hoje é superada em curtissimo espa de tempo. Apresentamos aos profissionais e amantes da eletrénica uma publicagzo diferente sob todos os aspectos. Dizemos diferente no melhor dos sentidos. Pesquisas por nés feitas mostraram-nos a avidez pelo novo, Essa 6 uma de nossas metas. Diariamente recebemos dos mais renomados fabricantes, laboratérios e distribuidores de todo o mundo, noticias, caracteristicas, exemplos de aplicagGes praticas ¢ amostras de novos Componentes. Nossa bibliografia 6 das mais completas, ricas e atuais no que tange a material cuja divulgagao precisa ser feita a todos e nado a uma minoria privilegiada. Nao pretendemos, apenas, divulgar teorias; é muito importante dar 4 conhecer o lado pratico, a aplicagéo funcional. Para isso possuimos um laboratério humana e materiaimente bem equipado. Nele sao desenvolvidos, submetidos as mais variadas e completas provas o que publicamos com sentido. pratico e que certamente o feitor iré querer montar. De uma coisa “ podle_haver certeza: os pratétipos foram por nés ou por nossos colaboradores ‘montados e provados com componentes existentes io mercado nacional; apés ssa fase 6 que sao publicados, coisa que nao 6 muita comum. Isso somente 2 NOVA ELETRONICA dé ao Jeitor uma certeza e confiabilidade que ele se habituou a nao ter. As fotografias que fartamente irao ilustrar nossos artigos documentarao\ tal afirmativa. Eis a grande novidade, inédita entre nds e que certamente ird agradar: é nossa intengao ter, sob a forma de “kit o material para que o leitor possa executar com sucesso a parte prética de nossos artigos. Evidentemente, respeitada a complexibilidade maior ou menor dos mesmos, teremos néo sb todos os componentes necessdrios como também as placas de fiagdo impressa e mesmo as caixas apropriadas que dardo um acabamento bem profissional a0 dispositivo, O leitor deverd prestar atengéo aos antncios e as noticias complementares inseridas no mesmo niimero ou nos niimeros subsegiientes. Por outro lado, seréo encontrados, nas paginas de nossa Revista cursos de grande interesse. Neste numero iniciamos o de “Programacio de Microcomputadores”. Tais cursos nao se limitardo, apenas, 4 enfadonha mas indispensével matéria te6rica; sempre teréo a parte prétice, a qual, para- maior facilidade, pord 4 disposigz0 de todos os “kits” de componentes é materiais requeridos para um perfeito aprendimento pratico. Feeeeteat ay jas com a publicag#o de caracteristicas, tecnologia e aplicagées de nentes comuns e@ os mais recentes lancados no mercado mundial. Isso tudo faremos com uma apresentaSo gréfica inigualével na América Latina, 0 que pode ser comprovado ja neste primeiro ntimero. Sobre a empresa que distribue a nossa Revista, s6 seu nome dispensa qualquer comentério, Sua organizac&o impecdvel 6 a methor garantia de que.a distribuicgo por todo o Territéria Nacional jamais deixaré aos leitores a divide na continuidade da aquisic¢ao de nossos numeros, As paginas de NOVA ELETRONICA séo de todos: dos que lidam na “mais alta eletrénica” até aos simples curiosos; dos estudantes; dos técnicos de. todos os niveis; dos amadores @ profissionais; enfim, de todos os que jé se encontram envolvidos pela Ciéncia Eletrénica ou que pretendem-adentré-la, Acreditamos que, de mos dadas ena maior das confraternizagées com as ~ demais publicagBes nacionais existentes, poderemos_colaborar de ‘forma marcante para o desenvolvimento daquela Ciéncia no Brasil. Trabalhamos . . com o- pensamento voltado para o leitor, para aquele que é revistas. importadas e fica na espectativa do material para aplicar na sofugdo de seu problema pessoal ou de sua empresa e para aquele que deseja montar um dispositiva funcional com o qual pretenda impressionar amigos ou familiares: - NOVA ELETRONICA 3 4 NOVA ELETRONICA EDITORIAL. Todo nosso planejamento foi feito para que, em cada numero, 9 leitor sempre encontre coisas uteis, de. aplica¢ao0-mais imediata possivel e dentro da maior atualidade, procurando facilitar a execuedo, pratica através de-“kits” @ componentes avulsos. ‘Nao. pretendemos, jamais, parar-no aptach @ no} tempo, ufanantes com sucesso colhidos.-Lutaremos para caminhat a0 lado ~ e quigd & frente — das melhores. publicagées congéneres do estrangeiro, as quais recebemos fogo apds suas saidas a publico-e mesmo muito- antes de-terem \chegado ‘ao, Brasil, quando para cé vérn, “Aig constantes e peniGdicas Viagens “de hossos. Diretores aos Esradas Unidas e Europa garantem o~suprimento-de-matériaatual.1sso-é-um fato muito importante, pois que, nessas-viagens, vo visitar-fabricantes ¢ laboratérios de renome, dos quais trazem as mais recentes novidades é técnicas. Isso tudo sé poderé beneficiar os leitores, que terao em nossa Revista 0 campo mais vasto a mais perfeita atualizagao, Estamos. 4_ inteira_disposiga0_de_ todos aqueles que, desenvolvendo um projeto orig& iu inédito, bern como os que tenham aperfeicoado-ou-criado uma_tecnologia, quelram tornar seutrabalho conhecido pelo pilblico; bastard submeter seus plenos @ a| exegiibilidade dos mesmos 4 nossa apreciacéo para ‘possivel aproveitamenta, recebendo em troca 0 mais amplo e imprescindivel apoio, De uma forma democrética, aceitamos todas as ériticas @ sugest&es que merecerao nossa melhor atengéo; sendo razodveis, possiveis de executar € atendendo & maioria, serao-imediatamente postas em pratica. E claro que-néo 6 facil, de forma alguma, “agradar a \Gregos @ a Trojans”. Com isso nao queremos dizer que atenderemos & necessidade particular -de_um ou outro que precisa de algo especifico para resolver o seu problema. Queremos que todos 0s que adquirirem nossa Revista sempre se sintam compensados pelo preco que estéo pagando € bem digam o tempo que dedicarem & sua integral leitura. Finalmente, convidamos todos os fabricantes, mantadores, importadores, distribuidores, comerciantes, etc., que nos enviem, periodicamente, noticias sobre suas atividades, lancamentos de| novos .componentes. ou equipamentos, ‘ou entrem em contacto conosco, para que possamos~ dara mais_ampla, completa desinteressada divulgagdo de tudo que ocotre|no campo da Eletrénica no Brasil. Aplicacoes do MOS em poténcias plevadas (V-M05) A estrutura do sulco em V proporciona uma familia de transistores de efeito de campo para funcionar acima de 25 W com saida linear e alta impedancia. ‘SUPRIDOURO, (source) Si0g PORTA (Gare) va AwMiNto sn, A tecnologia dos semicondutores de éxido metélico — MOS, até ao presente considerada aplicével apenas em dispositivos para pequenos sinais @ baixas poténcias, esté pronta para trabalhar as altas poténcias. Aplicada exclusivamente em circuitos de baixa poténcia, possibilitou a combi- ago de vantagens de desempenho com o baixo custo em légica e memérias. Agora, uma nova verso, V-MOS, ou seja semicondutores de 6xido Metélico vertical, dé-nos essas mesmas vantagens de campo de poténcia V-MOS, com capacidade de manipulagio de correntes da ordem de 10 Ampéres, tensio de ruptura {breakdown} superior a 200 Volts e resisténcias de fragdes de Ohm, comecam a surgir. Efetivamente, MOS-FET de poténcia que podem operar acima de 25 Watts e comutar 2 Ampéres, 880 disponiveis em encapsulamentos TO-3, TO-39 ou cerdmicos tipo flangeado para aplicacées em freqiténcias elevadas. So fabricados para tensdes de ruptura tipicas de 35 V com umresisténcia de 149, 60V com 2,281 e 90V com 3,42 Avancando nesta tecnologia, logo existiro dispo- sitivos para 400 V com muito mais poténcia de dissipagéo. Os V-MOS fornecem alta densidade de corrente © caracteristicas de transferéncia linear sobre uma ampla gama de correntes, alta capacidade de ruptura fontedreno baixa capacitancia residual SUPRIDOURO (sounce) PORTA (GATE) DREN (DRAIN) atuminio zn plcorpo) n> EPITAXIAL CANAL 4 cawaL n* SUBSTRATO RENO (DRAIN) FIGURA 1 NOVA ELETRONICA 5 porta (gate) — dreno (drain) — caracterfsticas simplesmente no obtiveis nos corwencionais tran- sistores MOS, VANTAGENS ADICIONAIS Transistores bipolares, controlados por corren- tes de portadores minoritérios, tém sido os Ginicas dispositivos em estado s6lido linear dispontveis para altas poténcias. Qs transistores de efeito de campo V-MOS, que sfo dispositivos controlados por tensdo de portadores majoritérios, oferecem muitas vantagens. Possuem mais alta impedancia de entrada devido a caréncia de condugéo entre a porta (gate) © o canal (channel), alta velocidade de comutacao devido 4 auséncia de armazenamento de portadores minoritérios @ auséncia de ruptura secundéria (second breakdown) porque seu coefici- ente negativo de temperatura limita uma excessiva corrente de dreno. Aiém disso, suas caracteristicas de transferéncia so lineares de 400 miliampéres a mais de 2 Ampéres — essencial em aplificadores lineares de poténcia. A tecnologia V-MOS combina estas vantagens em dispositivos préticos de potén- cia e isto abre um novo campo de facilidades para (0s engenheiros projetistas. A tecnologia V-MOS resulta do conhecimento dos semicondutores de 6xido metélico e do processamento bipolar. O ro passo é difun- dir as regides do canal (channel) @ supridouro (source) de maneira semelhante as difusdes de base ® emissor nos transistores bipolares. Entéo um sulco em forma de ¥' € tragado através das regiSes do canal e supridouro, usando-se um anisotrépico ou tragador preferencial para assegurar dimensdes precisas. Estas dimensdes so determinadas apenas pela profundidade (espessura) da “‘jenela” de 6xido e estrutura cristalina do silicio. O proceso é completado pelo crescimento de diéxido de silfcio sobre 0 sulco em V da regio porta e, entio, aplice-se a metalizacéo. CONDUGAO VERTICAL A corrente flue verticalmente no cristal (chip) semicondutor; por isso o “V"" no V-MOS. A seceao ilustrada na fig. 1 mostra-nos as quatro camadas (n*, P, n~ e n*) cujas dimensées icas so precisa- Mente controladas por processos de difuséo. Os transistores MOS convencionais possuem estru- turas laterais com dimensSes menos bem contro- ladas, proveniente do processo foto-litografico usado. Alémn disso, tais estruturas apresentam apenas trés regides a(n‘, pe n*). A fabricagdo em | Carat de dane() FIGURA 2 quatro camadas e o aspecto vertical do V-MOS ores de poténcia com estreitas tolerancias necessarias para dispositivos de potén cia de alto desempenho. A alta densidade do V-MOS resulta parcial mente do curto espagamento do canal, que é da ‘ordem de 1,5 microns, comparado com o espaga- mento dos atuais transistores que 6 de cerca de 5 microns. Acrescente-se que cada face de sulco da porta aumenta a densidade da corrente, pois que so possiveis dois “caminhos” de corrente para ‘uma dnica porta. Também outro fator a adicionar a capacidade de alta corrente é a localiza¢ao do dreno por detrés do cristal (chip) onde pratica- mente ele no ocupa drea de sil(cio. A alta tensio de ruptura e a baixa capacitancia, residual do V-MOS provém da regiéo n extra. A relativamente baixa concentragao de impurezas de tal regio permite & regio de deplexdo dreno-canal espalhar-se para 0 dreno, reduzindo 0 pico de campo elétrico através da jun¢o e com isso aumentando a capacidade da tensgo de ruptura, A capaciténcia dreno-porta do V-MOS é reduzida pelo efeito armazenador (buffering) da regiéo de deplexéo. Ainda outra caracter/stica importante do V-MOS é a relago linear da corrente de dreno tensio de porta numa ampla gama de correntes de dreno, Os convencionais transistores MOS sio dispositivos quadraticos (square-low) nos quais a corrente de dreno é proporcional ao quadrado da tensio de porta, No V-MOS, contudo, um estreito canal provoca o efeito de velocidade de saturacio: de portadores que, por outro, lado causa uma 6 NOVA ELETRONICA relaco linear entre a corrente de dreno e a tenséo de porta acima de aproximadamente 400 miliam- péres (fig. 2). Com uma estrutura vertical semelhante 20 transistor bipolar, o V-MOS oferece vantagens de alta tensdo de ruptura, alta capacidade de corrente e alta freqiiéncia de trabalho sem as desvantagens do desempenho dos bipolares. MELHOR COMUTAGAO, © MOS FET de poténcia apresenta diversas, ignificantes vantagens para alta poténcia e comu- taco em estado sblido. Um tipico dispositive ‘como 0 VMP1 pode comutar 1A em 4 nanosegun- dos, 200 vezes mais rapidamente que um conver cional transistor bipolar Darlington de tamanho equivalente. E com uma resisténcia de entrada de 1000 M&2 0 V-MOS FET no necessita de circui- tos de excitago de alta corrente ou amplificadores para acoplé-lo com circuitos excitadores de porta légica complementar MOS (C-MOS). etna a Sa) a 5 oF 40 wo Tad 160 8 ‘tempo (ns) say +8v oi, (d)Smzaay . wrt é s c FIGURA3 (enhencement), uma tensio de entrada de O V provocaré o corte (e corrente de fuga serd menor que 0,5 4A). Com uma tensfo de porta de 10 V, suporta uma garantida minima corrente dreno- supridoura (drain-to-source) 14, de 1A com uma resisténcia de 2&2 1,,- Para comutar um transistor bipolar em menos de 114 & necessério, pelo menos, 200 mA e para corté-lo rapidamente é& preciso uma tenso negativa. Mas o FET de poténcia com uma alta impedancia de entrada nao necessita, praticamente, de corrente para tal. Alguns microampéres de corrente de excitagdo so necessérios para alterar a capacitancia de entrada de quase 40 pF para mudar seu estado em menos de 1 ps. A simplicidade dos projetos comutadores de alta corrente légico-compativeis (fig. 3) usando V-MOS FET elimina a necessidade de resistores externos usualmente requeridos para a limitacdo da corrente de entrada, adaptar a tensio ou protegio contra fugas. O pulso de entrada para a porta légica produz um pulso na saida em 20 ns (figura 3B). Se uma porta C-MOS simples como o tipo 4011 for empregada no lugar de quatro, o atrazo (delay) aumentaré para proximo de 50 ns devido ao baixo “drive disponivel para carragar a capacitancia de entrada de 40 para 60pF do MP1. © circuito TTL de coletor aberto pode ser usado de muitas formas para excitar 0 FET, como no circuit i do na ‘drive’ da limpada esquemat fig. 3 C, Diminuindo o valor do resistor de 10 k&2 do TTL adaptador sera aumentada a velocidade do circuito. No entanto, para aplicacdes em limpadas como a do exemplo, qualquer valor pode ser adequado se a poténcia necesséria for disponivel, Um resistor de 1 kQ drenaré 1 mA; um resistor de 100 k2 drenaré 50 A. A substituiggo de transistores bipolares por MOS FET de potancia pode reduzir enormemente ‘0s componentes necessérios 0 que aumentaré a confiabilidade, Consideremos 0 circuit da fig. 4 que emprega uma gestdo da interface para perifé rico programével da série 8 000 projetado para o micro-processador tipo 8080 para.controlar im- Pressoras, selendides, “displays”, atuadores, etc, Setenta © dois resistores e quarenta e oito transistores bipolares podem ser substitufdos por 24 dispositivos V-MOS! A muito maior impedéncia de entrada de 1000 MQ. do FET reduz 0 consumedo’circuito de alimentagdo, Cada par Darlington de transistores bipolares precisa de 2mA de corrente de excita: gio. Gom uma fonte de alimentagio de 5 V, 0 circuito bipolar drenaré 240 mW de poténci NOVA ELETRONICA 7 [POLAR INTERFACE ‘Vows wrrenrace FIGURA 4 Considerando que hé mais de 10-nA de perda de corrente em cada um dos FET, o circuito total drenarg 240 nA a 5 V, ou apenas, 1, 2 HW. MANIPULANDO CORRENTES MAIS ELEVADAS Onde € necesséria a comutagao de mais de 2 A, dois ou mais FET podem ser ligados em paralelo, E to facil como conectar as portas de um C-MOS em paralelo para maior capacidade de excitagao. Sobretudo, precaugies especiais so desnecessérias para assegurar a distribuiggo da carga de corrente entre os dispositives. O coeficiente positive de ‘temperatura da resisténcia dreno-supridouro limita correntes excessivas por qualquer um dos disposi- tivos. O coeficiente negative de temperatura dos dispositivos bipolares tende justamente ao posto. Aumenta o fluxa de corrente nos dispositivos muito quentes devido a queda de resistencia dos transistores bipolares com o aumento da tempera- tura. Isso provoca uma condi¢o de fuga térmica, 8 NOVA ELETRONICA que cause a répida destruigao do dispositive (efeito de avalanche), © circuito apresentado na fig, 6A ilustra a simplicidade de ligago em paralelo de trés VMP1, FET de poténcia de 2. para formar um comu- tador de GA sem nenhum outro componente externo. Esse circuito ou uma ligagdo de seis ispositives com capacidade de comutar 12 A, pode ser excitado por uma Gnica porta C-MOS série 4000, apenas sacrificando a velocidade de ‘comutacéo, Em aplicagdes necessitenda operar com tenséo mais elevada que um simples FET de poténcia pode manipular, varios dispositivos podem ser ligados em série (fig. 5B). Na condi¢o de condugao a porta (gate) de Q1 esté a+ 15 V. coma tensiio do dreno (drain) a cerca de 1 V devido & queda Ips x rps do-dreno para o supridouro {source} de Q1. O transistor Q2 também esté conduzindo devido & tenséo positiva em sua porta. O divisor de tensio, resistores R1 ¢ R2, aplica 55% da alimentagio do +15V a porta de O2 e, considerando o dreno a *2V com 1V no supridouro, produz um muito adequado enrique- cimento (enhancement) de + 8,15 V para Q2 — levando-o rapidamente a conducao. Na condi¢ao de no condugdo, a porta de Q1 & posta & terra pela porta légica do C-MOS e menos de 1 A de corrente flue por Q1. divisor de tensdo resistivo agora “ve” 85 V de diferenca entre a fonte de alta tensdo e a fonte logica. Isto coloca @ porta de Q2 a cerca de 53 V. Q2 entdo atua como um seguidor de supridouro (source) suportando apenas microampéres de corrente entre dreno e supridouro. Entdo a sua ‘tensfo entre porta e supridouro é essencialmente 0; © que causa uma queda através de Q1, remanescendo uma queda de 47 V através de Q2, Isto distribue de uma forma razoavelmente igual 2 alta tensdo entre ambos os FET. Para gerantir que esta divisio de tensdo seja mantida sob condigées transientes, 0 valor dos capacitores C1 e C2 é escolhido para fazer as constantes de tempo R1C1 e R2C2 constantes. E ‘os valores desses capacitores sao suficientemente elevados para balancear a capacitancia de entrada de 02, A capacidade em manipulacdo de corrente de controle de um motor trifasico pode ser extendida simplesmente pela adi¢#o de um FET de poténcia em paralelo com os originais, Desde que estes comutadores de poténcia so diretamente ldgico- compativeis e tém alta impedéncia de entrada, & FIGURA 5 bem possivel ter 2-, 4-, 6-, ou BA de modulacdo de largura de pulsos em controles de motores com torque constante operands com uma simples porta C-MOS da série 4000 excitando cada terminal. E os requisitos de baixa excitagdo de comutagdo tém adicionais beneficios de per- mitir que os terminais superiores sejam excitados com opto-isoladores de menor poténcia melhor que cam volumosos transformadores de pulsos. APLICAGOES LINEARES Para circuitos analégicos, 0 V-MOS FET tem diversas vantagens, Seu ganho de corrente ¢ essencialmente equivalente ao de um dispositive bipolar com beta infinito, devido a impedéncia de entrada de aproximadamente 1000 MQ. Tem um genho unitério de freqiiéncia de resposta de 600 MHz devido a0 modo de operagac por efeito de campo de portadores majoritérios. A mais alta caracteristica de ganho linear para a corrente dreno-supridouro de 400 mA a 2 A torna-o util em aplicagdes de poréncia linear. Talvez 2 mais simples aplicagdo analégica do FET V-MOS 6 como comutadora. Um comutador analégico de baixa resistancia tem de 1,5a 3 S2de resisténcia de conduedo, dependendo do tipo de dispositivo, para sinais de 0 a 10 V. A corrente de fuga de desligamento é menor do que 0,5 4A. ‘Como 0 corpo de um encapsulamento de poténcia com 3 terminais deve ser ligado ao supridouro do FET, a corrente anal6gica deve sempre ser feita fluir do dreno para o supridouro. O fluxo de corrente inversa vai encontrar o diode pn existente FIGURA 6 poi pu NOVA ELETRONICA 9 6) wrcie Srménia toa Dito ‘e messntia Q 7100 10. 