Você está na página 1de 54
5 JAS DA FORMAGAO FEMININA &% I. INTRODUGAO A. DESENVOLVIMENTO DA PROBLEMATICA A PARTIR s déeadas, parecia ter enveredado para um processo mais 1oje, ela voltou a ser uma questio vivamente dis- blemitica partindo da situagio atual da mulher. Logo de ini- apresenta-se, no entanto, uma dificuldade: Pode-se falar em situagio da mulher? ” Mais tarde deveremos abordar a * No fragmento do manuscrito desse primeiro capitulo fi- se fala da situagao da mutber, nao se pe ‘em sic, sim,em tudo aquifo que faz parte da ima obra muito meritéria sobre A .Nela sio descritas 183 familias da Alemanha, de eldades gran- varia conforme a ge visio do mundo (sem falar da diversi- sssas diferencas no iris, empregados © pequenos funcionssios publ ; 08 grupos foram escolhi- 1. Posi¢o da mulher diante das grandes questdes do nosso tempo strugdes para o levantamento vist- hos, idade, profissio, fontes de renda, moradia, a solidez da unido, distinguindo entre familias sOlidas, frageis ¢ dissolvidas.Apesar de tratar-se, cm sua grande maio- ria, de familias em condicdes sociais muito difi i a situacao espiritual da mu- ther analisando seu posicionamento frente as grandes ques- es que agitam nossa época: casamento e maternidade, a Pprofissio, a coletividade, a politica mundial e as questées da cternidade, ‘© tema que me foi proposto para esse semestre refere-se a ¢ ser preenchido com os horas de que dispo- ‘mos nio sera possivel tratar desse assunto de mancist io que se coloca é a de come devemos limiti4o, Penso que, para o comeco de um traba ja bom obter uma visio geral da prolems- tica para, depois, destacar certas questdes detalhadas, de acordo com 0 consentimento mituo. (Oportunidade para ‘un debate) Os problemas da formagio das mogas sio determinados essencialmente pela situacao atual da muther, Por isso gos- taria de partir desse ponto. Logo de inicio, no entanto, sur ‘ge uma dificuldade..." 156 ‘0s, constatouse que a maioria das familias eram membros vivem firme: pais se mostram preocupados dos filhos e,em mt casos, todos contribuem s sas para o sustento de todos. Nesses casos, cabia nor: ente As mulheres o mérito de manter, com sua forga ad- herdéica,a familia unida defendendo-a, as veze: Yb as maiores adversidades, contra a desintegricio. Porém, onde havia tendéncias de afrouxamento ¢ dissolucao,em ge- ral constatava-se também o fracasso da mulher. ipacto desses resultados, surge um primeiro im. untar se no ha um certo exagero nas lamen- das, sobre a desestabilizacio da vida matri- suas 1 Eglitada por A. Salomon M.Baum, Berlim, 1930, 157 ja que € possivel encontrar ainda tantas fa- ndo, em parte, num regime bastante patriarcal, feragOes mais detalhadas reduzem um pouco ess esse universo para casais com ‘dade entre 20 ¢ 30 anos, 0 re- sultado j4 seria bem outro, Com certeza encontrariamos mais casamentos sem filhos, divorciados ¢ unides informais. io, eno, nem di. para baixas da populagio haveria de mudar o quadro.Além disso, € preciso supor, agora, uma altera¢io de ano para ano. Em todo 0 caso, podemos constatar: ainda existem na Alemanha de hoje amplos segmentos da populacio que conservam 0 abrigo c estcio protctor para os individuos. Com base em mi- nhas observagSes particulares, até creio poder afirmar que existe na _geracio jovem uma disposigio mais acentuada desejo de fevar uma vida matrimonial anterior. Fm parte, isso esta inte da profissio, de que devere- as, em parte, deve-se essa atitucle também importancia maior que € dada ao elemento erdtico € se xual em geral, Sua influéncia nas publicagdes cientific: teririas, nas discussdes ptiblicas ¢ na vida diaria, € hoje tio dominante que até as criangas se véem confrontadas com, ele em toda hora € lugar. S6 uma visio clara € incontestavel do casamento | paz de formar um baluarte firme contra essas teorias,. ada vez mais amplos. Essa fundamentagio clara frente a todas as tendéncias desagregadoras, o Santo Padre ja a confirmou, de mancira audivel, para o mundo todo, em sua enciclica sobre 158 © ensino, a terapia © 0 modo rescindivel analisar todas essas ten- essa andlise deve De fto, podemos aprender muito com as a forma tradicional catélica de abordar ou no essas questdes pode € deve ser revista, se é que pre fazer frente A avalanche de perguntas de nossa época. (© desenvolvimento de uma tcofia verdadeiramente ca- ca. generosa da sexualidade ¢ do casamento ¢ dos prin- ipios que dela se derivam para a educagio, deve ser encara- do, em nossa €poca, como uma das tarefas mais urgentes cle | toda a formagiio da juventude-¢, com isso, também das mo- \ \s. AO mesmo tempo, seria de maxima importancia para nosso povo, porque esse esforgo que 86 pode vir do atolico serviria, ao mesmo tempo, de apoio firme tam- a todos os grupos conservadores - no bom sentido - fora o Ambito da Igreja, by Profissio Passemos, entao, a0 posicionamento da mulher diante da profissio (em sentido estrito deixando a vocagdo natu. ral da mulher de lado quando, de fato, deveriamos incluia), Nesse caso também existe uma diferenga impressionante en- as geragdes € mesmo entre as classes sociais. Desde que faz mais ou menos cem anos, € comum na quarta ulher tenha que trabalhar fora de casa (nas ct sso j