00k ™ froqiéncia He FIGURAT 10 NOVA ELETRONICA FIGURA 8 entre 0 corpo e o dreno diretamente polarizado. circuito de prova e resposta de freqiiéncia ilustrado na fig. 6 mostra a simplicidade necesséria para um amplificador de banda larga de CC a 10 MHz, 0 VMP1 sob prova possue uma trans: condutancia, gm, de aproximadamente 0,27 mhos e, com uma carga de 24.2 fornece um ganho do Circuito (gm x resisténcia de carga RL) de 6,5. A distorg%o harménica total para este circuito varia de 0,075% a 1 Vim, de salda até 0,8% a 10 Ving. Estes dispositivos fazem estégios 4udio-ampli- ficadores de alta qualidade, Um amplificador estéreo de 80 W (um dos canais é esquematizado na fig. 7) usa seis FET de poténcia em arranjo “pustrpull”. A distorgéo harménica & inferior a 0,04% usando pequeno “feedback” negativo para uma resposta de freqiiéncia dentro de 3dB de 11Hz 2 800 kHz. Sé 22dB de “feedback” foram necessérios com os FET, onde so usualmente “empregados 40.dB com estégios a transistores bipolare A distorg3o, que depende da poténcia de saida, & mostrada para vérias combinagdes de operagao, em “loop” aberto e fechado, com e sem filtro de RF. Um “bonus” extra quando se usa FET nesta saida de amplificador é inerentemente a protecdo contra curto-circuitos, a ruptura secundiria (secon- drary breakdown) ea fuga térmica, USOS EM ALTAS FREQUENCIAS ‘A mesma geometria de cristal (chip) é conse guida numa famflia de RF, a VMP4; usa a tecnologia da montagem de flange em linh Emprega, ainda, bastante elevada resisténcia de entrada e baixa capacitncia de entrada; compara- do com um transistor bipolar equivalente, torna-o til em amplificadores de poténcia VHF de banda larga. Por exemplo, um simples FET de poténcia, usado no circuito da fig. 8 tem um ganho de poténcia plana dentro de 15 db para cerca de £1 db de 40 a 180 MHz — ndo facilmente obtido com transistores bipolares equivalentes. O circuito pode fornecer 10 a 12W a uma carga de 50 92, dependendo da entrada (fig. 9). Uma caracteris- tica-chave a habilidade do circuito para resistir a cargas infinitas de relages de tensdes de ondas estaciondrias sem nenhum circuito de poténcia especial. Estes dispositivos V-MOS sio os primeiros a nascer de uma famflia de MOS FET que provocaré sua extrema utilidade em comutacdo de poténcia de estado s6lido e aplicacdes em poténcias lineares. Encontraro usos em ambas as novas aplicagdes & como eventuais substitutes dos antigos. OBSERVACGES: Os circuitos apresentados neste artigo slo meramente llustrativos, no se destinando, portanto, © epliccades Préticas imediatas, Os V-MOS estardo, dentro de algum tempo, & disposigso no mercado brasileiro;,os leitores ‘aguardem nossa comunicado quando isso ocorrer. FIGURA 9 NOVA ELETRONICA 11 eT: © QUE EA BIO-ENGENHARIA Sob 0 titulo de bio-engenharia, en- genharia biomédica, bidnica, etc., aflora, aparentemente, uma nova especializagao profissional. Tal fato, porém, nao € total- mente correto, Embora os nomes sejam realmente fruto do nosso século, a bio- engenharia acompanha nossa espécie desde © surgimento como “Homo sapiens”. Cabe, entretanto, destacar os experimentos do anatomista Galvani (1791) e do fisico Volta (1800), talvez como a primeira tentativa de se quantificar instrumental- mente um parametro fisiolégico. Assim como para um engenheiro diag- nosticar em um equipamento eletronico seu defeito, ou para um médico diagnosticar uma doenca qualquer, ambos utilizam sinais-pista detectados pelos seus sentidos basicos. Um ou outro, no entanto, se ressentem da insensibilidade e subjetividade desses sentidos basicos (visio, audi¢ao, tato, etc.). Paralelamente ao desenvolvimento tecno- légico da eletrénica, surge a oportunidade de se construirem aparelhos eletronicos capazes de auxiliarem 0 médico no diagnés- 12 NOVA ELETRONICA tico, bem como permitirem a quantificagao de parametros normais e patolégicos para os seres vivos, Vale salientar ao leitor que a bio-engenbaria envolve, além da eletrénica, os setores de hidrdulica, fisica, fisica nuclear, quimica, cibernética, matemética, materiais, etc. ‘Antes do advento da bio-engenharia como especialidade, o desenvolvimento dos equipamentos era feito pelos proprios pes- quisadores de bio-ciéncias, em seus labora- torios. O avango da instrumentagao bio-médica acompanhou de uma forma notével o desenvolvimento da tecnologia eletrénica e, como seria de se esperar, comecou a tornar-se altamente sofisticada e dificil de ser desenvolvida por um pesquisador dedi- cado mais as bio-ciéncias. Em meio a uma confusa e nem sempre tranqiiila simbiose de engenheiros e pesquisadores de bio- ciéncias, hé umas duas décadas atrés, surgi © bio-engenheiro, individuo altamente espe- cializado tendo como caracteristica 0 co- nhecimento de, pelo, menos, urna especia- lidade em engenharia e uma em bio-ciéncia, Gary Gronich além de possuir uma linguagem que o torna capaz de se comunicar satisfatoriamente com os dois grupos de pesquisadores. Iniciando uma série de artigos que tem como inteng#o a divulgacdo da bio-enge- nharia em nosso meio, desenvolvemos pe- quenos projetos que, longe de serem equi- pamentos sofisticados de laboratério, fun- cionam a contento do experimentador, sendo Uteis para professores e alunos demonstrarem, seja em aula ou em exposi- bes de ciéncias, diversos e importantes fendmenos biolégicos, além de terem um custo muito acessivel. BIO-REALIMENTACAO Antes de abordarmos 0 projeto propria- mente dito, cumpre-nos ressaltar com ve- eméncia dois fato: 12 — este projeto, bem como os futu- ros, tem caréter ilustrativo, nfo devendo, portanto, ser utilizado para fins terapéu- ticos; 2° — um dos principios basicos em bio-engenharia, consiste em se proteger 0 individuo, que interage com o equipamen- to, de eventuais danos fisicos; todo o equipamento elétrico que entrar em contac- to.com 0 corpohumano deve ser constru ido de forma a evitar possiveis choques elétri- cos; em vista de serem as fontes de alimentagéo convencionais as _principais causadoras desse tipo de acidente e comoa montagem de tais fontes, a partir da rede elétrica domiciliar, que preencha aquele principio basico & razoavelmente complexa, além de ser muito cara, nossos projetos serio todos alimentados por baterias; em hipétese alguma deveréo ser utilizedas fontes tipo transformador + retificador ou divisores resistivos. E oportuno alertar ao-leitor que se decidir montar e experimentar algum de nossos circuitos fazé-lo seguindo rigorosa- mente nossas instrugées, evitando introdu- zir modificacées ou adaptacbes. O material que empregamos é de facil aquisicao e nada tem de especial; portanto, néo procure equivalentes. A bio-realimentagao consiste em se reali- NOVA ELETRONICA 13 mentar instrumentalmente num individuo 0 estado atual de um parametro fisiolégico normal, sobre 0 qual o individuo ndo tem informacio ao nivel coincidente. Varios so os parémetros fisiolégicos que podem ser realimentados, assim como vé- rios so os meios dessa realimentacdo. Nosso projet consiste num circuito eletro- nico capaz de medir a resisténcia da pele continuamente informar ao individuo, atra- vés da variagdo de frequiiéncia de um tom audivel, as variagdes dessa resisténcia A. escolha da realimentacéo auditiva prende-se ao fato de ser o ouvide humano muito sensivel a variagdes de freqliéncia, o que simplifica, sobre maneira, o projeto bio-realimentador, Para esta realimentacao ndo € necessario conhecer o valor absoluto da resistencia da pele, mas sim seus valores relativos, O que se pretende com a realimentagéo ¢ variar “conscientemente” a resisténcia da pele, para o que ser& necessdrio um certo treinamento. A maior ou a menor facili- dade de se conseguir este intento prende-se a capacidade de cada um em se concentrar e se controlar. Para a realizagtio da bio-realimentagdo devemos permanecer em repouso, uma vez que a atividade fisica, assim como as variagdes do estado emocional, so acompa- nhadas de variagdes da resisténcia da pele, independente de nossa vontade ou de qualquer realiemntaggo externa. Os eletrodos deverdo ser fixados aos dedos anular e indicador, por meio de fita gomada ow esparadrapo, devendo a mio para tal finalidade usada, ficar também em repouso e numa posi¢ao confortavel. RELACAO DE COMPONENTES Cyaan Cool cea ANy CC ea Te a oa Tis) (pot. eee (Umer aan) rec) PNK Tena} Cras Cem me ara) cms cea eae cH Cree aT Td TPP ant Naan) = interruptor miniatura mente com R3 e RQ, determinam a corrente de coletor. Ao se conectarem os eletrodos, coloca-se a resisténcia da pele (Rpeie) em paralelo com R2, © que altera a freqiiéncia do oscilador, Se Ripeie aumentar ou diminuir, teremos uma queda ou aumento da fre- qiiéncia de oscilaggo de Cl1. R8 funciona como controle de volume para Q3, que 0 amplificador de poténci O transistor Q2 esté conectado como inversor, _FUNCIONAMENTO A ‘alma’ do nosso bio-realimentador um circuito integrado tipo NE 585 (fig. 1) conectado cgma-multivibrador astavel. A freqiiéncia’ de oscilago depende direta- mente dos valores de C1 e da corrente de coletor de Q1, ligado como gerador de corrente; R1 e R2 ligados a sua base formam um divisor resistivo que, junta- \4 NOVA ELETRONICA MONTAGEM O bio-realimentador deve ser montado numa placa de fiagdo impressa cujo projeto € muito simples. E altamente recomendado este tipo de montagem que, além de dar ao dispositive um aspecto mais atraente, evita a possibilidade de erros de ligacdes, eviden- temente levando-se em consideracéo ter sido a placa bem feita. Devem ser tomados os cuidados de praxe, como: atengdo na soldagem do circuito integrado, 0 qual nao admite excesso de calor e jamais pode ser ligado invertido; a mesma recomendacio 6 valida para os transistores. O alto-falante pode ser de qualquer tipo. Para uma maior durabilidade da bateria recomendamos que sua impedancia seja superior a 8 Ohms. Quando 0 bio-realimentador for ligado pela primeira vez, logicamente aps cuida- dosa verificag3o das ligagdes, coloque os cursores de R8 e RY no centro de suas respectivas pistas. Uma vez alimentado o circuito ouvir-se-4, no alto-falante, uma oscilagdo. Sem que os eletrodos tenham sido conectados @ entrada, a freqiiéncia da ‘oscilagzio deve ser ajustada para alguns Hz variando-se R9. Se, durante o uso do bio-realimentador, desejarmos variar essa freqiiéncia de seu funcionamento, bastard um reajuste de R9. Os eletrodos séo feitos de chumbo. Sua confecgao ndo oferece dificuldade (fig. 2). Com um vazador cortamos, de um pedago de chumbo com cerca de 1 mm de espessu- ra, dois discos com 0 diémetro aproximado de 10 mm; para isso empregamos lencol de chumbo utilizado pelos encanadores. Numa das superficies de cada um dos discos soldamos os condutores formados por fio flexivel # 20 ou # 22; essa solda deve ser convenientemente protegida por cola epo- xy, © que evitaré sua oxidacdo e Ihe conferiré maior rigidez mecdnica. Sempre que o bio-realimentador for usado, deve-se limpar, cuidadosamente, as superficies dos eletrodos que Irgo entrar em contacto com a pele, pois que devido ao suor e aos dcidos presentes na superficie da pela normal, eles poderdo se oxidar, provo- cando condugdo deficiente. Para isso serve uma lixa de gua, bem fina, ou raspar com uma lamina, ELETRONICA 15 Ravisia BUTE PROGRAMAGA OID UOTE O-curso de Programapao de Microcomputadores que iniciamos neste nimero 8 inédito e sem similares, mesmo em revistas estrangeiras. O teitor pode, realmente, encontrar algo, | relativo ao assunto, em artigos esparsos, mas jamais sob a forma de um curso. Em virtude de ser uma matérla bastante atual e palpitante, quem se decidir | a seguir nossas ligGes ird adquirir inestiméveis conhecimentos euma série de conceitos sui-generis. O assunto ird exigir conceitos basicos que o leitor jé deveré possuir; no entanto, 4 medida que eles se tornarem necessarios, 0s recordaremos sumariamente, se possivel. A primeira vista pode parecer um curso de nivel muito elevado. Na realidade a terminologia é um pouco diferente, seremos obrigados a usar palavras e frases em inglés as quais, traduzidas, jamais teriam o verdadeiro significado. Além do mais essa terminologia tornou-se mundialmente usada € 0 leitor precisard compreendé-la e absorvé-la. Convém esclarecer que este néo 6 um curso por correspondéncia. As liges devem ser estudadas com muita atencao desde a primeira pois que, sendo umas seqtiéncia logica das outras, néo havendo um método, surgird uma confusio diffail de ser resolvida. Os exercicios que se propuserem tergo suas respostas e explicagées na licio seguinte. Assim, 0s leitores néo nos deverdo enviar os mesmos, resolvidos, para que procedamos as corregies. O nosso curso abordard as seguintes e principais topicos: —“Introdug aos Microcomputadores | — Estrutura do Processador 8080 “ — Programas : — Programas Avancados : O curso terminaré com pormenorizados dados, elementos e instrucdes para que oleitor, se assim o desejar, possa montar um microcomputador cuja aquisico serd brevemente possivel sob forma de “kit”, pré-montado, pré-calibrado - | eque funcionard perteitamente. ~ ac ae NOVA ELETRONICA 17 SINAIS DE , SELEGAO_E PRE-DISPOSIGAO BUFFER A 3-BARRAS BIDIRECIONAIS FIGURA T Qs microcomputadores estdo se difun- dindo cada vez mais; séo utilizados como controladores de sistemas complexos, para substituir conjuntos ldgicos discretos, etc. Seu preco, cada vez mais baixo, permite o que antes era impossivel: um amador pode montar um computador completo em sua propria casa; um empresério pode especifi- car um sistema de computacao exatamente adaptado, em custo e tamanho, as suas ne- cessidades. O acesso a um computador era, ha alguns anos atras, caro e dificil. Sua lo- caliza¢io exigia espago, instalagdes espe- iais, pesseal treinado, Hoje, um microcom- putador de capacidade equivalente a um computador médio de ha cinco anos passa- dos, pode ser instalado sobre uma mesa, ocupando pouco mais que um amplificador. Mas nada’ vale esta facilidade se nao _sabemos usar nosso microcomputador. Sa- ber usélo é saber programar. Esta é a primeira ligao de uma série que visa ensinar a programago de um microcomputador. Saber programar significa saber “ensinar’” a maquina a fazer o que queremos. As possibilidades de um. microcomputador séio infinitas. Podemos “‘ensind-lo” a calcular, a controlar méquinas-ferramenta, a controlar nosso aparelho de TV de forma a realizar jogos, a mitir uma fatura, a fazer uma lista de compras, a guardar dados numa fita “cassete”, etc... O que & um microcomputador? Um microcomputador € um dispositivo légico variével; um micromputador nada mais é que um circuito que realiza uma fun¢ao légica. Possue, contudo, uma caracteristica excepcional: essa func&o légica pode “mudar’’. Um mesmo microcomputador pode trabalhar como maquina de calcular, pode controlar um torno, pode imprimir faturas ou ainda jogar xadrez. Pode, enfim, realizar qualquer fun¢do légica imagindvel. Esta possibilidade de mudar a fun¢do da maquina faz com que ela seja chamada de maquina universal (GENERAL PURPOSE COMPUTER) — fig. 1. © que permite a um microcomputador realizar funcdes diferentes? £ 0 programa “diz” 4 maquina o que ela deve fazer, Para cada funco, h4 um programa: o programa que imprime faturas, 0 programa que joga xadrez, etc... Muda-se o programa e muda a fungdo do microcomputador. Nosso objetivo, neste curso, é ensinar a programar microcomputadores. Consegui- remos “ensinar” o microcomputador a realizar as funges desejadas. Programas podem ser muito simples (por exemplo: somar dois numeros) ou complex (ssimos (por exemplo: traduzir um texto do inglés ao portugués). Comegaremos estudando a estrutura do microcomputador; veremos seus blocos principais e sua “linguagem” interna. 18 NOVA ELETRONICA 0 MICROCOMPUTADOR Um microprocessador é um dispositivo | composto de um pequeno numero de “chips” LSI, que: | = opera sob controle de um programa; = pode efetuar operagées sobre dados, tais como, operacées légicas, opera- g6es aritméticas, “input/output” (en- trada/safda) de dados, controle do “input/output”, decisdes sobre a exe- cugio do programa em func3o dos ' dados, etc. Um microcomputador & um dispositive composto de: — um microprocessador — meméria — circuito de “input/output” Para a programacio no é necessério conhecer 0 funcionamento interno do microcomputador, nem seus circuitos. Bas- ta ter um modelo claro de sua estrutura. O modelo classico esté representado na fig. 2. FIGURA2 Nao vamos entrar nos detalhes de funciona- mento de cada uma das partes; para nds basta entender sua funcao como um bloco, sem nos preocuparmos com a realizagdo eletronica. Assim como existiu a maquina de calcular mecanica, existiu 0 computador mecanico e até mesmo o computador hidraulico, onde a corrente elétrica era substitu(da pelo escoamento de um fiuido! Os prine‘pios de funcionamento sdo sempre os mesmas. As unidades de “input” forne- cem dados ao sistema. Exemplos: chaves, teclados, conversor analégico/digital, leitor de fita de papel, leitor de “cassette”. As unidades de “output” recebem resultados do sistema, Exemplos: LEDs, video, im- pressora, gravador de “cassette”. Fazendo uma analogia com uma calculadora de bolso, o teclado seria a unidade de “input” e o “display” a unidade de “output”. Normalmente, em um microcomputador, pode haver varias unidades de “input” e vérias de “output”. A escolha de uma unidade de “input” ou “output’’ depende da finalidade do sistema. Se for controlar um processo industrial, nosso microcom- putador precisaré, provavelmente, de cha- ves @ conversores analégico/digitais. Se for usado para emitir faturas, precisaré de uma impressora, De qualquer forma, as unidades de “input/output” fabreviado 1/0) sao essenciais para comunicacio com o sistema. Sem elas, o sistema se tornara initil O processador é a alma do microcom- putador. Gera os sinais que controlam os outros dispositivos, executando o progra- ma. Veremos adiante, em detalhe, como o processador executa um programa. ‘A memé6ria & um dispositivo que arma- zena dados. E um conjunto de registra- dores, numerados de zero até a capacidade total da maquina, Chama-se a este nimero de endereco do registrador. O registrador pode conter um dado. Este dado ¢ um ndmero bindrio. A capacidade dos registra- dores (mais conhecidos como posi¢ées de memoria) varia de computador para com- putador e é uma caracteristica da maquina. Nos microcomputadores mais usados, a memoria tem posigdes de oito “bits”. Cada posi¢fo pode armazenar um niimero que vai de 0 a 256, Veremos adiante o que é “bit” e como se usa numerac&o bindria. O ndmero armazenado em uma posigao de meméria é 0 seu conteddo. Na figura 3 esté representada uma meméria de 32 posi¢des. FIGURA 3 NOVA ELETRONICA 19 A posig&io de meméria enderego 17 contém ‘© numero 72. O contetido de cada endereco pode mudar sob comando do processador. © processador pode, por exemplo, transfe- rir 0 conteddo da posigao 17 para a posic¢do 23, ou somar o contetdo da posigdo 12 com o contetido da posigéo 8. De forma geral, 0 processador pode ler ou gravar na meméria. Ler: dar um enderego e obter em resposta o contetido. Gravar: dar um endereco a um dado. Este dado é armaze- nado no endereco fornecido, E pratico fazer a analogia da memoria como sendo um conjunto de caixas postais, cada uma com seu numero (enderego) e contendo cartas (contetido) que o proces: sador pode manipular como se fasse o carteiro. Uma pergunta que surge freqiientemente : qual a diferenca entre um microcom- putador e um computador? Resposta: nenhuma. O esquema que apresentamos & vilido para qualquer computador, maxi, mini ou micro. A diferenga entre eles 6 tao somente uma diferenga de porte, capaci- dade e velocidade. Em estrutura, so iguais. O PROGRAMA Para que nosso microcomputador possa realizar um trabalho Util, ele deve ser “instruido”. Suponhamos que ele tem como dispositive de “input” um conversor que recebe dados de uma balanca. Como “output”, temos um video. Queremos que © peso do objeto que esté na balanga aparega no video, até um certo limite. Acima deste peso, queremos que apareca a indicag&o “excesso’’.. Nosso programa seré uma série de ordens dadas pelo processador aos dispositivos “‘input/output”, como se o processador fosse um superior controlando varios funcionarios: 1. obter 0 valor do peso, pelo conversor: 2. comparar este valor com o limite, que esta na meméri 3. se for Thaior, er “excesso"; itir no video a palavra ir o valor no 4. casa contrario, emi video;~ 20 NOVA ELETRONICA Cada uma destas ordens chamada instrucio. Um programa & uma seqiiéncia de instrugdes que realizam determinada fungdo, No caso, nosso programa faria do microcomputador um controlador de ba- langa, O programa deve especificar, paiso a passo, tudo 0 que o processador deverd fazer. Nenhum detalhe pode ser deixade em aberto. Devemos imaginar o processador como uma pessoa que esté lendo o programa e executando obedientemente as instruges uma apés a outra, até achar, uma instrucdo de parada ou uma instrug3o que mande voltar a alguma anterior. NUMERACAO BINARIA, OCTAL E HEXADECIMAL Todos os computadores, micro, mini ou maxi, estéo baseados no mesmo conceito fundamental: o digito bindrio (bit). Um digito binario 6 um numero que s6 pode ter 2 valores: “0” ou “1". Um “bit pode ser representado por qualquer dispositivo que tenha dois estados (ver fig. 4). FIGURA © computador usa os algarismos "0" e “""" para representar nuimeros de qualquer grandeza. Para sabermos como isso é feito vamos, primeiro, entender o funciona- mento de nossa numeragao decimal. © que representa 0 numero 83? Cito dezenas e trés unidades: 83 = 8 x 10 + 3.0 numero 2347 = 2x 1000 + 3x 100+ 4x x 1047. Cada algarismo @ multiplicado por uma poténcia de 10. Lendo o nimero-da direita para a esquerda teremos: unidades, dezenas (10); centenas (10 x 10 = 100), milhares (10 x 10 x 10 = 1.000) e assim por diante. O nimero 10 & a base do sistema de numeragio decimal. Da mesma forma, 0 numero 2 & a base do sistema de numeragio bindria. Na pumeraco bindria temos os algarismos de “9 a "1", Por esta razio, a numeragdo bindria 6 adotada em computadores, Sua Tepresentagiio por circuitos 6 muito facil. O numero 1011 em bindrio representa; 1011 = 1x (2x 2x 2)+O0x (2x x2+1x2+1 1x8+Ox4+1x2+1= = 8+2+1=11 Contar de 0 a 20 em binario é facil, uma vez que s6 existem 2 algarismos (bits). O equivalente bindrio do decimal 0 é 0. O equivalente de 1 é 1. Como esgotamos todos os algarismos bindrios, comecamos nova coluna para o 2. O resultado é 10 (que nao tem nada a ver com o 10 decimal: 70 decimal néo é 10 bindrio |). O equivalente bindrio de 3 6 11. De novo esgotamos os algarismos e, portanto, come- amos a terceira coluna para o equivalente de 4 (100). Na figura 5 est&o os numeros bidrios de O a 20. Para converter um TABELA ? 0/0/0|0|0/0/0 ee FIGURA6 numero bindrio a decimal, desenvolve-se o numero, da direita para a esquerda, multi- plicando cada algarismo por uma poténcia de 2: 10011 x2 +0x 2 +0x 2 + Tx2tis x(2x2x2x2)+0x (2x 2x 2) + 0x (2 x2) Tx24+1= =1 * x1+O0x8+0x 4+ Ox2+1x2+1 16+2+1= 19 Para facilitar esta conversdo, pode-se u- sar 0 esquema da fig. 6. A conversao inversa, de decimal a binario é feita dividindo sucessivamente o numero decimal por 2, anotando os restos. Vamos converter em bindrio 0 decimal 19; obser- vemos a Tabela |, | i = 9 + 1 2 | — ] 2-4 + 1 2 4. 4-2 + $ 0 2. 2.4 + 0 | 2 1. + 1 =| | 2 o “| . | 4 | 1 0 0 1 | a I NOVA ELETRONICA 21 eS rr Portanto, 19; 9 = 10011, 1 Os indices 10 e 2 identificam a nume- ragdo decimal e binaria, respectivamente. Nameros binérios tendem a ficar muito longos. Por isso, os “bits’’ sdo agrupados com conjuntos de 3 ou 4, Temos, entio, ndmeros de base 8 (octal! ou base 16 (hexadecimal). Considere o numero _ binario 110111101100. Agrupado os “bits” de 3 em 3, o numero é convertido para a numeragdio octal: io 101 iu 100 = 6754, ‘ ‘ 7 4 aa 4 6 A base 8 (octal) s6 inclui os algarismos: 0, 1, 2, 3,4, 5, 6, 7. Agrupando os “bits” de 4 em 4, o numero é convertido para a base 16. 1110 o-k 1100 = pec, 4 c me A base 16 (hexadecimal) inclui os alga- rismos: 0, 1, 2, 3, 4,5, 6, 7,8, 9, A, B,C, D, E. A tabela I mostra as equivaléncias entre: as 4 base estudadas. Exercicios Os -exercicios so importantes para do- mihar os conceitos que sero apresentados durante o Curso. Na préxima li¢do, dare- mos a solugdo ‘dos exercicios propostos; 0 leitor ndo deyeré mandar os exercicios resolvidos para serem corrigidos: aguarde 0 prdximo ntimero!- 22 NOVA ELETRONICA 1 — Converter de bindrio a decimal os _ némeros: 1100101; 10101010; 1111111; 100000 2 — Converter de decimal a bindrio: 17; 30; 3 3 — Dar o equivalente octal e hexade- cimal do namero binario: 100101101011 Resumo Um microcomputador tem um proces- sador que controla dispositivos de “input” e “output” e pode obter e gravar dados da meméria. O processador opera sob controle de um programa, O programa 6 uma seqiéncia de instrugdes que detalham a fung&o a ser realizada. O computador usa numeracéo bindria, com osalgarismos 1 € 0. ° 0 0 | 0000 1 1 1 0001 2 2 2 0010 3 - 3 3 ort 4 4 4 | 0100 5 5 5 | 0101 6 6 6 | 010 7 “7 7 | ont 8 8 10 1000 9 9 11 1001 A 10 12) 1010 B " 13 1011 c. 12 14 | 1100 D 13 15 | 1101 E 14 16 1110 F 15 7 att Ot) ETD TET 0 PALES aS FF r , 4t pen Arrest ear ay pone ¥ COMO ECONOMIZAR COMBUSTIVEL? USANDO 0 MOTOR DO VEICULO DENTRO DAS ROTAGOES EM QUE ELE MAISRENDE ~ E MENOS CONSOME. - ESTE MODERNO TACOMETRO LHE POSSIBILITARA, UMA INDICACAO SEGURA E PRECISA DA RPM DO MOTOR DO.SEU CARRO. NOVA ELETRONICA 23 Um TACOMETRO digital de precisao 0 tacdmetro ou conte-giros, como vulgarmente ‘também se chama, 6 um dos mais dteis acessorios em um automédvel, motor maritimo ou motor estacionério, Ele permit 2, dirigir seu vetculo — onde é largamente empregado — de modo mais seguro, seguindo melhor as especifi- ‘Bes do fabricante do motor no que diz respeito & sua rotacdo, o que iré se traduzir em melhor aproveitamento de seu torque e faixa de economia de combustivel, Para nada vale saber-se, pelo manual de caracter{sticas, que 0 motor de determinado automével atinge sua méxima poténcia, a 4 000 rotagSes por minuto, que seu torque maximo & quando funciona a 2000 rpm ou que sua maior economia de combustivel se dé com 0 funciona- mento entre 2600 a 3000rpm sem que se disponha de um instrumento pelo qual seja possivel avaliar quantitativamente tais rotacdes. Nenhum motorist, por melhor que seja, mesmo um piloto de provas, pode afirmar, de ouvido, que “percebe’” as diferentes rotagées. Note-se que, nas maquinas de competi¢go, um dos instrumentos principais é o tacdmetro, pelo qual © piloto pode analizar o desempenho de seu motor e dele conseguir 0 maior rendimento, O motor, quando utilizado fora de rotagdes certas, tem seu tempo de vida encurtado, gasta mais combustivel, “queima’ dleo, sofre danosos sobre—aquecimentos e nao rend como devia.Além do. mais, como acertar-se corretamente sua “marcha lenta’’, que € uma das especificacdes primordialmente fornecidas pelos febricantes ? Nao s6 os veiculos de passeio como os de carga @ até locomotivas necessitam de um tacémetro, Com um conta-giros 0 motorista dirige sem riscos de prejudicar 0 motor, uma vez que assim pode ‘respeitar os limites maximos e ménimos de sua rotacéo e economizar combustivel, desde que use a faixa econémica de funcionamento ideal, de geordo com especificagées de seu fabricante, Alguns diréo: mas o manual de instrugSes de um carro, diz que ele ¢ econdmico até certa velocidade em km/h,: Muito bem! Suponhamos um veiculo de quatro marchas. O leitor experimente: facilmente atingird, na 3a. marcha, a faixa de velocidade méxima que segundo o fabricante, é econdmica no que diz respeito a combust(vel, No entanto . , .haja gasolina! ... A rotacéo do motor assim utilizado € tal que parece que se vai “desbielar” todo! ...Seu aquecimento € assusta- dor! . Que acontece com sua lubrificagao ? ... 24 NOVA ELETRONICA Mas, vamos ao que interessa, pois a nossa finalidade no é ensinar a dirigir e nem dar aulas de mecinica de motores. VANTAGENS DO TACOMETRO DIGITAL © movimento analégico do ponteiro de um galvanémetro, que tem sido 0 tradicional indicador usado nos tacémetros automotivos, apresenta diversas desvantagens. E inerentemente impreciso, devido a inércia de sua aguiha indicadora, impedindo indicacdes répidas. Possue altas perdas, que so ocasionadas pela transformacdo eletro— mecénica em que se fundamenta seu princfpio de funcionamento. Por ser formado por partes méveis que, evidentemente, t8m de se apoiar em mancais, seus_desgastes causam considerdveis perdas de fungées de medigo e leitura. Por maior que seja sua escala, num relance de olhos nao se pode ver, com facilidade, a divisio que traduz a leitura correta, isto sem se falar no erro provocado pela paralaxe e na imprescindivel atengo que o motorista deve prestar 20 tréfego congestionado, tornando-se dificil uma imediata interpretag3o da leitura; ela & subconsciememente feita e, algum tempo depois, quando a situacdo ja é diversa, & que ele se apercebe das rpm do motor. A indicagao digital supre todas essas desvan- tagens. As rotagées do motor sio claramente indicadas rpm “em numeros" e com alto grau de Em virtude de os nimeros no display néo necessitarem de interpretacdo, sobretudo pelo fato de nfo haver um ponteiro constantemente ‘dancando” sobre uma escala, instantaneamente & possivel saber-ge as rpm do motor, para o que uma intima fragdo da atengdo do motorista é desviada do tréfego ou da estrada. Tivemos ocasige de provar diversos dos muitos ‘tacdmetros que se encontram & venda e pudemos constatar seus altos indices de imprecisso. Alguns indicavam rotacSes absurdamente diferentes da- ‘quelas em que funcionava o motor. Por outro lado, observamos que a maior parte dos motoristas instala um tachmetro em seu carro, a0 lado de “um monte de feloginhos” sem saber a verdadeira utilidade daquele e nem destes! E mais um enfeite no painel! Talvez por esse motivo é que 05 fabricantes, nacionais ou estrangeiros, procuram dar “aquele”” aspecto para tornar mais bonito e atrativo seu conta—giros, pouco se importando ‘com a sua precistio, Nem & bom falar na instalagao tecnicamente deplorével (ele é colocado onde o_O sistema TTL requer para alimentacdo 12 ou dono do carro acha que fica mais bonito, mesmo 24 Ve negativo no chassis do vefculo. que isso signifique diminuigéo de visibilidade, importando que chame a stenco!}. DESCRIGAO DO CIRCUITO © tacémetro digital que descrevemos pode ser Uusado em motores de dois a dezesseis cilindros, _O diagrama esquemético do tacémetro digital é jam tipos de dois ou quatro tempos, visto na fig. 1. Basicamente é um freqdéncimetro a ee tee NOVA ELETRONICA 25 Um TACOMETRO digital de preciso modificado para ser usado como tacdmetro, Séo utilizados apenas dois “displays”: DS1 indica centenas ¢ DS2 indica milhares de rom. “Displays” para dezenas e unidades néo foram inclufdos Porque iriam variar muito rapidamente, perdendo sua utilidade. Além disso, indicagées da ordem de dezenas e unidades de rpm néo sio muito significativas no desempenho do motor. Examinandose © circuito, vé-se que a tensio do platinado 6 aplicada a um divisor formado pelos resistores R1 e R2, para ser reduzida a uma tensio compativel com os circuitos TTL empregados no tacdmetro. © platinado, como todos os contactos, apresenta muitas vibragdes durante 0 funciona: mento, provocande oscilagdes parasitas na tensio. Tais oscilagdes podem causar falsas leituras se forem interpretadas pelo cireuito e, portanto, precisam ser eliminadas, Isto & efetuado pelo diodo Zener D1, que estabiliza a amostra da tensio em 5,6 ou 68 V, pelo capacitor C1, que absorve transientes de curta duragio e por Cll, que "“quadr perfeitamente o sinal. Este integrado contém dois “Schmitt triggers”, que foram ligados em série para um melhor efeito, © sinal é entéo, enviado a um circuito monosstével Cl2, formado por um temporizador. Ele gera pulsos de duracéo bem definida, a um pulso_na entrada e no é mais influenciado pel duragao do ciclo. Esta é a sua dupla finalidad entregar aos circuitos contadores pulsos bem definidos e diminuir a possibilidade de entrada de falsos pulsos. Seu tempo foi calculado de uma maneira tal que, acima de 6000 rpm (rotagdo méxima da maioria dos motores) faz com que 0 tacdmetro no aceite mais os pulsos vindos do platinado, assim também diminuindo a proba- ilidade da entrada de falsas informagés.. ‘Agora, passemos & anélise do circuito que “realmente interpreta o sinal e nos fornece a leitura. a) Décadas Contadoras Uma para as centenas e outra para os milhares {CI5), ligadas de maneira a fornecerem contagem decimal sob a forma binéria; isto significa que a cada pulso na entrada corresponde um passo no contador e que a contagem, iniciada’em zero, volta ale depois do numero nove e é reiniciada. Estes contadores possuem duas entradas (pinos 2¢ 3) que, sob um-nivel alto, “‘zeram” as saidas. Aplicando-se um nivel baixo @ pelo menos uma 26 NOVA ELETRONICA delas, temos a contagem normal. Outras dus entradas (pinos 6 e 7) permitem que se mesma coisa, mas “jogando” nas saidas 0 ni nove, tends sido aterradas porque nao utilizadas, Uma das saidas da primeira década foi ligada) entrada da segunda, de maneire que esta 56 coi @ contar apés a chegada do décimo pulko § primeira (note-se que estes contadores reagem degraus negativos dos pulsos; assim, a 2a, décs ‘6 ird iniciar seu cliclo quando a saida da pri pino 11, voltar a zera, no décimo pulso recebido Consegue-se assim @ contagem de centenas & milhares de rpm. b) Decodificadores “drivers” Dois (CI6 e C17), com “latches” internos, decodificam os ndmeros da forma binéria para: sete segmentos de cada “display”. Estes Gls uma caracter(sticas especial que é a da entrada (pino 3), ativadora dos “latches”. Com um ni baixo aplicado a esta entrada, 0 decodifi ‘opera normaimente, Porém, a um nivel alto, faz com que © circuito armazene a ditim informagdo presente em suas entradas e a estab nas saidas (fung3o executada pelos “late internos).. ¢) Temporizador C12, funcionando como a .base de tempo sistema, No caso, esté ligado como um mi brador astdvel de preciso, através da rede exte R7, RB, C7 e RQ. A salda de pulsos fol co aos terminais de ““zeramento” dos contadores entrades EL (“latches”) dos decodificado Como. i& vimos, 0 nivel baixo nao afeta entradas, mas quando os pulsos passam pelo ni alto, ocorrem duas coisas: 1, 08 decodificadores ficam com suas estabilizadas, isto é mantém nos “displays” itima informaego recebida, enquanto durar nivel alto; 1 2. com um pequeno atraso, feito por C8 ¢ R6, os contadores so zerados ficam prontos_ par receberem novas informagées no préximo baixo vindo do multivibrador ( 0 atra necessério, para evitar que os contadores s “zerados” antes de poderem enviar a ditime leit 208 decoditicadores). Neste ponto pode-se perceber a operacdo de todo © conjunto: vernos que os contadores contam sempre um niémero varidvel de pulsos {vindos do pletinado) durante um espago fixo de tempo (controlado pelo multivibrador), Em outras polavras, temos o néimero de rotacdes do motor, Por minuto. Como s6 so usados “displays” para milhares ¢ entenas de rpm, desprezando as dezenas e as unidades, poderiamos ter 0 problema de uma variago muito lenta da rotago nos “displays” (os wxtremos lidos pelo tacdmetro sio 100 @ 6000 rpm). isto & compensado fazendo com que o multivibrador tenha um ciclo de apenas 150 ms. Teremos, entdo, nos “displays” uma renovacao de leitura de aproximadamente 7 vezes por segundo. © multivibrador precisa ser ajustado para o tipo de motor em que vai ser usado 0 tacdmetro ( para uma mesma rotagio do motor, a freqiiéncia e funcionamento do platinado varia de acordo com o niimero de cilindros e tempos); é 0 nico ajuste necessdrio neste circuito, que veremos no proximo namero. Os “displays” utilizados s80 FND5OO de sete gegmentos. O transistor Q1 6 0 responsivel pela regulagem da intensidade luminosa dos “displays” devido alta corrente drenada por eles. Esta variagdo & muito til, sobretude quando o vefculo 6 dirigido & noite e na estrada. Os capacitores C8, C9 ¢ C10 absorvem possiveis wansientes. Como regra geral, C9 e C10 sio montados junto a Cl4 e CIS, devido ao ambiente saturado de interferéncies, como soe acontecer num automével. Em paralela a alimentaco geral foi ligado um conjunto diodo-capacitor (D2 .e C11). O capacitor, como nos outros casos, absorve eventuais variagdes bruscas de tensio; 0 diodo protege todo o circuito no caso de uma inversio de polaridade. © estégio regulador