acontecia, no fundo, desde os tem- pos mais remotos). As necessidades da vida a obrigavam a 159 teabalhar no campo, na fibrica ou em casa de outra fa Essa atividade, economicamente ativa, € aceita como um m ra considerada algo inacei- 4 ¢ inconveniente desde a época da Reforma, que negan. ideal da vingindade acabou restringindo a atuagao da As mudangas das condigdes econdmicas, que deixaram sem ocupacio muita miodeobra feminina nos trabalhos do- / mésticos, bem como a valorizagio da personalidade indivi-! dual, nas escolas filosdficas da segunda metade do século XIX ¢ de nossa época, levaram as lutas pioneiras do feminismo por maiores chances de formagio de trabalho, para criar espago para a grande variedade de dons ¢ forgas.A maioria das mogas que hoje fazem vestibular ¢ ingressam num curso superior nem sabem quantos comicios, manifestos, petiges a0 con gresso € a0 governo foram necessirios até que, em 1901, as universidades se abrissem, finalmente, também para as mulhe- tes. Para aquelas que hoje tém entre 40 ¢ 60 anos (¢ em me da maior para as profissionais mais ficado insatisicitas sob alguns aspectos - cm todo 0 caso sen- temsse interiormente identificadas com ela, Hoje, a situagio € is existe hoje para as mo- cas c,em geral, também para as mulheres, a necessidade eco- ndmica de exercerem uma de remunerada.As mogas da burguesia € da aristocracia optam, freqiientemente, por uma formacao académica adequada & sua condigio soci tém condigdes de pagar os estudos necessarios, mesmo que thes falte em muitos casos 0 talento € a inclinagio para isso. Fica claro que em tais casos, geralmente, no se pode falar em satisfacio profissional (mesmo abstraindo das presses da ne- cessidade, do ntimero excessivo de formandos ¢ das poucas perspectivas para conseguir um emprego) 160 | ainda outros motives que provocaram a imento feminista c da vida profissional da os adversirios insistiam em manter as com a ingenuidade dos s.A revolucio trouxe a realizagio de quase todas sional: Visto 10 todo, porém, dispomos hoje de um sistema iplo de formacio ¢ atividade profisisonal femininas que praticamente impossivel imaginar um retrocesso, mesmo que se envidem esforgos nesse sentido. . \ecessirio que estejamos conscientes de que nos en- | contramos no comego de uma grande revolugio cultural, que estamos passando peas doengas infantis e que ainda fal- | lizar um trabalho essencial ¢ basico; que € necessirio anatureza do homem e da mulher para podermos pre- parar uma formacio distribuicao profissional, que corres mda & indole de cada um, de modo que alcancemos, ‘so, chegamos ao problema da formacao feminina que +t considerado © problema por exceléncia:a questio da peculiaridade intrinseca da muther Desta questio sur- ‘problemas: se existe nessa peculiaridade uma io a determinadas profissdes € qual a formagio pro- 161 ©) Relagio com a coletividade e com as questées ( gram a mulher & coletividade numa | de, como, por exemplo,na posigio de deputada ou funcio- \ naria da administragio publica, onde a mulher pode ser en- [ante em lugar de destaque, em ministérios € secre- ‘arias estaduais © municipais. Mas também as mulheres que exercem uma profissio social ou pedagégica obtém uma vi- clas podem fazer valer a sua influéncia para melhorar a ‘cao ou para evitar danos; com isso, adquirem um senso de responsabilidade maior pela coletividade. Os anos de dificul- dade acabaram despertando, também, aquelas que se véem restritas & vida doméstica € que, antigamente, eram mais in- clinadas 4 preocupar-se apenas com seus assuntos pat € com os de seu circulo familiar ¢ dos amigos. Primeiro, a guerra que mexeu to fortemente com a vida de quase todas as familias, que as esposas € mies, as irmas e filh: cessariamente se viram envolvidas nos destinos da nagio. Mesmo que nos anos que se scguiram aos tempos da guerra ¢ da inflacio, tenha-se alastraclo novamente uma certa de de despreocupacio e de desinteresse egoista pelos acon- tecimentos da esfera publica, ela se viu rapidamente inter rompida pela crise econémica mais recente, com suas con- seqiiéncias cada vez mais amplas € profundas. ne- ropria vida as relagdes causais ional, a renda, a economia do- méstica, o modo de vida € 0 sustento de cada um ¢ das familias ca cconomia de todo o pais,a situacio interna ¢ externa da na- io.Agora,todos percebem pelo menos que,como membros de uma grande coletividade, sio igualmente afetados pelos desti- 162 nos desta. Mas a pessoa pensante descobre logo que é também res passou a ser entendido por muitas como um sério dever de volar. Mesmo as pessoas politicamente desinteressadas prec € a evolugio da situacio politica geral de- em dle seus direitos politicos, que é des pio, poderem desenvolver € exercer seus dons intelectuais € se- rem educados em sua fé € poderem vivé la. s anos depois da guerra mostraram, ior, que no s6 a vida particular € amente ligadas entre si, mas também a cada povo € nagio com a dos outros. Os povos da Eu- ite a guerra se combateram até a morte, cai- odos se vem compelidos pela dura realidade a entenderem que 86 poderio reerguerse num esforgo con junto. Ninguém pode afirmar, com certeza, que os esforgos por uma politica de entendimento conseguirio vencer, pow oUuco, as resistencias das fortes correntes contririas. Sbvio que se trata de uma questo que muito diz res- muther consiste m_pro- entao ela nao pode fi 2 ee das fa icao internacio mostrou que muitas mulheres se identificam, sa da paz € do entendimento entre 08 povos. it it eres se ampliou, em rmacio das mogis, se deve exigir uma preparacio para uma tomada de posicio frente as questoes da . Mas, surge também a pergunta, se esse envolvi mento pela profissio e pela vida ptiblica no poe em perigo a sua posicio na familia, se € desejivel ¢ possivel adiantarse a esse risco por meio de uma formagio adequada das mogas. 