da alimentagdo € consti- tuido por D3, C12, C13 e CI10. Este integrado é um estabitizador de tensio, tipo 7805, C13 foi do em paralelo tom C12, por ser efetivo ientes mais répidos. © protétipo, desenvolvido em nosso labora~ t6rio, foi 4rduamente provado, inclusive sob as piores condigSes, instalado em vefculos de diversas marcas, inclusive importados; seu desempenho e preciso so assombrosos, No préximo némero forneceremos todos os detalhes de montagem, calibracao e instalagao, esta exigindo certos cuidados, (Conctui no préximo ntimero) Entre outros assuntos, vocé poderd ler no préximo namero de NOVA ELETRONICA: CURSO DE AUDIO PLENO PROBE (0 medidor de niveis légicos que yale por 16) LUZES PSICODELICAS AMPLIFICADOR DE POTENCIA DE AUDIO COM Cl TBA 810DAS NOVA ELETRONICA 27 HATE DO eee oa Ren eu ce Pipes aCe eee er OM) etic cies amt r ucts ee Mok ee Rs Pen enc cen eee Riu’ eee eel PRM met Me RURAL re OM CLF Seer mmc eo Mem CMU UMC MO CMS Ue ed Be UCR MMR me ec A CL) inicialmente descrito. Isso, evidentemente, envolverd projetos varios, tais como: CIRC EM one TLieCONkO od AU CeCe Birt LR Ce Murer Oe ie ieee Pcie Te CCM CUCM arc mtr ed Pee ue cms mer OM tein Cn acme ch MT Em ICOM: MCMOM Cle iate ster Pm Cm Cu Mm MUS Ca Meer muito mais dispendioso comprado j4 pronto. RO hn Cee cee omen Tes mente, para’ OS MUTANTES, nos quais BUC ate esul eana escent Ras Oa Mame Mae iM aria Cea ems Cac ied confiabilidade, sero publicados artigos Cea Re um Rm gradativamente indo substituir os discretos Rem merce eu Se seer eee ym con Peace car a disposiggo e permitir, também, um apren- Cecio Se cee aU) rrr eee nt Mc Okra c hia Pe Oe ec ec Ome TS Coeur Om et aca totalidade do sistema proposto, suficiente Pirtuke iti curses CRC CuO cn ae rk met a eR Ory eee ctl es eme lew tect Pom Ce Tene Cee en Poe emer eto Ca Mt Cen enn et ceices ee ee Ty Eee Os rhe) CCL ey Nie eCU mC ud aquele caso particular, esta ou aquela Crete meCS CMTE tC CMs nr) Ce CMe ee Ce Pheer eee rr ae ras pelos préprios interessados, pois que tudo foi antecipadamente programado, mon- tado, exaustivamente provado e, uma vez Pe ae CM cto eee cela Teton OMe Oe) FIGURA | nentes indicados, tudo funcionaré dentro das especificacdes de cada aparelho em si ou dentro do conjunto que ele formaré ou poderd formar. AEVOLUGAO DO SISTEMA DE SOM DOS CONJUNTOS MUSICAIS Escolhendo a época dos sucessos em LP do conjunto musical norteamericano “The Ventures”, ou dos brasileiros “The Jet Blacks”, formemos um quadro da situag3o da maioria dos conjuntos musicais eletri- ficados io da década de 60). N&o havia, ou quase nao havia, a execugao vocal. Os solos musicais, assim como todo o acompanhamento, eram quase sempre realizados pela guitarra elétrica. Fora a bateria tais solos e acompanha- mentos eram produzidos por instrumentos musicais amplificados por um tipo basi- camente identico de amplificador: o « “Fender Showman” é o exemplo classico, de onde se originaram os Tremendées @ outros nacionais. A caracter{stica essencial desses ampli- ficadores 6 seu curto aleance sonoro: é 0 que denominamas “short throw”. Isto quer dizer que mantém a mesma caracter(stica de resposta de freqiiéncias-e timbre até uma curta distancia e que, & medida que nos afastamos deles, para os lados e para a 30 NOVA ELETRONICA frente (distancia entre a frente do conjunto musical e o fundo da sala), o controle sobre a disperso sonora feito por suas caixas actsticas € deficiente, modificando-se a resposta, a clareza, a inteligibilidade. O Angulo coberto pelo som desses amplificadores é bem grande, principal- mente nas baixas freqiiéncias e é Util até distancias ao redor de 9 metros do palco a platéia, apés o que as reflexdes nas paredes, no chéo e a diretividade diferente nas diversas freqiiéncias tornam a qualidade sonora incontrolével pelo musico (fig. 1). Como as apresentagdes na época eram, geralmente, para auditorios pequenos, clu- bes, bailes, etc., tudo ia as mil maravilhas. Surgiram os Beatles. Com eles e outros, o som vocal foi extremamente valorizado; dai a mnecessidade de aparelhagem para a amplificagao das vozes, também sentida nos grupos musicais brasileiros que, de certa forma, refletem as variagdes dos estran- geiros. Por causa do fendmeno da microfonia ou tealimentacSo actistica, as caixas para vozes deveriam ser, obrigatoriamente, colocadas entre o publico e os mtisicos, voltadas para © piiblico e longe dos microfones, Hoje em dia comegam a ser tentadas, em maior escala, técnicas de anulag3o da_reali- mentacao, com o emprego de dois micro- fones distanciados, direcionais e fora de fase. A posigao ideal, para o sistema monofé- nico, seria a colocagao da(s) caixa(s) de vozes no teto e mo centro, mas a impossibilidade disso ser feito com sistemas portéteis obrigou o uso de um par de ‘tolunas sonoras, uma em cada lado do palco, como se fosse um sistema estereo- fonico (fig. 2). Devido a ser, as colunas sonoras, por natureza, um sistema de grande alcance — “jong throw” — principalmente quando utilizadas cornetas actsticas e devido ao efeito Haas (para maiores detalhes a este tespeito, consulte o livro “Estereofonia Prética” — Saul Sorin — Ed. Radiorama 8, que pode ser encontrado nas. livrarias especializadas em livros técnicos), que se resume em existir uma drea fora da qual a inteligibilidade do som 6 deteriorada quando 0 mesmo provém de duas fontes sonoras, a regido da platéia atingida com clareza pelo som das vozes amplificadas niio 0 era pelo som dos amplificadores dos instrumentos musicais e vice-versa, 0 som dos amplificadores de instru- mentos chegava j4 misturado, com sua prépria reflexio nas paredes, a regizio onde se ouviam bem as vozes e o som das vozes chegava excessivamente retardado, vindo da caixa mais distante, a quem quer que nao estivesse na linha central entre as duas “caixas de vozes”, causando perda de inteligibilidade destas na zona onde se ‘ouviam bem os instrumentos. A regido coberta pelo sistema de “reamplificagéo de vozes’ abarcava um piblico bastante mais numeraso e mais distante do palco, permitindo, pratica- mente, que as disténcias e a platéia atigivel se tornassem ilimitadas, enquanto que a falta de resistencia dos misicos a altos niveis sonoros, aliada ao problema do “vazamento” via microfones e a necessi- dade de que um mtisico ouvisse os demais, néo permitia que todo o som viesse por detrés destes, Surgiu a idéia, logo posta em pratica, de se reamplificar, também, os instrumentos musicais pelas “’caixas de vozes’, usando-se aixas e amplificadores mais potentes e sofisticados. O resultado satisfez ao pu- blico, que passou a ouvir melhor os instrumentos via reamplificagio — desde que os amplificadores dos instrumentos individuais no palco fossem mantidos a niveis_ mais baixos, a ponto de nao interferirem com seu proprio som vindo do piiblico pelas caixas de reamplificacao. Os misicos, no entanto, recebiam, inevitavelmente, a reflexdo do som de suas vozes e dos instrumentos, via caixas de reampliticag3o, paredes, chZo e teto do auditorio. Esta reflexdo, as vezes de alto nivel sonoro e sempre com atraso em relagéo ao som original, ““embaralhava 0 sam” ouvido pelo misico, a ponto de um n&o escutar com inteligibilidade a voz do outro. FIGURA 3 = A solugSo foi a colaboracao de pequenas caixas de retorno, ou “monitores” de voz, no cho do palco, & frente dos misicos e por tras dos microfones unidirecionais (fig. 3). - Passando a ouvir bem as vozes, mas somando-se a elas 0 som do retorno, o de sua prépria voz,.0 da bateria e os dos amplificadores de paleo, um misico deixou de ouvir, com clareza, 0 som do amplifi NOVA ELETRONICA 31 cador do outro, principalmente quando tais misicos estivessem situados em extremos opostos do palco, devido as caracteristicas de “short throw” e a impossibilidade de se exagerar © nivel de volume desses ampli- ficadores, como jd anteriormente se disse. Foi assim que veio a idéia reampl carem-se os préprios instrumentos musicais, via monitores, para os misicos em conjunto — usando-se amplificadores e caixas de maior poténcia. Todos, musicos e publico, passaram a ouvir tudo muito bem, fossem quais fossem as dimensées do palco e do auditério, tratando-se, agora, de dois ambientes completamente separados do ponto de vista do controle do som. Para tanto, foi necesséria a construc de mesa ou mesas de som que possibilitassem a mistura e 0 envio do programa, de maneira adequada, aos ambientes platéia e palco; tornou-se imprescindivel o emprego de técnicos para o controle de som, apare- lhagem cara e sofisticada e de organizagio a nivel empresarial do conjunto devido & multiplicidade de pequenos novos proble- mas surgidos. Nota-se que o uso de amplificadores individuais aparentemente ficou desne- cessério, j4 que todo o som esta presente nos monitores. A maioria dos mUsicos tem, entretanto, seu préprio amplificador, com ‘© qual estuda, convive, ao qual dirige suas emanagGes espirituais e dele recebe uma resposta sutilmente personalizada; dificil- mente o musico abandonaré o uso desse amplificador, Dé-se, também, o fato de que esses amplificadores, geralmente valvulados, com transformadores dé sada muito simples ¢ alto-falantes mi{tiplos, possuem ,um timbre, uma coloragag e uma distor¢3o muito.especiais e caracterfticos, bem como prolongam ou sustentam os .“envelopes”” sonoros, © que absolutamente nao deve acontecer com o sistema de som dos Ve 32 NOVA ELETRONICA monitores e o da reamplificagao para o pblico, Essa coloractio, cuja pesquisa foi nosso objetivo por longo tempo, é dificil, mas possivel de obter com pequenos modificadores transistorizados, —_distor- cedores e afins, que permitem a quem realmente deseja livrar-se dos problemdticos amplificadores a valvula, fazé-lo sem medo, como aconteceu com varios grupos mu- sicais sob nossa orientag’o (Grupo 17, Seja como for, correndo os palcos da maioria dos grandes e avancados grupos musicais, o leitor 14 encontraré os tao amados Fender Twin Amp, Gibson, Tre- mendées, Palmers € outros representantes do “estato gasoso” a retribuir calorosa- mente as vibragdes dos seus musicos e senhores, Com o desenvolvimento dos diferentes aspectos dos problemas até este momento resumidos e das soluges prdaticas e verdadeiramente funcionais para os mes- mos, serao fornecidos circuitos de exce- lentes amplificadores valvulados para ins- trumentos musicais, _propositadamente longe do que se possa chamar de alta fidelidade. Serdo, também, apresentados amplificadores e preampiificadores tran- sistorizados de altissima fidelidade. Nossa opinigo particular € que as unidades modificadoras de som devem ter o menor tamanho fisico possivel e serem localizadas em sistemas de pedais colocados em “suportes pedaleiras”, sendo que o sinal elétrico deveré estar pronto daf em diante para ser reproduzido em alta fidelidade por um sistema capaz de atender 20 conjunto todo dos musicos e do ptiblico. Em alguns casos — e quando a “grana” der — deverao ser usados amplificadores valvulados pe- quenos, como modificadores e geradores de timbre caracter(stico, por exemplo, o Twim Amp ou equivalente de fabricag&o nacional. Outra possibilidade para os amplifica- dores valvulados de instrumentos musicais é © uso em pequenos grupos de amadores ou profissionais que nao desejem ou nao possam se expandir para ambientes grandes, com pdblico realmente numeroso, desis- tindo, entaéo, do uso de pedais e modif cadores de som com resultados previsiveis, REDE SISTEM O€ ALIMENTAGKO CX sintetagéer poro guitarres cainas do ronitoree equencs ames, vlusoeas e2me cxtoracores Pesoleres modticodras fabs curt nosenceados « no bolanceades comps. de patna edsores itn ‘conas 40 3 Smicrofones oe coincidncio (ver texto} ‘esa de controle de som de pile FIGURA 4 jé que estes terdo um “som’’ diferente em cada amplificador convencional valvulado que for utilizado. Quanto ao amplificador valvulado de alta fidelidade, n3o 6 quase utilizado, a néo ser alguns modelos ingleses Hiwatt e outros similares americanos, devido a poderem ser obtidos resultados muito semelhantes com amplificadores transistorizados por preco, custo de transporte e de manuteng’o muito inferiores (fig. 4). ‘A gravag3o de “shows ao vivo’, nos grandes grupos, é feita em tomadas de linhas de microfones e instrumentos, diretamente na mesa de som de palco para @ mesa de gravagdo e, também, separa- damente, via microfones independentes, pertencentes ao sistema de gravagao. Nestes Ultimos é utilizada, com sucesso, a técnica de microfones coincidentes da BBC (The Thecnique of the Sound Studio — Alec Nisbett — Ed. The Focal Press — England). A gravacao deve ser feita em multicanais 0s quais sio posteriormente misturados (mixagem), em outros esttidios, nos quais.» sio feitas ou n&o a corregao de partes do programa, adicionados efeitos especiais, etc. Resta, ainda, dizer que, como possibi- lidade futura, temnos 0 uso de varias mesas de som, uma para cada musico, com seu(s) técnico(s) auxilier(es), além da mesa de som para 0 ptiblicd e a de gravacdo, aliadas & monitoragao total e independente para cada mtisico. Isto permitiria a disposicao relativa de musicos & pUblico, como ilustra NOVA ELETRONICA 33 a fig. 5 e até a movimentagao no espaco, do ambiente completo ou plataforma de cada misico, Tal coisa, que saibamos, ainda nao foi executada, aqui ficando a idéi Os equipamentos que daqui para ‘diante passaremos a desorever, dando os mais minuciosos detalhes para as suas monta- gens, empregam componentes e materiais acessérios encontraveis com facilidade no comércio especializado da Capital de S30 Paulo. Voc8 deveré analisar, antes de se por sua montagem, se servird ou -ndo para 0 seu uso; jamais deverd introduzir » modificagdes, a nfo ser que tenha bons conhecimentos para o fazer as especi- “ficagdes dos diversos equipamentos, uma “vez confeccionados com as materiais e seguidas 2s instrugées, sero identicas 35 dos protétipos exaustivamente provados sob as mais diversas condigées. As modi- ficagSes que pretender introduzir devern ser bem estudadas e experimentadas pelo préprio idealizador das mesmas, 0 mesmo. valendo para outras adaptagdes que no as por nés indicadas. SINTETIZADORES, PEDALEIRAS E MODIFICADORES Comegaremos a série de artigos focali- zando um setor importante do sistema geral de som dos conjuntos musicais. E o “som de paico”, No palco é que esto localizados 0s grandes segredos, os modificadores de som, os pedais, os distorcedores, “wah- wahs", “phasers”, “‘flangers”’, as camaras de éco, os reverberadores, os sintetizadores, os instrumentos musicais eletrénicos e eletri- ficados, 0s microfones, os amplificadores para instrumentos musicais e toda a “tranqueira’ que os misicos dos conjuntos muitas vezes carregam com eles mesmos € cujos circuitos fabricantes guardam a “‘sete chaves” em pastas assinaladas com “Top Secret”, Especificamente, dos mais secretos “bolados” circuitos, escolhemos os pedais e modificadores de som; mais tarde vird o resto, Possuimos um sistema préprio de inter- ligagdo dos pedais e outros modificadores que culmina, passando pela jé mais conhecida e utilizada “pedaleira’, num verdadeiro e inédito sintetizador para instrumentos musicais e"vozes. O sistema completo é bastante recente e estar. em breve sendo apresentado nos “shows’ e discos d'OS MUTANTES por nosso irmdo Sérgio. Dele consta os mais diversos pedais, alguns antigos, mas até hoje n§o superados, hé muito usados em pedaleiras pel’OS MUTANTES, até outros novissimos, como dobradores (BONS) de fregiténcias e “ring modulators”, que Sérgio apenas experimentou em nosso laboratério, na Serra da Cantateira. Voc8 poderd montar, isoladamente, qualquer um dos circuitos que achar interessante ou Ihe convier para seu préprio sistema de som, ou poderé acoplé-lo, em um sistema modular, até formar um sintetizador para instrumentos musicais ou vozes, A este sistema podem ser acoplados quaisquer pedais existentes no mercado, Os principais circuitos que nos permi- tiréo chegar ao sintetizador, n&o necessa- riamente nesta ordem, serdo; (34 NOVA ELETRONICA Médulo de entrada 0 grande segredo do sintetizador sem teclado, Susteiner OQ melhor circuito de susteiner exis- tente, sem distorgdo, usando Op Amp. serviré como compressor também para mesas de som (limitador ou compressor infinito). Distorcedores Uns 9 ou mais tipos diferentes para vocé obter (mesmo) desde o macio “som do yes” e “overloading” dos amplificadores valvulados até os “fuzzes’’ mais sujos possiveis; haver4, também, distorcedores especiais sextuplos a serem usados um em cada corda de guitarra ou contra- baixo para eliminar o “embrulhamento” dos acordes e obter sons continuos e muito ricos em harménicos (captadores especiais sextuplos a serem usados um em cada corda, apenas neste modelo, sendo os demais distorcedores para trabalharem com qualquer guitarra). Contour Generators (CG) Indispensdvel nos sintetiza nao produz qualquer som, mas servem para con- trolar 0 tempo de ataque, “sustain” e “decay” (envelope) dos VCO, VCF, etc., que vocé usaré, permitindo que efeitos hoje em dia realizados por manipulagdo de potenciémetros de volume nas gui- tarras ou em pedais de volumes e “wwah-whas” sejam estendidos a “‘step beyond” ( or several. . .). Osciladores de Controle Depois explicaremos, Geradores de Rufdo Para efeitos de chuva. tempestade. silvos, etc. VCF, VCO Explicaremos a seguir. Dobrador de Freqiiéncias Nosso circuito: principalmente nas notas aguadas, dé a oitava acima limpa e nitida, Ring Modulator Nosso circuito; para aparelho bastante usado pelo. Mahavishnu (John) nas gravagdes mais recentes. Phaser Vocé jé conhece; as novidades explica- remos mais tarde. . Flanger Um super Phaser, para efeitos téo bons quanto os originalmente conseguidos em estiidios, com gravadores sincronizados. Delayers e Reverberadores Eletrénicos Fica para o momento oportuno. Noise Source Gerador de ruido. Modulation Mix Nao produz som, mas combina os sinais de Noise Source e do Oscilador para controlar VCF. Balanceador Permite combinar os sons sintetizados com os sons normais (néo confundir com © balanceador de canais usados nos sistemas de som estereofonico). Funk Machine Sera futuramente detalhado. Fonte de Alimentagéo Fonte estabilizada reguldvel, miltipla, que permitira alimentar os diversos médulos do sintetizador e também os pedais modificadores que vocé j4 possua, eliminando as caras e problematicas baterias, Alphatron Controle de sintetizador utilizando on- das alfa; varias pessoas em conjunto cqm apenas um sintetizador; resultados de experiéncias e idéias originais. Ainda bem mais .para a frente temos programada a publicacéio de um teclado e osciladores om os quais vocé possa montar, junto com os médulos anteriores, um sintetizador de teclado com mais possibilidades que 0 conhecido Mini-Moog @ com a mesma qualidade e confiabilidade. NOTA DA REDACAO Poderé parecer-Ihe estranha uma abertura como €@ deste artigo — auto-promogio de seu autor. No decorrer do texto, com a forma de apresentagio dos diversos circuitos @ os resultados que o | obteré, esperamos que acredite ser to necessério como nés pensamos. © autor iniciou-se em EletrOnica a contrério da maioria; jamais freqiientou, regularmente, um curso especializado. Nasceu em familia de miisicos: pai, cantor; mae concertista de piano; irmaos, os atuais componentes do famoso conjunto OS MUTANTES. Seu interesse prético pela Eletrénica deu-se com a construgio caseira e artesanal de guitarras elétricas — sous instrumentos chegaram a ter grande valor entre os mésicos, assim como os amplificadores, 0s modificadores de som, os sistemas P.A. ou de reamplificagao, os estidios de som, 05 sistemas residenciais de alto desempenho, 08 sintetizadores, os “theremins”, as caixas actisticas, as cornetas e toda uma infinddvel aparelhagem com a qual se envolveu e produziu desde que enveredou pelo maravilhoso mundo do som. Comecou, portanto, da pratica em diregio a teorid, Hoje possui uma imensa e invejével bibliografia formada por livros, revistas e anota- o6es de suas préprias pesquisas. Cursou a Escola de Administrac&o de Empresas de Séo Paulo — Fundacao Getilio: Vargas, tendo, entéo, se concientizado da necessidade de "fechar tum circuito de realimentacdo” entre a prética ea teoria para que assim uma desse sentido e reajuste a outra, Torna-se Util esta apresentacao para que 0 leitor se ambiente ao estilo dos artigos do autor, mais parecidos com contos ou romances literdrios, do que com a habitual maneira friade expor todas as teorias @ principios de funcionamento. Mas a matéria, tomos absoluta certeza, ird satisfazé-lo com a mesma intensidade com eletriza cada 36 NOVA ELETRONICA experiéncia, cada montagem que ele realiza, no momento que anota, no emaranhado dos cdiculos € circuitos iniciais, em letras, como um grito de vitoria: “DEU CERTO!. .. FUNCIONA! Esperamos aleangar 0 objetivo de propiciar-the mesmo sentimento que tomou o autor quando pela primeira vez assistiu 8 demonstracdo do som estereofénico, em casa de um amigo de seu pai, cujo nome jamais esqueceu e em homenagem ao qual dedica seu trabalho: Armando Sales. Se esta série de artigos produzir ao leitor 0 mesmo que produziu no autor, um maior relacionamento com ‘© Universo por meio do Som, sentir-nos-emos plenamente recompensados. © leitor que esperar a fria empatia das publicagdes técnicas convencionais corre dois riscos. © primeiro de “‘chatear-se”” extremamente com um certo desperdicio de palavras ¢ de divagagées anti-cientificas. O segundo, ao desistir da montagem pelo primeiro motivo, deixar de realizar, por um pequeno custo, um aparelho de grande confiabilidade. 0 aclamado som d’OS MUTANTES ai esté para garantir a eficdcia, eficiéncia e viabilidade dos Cireuitos & dos projetos que sero descritos. Tais circuitos foram exaustivamente provados na prética, em uso profissionat, 0 que thes confere elevada_margem de confiabilidade, normalmente imposs(vel de ser atingida por empresas comerciais, devido as exigéncias de producdo em série, 0 nivel de qualidade obtido dos sistemas que serio publicados estaré. no mesmo plano dos melhores existentes no Exterior e no Brasil, As solugdes teéricas nem sempre serdo as ide: podendo surgir simplificagdes, melhor utilizagao dos aparelhos € circuitos propostos. © que, na realidade, nos propomos a fazer com esta série de artigos é um trabalho sério, pasando do simples amadorismo para um verdadeiro jonalismo. Uma constante troca de correspondéncia entre o autor, empresas norteamericanas e inglesas, como ‘ames Bulloughs, Altec, Cerwin-Vega, Gauss, Blectro-Voice, Shure Brothers, R.T.R., etc., a inansivel assisténcia tebrica e material de ‘empresas nacionais, como Filcres, Novik e outras, bem como a assisténcia da pesquisa pura sonora sletuada pelos OS MUTANTES, por Arnaldo D. Baptista, pelas Faculdades Integradas Alcantara Machado, tudo se somando ao seu trabalho de pesquisa — para 0 qual muito tem contribuido sua ‘spose, Ana Maria — 0 qual vem sendo realizado cede 1963, possibilitardo a apresentagdo de equipamentos funcionais, confidveis 2, em muitos ‘2503, como um original sintetizador para guitarra @ yozes, absolutamente inéditos, jamais havendo publicago semelhante no Brasil nem no exterior. 05 artigos conterao, sempre que necesséria, uma visio geral, comentarios, filosofia “da coisa”, tistéria da evolucdo do equipamento, em seguida 2 que virio os circuitos, materiais, “lay-outs” cemais informagSes detalhadas para que 9 leitor posse ter subs{dios para a elaboragao de excelentes conjuntos que, montados seguinda todas as instrugdes € usando os materiais indicados, funcionardo perfeitamente e atenderdo suas recessidades. Sera, pois, o “prato”” espiritual da balanga, perfeitamente equilibrada pelo “prato” material. ° 0 autor reconhece que os diferentes Jeitores ispoern de maior ou menor tempo, enearando mais subjetiva ou objetivamente a matéria exposta Para tentar atender a todos, sugere-se aos que tenham pouco tempo a perder ou que prefiram um enfoque puramente objetivo, lerem apenas as partes mais importantes que sero destacadas. No entanto, achamos que um répida leitura de tudo poderd esclaracer melhor e evitaré certas dividas. Para melhor esclarecer e ceracterizar quem escreverd esta série de artigos especificos, cumpre- nos dizer que 0 autor, especificamente em audio, 6 especializado em: — instrumentos musicais eletrénicos ¢ eletri- ficados — sintetizadores ¢ outros; — amplifieadores para instrumentos musicais; —modificaderes de som para_ instrumentos musicais; —reamplificac3o de conjuntos musicais orquestras — P.A, Systems; — caixas actisticas para instrumentos musicais; ~ caixas actisticas para reamplificagéo — cor- notas ¢ alto-falantes; — mesas de controle para P.A.; — mesas de controle para estiidios de gravagao e laboratérios de som; = sistemas completos para estidios de som profissionais ¢ amadores; — sistemas de som residenciais; — a masica em si; — conjuntos musicais, organizaco empresarial de grandes grupos; — ete. Somos 0s pioneiros neste tipo de publicaco especffica. Na realidade, sobre tais assuntos, muito: jd se escrevau, mas jamais assuntos especificos, bem praticos, exaustiva e profissionalmente provados e aprovados. ppv Claudio César NOTAS PRELIMINARES. Para chegarmos ao primeiro médulo do sintetizador é indispensavel uma recordagdo sobre aquilo que seja, exatamente, um sintetizador de som e 0 que dele se pode esperar. Vejamos, pois. Qs sintetizadores de som originaram-se em pesquisas (1) dirigidas a facilitar o trabalho de composigzo ou sintese de som dos instrumentos musicais existentes e de sons totalmente novos, realizado em laboratérios de empresas ligedas a0 ~ som, “buscadores"’ e miisicos individuai Aquelas empresas e estes pobres “cientistas loucos” eram obrigados a cortar e emendar pedacinhos de fita de éudio gravada para comporem uma sintese sonora qualquer. Outros usavam desenhos e material cinematogréfico para obter 0 mesmo resultado, E evidente o trabalho os ovens pesquisadores n , estava na hora de da aposentadoria e, se de cunho popular, a __miisica j4 saia classica. (1) — CURSO “ESSE” DE ALTA FIDELIDADE — Fundamentos Psico-Acisticos — Engenheiros Paulo © Hélio Taques Bitters MUSICA DE LA ERA TECNICA — Fred Prieborg — EUDEBA "38 NOVA ELETRONICA A grande idéia foi controlar os diversos apareihos geradores de som ao invés de, usando “potdes", por meio de tenses elétricas muito mais rpidas e multiplas que as maos. Surgiram os VCA, VCF, VCO e outros VC qualquer coisa, VC quer dizer “Voltage Controlled” (controlado por tenséo); dai ser VCA— Voltage Controlled Amplifier — uma es: pécie de pedal de volume eletconico; VCF — Voltage Controlled Filter — algo bem superior, mas que podemos imaginar como um “Wah-Wha"’ eletrénico, com muito mais possibilidades do que simplesmente ficar repetindo "Wat-Wha’” a ritmo constante, como um tremolo ou vibrato; VCO — Voltage Controlled Oscillator — Um gerador de audio de alta preciso, controlado por tensio. Comegou a interessar, no? !. As grandes diterengas entre 0 érgio elétrico eo sintetizador s80: 0 6rga0 produz as notas musicais a partir de geradores de freqiiéncias fixas, com forma de onda maid ou menos pura (senoidal); existem varios geradores em qualquer drgio eletrdnico, cada qual gerando uma das notas musicais e seus semi-tons, num total de doze; as notas mais agudas (altas) so diretamente geradas, enquanto que as mais graves (baixas} sf0 divisées por dois das freqiléncias das doze notas originals. Pode-se imaginar a complexidade de um sistema de duplo teclado e com “mil” recursos como os Hammond, Yamaha ou Wurlitzer profissionais. Os diversos. timbres e ruidos sio acrescentados, miturados ou {iltrados usando-se equipamento extra [8 no interior do érgio. Desta forma, sons como 0 “flute”, etc., so formados as custas, cada qual, de todo um sistema separado e fixo, comutado por chaves e sem muita possibilidade de Yariagdo por parte do misico, a néo ser nos grandes orgios. © maior "trunfo” do Srgao é ser polifonico, isto &, podem ser tocadas varias notas de uma s6 vez (acordes), enquanto que apenas recentemente os sintetizadores comegaram a ser comercializados desta forma e bem caros, sempre muito mais que seus irm&os monédicos (que tocam apenas uma nota por vez}. No sintetizador, pelo contrério, existe apenas um ou um pequeno numero de geradores (osciladores), que so os VCO; estes geram formas de onda bastante ricas em — harménicos, principalmente a quadrada (pulse), a triangular ¢ a dente de serra, Enquanto no érgdo as freqiiéncias so fixas, no sintetizador cada VCO gera qualquer freqiiéncia de dudio com preciso. Conforme se ligue a ele uma tensdo maior ou menor, se obtém qualquer nota mais alta ou mais baixa (mais aguda ou mais grave). Simplesmente fazendo um teclado que, a partir de divisores de tensio e contactos comandados pelas teclas, ligasse a um so VCO tenses matematicamente relacionadas com as diferentes notas musicais, terfamos, por um custo muitas vezes inferior ao do 6raéo, a escala musical inteira ej com “timbre” enriquecido pelas préprias formas de onda complexas dos geradores. Desvantagem: apenas 6 gerada uma nota por vez. Se voce “fizer um acorde”” num sintetizado monédico (Mini-Moog, etc.}, sairé s6 a nota mais alta (aguda). Outra boa idéia foi, lembrando que qualquer forma de onda complexa é constituida por sobreposiciio de formas senoidais simples (Basic Oscillators — Irving M. Gottlieg — Rider — USA) e pelo Teorema de Fourier, filtrar-se 0 sinal com- plexo “ardido” da VCO para se obterem sons mais suaves, imitando instrumentos existentes ou completamente novos. O encarregado desta funcae foi o VCF (filter). Usando sistemas complexos e auxiliados até por computadores, 0s pesquisadores originais (RCA, etc.) conseguem obter sinteses, imposstveis de distinguir, dos instrumentos musicais existentes, O que pegou mesmo foi 0 “som nova". sendo hoje super conhecido e identificével o som do “Moog” — instrumento fabricado em série, nos Estados Unidos, pela fébrica do mesmo"nome e “bolado” por R. A. Moog. NOVA ELETRONICA 39 A idéia do 1 portanto, controlar-se, independentemente ¢ sempre por meio de tensdo, cada parémetro que defina o som, sua intensidade, seu teor harménico, seu envelope harménico e “‘intensifico” (...}, etc., usando-se © menor numero possivel de unidades geradoras controladoras, Um sintetizador possui, por conseguinte, dois setores principais: Gerador — onde esto os VCO e 0 teclados, Controlador — onde séo modificados os sinais gerados. Pode ser acrescertada, & parte, um misturador de controle, que seleciona os diversos sinais a serem ouvidos. “ sintetizador 6 um aparetho muito mais simples @ barato que o Srgdo eletrénico e muito nos admira néo haver ainda fabricagS0 nacional, fem grande escala e a preco razodvel, princi palmente devido a0 incentivo dado pelas Gificuldades impostas & importacdo. Se for por desconhecimente dos circuitos ideais e confidveis, isto ndo sera mais desculpa apds estes artigos, pois haveré material suficiente para qualquer um desenvolver a produgao de sintetizadores de teclado, simples ou complexos e até uma novidade: © sintetizador para quitarras, que néo possui teolado. SINTETIZADOR PARA GUITARRAS, OUTROS INSTRUMENTOS. MUSICAIS E VOZES Recordando 0 exposto anteriormente vernos que um dos “drawbacks” do sintetizador comum é ser monédico. Desde muito antes da existéncia do mercado de sintetizadores comerciais, como 0 Mini-Moog, o Moog Satelite ou os ARP, preocupamo-nos com a possibilidade de acoplar, a um sistema sinteti- zador, uma guitarra elétrica, para formar uma “quitarra-sintetizador”’, Isto foi no tempo em que 0s animais falavam, quer dizer, no tempo em que construiamos guitarras especiais, artesanalmente e muito pouco entendia de circuitos elétricos, pelo menos um pouco menos que o nada que entendo hoje!... De posse de circuitos comerciais de sintetizadores norte:americanos ¢ com alguma dose de paciéncia, conseguimes, via dificeis raciocinios tipo 2 + 2 = 4, um circuito bastante complicado e pouco racional que “'percebia” cada palhetada, mesmo a mais répida, de uma guitarra e com isso disparava os CG ou Geradores do Contorno que, por sua vez, controlariam, como nos sintetizadores convencionais, os VCF, VCO, etc., permitindo que ‘tanto o som normal, puro e polifénico da guitarra, quanto seus tans sustentados com ou sem distorgao e outros ainda, onde a guitarra intervém como mera fonte de informagdo @ os sinais so totalmente independentes, sejam emitidos com as caracterfsticas normais dos _sintetizadores monédicos de teclado. Nao apenas a guitarra; também vozes, outro sintetizador, 6rg%0 ou qualquer sinal_eletranico serio admitidos e sintetizados neste aparetho, eliminands 0 uso obrigatério do teclado. E claro que serve também para isso que voc’ esté pensando: contrabaixo, bateria, com microfones ou captadores, etc., todos sero muito bem aceitos, Vitima do que sempre acontece quando “inventamos” algo, tivemos noticia de que coisa semelhante foi tentada e realizada no exterior. De qualquer maneira, os aparelhos comerciais agora existentes so pequenos pedais que, ligados a guitarra, produzem sons parecidos com alguns determinados sons do sinftetizador, como o “Sintetizador” da Ludwig ou 0 “Funk Machine”. Nosso sintetizador supera todos estes pela possibilidade de controle total do sinal com mais recursos que os proprios sintetizadores: 6 podendo, inclusive, completar os dores existentes. Outra vantagem é o sistema modular: vocé usa as partes que desejar, chega e gesta onde e quanto quiser. Nao desdenhe! Também no Brasil se inventam coisas! Santos Dumont esté voando por af para confirmar! Pela simples andlise do circuito de entrada e detecpdo de transientes do sintetizador voc’ vera que nada téo “estrambélico” poderia vir de circuitos comerciais estrangeiros. Mas ele dé conta do recado, é usivel em shows e gravagies e é © que interessa no momento. Futuramente procuraremos racionalizé-lo, usando integrados, eliminando o wansfarmador, simplificando, etc. Como temos pressa de ir para a frente aqui no Brasil, nao deixaremos de publicar o que jé temos: pode rir 0 quanto quiser do circuito original. .. Outros circuitos muitos deles, sero adaptagSes 20 material existente, dos melhores circuitos de modificadores estrangeiros ¢ funcionam téo bem 40 NOVA ELETRONICA ou melhor do que eles. Se assim néo fosse, os MUTANTES simplesmente usariam os importados @ ndo estes, pois dinheiro no deve ser impecilho 20 trabalho sério, nem estes modificadores sio 4 parte pesada no orcamento dos grandes grupos musicais, Um exemplo da qualidade seré nosso primeiro cireuito — o Sustainer — que vocé poderd ir usando como pedal, com baterias, se quiser esperar pela publicagdo da Fonte de Alimentagao Estabilizada = ou até acoplado a mesas de som (existentes ou por fazer) como limitador, sem distorgéo, de sinais, nas entradas ou saidas. OSUSTAINER Sérgio, d’Os Mutantes, nao usava sustainers existentes no mercado por realmente nado prestarem. Distorciam, prolongavam pouco, etc, Usva um complicado compressor de nossa "invengio”. Um dia, viajando pelos USA, encontrou “o’’ sustainer. Era melhor, mais simples, mais barato que nossos compressores 6 perfeito para suas necessidades. Usando um circuito operacional com SUSTAINER IMPORTADO Maxima tensio de entrada = 120 mV RMS apés o © nome spagado pelo fabricante, 0 sustainer deixousnos malucos! Montamos um semelhante, mas todos os “op amp” que nele colocavamos oscilava, ia ao méximo ganho e néo era controlado pelo sinal retificado. Durante uma semana quebramos a cabeca, atrés de especifica- Bes, até que o José, da Filcres, com sua me- méria_de computador, lembrou-nos de um in- tegrado que era controlével em ganho, pelo pino 5, exatamente como o original. Tinha que servir! Corremos pata a Serra, soldamos ligamos! Funcionou! Melhor ainda que o original Americano, com muito mais dB de compresséo poss(vel e sem o achatamento que o circuito original produzia, as vezes, em algumas situagdes que gerassem oscilaggo, Era o CA 3080 (the ‘transconductance amplifier). No 0 esqueca mais! Serve para “mil” novas aplicagbes, desce compressores, expansores até “‘ring-modutators’” como o que “bolamos” integralmente e usando integratdos. Funcionando 0 sustainer, obtivemos os resultados constantes na Tabela | (medigdes a 100 Hz, com Gerador Heathkit modelo 1G-72, com safda 2 “600 Ohms”). NleSeniee Li) 300 mV RMS apés o que ceifa simetricamente e com forma para haver compressao = 3 mV RMS que comega a ceifar 0 “loop” arredondada posi Maxima tensfo de entrada para 200 mV RMS distorco aceitével com "'som puro” para guitarras = 60 mV RMS Compressio méxima, com inicio 46 dB . de distoreao (achatamento) = 32 dB Compressiio maxima, com sinal 40 dB aceitével como “som puro” para guitarras = 26 dB - Tensio de entrada suficiente 2 mV RMS Tensio maxima de safda no pico inicial até comecar 2 compresso (com distoredo assimétrica) = = 1600 mV RMS Idem (sem pré) com distorcio simétrica Tenséo maxima de safda, durante a compressio = 200 mV RMS, com distorodo aceitvel para “’som puro” em guitarras 230 mV RMS (sem pré) No possui PRE — AMPLIFICADOR Néo possui A distorgao, para o importado ou para 0 nosso, aumenta 8 medida que aumema a freqiiéncia. valor de 200 mV RMS de maxima entrada para a distorgo aceitével a 100 Hz, esté impresso abaixo da curva de resposta a freqiiéncias. Os valores 150, 80 e 60 indicam, respectivamente, o mesmo nivel de distoredo nas freaiiéncias correspondéntes, para © nosso sustainer. A resposta a freqiiéncia, para 200 mV RMS de entrada, portanto com compressio e safda maxi mas, 6 a que se pode observar na curva da fig. 1. Um microfone de alta impedancia (47 k22) é Headroom = + 18 dB sobre os 600 mV RMS de safda. Tensdo de safda correspondente aos 230 mV RMS de saida do Sustainer, sobre carga de 10 kQ2 = 600 mV RMS possivel ligar-se, com maxima ou nenhuma compressdo, diretamente & entrada do sustainer, mas haveré distorgéo perceptivel ao cantar-sé “AABN” com certa forga a cerca de 1,5cm do microfone (0 que produz + 300 mV RMS na safda do microfone). Gritando-se no micrafone a vogal ““o", a cerca de 16 cm, obtém-se até 3 V na saida, 0 que trard distor¢do excessiva, Para uso em gravagées & distancia, o sustainer 6 perfeitamente recomendavel, enquanto nio se atingirem niveis de 300mV RMS a salda do microfone. Com microfones de baixa impedancia, {80 a 20082) onde a safda méxima é umas 5 vezes ods [008 as - -3 | He 51020 4 6 100 1k TOK 1520 5OkHz + 4 to4 200mv 150mv 80mv 6Omv 42 NOVA ELETRONICA mais fraca que nos de alta impedancia, pode-se sar folgadamiente 0 limitador. De qualquer maneira, haverd distoredo a niveis altos de SPL. Para fins profissionais, é tecomendavei usar-se pré com entrada diferencial ou balanceada e atenuar-se, apds este, o sinal para que nao atinja a 300 mV RMS, o que se ajustard por meio de LED de “peaking” (estes circuitos sero publicados). 