163 em que quase todas as formas consolida das da vida secular esto vacilando € mudando, é também tum periodo de Iutas em tomo das questées da eternidade Naturalmente, existem, também hoje em dia, pessoas obtusas ¢ indiferentes que nem ligam para essas questOcs. Mas em comparagio com as décadas anteriores, seu niimero dimi- nui substancialmente, De um lado, deparamo-nos comum dio contra Deus tio terrivel € satinico como, talvez, munca tenha havido em época passada.A perscguicio aos cristios, durante os primeiros s dirigia-se contra uma nova for. ma de fé que ameacava as formas antigas; no era um com bate contra a f€ em si, Por outro lado, registra-se nas almas que também ela fosse atraida por esse movimento, Em mu tas, 0 distanciamento da familia pela formacio e pelo exerci cio de uma profissio levou, também, ao rompimento com as tradicées religiosas de casa; muitas perderam a fé de sua in fincia sem que sentissem a necessidade ou chegassem a0 ponto de substituida, outras conquistaram uma convic¢io re- ligiosa propria, abracada em seu intimo. Como a totalidade € a integridade sio préprias da natu- reza feminina madura, costuma nascer de uma conviecio re ligiosa firme ¢ intima o desejo quase natural de ligiosa que se manifesta, primeiramente, num crescimento externo; ha uma grande procura pelas ordens € comunida- des antigas €, ao mesmo tempo, um grande ntimero de fun- dagSes novas de congregagdes diversas, com objetivos espe- cificos, de acordo com as necessidades de nosso tempo, no- 164 tadamente do tipo caritativo. Registrase também um grande esforgo nas ordens antigas em busca de uma renovacio e de ‘a tendéncia de se dedicar totalmente sm grande parte, nao se manifesta ager secular; em parte, trata-se de solteiros, ia funcao em casa ou numa das assim cha- imamente unidos a0 Senhor, ditigindo a cle toda a sua atuacio; uma outra parte se junta com pessoas que tém as mesmas aspiragdes numa es- pécie de vida regular, sem que isso transpareca externamen- e.Todos eles encontraram um ponte firme a partit do qual se langam ao embate com todas aquelas questées urgentes que acabamos de expor.A missio da formacao rel mogas consiste em levar a essa posicio firme, 2. Posicionamento em relagao 4 mulher a) Opinio publica Passemos agora a analisar por um outro Angulo toda luestio que ora est4 prendendo a nossa atengio. Para racterizar a situago da mulher no basta discutir a posi- clo deta diante das questdes atuais. Precisamos tentar desco- bém, qual € posicionamento assumido em relacio a ‘0 é,0 que pensam da natureza da muther € de sua vo- cagio os grandes poderes que decidem a nossa vida. Exami- ciro a opiniao puiblica.A opintio € juizo dos in- izos tém a maxima é poucas décadas atris, se era da lc que @ mulber devia ficar em casa ¢ que nenhu- ma serventia tinha fora dela, foram necessarias lutas longas € 165 renhidas para alargar scu Ambito de ago que se tornara de- masiadamente restrito. E dificil definir quem é esse se. Opi- niGes ¢ juizos partem, certamente, de individuos, Mas, no devemos concluir dai que a opinido seja formada, original- mente, por determinados espiritos destacados ¢ que ela se alastre, depois, para citculos mais amplos.O esj piritos mais destacados, se bem que em sentido diferente do que os da massa -,de modo que ten- dem a um determinado modo de pensar, Nao podemos aprofundar aqui essa problemética.O pensa atualmente da mulher, Nessa, como em todas as outras questcs, vamos encontrar divergéncias € diserepancias. Continua existindo um grande mimero de irrefletidos que se satisfazem com formulacdes gastas sobre o sexo fraco ou 0 belo sexo ¢ que s6 falam desse sexo fraco com um sorriso compadecido, quando no cinico, sem jamais ter refletido mais profundamente sobre a natureza da mulher nem tet tentado informarse sobre as realizagSes que as mulhe fato conseguiram. Existe, também, um que vé o ideal feminino pintado em t $ Suaves sobre um undo dourado ¢ que, por causa des ria de pou- par as mulheres, na maneira do possivel, do contato com a realidade nua ¢ crua. Numa contradicao estranha, essa visio romantica esta ligada a atitude brutal do maior € mais pode- roso grupo politico atual, que enxerga na mulher apenas 0 lado biol6gico.Além de partir da ideologia romantica e de te- cer consideragées a respeito de um melhoramento racial, ar- gumenta-se com a atual situac%o econdmica para restringir a mulher as atividades domésticas e familiares e assim anular todo © desenvolvimento havido nas iiltimas décadas. Desta mancira, nio se respeitam nem o ser espiritual da mulher ‘nem as leis do desenvolvimento