0 “som” do sustainer, para efeitos praticos, usando-se guitarra elétrica, cujos picos raramente Ultrapassam os 210mV RMS, é perfeitamente puro; nio ha qualquer “embruthamento” perceptivel nos acordes {intermodulacdo). O pico inicial da palhetada, quando em notas destacadas, produz transiente muito curto e quando aparece, traz “‘gosto"’ ao som, ao contrério de prejudicé-lo. Em seqiiéncias continuas, sem “destacados”, ndo se ouve 0 transiente — & possivel provocé-lo ou néo 29 tocar-se a guitarra, com facilidade de controle. Muita atenc¢Zo foi dada a este transiente ao acrescentar-se 0 préamplificador. O resultado final, com ou sem pré, € um dispositive muito requintado e exaustivamente provado com a guitarra nas maos, para permitir o uso ideal das qUalidades do prolongamento e “touché" mais sustainer como MONTAGEM DO SUSTAINER Vocé deve decidir, com muito cuidado, que tipo de aparelho ira montar. Se pretende ir conteccionando os médulos que publicaremos, chegando ao Sintetizador para Instrumentos Musicais, deveré montar 0 sustainer, completo, com préamplificador. Caso deseje apenas um excelente pedal de sustainer, néo monte o pré-amplificador do sustainer. A placa de fiagdo impressa, ilustrada em tamanho natural na fig. 2, serve para os dois catos: sustainer com e sem pré. Na fig. 3, que mostra a isposico dos componentes, vocé ver uma linha tracejada: esta a separagdo do sustainer de seu préamplificador que, como dissemos, 6 opcional, Se desejar apenas o sustainer sem pré, monte sé a parte acima da linha, Se desejar 0 sustainer com 0 pré, monte todo 0 circuito, A saida, no circuito, do sustainer sem pré, € 0 ponto A (Figs. 2 e 4). Vocé deverd ligar o potenciémetro de volume (R 27) a0 ponto A ea terra, indo 0 curso para a chave “by-pass” e dai a saida, Se fizer 0 pré, no usaré 0 ponto A nem R 27, Deverd interligar os pontos Ze 2’ na placa de fiacéo impressa. A saida sustainer com pré seré, entao, pelo ponto M, ligando-se af R 28, que serd 0 potenciémetro de volume, cursor_a_chave FIGURA 2 FIGURA3 “by-pass” @ desta @ safda. Se vocé montar o sustainer com pré deverd alimentar este pré separadamerte com 24VCC. A fonte de alientagdo seré publicada num proximo artigo, pois fard parte do sintetizador e terd as vérias tensdes necessérias estabilizadas, Provisoriamente, poderd montar 05 componentes do pré, sem ligar 0 ponto Z ao Z’ nom os 24V ¢ utilizar a safda som pré (ponto A), ligands-o 20 potenciémetro R 28 a0 mesmo (o sustainer aguenta). Ao montar a fonte ligue, entiio, como recomendado, os pontos 2, 2’, R 28 ao ponto M eo + 24 V ao pré, no usando mais 0 ponto A. Pode, também, montar todo 0 circuito completo com o pré e usar bateria separada de 24 V em lugar da fonte, até que monte 2 fonte, Nao recomendamos montar uma fonte de 24V @ reduzir para 10 V, alimentando 0 pré e 0 sustainer: poderé ter problemas de “ronco”. Por falar em “'ronco”, com baterias ou com a fonte, que ser publicada, o sustainer no “ronca”’ perceptivelmente, se ndo houver problemas com sua guitarra ou cabo blindado. Qualquer guitarra pode ser usada, mesmo a Fender, que nio possui blindagem interna. E preferivel, para maior aproveitamento, que vocé dé atencao a blindagem no interior da guitarra, aos captadores e av cabo blindado, O ideal ¢ que os captadores sejam blindados {tipo Gibson) e que os cireuitos internos da guitarra no sejam feitos com fios blindados, mas que sejam totalmente envolvidos por blindagem metalica (como alguns modelos Frarnus ou como as guitarra que confeccionamos para Sérgio, com revestimento interno de finas folhas de ouro). Isto evitaré perda de agudos por capacitancia nos cabos blindados problemas com oscila¢3o nos aparelhos que vém ap6s a guitarra, (amps, etc.), além de eliminar 0 44 NOVA ELETRONICA FIGURA “renco”. © cabo blindado de safda da guitarra, quanto mais curto, melhor, sendo boa idéia, para quem apenas usar 0 sustainer, colocé-lo no interior 2 guitarra, empregando pilhas, tendo todas as Vantagens referidas, além da possibilidade de usar cabos mais longos, Idéias como captadores balanceados, ete., todas so vidveis e ficam a seu gosto. Se dispuser, no entanto, de um “pau com cordas” e captadores, ainda assim no se preocupe: deo sustainer far muito por ele! IMPORTANTE —~ Evite a ligacdo de “terra” da saida aos “‘terras”” da entrada (Ioaps de terra). Nao deverd ligar a blindagem dos cabos de saida aos jacks de saida e estes 4 chapa metilica do painel. Esta deveré estar apenas conectada & terra’ pelo jack de entrada (fig, 5). Isto evitard oscilagdes ufdos aletérios. © uso de jacks com encapsulamento pléstico é ideal, mas atualmente estfio em falta no mercado. E muito recomendavel, a ir anexando novos médulos. a0_sustainer, destigar 0s cabos de saide dos jacks, conectando-os diretamente (soldados por dentro) 20 préximo médulo. Isto vale para todos os médulos do sintetizador, sendo a condicao ideal que o painet que vird a ser formado e as caixas protetoras fiquem ligados 3 “terra” apenas pelo jack de entrada do sintetizador, Use solda da melhor. qualidade (60/40) e jamais empregue pasta de soldar, Se néo souber ou nao quiser fazer a placa de fiago impressa, pode encontré-la pronta; veja 05 aniincios desta Revista, para as informagées hecessarias. Se desejar projetar sua propria placa, tenha cuidado com a posi¢éo dos componentes pois o sustainer & aparelho de alta sensibilidade e sujeite, em caso de projeto inadequado, a oscilagées. Com cuidado, é possivel, colocando os transistores por baixo e a maior parte dos componentes em pé, reduzir as dimensdes do circuito para mais ou menos métade das publicadas neste artigo. ? NOVA ELETRONICA 45 [rae cer Colle ae) Pro irr ren Ea eg va ma) ua va erg Sree Cees Cay ond Eee rr) FIGURAS OBSERVACAO — © material para a montagem do sustainer, com ou sem. pré, 6 46 NOVA FLETRONICA forma de "kit"; veja andncio em outra parte desta revista. AJUSTE SEM APARELHOS Nao é essencial o uso de aparelhagem de prova para montar o sustainer com excelentes resultados, No possuindo esses aparelhos (osciloscdpio, gerador de éudio, etc.), a0 concluir a montagem, lige uma guitarra ao jack de entrada e um amplificador 20 de saida, Coloque o trimpot R 4a metade do curso e procure “de ouvido”, a “eosicéo de melhor som”, menos distorcao, mais prolongamento e menos rufdo (coloque sempre o potencidmetro de sustain na posicéo “maximo” durante as provas). AJUSTE COM APARELHOS Ligue um osciloseépio a safda do sustainer e um. geredor de dudio a entrada, Deixe o R4 na posi¢o média e ajuste 0 gerador para 100 Hz, em escala que dé facilidade des controle de sinais muitos {tacos (de 1 a 5 milivolts). Coloque 0s potencdmetros de sutain e volume no méximo e va aumentando a tensio de entrada de 0 a 10 mV. Veré, se tudo estiver bem que, a0 redor de 2.2 3mV, a safda do sustainer estara atingindo o maximo, continuando nesse nivel por mais tensfo que vocé coloque na entrada (imitagao ou compressao infinita). Voltancio a niveis menores que 2mV RMS, onde néo ha compresso ¢ a saida aumenta na mesma proporcdo que a entrada, veré que existe uma posi¢éo média do trimpot onde o sinal se mantém perfeito e 8 volta da qual o sinal se "achata” de um lado ou de outro. A posicao onde fio ha achatamento @ a ideal: o sustainer esta pronto pera ser usado, COMO FUNCIONA O sinal (fig. 4) entra pela base de Q1, saindo pelo emissor; entra no Cl via pine 2, sai pelo pino 6 e entra na base de Q2, indo, entio,"a saida pelo pino 6 e entra na base de 2, indo, entéo, a saida do sustainer (sem pré) pelo emissor deste transistor. Neste transistor de safda existem dois cepacitores C7 e C8, um no coletor e outro no emissor, que levam o sinal a um retificador de onda completa, formando por Q3, 04, 05, D1 e D2 indo do emissor de Q3, via R 26 (sustain), 20 pino § do integrado. © pino 5 recebe mais diferenca na tenséo quonto meior for o sinal de entrada. Neste integrado, quanto mais tensdo houver no pino 5, menor 0 ganho, Daf resulta a limitaglo e o “sustain” produzidos, Quanto mais fraco for o sinal da guitarra, mais o Clo amplifica e vice-versa, resultando um nivel constante de saida enquanto houver sinal maior que 3mV na entrada. Com um pouco de realimentagdo aciistica, via amplificador-falantes-cordas da guitarra, obtém-se som indefinidamente continuo, OBSERVACAO: Para uso profissional existe a possibilidade de se substituirem as 6 pilhas por uma Gnica bateria de 9 Volts e seu rabicho. Isto diminue 0s possiveis maus contactos devido a quantidade de pilhas de 1,5 V. A bateria, porém, custard mais carol. Apenas a titulo informative 2 para que vocé possa fazer comparago, um sustainer importado, quase equivalente ¢ de segunda mo {pois que a importago no é mais possivel), custa ao redor de Cr$ Cr$ 2000,00, sem pré e se conseguir alguém que 0 queira vender. Existem sustainers nacionais por cerca de Cr$ 700,00, isto em agosto de 1976. O custo do nosso anda na casa dos Gr$ 350,00. uma NOTA DO AUTOR Tivémos conhecimento de que, entre o pe- riodo da entrega do texto deste artigo & Recia- 80 da Revista e sua publicagdo, de novos, aperfeicoamentos em sistemas modificadores de som para guitarras, que se assemelham bastante a0 sintetizador sem teclados que estamos publicando. Tais novos sistemas so de autoria das em- presas "Colorsound” e “Top Gear", Como nosso sintetizador sem teclados esta pronto e em funcionamento jé hé mais de um ano, como a idéia de sua realizacéo nos vem hd mais de dez anos atrés, como conhecemos, atualmente, ape’ o diagrama em blocos dos aparelhos “Colorsound” “Top Gear”, mas néo seus circuitos elétricos come, finalmente, estes aparelhos so construfdos para guitarras, 0 que no se dé com o nosso que é para uso geral, mantemos a afirmagio" sobre a originalidade de nosso sintetizador. NOVA EF “RONICA 47 Os conta-segundos eletrénicos conven- cionais so baseados no principio de funcionamento da carga e descarga de um capacitor; maior é sua capacitncia, maior seré 0 intervalo de tempo. Onde se requer tempo muito elevado forgosamente hd que se recorrer a capaci- tores eletroliticos que, devido a uma enorme tolerancia e a facilidade com que sua capaciténcia varia em fungdo da temperatura ou por envelhecimento, nao podem ser muito precisos. De outra feita, o tempo maximo regula- vel sempre é inferior a sessenta minutos, com tolerancias inaceitdveis; tal rendi- mento, na maior parte das vezes, ndo é desejavel. Com 0 circuito que apresentamos podem ser resolvidos problemas, como: 1. ligar_um forno elétrico a determinada 48 NOVA BLETRONICA eT hora para que, ao inicio do trabalho, esteja 4 temperatura conveniente para comegar a producdo; desligar luzes de vitrines ou luminosos de lojas a horas determinadas; . marcador de tempo de alta precisio para laboratérios fotograficos; limitador de tempo de funcionamento de maquinas operatrizes; 5. marcador de tempo de banhos galva- noplasticos, BOON Tantas e tantas outras aplicagdes pode- riamos indicar, que o melhor seré o seguinte resumo: & necessdrio urn contador de tempo, programdvel, de preciséo, capaz de marcar fraces de segundo e o maximo, nao de uma hora, mas de dias, sem perda de sua precisio? Este temporizador é o indicado. (PARTE 1) Por outras palavras; se desejarmos acio- nar um dispositivo por 1 minuto, 23 segundos e 30 centésimos, nosso tempori- zador 0 far; se desejarmos acionar, o mesmo dispositive por 1 hora, 10 minutos e 15 segundos, uma vez programado, o nosso. temporizador 0 fara com uma preciséo muito boa; se o dispositivo precisa ser acionado, digamos, as 4 horas e 20 minutos da manha do dia seguinte, ou da semana seguinte, nosso temporizador o fard com erro tolerdvel de alguns segundos. 0 circuito aplica-se em infinitas possibi- lidades de controles de tempo, chegando mesmo a poder ser programado para intervalos como um més, trés dias, duas horas, doze minutos, trinta segundos e cinqiienta centésimos de segundo, com grande preciso, a menos que falte energia dlétrica. Ea ESTE E UM PERFEITO CONTADOR DE SI HORAS OU DIAS, PARA FINS INDUSTRIAIS. “NA PRATICA PODE SER PROGRAMADO PARA ACIONAR OU DESLIGAR UM MOTOR, ACENDER OU APAGAR LUZES OU QUALQUER APARELHO ELETRICO COM INTERVALOS DE TEMPO DE DIAS, HORAS, MINUTOS E SEGUNDOS. £, TAMBEM, DE ESPECIAL INDICACAO. SEU EMPREGO EM LABORATORIOS FOTOGRAFICOS, DE FISICA, QUIMICA, ETC. EGUNDOS, MINUTOS, O CIRCUITO Para tornar mais facilmente compre- ensivo © circuito, vamos apresenté-lo sub- dividido em varios NAND e NOR inclusos nos circuitos integrados, necessdrios para a partida (start), para a parada (stop) e também para o comando do relé e das \ampadas piloto (LEDs) de supervisdo, de forma a simplificar a0 maximo a descri¢o de funcionamento. No que se refere aos divisores por 10 ¢ por 6, encontra-se desenhado apenas o reténgulo correspondente ao integrado, com a respectiva numeragiio dos pinos. Observemos 0 circuito da fig. 1. O transformador de alimentagao possui um secundério com uma tenséo de 10/12V que, retificada pela ponte P1 ¢ estabilizada em 5V por Cl12 (7805), alimenta todos os integrados do temporizador. NOVA ELETRONICA 49 sossoanio ” saa | 2 | 50 NOVA ELETRONICA ‘Ao mesmo tempo, essa tensdo é retificada elo diodo D1 para fornecer um sinal unidirecional de 60 Hz. O que realmente mais interessa neste sinal a freqiéncia que ser4 utilizada como piloto para 0 tempori- iador. Esta tenso de 60 Hz, depois de atenuada efiltrada, é aplicada a um “Schmitt trigger’, existente no CI9 (7413). A saida deste dis- parador foi ligada & entrada do segundo, também dentro de CI9, com um capacitor aterrado (C2). Na safda deste segundo "Schmitt trigger” temos o sinal de 60 Hz que iré comandar os divisores. 0 dispositivo, seja usado como contador de segundos ou como contador de dias, necessita de um comando de partida (start), de um de parada (stop), para a eventual dade de ser necessério interromper uma contagem ja iniciada e um de zeramento (reset) para zerar todo o contador. Além disso, deve existir um automatismo tal que possibilite o acionamento do relé uma vez esgotado o tempo pré-fixad torna-se_necessdrio, entio, empregar dois outros integrados: © 7402 (CI11), com- posto por quatro portas NOR de duas entradas e 0 7400 (C110), com quatro portas NAND de duas entradas, ligadas como se observa na fig. 1 Pressionando o interruptor CH2 (start), colocamos a entrada da porta NOR n° 3 ipino 8) na condiggo “1”, isto 6, aplica- mos-lhe um nivel alto. Esta porta NOR é ligada a uma outra (n° 2), formando um “flip-flop”. Com o nivel alto na entrada, a saida do NOR n° 3 (pino 10), ficaré na condi¢éo "0", ou seja, a um nivel baixo, que seré o mesmo do pino 3 do NOR n° 4, permitindo a passagem dos 60 Hz, aplica- dos ao terminal 2 dessa mesma porta. Na safda do NOR n° 4 (pino 1) estara presente o sinal de 60 Hz que seré enviado 4 cadeia de divisores do temporizador. primeiro divisor, um 7492 (CI1 — pino 1), divide por 6, fornecendo 10Hz na saida como wesposta aos 60 Hz em sua entrada. Cl2 (7490) divide por 10, apresentando 1 Hz na saida, isto é, um pulso a cada segundo. Cl3 é igual a Cl2 e C4 também divide por 6. Essa ordem de colocacéo dos dois iltimos 6 necessdtia para a contagem dos segundos de 1a 59, Seguindo esta primeira cadeia hé uma outra com dois divisores, um por 10 e outro por 6, para a contagem dos minutos e mais dois, ainda, dividindo por 10, para contar as horas de 1 a 99. Como se vé pelas tabelas, cada um destes zg F4 i i Teor pene) nna) Prana) a Based TERMINAL 9 BUN oa a 9 a i =) z ES Pa 8) DE circuitos sé envia informagSo ao seu sucessivo ao receber o pulso que faz a contagem retornar a zero, quer dizer: 0 10° pulsa no 7490 e o 69 pulso no 7492 {lembrar que estes integrados reagem aos degraus de descida dos pulsos). Assim, por exemplo, no pino 11 do 7490, temos um pulso na saida para cada dez pulsos na entrada. Cada integrado, salvo o primeiro, é ligado a comutadores digitais através dos diodos D9 a D34; cos comutadores sido usados para a programagdo da contagem Todas as suas saidas esto ligadas em paralelo, para alimentar a base de Q1. Se examinarmos, agora, um destes comu- 52 NOVA ELETRONICA tadores, {fig. 2) fazendo medicdes de continuidade, com um multimetro, entre os terminais A-B-C-D e€ o de saida, constataremos como, quando giramos o cursor, estes quatro terminais estar8o em contacto com o de saida, seguindo um codigo bem determinado, Por exemplo: girando 0 cursor pata o n° 5, verificaremos que existe continuidade entre A—C e 0 de referéncia, mas nao entre este e B~D; se 0 n? 7 estiver representando, teremos tal condigéo com os terminais A-B-C e ndo com D. Em outras palavras, as saidas A-B—C—D do comutador resultar’o decodificadas exatamente da mesma maneira que as saidas de um divisor por 10, A diferenca é que, quando na tabela verdade encontra- mos a condicdo “'1"", pademos considerar 0 terminal ligado eletricamente ao de saida e, eletricamente igolado, correspondendo a condicao "0" da tabela. Observando as figs. 3, 4 e 5, onde FIGURA3 Poderemos compreender faciimense como & feita 2 préwsiegio do tempo empregando comutadores binérios sequindo atentamente o esquema. ‘As quatro safdas A~B—C—D do comutador, quando este 8 5, ficam dispostas idica 0 nf internamente como mostra o desenho, Por ‘outro lado, podemos ver o que spresenta 0 integrado 7490 em suas saldas, no 4° pulso. Nastas condicdes notaremos como 0 ter- minal A do comstador fica curto-circuitado pelo pino A do integrado, posto na candied "0", isto 6, & massa, simplificamos um telativas fungdes 1" e€ (igando os quatro terminais