histérico, De um lado pro- cede-se a violacio do espitito pela interpretacio errdnea da biologia ¢ supervalorizacao de uma conjuntura momentanea 166 10 mesmo objetivo a partir de na mulher, apenas, o fator econd- na luta de classes, € capaz de recor. total com © homem para atrair ino, mas o desprezo insolente da na- jo da mulher devera despertar uma forte juventude feminina, s que mais fortemente se fazem omens € mulheres que se esforcam seriamente para des- : ser ¢ 0 valor proprios da mulher; recor da teologia, da fisiologia e da psi- histria das civilize. Certamen- masa esséncia da natureza humana seria comum ambos os sexos; do outro lado, existe a convicgio de que ha essenciais quanto & natureza humana, Mas, cm mparagio com as discusses anteriores sobre esse case agora, como carateristica nova, que a alteridade da \er ja ndo € vista como inferioridade €, sim, como um va- em si,de modo que diminuiu também 0 empenho de ne- gar completamente essa mancira diferente de ser. b) O Estado Passando agora do pronome impessoal para fatores concretos € perguntando qual a posicao do Estado em rclaco A mulher, constatamos que, nos tiltimos anos, sc pro- cessou uma reviravolta enorme. Ha uns trinta anos, o Estado 167 gastava uma quantia insignificant na educacao das meninas quando comparada com a educagio dos meninos.Além das escolas primatias, havia ginasios ¢ cursos colegiais para mo- gas que eram financiados em sua maior parte por particula- res € pelos municipios, mesmo que em muitos casos se con- tasse também com verbas do Estado.A esses cursos se ram, a partir da segunda metade do século XIX, seminitios para professoras, depois que o movimento feminista inct piente tinha insistido muito na sua criagao, que foi favorect da, também, pela falta de professores existente na época. Hoje, dispomos de um sistema amplo de institutos educacio- nais gerais e de esc muitas questdes torias, é digno de a tudo 0 que foi implem num periodo to curto. Nao se deve esquecer, no entanto, que todo o sistema vé sua existéncia ameacada, atualmente, pela situacao econdmica ¢ pol Juridica ¢ politicamente, na virada do século, as mulhe- res cram cquiparadas aos menores de idade, isto é, as crian- ‘gas € aos deficientes mentais.A constituigio de 1919 trouxe © principio da igualdade dando as mulheres plenos di de cidadas. Com a outorga do direito de votar, elas se transfor. maram em fator de poder politico de peso. O direito de se- rem também votadas thes deu a possi de assumirem lidade na vida do Estado. Certamente, se pode generalizar quanto as experiéncias que se teve com deputadas € funcionarias piblicas em cargos de des taque, Como entre seus colegas masculinos, deve haver tam- bém entre clas algumas que, segundo a vocacdo € 0 cariter, sejam mais ou menos qualificadas para suas funcdes.Acho,no a renunciar 4 participagao das mulheres, pois existe um gran- de mimero de tarefas em que elas se tornaram simplesmente indispensiveis. Por outro lado, essa situacdo exige, também, ‘que se realize o treinamento sistematico necessirio 4 execu 168 dessas tarefas, para que nio sejam confiadas a eparadas, Precisamos de uma preparacio politi- fa para 0 cumprimento dos deveres civis semos diante de nés anos de desenvolvimento prever como as coisas se ajeitariam com do desenvolvimento organico. ODA Igreja Qual a posigio da Igreja em relacdo as mulheres? Nes: se aspecto € necessario distinguir entre a posicao assumida pelo dogma, pelo direito canénico, pelos representantes hu- manos da Tgreja € por Nosso Senhor mesmo, Nao existe né- nhum dogma ex cathedra sobre a fungio da mulher € sua) Jo dentro da Igreja, mas existe uma doutrina tradicio- | 14 expressa na declaracio oficial sobre a funcio na- da mulher que se encontra na, anteriormente ja citada, ica do Santo Padre sobte o casamento. Nela se dei a primeira ¢ principal tarefa da mulher € da fumilia como esposa ¢ mie, constan uma adverténcia contra a adogio de outras tare! to estas possam ameacar a existéncia da familia. Quanto ao atual Direito Canénico, certamente nao se pode afirmar que ele trate com igualdade o homem ea mulher, jd que a mulher se vé excluida de todos os cargos que exigem ordenacio. V Borsinger provou em sua tese sobre a posi¢io ju- ridica da mulher na Igreja * que 0 estado atual representa um , conquan- 2 Leipzig, 1 169 joramento em relacio 3 Igreja primitiva em que as mulheres -ram revestidas de fungdes oficiais como diaconisas.O fato de ter havido uma mucanca paulatina mostra que existe a possi- bilidade de haver também um desenvolvimento em sentido in- verso. Ea vida da Igreja ma época presente indica que devemos contar com esse descavolvimento, uma vez que se constata uma crescente convocagio das mulheres para tarefas eck ticas, como obras de caridade, atividade pastoral € en: {COS apenas costumam confirmar as formas de impuseram na pritica.E dificil dizer até onde po- esse desenvolvimento. Fim outra oportunidade, ja expli- 4 * que eu, pessoalmente, no acredito num desenvolvimen- ~ © erescente aproveitamento da mulher em fungdes eclesiasticas revela que houve uma mudanca na visio dos re- presentantes oficiais da Igreja_em relacao ao ser ¢ a fungio da mulher na Igreja © que essa mudanga continua se operan- do, Naturalmente, notamse diferengas entre as geragSes. Mas, nem por isso, podiemos afirmar, s yé.como fato evidente que do ponto de vista da Igreja nto pode haver um movimento feminista catélico. Provavelmente, ela entendeu as declaragdes de certos padres sobre a funcao da mulher como sendo a doutrina oficial da Igreja. De fato, existem declaragdes de cunho patriarcal que nem sequer admitem pensar em atividades da mulher fora do las, prevendo a necessidade de tutela pelo marido em todas as areas. Sem chivida, ainda existem defensores dessa visio, mas eles nao expressam a opiniio de uma média, Por outro 3.4 Vocasao do bomem e da mulber de acordo com a or- dem natural e da graca;cf.p.73 € seguintes. 