A-B—C—D ao positive de 5V, quando estes devem encontrar-se na condiglo “1” ou & terra, integrado 7490 e as “Q" com chaves quando devem encontrar-se na condicéo 0"), pademos, com maior facilidade, compreender o principio de funcionamento: do nosso contador de tempo. Na fig. 3, por exemply, o curnutador bindrio esta ligado no n° 5, enquanto o integrado 7490 esté na condicio que teriamos quando na entrada sao aplicados quatro pulsos, Nesta condigao as 4 safdas A-B-—C—D do 7490, como se pode ainda constatar pele tabela verdade, tém so 0 terminal C na condigao '1" e os outros 3 {A—B—D) na condi¢ao “0”. No esquema elétrico vemos que os > FIGURA4 Quando © 7490 recebe 5 pulsos em sua entrade, a8 saldes A-B-C-D so comutadas para condi¢go indicada nesta figura iver ‘tambim a tabela da verdade), com os terminais Ae Gna condigao "1, enquanto B e D estéo em “0%, isto 6, ligedos 4 massa. Como neste caso 0 comutador bindrio tem suas safdas em identicas condicdes (A=C = 1; B=D =O}, nenhum dos 4 terminals tem 3 possibilidade de curto-circuitar & massa a tensio positiva de polarizecdo de base do transistor 1. Q1 comeca entdo a canduzir. FIGURA5 Nesta figura representamos © 7490 quan: do recebe na entrada apenas 3 pulsas O ‘comutador continua predisposto no ne 8. fazendo com que seu terminal A fique ligado a0 + B, enquanto C esta ligado & alimentacao de base do transistor Q1; obtemos 0 mesmo resultado da fig. 3. Os diodes (D9-D34) inseridos entre os terminais do comutador e do integrado sso indispensiveis para evitar que os terminais deste indo se curto-circuitem entre si. terminais A-—C do comutador binério, sendo predispostos no n? 5, resultam ligados @ saida A—C do integrado 7490. Encontrando-se s6 0 terminal C na con- digo "1" (0 terminal A esta na condigéo “O", isto 6, ligado & massa), a tenséo positiva de 5 V, que através do resistor RB polarizava a base do transistor Q1, sera curto-circuitada a massa pelo terminal A do integrado. Privando a base de Q1 da tensiv positiva de polarizagdo, este nao estard em condi¢do de conduzir. Quando, por outro lado, ao integrado 7490 (como se vé na fig. 4) forem aplicados 5 pulsos, os terminais A-B—C—D ficardo dispostos (veja, também, a tabela verdade): A-C na condicao “1” {isto €, ligado ao positive) e B—D na condigio “0%, ou melhor, curto-circuitados 4 massa, Resulta NOVA ELETRONICA 53 irate eet que os contactos A-C do comutador bindrio ficam ligados, dois terminais com tensGo positiva (no integrado) e B—C isolados; a tensdo positiva presente na base de Q1 nao sera mais curto-circuitada a massa e o transistor conduzira. E facil de se deduzir que s6 haverd tensfio na base de Q1 quando as quatro saidas A-B—C—D do integrado se encon- trarem codificadas de modo andlogo as saidas A-B-C—D do comutador binério e em nenhuma outra condi¢&o, porque exis- tira sempre um dos quatro pinos do integrado curto-circuitando 4 massa tal tensio. De fato, se observarmos a fig. 5, onde aparece novamente um 7490, porém com 3 pulsos aplicados na entrada, veremos que suas saidas A-C esto em “1” e C—D, em “Q". Como o terminal C esté na condicao “Q", a tensio de base de Q1 resulta conectada a massa. Portanto, se ligarmos a cada um dos divisores um comutador binério, como é visto na fig. 1 e programarmos 0 conjunto para 12 horas, 26 minutos, 10 segundos e 8 décimos, s6 teremos Q1 conduzindo ao ser completada essa contagem, pois antes disso Sempre haveré um ou mais pinos dos integrados na condigo “0”, curto-circui- tando a tenséo de polarizago de base de an. Quando Q1 conduz hé um fluxo de corrente pelo seu coletor e, conseqiiente- mente, uma queda de -tensio sobre R6, fazendo a tenséo de goletor cair para menos de 0,3 V. Falando em termos de ldgica, 0 colet i da condicio “1” para a 54 NOVA ELETRONICA Por conseguinte, 0 transistor, como facilmente se compreende, comporta-se como um simples inversor, tendo no seu coletor sempre o estado ,contrario ao da base. Estando o coletor de Q1 ligado ao pino 10 do NAND n° 1 € 0 pino 9 na condicado “1", quando este coletor vai para a condi¢go “0” teremor uma inversdo de estado no pino 8 do NAND 1 eno pino 12 do NOR 2, invertendo-se o estado do “iNip-flop". Isto causa o bloqueio do NOR 4, impedindo a chegada dos 60 Hz aos contadores. Em conseqiiéncia, uma vez alcangado 0 ndmero pré-fixade, 0 temporizador guar- daré nos seus contadores o valor progra- mado. Como se pode notar no circuito, a saida da porta NOR 3 ligada também ao pino 5 da NOR 7. Ao pressionarmos o interruptor “start, para colocar o sistema em funcio- namento, a saida desta porta vai 4 condigao 4", polarizando a base de Q3 e este transistor, conduzindo, iré excitar a base de Q4, 0 qual, por sua vez, manterd operado o relé que esté em série com seu coletor. Chegando 0 contador ao numero pré- fixado, a porta NOR 7 inverterd sua saida para a condi¢éo “0”. O diodo D5, em tal condigS0, ligaraé & massa a tensio de polarizagdo de Q3, resultando no bloqueio de Q4 e na desoperagao do relé. O interruptor “stop”, identificado como CH3, serve para conectar a massa uma das entradas do NAND 1 (pino 9). Esta operagdo, feita manualmente, tem o mesmo objetivo do transistor Q1, que quando é completada a contagem, leva o pino 10 da mesma porta a “O". Este interruptor foi inclufdo no circuito para permitir parar os contadores nos casos em que, uma vez iniciada a contagem, preci- semos interrompé-la temporariamente e continud-la mais tarde. O interruptor “‘stop- teset’ (CH4) zera os contadores e, através de D4, “reseta” o “flip-flop”, parando a contagem. Como nao achamos necessdrio, por tazées economicas, a inclusio de “dis- plays”, (porém, no caso de interesse, ha um capitulo adiante, sobre a montagem de um), temporizador estaria “cego”’. Foi oportuno, entéo, inserir um dispositivo Optico para nos indicar se o circuito esta funcionando, ou nao. Retiraram-se pulsos de contagem da saida (pino 11) de Cl2 para excitar a base de Q5, fazendo-o conduzir a cada segundo (freqiiéncia de said = 1 Hz}. Ligando um LED {D37} em série com o emissor de 05, aquele ira piscar numa cadéncia de 1 se- gundo, apagando-se depois de completada a contagem. Esse LED-funcionara, portanto como lampada piloto, indicando que o temporizador esté contando. De fato pen- samos que, se 0 sistema fosse programado para acionar o relé depois de Songos perfodos (horas ou dias), sempre poderiam surgir dévidas a respeito deste funciona- mento. O piloto dissipara tal divida e daré acerteza de se ter realmente pressionado 0 interruptor “start” e@ nao, inadvertida- Mente, o “'stop-reset”. O segundo LED, conectado ao emissor de Q2, serviré para informar, acendendo-se, que o contador atingiu o tempo pré-fixado, © resistor R16 em série com o LED “stop” € indispensdvel para evitar pé-lo fora de uso em pouco tempo por excesso de corrente. © circuito elétrico que projetamos tem capacidade maxima de 99 horas (4 dias e 3 horas), 59 minutos, 59 segundos e 100 centésimos de segundo. Quem desejar poderé aumentar o tempo. maximo acrescentando um outro divisor por 10 ao jd existente e alcangando assim as 99 horas (mais de 41 dias), tempo que para casos particulares também poderd ter bastante utilidade. Observamos que a maior parte dos Jeitores necessitam de tempos menores limitados, por exemplo, ao mé- ximo de 9 horas ou a 59 minutos. Neste caso sera suficiente no incluir na placa de fiago impressa os integrados ¢ os relativos comutadores digitais da contagem excluida. Se interessa, digamos, s6 as minutos, poderSo ser exclufdos os dois integrados e os comutadores binarios relativas as horas; se, por outro lado, for necessaria a contagem apenas de horas € minutos, os integrados contadores nao poderdo ser eliminados, mas em compensacio podem ser exclufdos do circuito os trés comuta- dores digitais e os respectivos diodes de ligagdo relativos aos segundos, dezenas décimos de segundo, Se ndo interessam os décimos de segundo (tais tempos séo tteis quase que exclusivamente a laboratérios fotogréficos) e as horas podem-se eliminar do circuito os comutadores digitais rela- tivos aos décimos de segundo, os dois integrados necessérios para 2 contagem das horas e seus respectivos comutadores. Come se v8, 0 circuito pode ser adaptado as mais diversas finalidades que o leitor tenhia em vista. Para os menos experientes em técnica digital adiantamos que os comutadores digitais necessdrios adequados para 0 nosso circuito séo do tipo “bindrio” os quais, 20 serem acionados, apresentam nas safdas um cédigo coincidente com o da tabela verdade dos contadores 7490.e 7492. Nao 6 poss(vel o emprego de outros comutadores (os tipos_existentes sido: NOVA ELETKONICA 55 bindrio, decimal e invertido), nem efetuar este cédigo utilizando chaves rotativas comuns, mais baratas. Com efeito, o custo mais elevado dos comutadores é justificado pela sua melhor qualidade e precisdo. Seus contactos séo feitos de modo a eliminar os pulsos esptirios de “bouncing”. E, além de serem dourados, néo ha a possibilidade de colocar duas pistes em curto-circuito. Empregando tais comutadores nao se incorre nos inconvenientes causados pelos temporizadores comuns e sera elementar a programacao perfeita do contador, sem haver o perigo de ocorrer a contagem também dos pulsos de “bouncing”. “DISPLAY” PARA O TEMPORIZADOR Quem desejar um melhor controle visual do funcionamento do temporizador, como por exemplo no caso de necessidade de se verificar, durante a contagem, o tempo jé transcorrido, descrevemos um circuito, para dotar de “‘olhos’’ o nosso contador (fig. 6). Na realidade, 6 um simples circuito de “displays” de sete segmentos e seus respectivos decodificadores ‘drivers’’. Estes tultimos decodificam os nimeros em forma BCD bindrio, vindos dos contadores, para ‘Os sete segmentos dos “displays”. Verifica-se (fig. 6) que nos decodifica- dores correspondentes aos contadores 7492 sdo utilizadas apenas 3 entradas, estando o pino 6 aterrado. Isto se explica porque os 7492, neste caso, esto ligados para contar apenas até 5, ndo se tornando necessario a utilizagSo de uma das entradas. capacitor C7, em paralelo a alimen- tagdo, serve como estabilizador da tensio, absorvendo transientes e o diodo D38 reduz a tensdo de alimentacéo dos “dis- plays” para minimizar a corrente drenada por eles assim evitar uma sobre-carga da fonte. No préximo numero forneceremos os detaines de montagem deste temporizador, bem como informacées para a sua obten¢ao sob a forma de*kit”. {Conctui no préximo nimero) 3s 2 56 NOVA JELETHO: wa, UM INDICADOR COM UMA ESCALA DE LEDs QUE PODE SER USADO EM DISPOSITIVOS PARA MEDIR TENSOES, RESISTENCIAS, FREQUENCIA, ETC, Na revolugdo progressiva da eletronica digital, 0 uso do tradicional galvanémetro esté em vias de ser substitufdo por indi- cadores cujas escalas sio “displays” ou LEDs. Estes dispositivos superam uma das maiores desvantagens daqueles medi- dores: no possuem pecas méveis e, conse- | glientemente, desaparecem todos os pro- blemas mecdnicos. Além do mais, a possi- bilidade de montagem compacta permite- nos a sua colocacdo em espacos reduzidos. 0 “bargraph” é formado por uma fileira de LEDs que, conforme a conveniéncia, podem ser dispostos circular, horizontal ou verticalmente (fig. 1). De imediato pode- mos citar algumas aplicades: tacometros, velocimetros, indicadores de nivel de com- bustivel, pressio de 6leo, amperimetros, | O- ba 8) 2? ~ of oe iS o or S oe ea eo 6 ox sues apa deroiko lo} oF FIGURA 7 miliamperimetros, voltimetros, medidores de resisténcias, medidores de poténcia, freqiiencimetros, etc. Sobre estes instru- mentos usando 0s tradicionais galvanome- tros, o “bargraph” possue a grande vanta- gem de indicagdes e leituras muito mais répidas. Vejamos uma aplicagdo pratica, Acon- selhamos ao leitor estudar um pouco seu princfpio de funcionamento pois que, futu- ramente, usaremos muite este dispositive adaptado, evidentemente, a wma finalidade especifica. ; PUBTRGNICA 57 FIGURA 2 FUNCIONAMENTO DO COMPARADOR DE TENSOES E RESISTENCIAS A fig, 2 apresenta o diagrama esquemé- tico do nosso “‘bargraph”. O objetivo a alcangar é acender um LED. por cada valor de tensdo pré-estabelecido, Consegue-se, isso de forma bem definida recorrendo ao uso de comparadores que, como 0 leitor deve saber, tém a caracte- ristica de conduzir quando o sinal na entra- da é igual ao sinal de referancia. O projeto se limita ao cdlculo de um divisor resistivo que fornega as tensdes de referéncia desejadas. No nosso caso, pois queremos aproveitar os doze comparadores existentes nos trés circuitos integrados (Cl1 a C13), fizemos um divisor formado por doze resistores iguais (R15 a R26). Este divisor é alimen- tado através de um trim-pot (R14) por uma tensdo estabilizada de 5,6. Desta forma haverd certeza que © dispositive terd uma boa precisdo, visto ser a referéncia estavel. _ A tenséo sobre. dltimo comparador seré obtida aplicando a Lei de Ohm: = _56 x (12 x R26) _ v R14 + (12 x R26) van Esta tensio decresceré de 1/12 para cada comparador sucessivo. Melhor dizen- do: D12 acenderé quando a tensio de entrada no comparador far 1,2V; D11 acenderé quando a entrada no comparador férde 1,1 V; D10 acenderé quando a tenséo na entrada do comparador fér 1,0 V; D9 acenderd quando a tensdo na entrada do comparador fér’0,9 V e assim por diante. A formula possibilitou estes valores exer * a S& NOY ELETRONICA ee ke plificativos com R14 regulado para 100 ka. Todas as entradas dos comparadores sao ligadas em paralelo de forma que, se apli- carmos @ entrada, por exemplo, 0,97 V acenderfo D1 a DQ. Substituindo 0 potenciémetro por uma chave comutadora e varios resistores de preciso, realizaremos um voltimetro para diversas gamas de tensdo. O leitor, com a interpretacdo do circuito, podera perfeita- mente e sem muita dificuldade, fazer as adaptagGes que seu caso particular requerer. FUNCIONAMENTO COMO TEMPORIZADOR Para funcionar como temporizador 6 necessdria a ligagdo de um capacitor eletro- litico (C1) de alto valor, baixas perdas e boa qualidade, aos terminais de entrada, indicado a tracejado no circuito; o emprego de capacitores de tantalo 6 0 ideal. A me- dida que o capacitor vai se carregando, os LEDs irdo se acendendo, seqiencialmente, _ indicando essa carga. Assim poder ser ob- tidas indicagdes de tempo desde uma fragZo de segundo a mais de um minuto por LED, dependendo do ajuste de R14 e da capa- citancia de C1. Experimentando, 0 leitor poder4 chegar ao melhor compromisso entre um € outro. O interruptor CH1, em paralelo com o capacitor, 6 do tipo de pressio e serve para descarregar C1, com isso provocando e “reset” do temporizador; R27 em série com CH1 é uma protegdo para a descarga de C1. Indmeras outras aplicagdes o leitor cer- tamente encontraré para 0 “bargraph”’. Done iae nd eee ee — =a ° FIGURA $ FIGURA 4 MONTAGEM Na fig. 3 vemos o desenho, em tamanho natural, da placa de fiagdo impressae a fig. 4 nos mostra a disposicao dos componentes . vista pela face néio cobreada. Algumas recomendagdes, embora sejam as costumeires, convém que se fagam., Use resistores de, pelo menos, 5% de tolerancia @ 0s valores ohmicos devem ser todos iguais para R1 a R12 e pata R15 a R26; poderd, facilmente, constatar que diferencas apre- cidveis produziréo um nivel de tensdo nos comparadores que conduzirao a indicacdes erradas, Empregando resistores de precisio e tolerancia igual ou inferior a 1% é possivel o.uso de até 50 circuitos operacionais e, evi- dentemente, 50 LEDs. A fig. 5 ilustra: (A) identificagao dos terminais dos LEDs; (B) forma de dobrar BEES B2 ot w BARGRAPH os terminais do trim-pot para encaixar na placa de fiagao impressa; (C) pinagem dos Cl; (D) identificagao dos terminais do diodo Zener. E importante o uso de um soldador cuja dissipagéo maxima seja de 30 W e solda da melhor qualidade (60/40). Cuidado nas soldagens: verifique se nao colocou em curto filetes de cobre da placa; faca as soldagens dos LEDs o mais rapidamente possivel, pois que estes componentes dani- ficam-se pelo calor excessivo. Use soquetes para os circuitos integrados. A alimentag&o do “’bargraph” 6 de 9 a 12 V CC e muito bem filtrada. Os LEDs podem ser vermelhos, verdes, amarelos, brancos ou, se assim quiser, alternados para definir pontos de _refe- réncia. 