170 lado, convém realcar que, entre os primeiros a abordarem sem preconceito as exigéncias do movimento feminista libe- ral.est seram a alivel da Igreja se baseia exa- te na coexisténcia de verdades cternas a serem conser ¢ de uma clasticidade incomparivel na e necessidades de cada época. encontramos, hoje, no meio eclesiastico, omar fecunda a grande diversidade de for- ‘echo / preservacio € reconstrugdo das familias ser impos- m a participacao ativa € consciente das mulheres. pensaveis na educagio da juventude dentro is obras de caridade, em comunidades secu- josas. Sua vocacio consiste em levar aos coracdcs o da fé e do amor nas mais diversas reas de atuacao ir a formar nesse espirito, tanto a vida particular, cat6lica atual na questio das nas. Nos dias de hoje, em que esté derroca- juntamente com ele, o ideario do antigo eminista interconfessional, encontramos n: © baluarte contra aquelas tendéncias poderosas ‘poca que gostariam de eliminar tudo © que foi ado para as mulheres nessas tiltimas décadas, de suas forgas.A Igreja precisa de nds, isto €,0 Se- a de nds, Nao que Ele dependesse de nés. Mas Ele graca de fazer de nés membros de seu corpo misti: indo utilizar-nos como membros vivos. O Senhor, por fez alguma diferenga entre homens ¢ mulheres? Cer- confiou 0 sacendécio a seus apéstolos, nao as mu- 171 stio das da €poca.) Mas, em seu amor, cle nao conheceu € nao coithe- . Os recursos de sua graiga estio, de zou de modo capecialmente aindante, precisamente, 3s mu- Iheres. E parece que, hoje, ele chama as mulheres em mimero especialmente grande para funcdes especificas em sua Igreja. Quanto a formaco das mocas, colocase entio a ques nizaco; finalmente argumenta-se que o Senhor mesmo cos- tuma formar os scus instrumentos. Devemos considerar, po- rém, que - comegando com esse tiltimo item -a formagio rea lizada pelo proprio Senhor nas pessoas € algo que deve fazer ‘egrante das reflexes em torno da problemitica edu- iil. Em segundo lugar: quando ha um chamamento que pode ser atendido ou nao, é preciso que haja uma cooperi- ao entre natureza, liberdade € graga. De modo que o fato im- plica também problemas ¢ tarefas para o trabalho educacio- nal humano. Finalmente, mesmo sendo a vocagao um fato in- dividual, é perfeitamente possivel que o chamamento indivi- ‘dual tome em conta a natureza especifica do vocacionado €, ‘com isso, nos vemos confrontados também sob esse aspecto, com um problema especial da formagio das mocas. 3.A problematica da formagio das mocas formagio femi sideragdes sobre a situagio tual da mulher 172 centro das atengSes deverd estar uma reflexiio so- € esse 0 material com que e contar.A experiéncia nos en- uniforme, antes se revela dife- vel que poderiamos considerar mulber.Se a resposta a essa questio for res- necessario analisar a relagio en- define cm grande parte 0 ob- macao, s¢ja porque encerra uma definicac receram diversos objetivos: a mulher como esposa € mae, a er na profissio fora de casa, como membro responsivel tividade nacional ¢ internacional, a mulher a servigo hor. Ser necessésio verificar até que ponto esses ob- io exigidos ou, pelo menos, admitidos pela natureza ina ou se correspon: tipos, exigindo, por isso, alternativas de for- se cles descrevem de forma completa 0 objetivo da ‘minina ou se devem ser consideradas ainda ou- \cias sob outros aspectos, sobretudo sob o Angulo ‘do do ser humano € da pessoa. a natureza do material e do objetivo da formacao re- » entio conseqiiéncias priticas: guem deverd execu- tar o trabalho de formacio © de que maneira e com que meios poder ser atingido 0 objetivo ou os objetivos. 173 B. \TIVAS DE SOLUCAO DAS ULTIMAS DECADAS © corte transversal pelo presente nos deu um esboco da problemitica * Ao mesmo tempo era necessirio mostrar que a situacao atual € 0 resultado € ponto de passagem de um descnvolvimento histrico.Trata-se de problemas que, ha muito tempo, exigem uma solucio ¢, mesmo que eles pré- prios sofram transformagdes que os impilam a sempre novas tentativas de solucao, convém nao esquecer pura e simples: mente as solugdcs antigas, Sera necessirio, porém, avaliar 0 que € pesquisa metodica- mente fundamentada € 0 que € apenas ensaio diletante. Como essa anilise devera ser feita, pormenorizadamente, em breve, limitome aqui a adiantar 0 seguinte: Talvez cxistam Poucas areas em que se tenha falado € escrito com tanta autoconfianga ¢ sem preocupacio com a metodologia ¢ssa.Tenho a impressio, portanto, de que seu exame fico esté apenas comegando. 0 objetivo que envolveu o entendimento da natureza cionamento tradicional ou determinado por um raciocinio ditado pela emogiio ou pelo arbitrio, Além disso, bretudo 0 ponto de des de ordem ece primeiro objetivo definido de uma revisiio do siste- ma de formagio feminina € 0 esforco enérgico para execu: titla partiu do movimento feminista. Sc quisermos entender esse novo objetivo e as lutas por sua realizacao, precisamos. perguntar primeiro o que clas combatiam, E ai nos depara- 4 CEA supra 174 se dirige contra a forma- ivamente, por homens ‘vos € os meios para ‘A grande massa accitava esse fato como imuté- ratava-se de um produto histérico que €poca nada remota, cra uma conquista dos ndigdes que encontrava cm scu Ambito de visio.A Re- ma fechara os mosteiros € revogara o ideal da virginda ogas - a Biblia deveria ser lida também por mulheres macao de mestras para cssas escolas para que pu ‘como tinho sido pratica corrente durante os anteriores. Mas estavam faltando_professoras para \cio. Nem pensavam em algo melhor para as mocas clo que a formagio clementar. Quando, depois da decadéncia do sistema escolar em con- neia da grande guerra, no século XVIII a preocupacio escolas voltou a merecer mais atencio sob a influéncia o,fezse-sentir novamente a falta de docentes qua- jcadas do sexo feminino.As escolas secundirias publicas para mogas que, pouco a pouco, surgiram no século XIX passaram as maos de homens. Jloje em dia, fica dificil acreditar que na- 175 ‘quele tempo pudessem ser adotados os principios que de fato acabariam orientando a sua implantagio. Como amostra, passo 4 reproduzir um trecho muito citado nas publicacdes do movi mento feminista extraido de um memorando da primeira as- Sembléia geral de dirigentes e docentes de escolas secunda- ras femininas, enderecado aos governos dos estados alemies (1872); "Tratase de possibilitar & mulher uma formacio que, na gencralidade do tipo ¢ dos interesses, corresponda ao nivel da formacio intelectual ministrada ao homem, para que o marido alemio niio se sinta entediado no lar ¢ paralisado em seu devo- tamento a interesses superiores pela miopia € estreiteza intelec- tual de sua esposa ¢, sim, que a mulher possa colocarse a seu lado mostrando compreensio por esses interesses acalentando- ‘08 com seus sentimentos.” E ¢ caracteristica a explicagio do programa servador da Prussia, escrita por Paul de realmente com 0 homem que a, € ela aprende aquilo que € quanto o homem amado queira em seu amor para sua satisfago. O regular é que as mogas se casem ¢ obtenham a sua formagao no casamento; mas também as irmis, as filhas ¢ as auxiliares sio formadas por irmios, ciéos quando servem a esses homens com de Nesses documentos encontramos ainda um eco longin- quo daquclas passagens biblicas em que 0 grdozinho de ver dade que neles se esconde poderia procurar a sua justificagio (da vocagio da mulher de ser a auxitiar do homem).Separa- dos desse fundamento, soam como uma grotesca simplifica- ‘cdo pequeno-burguesa da concepcio do antigo testamento. Que diferenca em relagao a mulier fortis (Prov. 31, 10-31) que nos € apresentada na liturgia da Igreja nas festas de santas mu- Iheres como o ideal de um adorno do lar que deveria orien- tar a formacao feminina no século XIX! Os curriculos esco- lares das filbas dos nobres foram ditados por esse espirito. As escolas femininas foram organizadas para transmitic aquele algo ind 9 que mais parega aclequado para aque- a abragar os ideais propostos; se fala em competéncia tedrica ou e de formar seus préprios impressio forte € viva da motivacio que impe- ntramos, por exemplo, na leitura das Mems- que a0s rapazes € franqueada como que na- Elas comecam a enxergar as necessidades de seu -m primeiro lugar, € preciso proteger as mutberes das classes mats batxas contra a exploragio *; depois trata- se de conquistar novos ramos de atividade para as mutheres das classes mais altas °, convencer a sociedade de que "0 trabalho € obrigacéo © honra para o sexo femninino’ *, liber- 5 Berlin, 1927. 6 Luise Oto Peters avangou nessa diregdo ja Ihadoras, dirigide 20 Ministério da SaxOnia c 4 Comtssa0 de Debates sobre as Condigaes de Trabaltro.Seus esforcos se viram renovados nos anos noventa por Elisabeth Gnauck-Kiihne, com base cm profundos estudos sociais. ‘© movimento proletirio, a motivagdo € 0 mod savam nos aspectos sociais. 1865 dedicouse a essa finalidade em Bes Lette de Incentivo & Atividade Profi 8 Luise Otto na assembléia constitutiva da Associagao Ge ral de Mulheres da Alemanha, em Leipzig. 