7 O protétipo foi desenvolvido e provado em nosso laboratério,. NOVA ELETRONICA®S9 MULTIMETRO DIGITAL de 3 1/2 digitos O conjunto de circuitos integrados A/D conversores de 3 1/2 digitos da Siliconix LD110/111 oferecem alto desempenho @ versatilidade com um m/nimo de requisitos dos circuitos externos. E formado por um processador digital sincrono monol/tico PMOS (LD110) e um processador analégico monol/tico bipolar PMOS {LD111). As caracteristicas principais do conjunto conversor A/D incluem a preciso de 0,05% (de leitura) + 1 na contagem; uma corrente t/pica de polarizegdo (bias) de entrada de 4 pA; impedancia de entrada superior a 1000 MQ; auto-zeramento; uma Unica tensdo de referéncia. Componentes externos selecionados pelo projetista permitem duas OPERACAO FUNCIONAL A técnica da conversio reside na relago ida carga fornecida por uma corrente pro- porcional & tensfo de entrada, num deter- minado intervelo de medig&o, com a acu- mulagdo das cargas quantizadas igual a uma contagem BCD. As unidades de carga quantizadas so obtidas através de modu- lago em largura de pulso de uma corrente de referéncia. Na figura 1 0 conjunto de conversores A/D 6 mostrado com os com- ponentes RC jexternos necessérios para se @nalisar 2 operactio funcional do conversor. diferentes gamas de tensio (2000 V e 200,0m¥) ¢ uma larga escala de relacdes de amostra (1/3 e 12 amostras por segundo) para acomodar uma variedade de aplicagées. Descreveremos sua aplicaciio num Multimetro Digital que o leitor pode adquirir sob a forma de “kit” pré-montado e pré-calibrado. A freqiiéncia de “‘clack” 6 dividida pelo contador de base-de-tempo, do processador digital LD110, em intervalos de amostra- gem de 6144 ciclos, onde 4096 ciclos constituem o intervalo de medic&o e os restantes 2 048 ciclos, o intervalo de auto- zeramento. O intervalo de auto-zeramento permite que 0s efeitos da temperatura, de “drift” e “offset” sejam impressos na tensio de armazenagem de auto-zeramento (Vstrg), que 6 mantido como uma referéncia por Cstrg. Conseqiientemente, durante o inter- valo de medicGo seguinte estes efeitos sero compensados. Além disso, Vstrg adquire ae uma componente de tensSo, disponivel na saida do amplificador AZ, que fornece uma corrente igual a—1/2 VREF/R1, através do resistor R3. A corrente de malha fornecida a0 nb de soma do integrador, pelo adi¢go de Vstrg/R3 com a corrente através de R1, sera igual a VREF/2R1, dependendo da posi¢do do interruptor “UP/DOWN”. A entrada do amplificador atenuador (buffer) é aterrada durante este intervalo, A tenso de entrada Viy é aplicada & entrada do amplificador atenuador durante cintervalo de medida, Este amplificador, juntamente com R2, envia uma corrente adicional V, y/R2 a0 nd de soma do integrador. O comparador transmite 0 estado de safda do integrador| (em relagdo a Vstrg) ao controle légic controle légico tenta estabelecer equilibrio no circuito acionando o interruptor “UP/ DOWN” em um dos dois possiveis modos de operagao (7 ciclos “clock” na posi¢ao “UP, 1 ciclo na posigéo “DOWN” ou 1 ciclo de “clock” na posi¢ao “UP”, 7 ciclos na posi¢éo DOWN”) enquanto 0 contador! mantém a contagem “UP” em andamento. Ol gee ser e1 gees ero U is ae anion co _Verae intention Tempo de intervalo de medida FIGURA 2 Os nfveis de safda do integrador, da Entéo: Imedi¢o zero (M/Z), de “UP/DOWN” Vin (U/D) e do comparador, durante o inter- 0 = At mediggo — SHEE (con- valo de medi¢ao, esto representados na R2 2R2fiy figura 2. As seguintes equagSes descrevem a técni- tagem liquida)..... (4) ica da medigdo: 4Q=0 Mas: 4 096 Atmedigso = fiw a — Vaer x ‘mec wei 2R2fiy Substituindo e multiplicando por f,y, resulta + Vege 4 REF (ND) a3 Mt Rif Contagem liquida= Viy « (INU) = contagens UP (ND) = contagens DOWN Mas: A equacdo (6) é fundamental para a Contagens UP + contagens DOWN = ‘ciclos aplicaggo. do conjuntoconversor lde “clock” no intervalo de medi¢ao). . (2) LD110/LD111 A/D. [Contagens UP — contagens DOWN = = (contagem Ifquida) 62 NOVA ELETRONICA ESCOLHA DOS COMPONENTES. A aplicagéo do conjunto conversor LD110/LD111 A/D deve comegar com a escolha da fonte de alimentagdo e a freqiiéncia de “clock”. As tensdes de alimentacao recomendadas sdo V; = 12 V +10%, Vz = —-12V #10% eV, = 5V 210%. As freqiiéncias de “clock” deverdo estar entre 2 e 75kHz. Qs ciclos de trabalho do “clock” nao sao de particular importancia; © tempo de “O" légico, contudo, deve ser superior a 5yus. A relago de amostragem e a freqiiéncia de “clock” estao assim relacionadas: Relagdo de Amostra = fy, /6 144..... (7) A freqiiéncia de “clock” pode ser esco- Ihida de tal forma a minimizar a interferén- cia da freqiiéncia da linha. Se 0 auto-zera- mento e os perfodos de medida forem miltiplos integrais da freqiiéncia da linha (f,), a rejeigdo desta freqiiéncia seré maxi- ma: - 5 Athro = 2O48Miy (A seeicty = 28s) = hn 7 ee eK E (9) 1,2, 3.4% 61 _ 208 gy n Uma vez escolhida a freqiiéncia de “clock”, poderde ser determinados os valo- Tes corretos para os componentes RC externos, A_equacdo (6) define a relaczio entre R1/R2 e a tensio de referencia Vacr, quando @ escolhida a faixa de tensdes fundo de escala Vy (F.S.). Esta relagdo é a seguinte: R2_ My (FS) 8192 an RI 2.000 Veer Em geral, é mais conveniente selecionar Vaer antes de assumir valores de resistén- cias devido as implicagdes dos coeficientes de temperatura, a dificuldade de se conse- guir certos valores de tenséo e outras considerages. Vrer deve ser maior que 5V, mas menor que V1. Como aumento de Vagr @ Wa- cia. 4 Nike Sl S x. r & ee Veer TeNsio De ReFEREucIA (v) RpslON) (U/D Switch) vs. VReg and Temperature FIGURA 3 resisténcia do interruptor U/D no estado “ON” diminui, como mostra a figura 3. R1 também aumenta com Vrer, fazen- do descrescer, portanto, a proporedo da resisténcia total dada por rpg (ON). Conse- qientemente, uma Vag elevada minimiza os efeitos da resisténcia do interruptor U/D em “ON”. € muito importante que Vag, tenha um baixo coeficiente de temperatura para minimizar a variagSo e 0 erro resultante na contagem. ‘A equagSo (12) mostra a mudanga na contagem que poderd ocorrer devido a uma pequena alteragdo em Vacg: Acontagem = —2 000 Vin Vin (FS) Nace (12) Veer NOVA ELETRONICA 63 ae PLACA DE ESCHLAS E FUNGSES RO Kt conaneen eonearesrenco fara MEDI ReSteTENeis FONTE OE ALMENTAGEO Em conseqiiéncia, a contagem diminuira de 1 para cada + 0,05% de variagdo em Vper, para Viy = Vin (FS). R2 deve ser escolhido de forma a possibilitar uma corrente de fundo de ecala de 20uA para o nd de soma do integrador (100 kQ para 2000 Ve 10k2 para 200,0 mV). R1 pode entao ser de- terminado pela equacdo (11), R1, R2 e Ver S40 0S componentes bésicos do sistema sens(veis & temperatura. O intervalo de auto-zeramento torna o sistema essen- cialmente independente as mudangas em Cit, R3, R4, RS, Cstra @ as tensdes de compensagao dos amplificadores. E desejavel, contudo, usar resistores com baixos coeficientes de temperatura em R1e R2, para reduzir os erros resultantes das diferencas em tais coeficientes, A precisdo especificada do conversor A/D seré mantida se o capacitor do integrado (C\y7) for escothido para que a variagao de tenséo no mesmo seja mantida dentro de 0,75 V de Vstrg, Uma andlise deste particu- lar resulta na seguinte relagéio para Cyy7: Vin (F.S.) Rahn Este capacitor e o dioda Zener, a ser colocado em paralelo, devern ter uma perda combinada inferior 2 10 nA, para minimi- zar esta poss{vel fonte de erro, APLICACAO DO CONVERSOR NO MULTIMETRO DIGITAL Cr = 28,5 © diagrama esquemético da figura 4 apresenta. o conversor A/D com LD110/LD111 utilizado num voltimetro digital para 1,999 V. © capacitor C10 ajusta a safda em zero para a entrada zero, R11 calibra o voltime- tro. R11 e RIG sao resistores especiais de filme met4lico, com coeficiente de tgmpe- ratura de —50 ppm. 1C6, ligado como’ um. multivibrador astavel, fornece a freqiiéncia de “‘cfock" de 24,5 kHz, injetada no pino 7 de IC1, » C7 decodifica os sinai bingrids de saida de 1C1 em 7 seg “displays” (DS: valida sincronicamente esses digitos, permi- tindo a visualizacao dos sinais decodifica- dos e multiplexados. Os transistores Q2 @ Q3 so usados para acionar o sinal de polaridade em Ds1. O sinal a ser medido ¢ aplicado, através de R10 (que é também utilizado como proteco contra sobretensées), a0 pino 15 de 1C2. C7 tem a fungdo de filtrar eventuais residuos de CA, quando o sinal possa conter e integrar tais transientes. RF2 6 um Zener de 10,2V com um baixissimo coeficiente de temperatura (Zener de preciso), A fonte de alimentagio nada tem de especial, a nao ser a separagdo das estabili- zagdes para evitar miituas influéncias. MEDICAO DE RESISTENCIA E CORRENTE Para fazer que o voltimetro mega tam- bém Ohms e Ampéres, é preciso uma chave seletora de fungdes, uma seletora de al- cance (range), um retificador para conver- ter os sinais CA em CC e dois circuitos lineares para converter resisténcias e corren- tes em tensdes. CONVERSOR CORRENTE/TENSAO Como neste multimetro ha apenas uma escala de correntes, 0 conversor 6 formado apenas pelo resistor de preciso R31. ‘A conversio é feita pelo sistema classico dese obter ume amostra de tenso proporciorial: 8, corrente que passe pelo resistor. ~ Recomende-se que este componente ten! maior preciséo posstvel @ também um. haixo coeficiente de temperatura; os resistores de filme metalico, com 1% de tolerancia, s40 0s ideais,~” Apesar de que esta escala tem’ um-aléance de 2° ‘Ampéres, recomends-se aos leitores néo utilizarem. © instrumento durante muito tempo em correntes de valores proximos a0 maximo, devido 20 perigo de sobreaquecimento de resistor @ conseqilente alteragdo de seu valor ohmic, ‘ CONVERSOR RESISTENCIAS/TENSOES COM AMPLIFICADOR OPERACIONAL A figura representa 0 circuito bisico simplifi- ccacio de um conversor corrente/tenso usado para medir resistancias. Im gerador de corrente constante @ Ry 6 a resistencia a ser medida. A corrente | passa, em sua quase totalidede, por Rp, devido & alta impedancia de entrada do amplificador. Teremos, entio, sobre Ra a tensfo Vq=IRp, que resulta igual a 1 V, de acordo com os valores dos Componentes es50- Ihidos. Esta tensfo ficaré impressa diretamente nos terminais de Rp. R, ¢ Ry formam um divisor de tensio, do que se pode deduzir: R, Rye Rp” Vs Vx é realimentada para a entrada ndo inversora de A, através de Ry. Temos, enti: Vs = Yap + ‘Sabemos que Vigp = Vp = 1 V; portanto: R, x Vg = 1+ Vs Ry + Rp Vemos, assim, que a vatiacio de V, 6 diretamente proporcional & variacEo de Rix. CONVERSOR CA/CC COM APLIFICADORES OPERACIONAIS. [Neste circuito tomos uma retificarso em onda completa através do chaveomento da realimenta- do em Al que fez ligar © desligar um dos “caminhos” de sinal para A2, «0 semiciclo,postivo dos sonais eria a corrente 11 que fez D1 canduzir, sabondose que nem D2 nom 9 gntrada do amplificador poderiam fornecer esta corrente, Estando apenas D1 conduzindo, 1 estaré na configuraglos de seguidor de: tensSo {voltage follower) g.“forea” 0 ponto A. seguir o sinal de entrada ¢,..Da masma mancira, a realimenteoto om A2, fazondo acignsr suas duas entradas, leva 0 ponte Bar @ do ponto A. Assim nfo his diferenca de potencial entre os pontos Ae B, ‘onde, conieqiientemente, nfo haveré fluxo de corrente. Como resultado da auséncie de corrente no “camino” de realimentacgo de A2, a tensf0 de salda fcard igual & tenséo de entroda, Em resumo: um sinal positivo de entrada causa © desligamento de um dos percursos do sinal de ‘A2, por Ate A2, entio, age como um sequidor de tenso. Quando o sinal passe pelo semiciclo negativo, as duas entradas de A2 so ativadas. A corrente =I1 rewultante corta Die faz D2 conduzir, conectando At como um smplificador no inversor com ganho de +2. Este amplificador ‘presenta um sinal igual @ 26, na entrada inversora de A2 que tem, por sua vez, um ganho de -2. Por ‘outro lade, 0 sonal injetado em sua entrada no inversora 6 amplificado com um ganho da +3. Utilizando sobreposieo de efeitos, o sinal do salda seré igual a ¢ = ~4e +300, Portanto, uma mudanga de polaridade do sinal eget o panto total ao eho o +1 i (Conelui no préx. namero) UMA SIRENE ELETRONIGA © leitor certamente j& viu em diversas publicagées, circuitos de sirenes eletrénicas, uns simples, outros mais complexos, cuja aplicagdo & indicada para os mais diversos fins, No entanto, sempre hé os que buscam tal tipo de dispositivo, seja para usos profissionais (alarmes, avisos em fabricas ou estabelecimentos comerciais), seja_ por riosidade (brinquedos, hobby, feiras de ncias). Na fig. 1 apresentamos o diagrama esquemdtico de uma sirene eletrénica que emprega componentes bem modernos, como: um transistor unijungo (1), um Circuito integrado tipo 555 (CI1) e um transistor de poténcia Q2). O reduzido numero de componentes permite uma montagem assaz compacta, possibilitando seu alojamento nos mais reduzidos espagos. Seu funcionamento é muito simples. Cl1 gera um sinal da ordem de 1 kHz; esta freqiiéncia 6 modulada por Q2 que fornece um sinal em forma de dente de serra ao pino 5 de Cl1. A modulagdo produz o som caracteristico de uma sirene mecénica. O sinai, saindo do pino 3 do circuito integra- do, excita o transistor de poténcia que, por sua vez, excita 0 alto-falante. A sirene € alimentada por uma fonte de corrente continua capaz de fornecer de 9a 12 Va, no minimo, 1 Ampére. O alto-falante deve ter uma impedancia de 82 e suportar uma poténcia da ordem de 5 W; seu tamanho sera determinado pelo local onde sera instalado. As figs. 2 e 3 ilustram, respectivamente, a placa de fiagdo impressa, em tamanho natural, vista pela face cobreada e a disposicdo dos componentes. A montagem no é critica, podendo ser realizada mesmo por quem tenha muito pouca experiéncia. Recomenda-se, no en- tanto, a técnica da fiaco impressa para possibilitar maior compacticidade ao dispo- sitivo e menos possibilidade de erros. Muita atengdo deve ser dada a correta colocagao do circuito integrado (para o qual se recomenda um soquete apropriado), aten- go na ligago dos transistores, polaridade de componentes e da fonte de alimentagao. °F 1 law orem moze LESS) Cea koma FIGURA 2 68 NOVA ELETRONICA | Amplificadores de ‘iudio de 20 a 60 watts | usando transistores | DARLINGTON omplementares Os dois amplificadores descritos superam _em resultados @ qualquer circuito integrado existente, bem como custaréo menos. Cada um usa apenas um pequeno transistor para sinais fracos e dois transistores Darlington de poténcia. Poderdo ser usados em qualquer apli- cago de 4udio ou onde um custo extre- mamente baixo, aliado a uma qualidade de| reproduc satisfatoria para toca-diseos, gravadores e receptores residenciais, sejam Jos requisitos principais. DESCRICAO DO CIRCUITO Os amplificadores usam um circuto push-pull com transistores Darlington com- plementares, Q2 e Q3, para a etapa de saida, Estes transitores séo excitados por Q1, de alto ganho, que trabalha em classe A (fig. 1). Qs diodos D1 a D2 e R6 fornecem a polarizago, CC para os transistores de safda e mantém a corrente de repouso em aproximadamente 20 mA, reduzindo a dis- torgdio de transigZo ou cruzada (crossover). Os diodos so termicamente conectados ao dissipador para compensar a variago das tensdes de base-emissor de Q2 e Q3 com a temperatura. Desta forma obtém-se um ponto de operacio estavel e evita-se a perda dos transistores de saida pela variagéo da temperatura. O ponto central A esté fixado a metade da tensdo da fonte pela realimentago CC, através de R2, R3 e R4; por esse fato, a Vee (on) do transistor Q1 é multiplicada. A tenso no ponto central é ajustada por R4. O transistor Q1 6 estabilizado em CC por realimentagao local obtida com o resistor de 150 Ohms, R5. Para manter o alto ganho deCA de QI, usamos 0 capacitor de 200 F, C4. A freqiiéncia de corte desta combinagao 6 de 5 Hz, o que esté abaixo da do corte de C5 e R1, na safda do amplificador e, portanto, nao afeta sua resposta a baixas freqiiéncias. (O ganho em CA, aproximadamente 12, 6 dado pela relacdo entre R3 e R1.Béo ponto de encontro, de equilibrio, do sistema de realimentag3o de entrada do amplificador. Um capacitor, C3, mantém a tensSo constante entre os pontos A e C durante a variagdo da tensdo CA de saida. Durante o semi-ciclo positive, 0 ponto C .80be além da tensdo Vc, | mantida pela fonte, assegurando polarizagao suticiente para a base de Q2. A tenso através de R7 difere da tenséo sobre C3 somente pela Vee(on) de Q2 e, portanto, aproximada- mente constant® o que quer dizer que O2 e 3 so excitadgg:por uma alta impedancia, que age como lima feinte da FIGURA 1 (crossover), porque os transistores de saida so controlados pelas suas caracteristicas de “beta” ao invés de suas caracteristicas de VBE. Apesar de a caracterfstica “beta” versus corrente de coletor ser nio linear, esta pode vir a sé-lo, por meio de realimentagdo negativa, enquanto que a caracteristica VBE possui um limiar abaixo do qual o transistor no mais amplifica. Nesta area, © ganho em circuito aberto (open loop) é zero e a realimentagao nao é efetiva. Se guiadas por uma fonte de corrente, as tensdes de base dos transistores de safda mostram um “degrau“ através do limiar da tensio VBE. Na pratica, “degraus” ideais no existem, pois a fonte de corrente nao é ideal; outrossim, as capacitancias residuais precisam ser carregadas. Sendo assim, ainda ha alguma distorg’o de transicfo. Para minorar o problema, se n’o podemos fazer um “degrau"’ ideal, podemos fazé-lo peque- no; os diodos DI a D3 servem a este objetivo. Cinco amplificadores diferentes sd0 des- critos todos usando o mesmo circuito com transistores de safda e tensGes de alimenta- cao diferentes. Darlingtons plasticos TO-220 séio usados para: se pecouir 29 20, Watts sobre uma carga de 80h Com- -* trafsistores encapsulgdos tipo” Fp-3 e fEnygs de alimentagao potentes”o oe entregaré ‘Re aes FACE COBREADA =f | RELACAO DE COMPONENTES Ronen R2 — ver Tabela | ea) eRe aca een rea) z Cae Q x m CG a era, a Caan) 3 Cree Re eer me 5 Peer) = QO 2 FIGURA 2 | at - m 180 DISsIPADOR DISPOSIGAD DOS COMPONENTES © TERRAO EwrRADAO | | ce TABELA | — ESPECIFICACOES DOS CIRCUITOS Praia Nominal Peal (0.5% Distoreso) ‘Tendo da Fonte FA (Resstncia de Cargo) Selecdo Especal "SOR" ve 02 o OS Encopeulamants de 02 ¢ 3 Mos. Temp. perm. cépeula F2.© RS —Toimax) Dissipedor pora code O2 « 03 Dissipedor para Te(max) = 100°C Fesistor RZ ‘Termfo de Entr. pore Max. Sold! Vor Nota de sobre cargas de 4 ou 8Ohms. Com transistores especialniente selecionados em SOA, © circuito torna-se um amplificador de 50 Watts sobre 8Ohms ou 60 Watts sobre 4 Ohms {veja a Tabela I). Na fig. 2 apresentamos uma sugestéo para a confec- 40 da placa de fiaco impressa. CARACTERISTICAS DOS AMPLIFICADORES A resposta a freqiiéncia ¢ plana dentro de 1.dB de 20Hz para carga de 8Ohm e de 50 Hz para carga de 4 Ohms, até além de 200 kHz (fig. 3). O corte de baixas freaiiéncias é dado por C5, RL eo de freqUéncias altas pela resposta a freqiéncias dos transistores de safda. Apesar de a resposta ser plana até 200 kHz, a distorgao aumenta além de 70 kHz devido a distoreao de transicao para 0s sinais de grande amplitude. Isto é devido 3 inabilidade dos transistores Darlington de se desligarem rapidamente por causa des cargas retidas na base. A dissipagio maior é motivada por condugdo “common-mode”. Como os sinais de dudio nfo tm grande amplitude além de 20 kHz, a resposta a freqiiéncia ¢ muito boa, na pratica. Para cargas altamente indutivas, um circuito RC colocado através de RL pode ser usado para aumentar a estdllidade em altas freqlién- clas. « ‘A diftorgao harm@nica é baixa paragim’ circuito to simples. Entre 2 e 50% da, FIGURA 4 80% a nia pti de sai FIGURA 5 poténcia maxima, a distorg’o esté abaixo de 0,2%, Aumenta para 0,5% até chegar a poténcia maxima (fig. 4). A resposta a,onda quadrada é muito boa a 10kHz, o que indica boa resposta a transientes, A impedancia de entrada ¢ de 10 kQ em toda a fixa dé freqiéncias. A impedincia de safda é merfds que 150 m2 da ae de freqigncias, SENSIBILIDADE A amplificacio € de 12 (26 dB) ea tenséio de entrada para maxima safda é de 1,2 para a amplificador de 20W e de 1,75 V para o amplificador de 50.W (ver Tabela |). A sensibilidade pode ser aumen- ada por diminuigéo da resisténcia de entrada. DISSIPACAO DE CALOR A Tabela | mostra as maximas tempera- turas permissiveis para a cdpsula dos transistores e os valores de dissipadores para cada transistor de saida. Também esto descritos os dissipadores que mante- rao a temperatura dos transistores abaixo de 100°C, CONCLUSAO Este ¢ um circuito simples e, portanto, barate. Q alto ganho dos transistores de sa(da Darlington resulta em baixa distorcdo harméniea; a qualidade da reprodugdo é bastante boa devide & pequena distorcdo de transistores. forte de onde foi tradurido ® adapted (Not Aplicagdo n? 334 ~ set/76 — Hans Palonde — Fairchild), sua montagem & aitamente cecomendad aos que tenham bons conhecimentos: de eletrénica, muita pritica em circuitos de sudo @ equipamento adequedo para os ajustes_necessros, No préximo =nimero publivaremos ounf® série de fcadores, porém com mais informagbes © detalles relatives 4 fontes de slimentacdo, pfoteria contra curto-circvitos » autres sofisticagSes, (Oe tansstores SE 9409, SE 9200, B-387"(or Tabla |) para montagem.da versio de 20 WW engontramn-ie & vend

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