177 tar as forcas inaproveitadas durante tanto tempo, para que, de um lado, a formagio fizesse das mulheres personalidades maduras € auténomas, de acordo com o ideal humanitirio, ¢ por outro lado as capacitasse para uma colaboracio fecunda na vida da nacio ¢ na cultura. Enquanto as feministas raci- cais ® baseavam essas exigéncias na igualdade da natureza ¢ do direito, orientava-se Helene Lange na idéia de que a refor ma era necessaria justamente por causa da desigualdade dos seXos: a natureza feminina, livremente desenvolvida € provi- “Gade uma formagio adequada, seria capaz de mostrar a sua propria contribuigio 4 cultura, uma contribuigio exigida Por nosso tempo, uma vez que teria condigdes de contrabya- langar os danos evidentes, causados pela cultura ocidental ‘masculina por meio de uma verdadeira formacio humana € de uma atuagio assistencial de amor. Esse era 0 objetivo vi sado pela Associagio Geral de Professoras, fundada por ela € por suas correligionarias (em 1890, em Fricdrichroda) meios para conseguir esse objetivo eram: particip: das mulheres na formagio de meninas ¢ moc: principio de que a verdadcira mulher 86 pode ser formada por mulheres, ¢ a devida preparagio cientifica que thes des- se condicées de ensinar também nas séries intermediarias ¢ superiores e de assumir a direcio das escolas. (Os avancos foram sendo conquistados passo a passo. Em 1887, petigio que continha as exigéncias mencionadas deu entrada na Assembéia Legislativa da Prissia € no Minis tério da Educacio, acompanhada de um arrazoado redigido por Helene Lange (0 Fotheto Amarelo). O fracasso dessa ini- ciativa levou a empreeendimentos particulares: foram funda- dos cursos secundirios para mogas (1889) que apenas trans- mitiam uma formagio mais aprofundada, mas sem reconhe- 9 Organizadas nas associagées BemEstar da Muiher,Refor: ide, Federagao das As 178 (em 1892; a8 s se formaram em 1896), Os governos a fazer concessdcs: veio a reforma prus femininas, em 1894, que previ is com exame cient 1901 as mulheres ganharam o direito de ersidades; em 1906, Althoff convocou um wre a formacio feminina; a reforma de_1908 in troduziu os liceus reformados que acrescentavam mais seis a sétima série fundamental; ao lado destes criaram-se (com trés séries depois de dez anos d tra a vontade das mulheres - um guarto ‘0s superiores); em 1908, finalmente, as mu- Iheres podem matricularse regularmente nas universidades. Assim estava aberto o caminho para as profissdes de ni- perior, apesar de ainda perdurarem até 1919 severas anos de duracio, dava continuidade ao liceu (1917) € 0 Co- légio Feminino introduzido em 1926, Também as escolas preparam para o ingresso nas universidades ¢ que obe- decem aos mesmos requisitos exigidos das escolas masculi- f respeitadas, segundo as diretrizes de 1925,a propria da mulher e sua funcio cultural especifica. tre 1923 € 1931, procedeuse & regulamentacio geral da na Prissia. Enquanto as Escolas Femininas nos, ¢ em parte também os gindsios, dio "us, complementa- trabalho na escola fundamental pelo ingresso nas Esco- las Profissionalizantes Femininas. Estas também nasceram da inicitaiva particular. Foi Luise Otto-Peters que, em 1865, 179 fundou a primeira escola de formacio profissional feminina, depois seguiram-se outras em diversas cidades. S6 a partir da constituicao imperial de 1919, 08 munici- pios foram autorizados a introduzir a obrigatoriedade esco- lar feminina até os 18 anos de idade .Também, nesse caso, perseguese um objetivo mais amplo: dar continuidade a for- macio geral, com énfase especial nas tarefas especificamen- te femininas, dar uma introducao a vida social civica, pre- parar para a vocacio especial ¢ educar para uma atitude éti- ca na profissio. Nesta primeira abordagem geral, ndo € possivel analisar, ‘cm detalhes, os caminhos que levam aos objetivos propostos nem verificar até que ponto sio aleangados. Por ora, deixare- mos de lado também a analise das novas alternativas que se oferecem A formacio profissional depois do desbravamento de novas profissdes femininas (p.ex. nas Escolas Sociais Fe- mininas) ou da nova regulamentacao da preparacio profis- sional para certas profissdes que ja admitiam mulheres hi mais tempo (p.ex., professoras de educacio fisica © matérias conferir como se deu esse desenvolvimento, exemplificado sobretudo no territ6- rio prussiano € em outros estados. momento, é mais importante analisar a selacio dg movimento fem respectivo trabalho movimento-catélieo semcihante, Parcce que essa convicgio se baseava na suposigio ertdnea de que na Igreja tudo esta 10.As medidas de emergéncia dos tilkimos ani considerivelmente, 0 funcionamento ameagar a sobrevivencia dessas instituigdes tio importan- tes para a formacio das mogas de eamadas mais populates. 11 Ver p. 170. de modo taxativo € para sempre; esquecese inge- ¢ que a Igreja tem uma historia, que seu lado huma- ¢ em for: parte das definicées dogmaticas apare- itado final das lutas espirituais travadas an- astico ¢ as formas de liturgia, como alias a todas as for- cio da vida do espitito. A Igreja € 0 reino de Deus nesse mundo e, por isso, pre- cf em conta as transformacées de tudo © que € terre- 6 poder levar a verdade € a vida cternas para den- tro da esfera temporal na medida em que aceita cada Epoca cla € tratando de acordo com suas peculiaridades. Como as condicdes de vida se tinham transformado, tanto para as mulheres cat6licas quanto para as demais, foi neces: jo criar também para elas novas formas de vida e,em prin- no havia nenhuma necessidade que isso acontecesse longa pratica observar primeiro o jogo das forcas natu- Mesmo nao havendo, em principio, nenhum motivo ¢,no entanto, se era e continua sendo também nccessirio. Essa questo nos interessa aqui somente sob 0 de vista da formacio feminina. Vimos, entao, o seguin- cra Alemanha catolica ainda dispunha de insuigdes de en- sino em que as MOG: $6 isso, cla sempre deixava aberta também a Je de optar por outros caminhos, tendo em vista imo maximo que esta acima de todos 0s ob- ‘0 de educar as criaturas de Deus para Deus, Gria. Essa visio afastava do ‘iteza pequeno-burguesa de uma ed lo do Iluminismo, erguendo as mulhe- 181 altura livre a que as liderangas femininas fora da iravam € que se lhe apresentava na imagem do is décadas depois do movi interconfessional também um movimento catético organizado na Federagdo de Mulberes Catolicas € Associagdo de Professoras Catélicas, no deve ser interpre- tado como simples imitacao" nem como simples oposicao Aquele movimento. A vida da mulher ¢: © a formagio das mogas catolicas depois da Reforma sempre se desenvol- veram também sob a influéncia daquilo que acontecia fora da Igreja. Assim como o racionalismo ¢ o positivismo do sé- culo x ‘culo XIX exerceram uma influén- , a ponto influéncia $6 ter sido retomada ha algu- mas décadas pelo revigoramento do pensament mais antigo, assim também a pedage 1S nossos dias por tendéi das quais no se pode afirmae, de modo al- que ponto estejam de acordo com seus titi mos fundamentos.A isso somase a influéncia, cada vez mais abrangente, do Estado. As institui jf nfo estio livres na definigio de seus ol prescreve © controla os wer OS requisitos exigidos pelo Estado. Desta maneira, influéncias masculinas € nao catélicas passaram a determinar os rumos em grande parte, nio s6 por meio dos érgios piblicos, mas até dentro das proprias ligdes, ja que existe a necessidade de trabalhar com a\ xxiliares seculares, até que se possa dispor de profissionais 12A associagio das professoras catélicas € até mais antiga do que a associagio geral, assim como a formagio de peo fessoras catdlicas antecedeu 3 introdugio da formaciio no catdlica 182 ia vez nao garantem a capacitacio necessiria para de uma educagio feminina catélica. Assim, ide da criacao de organizagoes livres, que fazer valer a influéncia catolica ¢ feminina sobre em comum ico ¢ Ihe deve con- onciras valiosas, como, por exemplo, no campo a crtagio de oportunidades de trabalho ¢ de for- juridico € social, os primeiros cio da mulher; até mesmo na avaliagio : © aproveitamento da mulher na formacio da juventade feminina. E, sempre que a fé se vé ameacada por forgas inimigas, cabe a0 traba- educacional de mutheres consagradas a Deus um papel nportante de defesa, Quando Sio Domingos deu inicio a ita contra a heresia no sul da Franga, fundou como primei- ra base da campanha a obra missionaria de Prouille em que 183 mulheres piedosas apoiaram o trabalho dos pregadores apenas pela oracio e dandoshes abrigo oportuno, mas tam- bém procurando educar em seu espirito as filhas da nobre- za para fazer frente aos esforgos das mulheres albigenses nesse mesmo sentido. De modo semelhante,a ordem educa- cional de Mary Ward foi criada como um instrumento da Contra Reforma cncontrando apoio efetivo na Sociedade de Jesus que se inspira no mesmo ideal. Nas tiltimas décadas, pa- dres ¢ bispos previdentes tém incentivado as ordens ¢ con- gregacdes femininas que se dedicam 3 escola € 4 educagio a proverem seus membros de todos os recursos modcrnos de formacio cientifica ¢ pedagégica, para se colocarem & altura das exigéncias das autoridades. Jéem 1899 fundouse, em Miinster/Vestfilia, o Colégi Mariano para dar as a oportunidade de terem uma formagio académica, Motivos semelhantes levaram 3 criagio do Grupo de‘Trabalho de Ins- titui¢des Educacionais Religiosas na Baviera. E quando, nos anos que precederam a guerra, teve inicio nos meios fora da nizagéo de Escolas Cat todas as pessoas ¢ instituicdes ligadas & escola a fim de prepari-las para a luta iminente em torno do sistema escolar. O movimento das mu Iheres cat6licas pode escudarse em todas essas i quando se trata de cerrar fileiras em torn do objetivo co- mum de uma genuina formagao catélica das mogas. Mas nao deve confiar simplesmente no trabalho dos outros, antes deve dedicarse com todas as suas forcas a formacao fer ni II. O SujEITo DA FORMAGAO A. SIGNIFICADO DO SUJEITO PARA A FORMACAO E PARA A ACAO FORMATIVA Se entendermos por formagao 0 modo pelo qi desenvolve um ser, seja por um processo involuntério que vem de dentro, scja pelo trabalho de formacdo livre, realiza- fundamental para a compreensio desse proceso que saiba- mos 0 qite est sendo formado. Sc limitarmos 0 ceito de formagao 20 trabalho de uma forma sedi necessariamente que se conhega em que o trabalho deve ser executado. Tendo diante de nés uma classe de alunos, basta um olhar para ver que nenhuma crianga é igual & outra. Nio sio apenas as diferencas externas que notamos, com o exterior percebemos 0 interior (no podemos explicar a essa altura © que venha a ser essa percepgao integral e quais as diferen- cas externas que tenham importancia especial para a per- duos, isto €,com seu proprio modo de ser. Conhecendo-os lassificar os individuos em fos como representantes de certos tipos. Aos tipos que ecem numa mesma faixa etdria juntam-se os tipos cté- rios que se destacam na medida em que comparamos dife- rentes séries, (Existe também o tipo de série que € uma coi- sa bem diferente do tipo etario). Por enquanto, vamos deixar de lado a pergunta pela ori- gem desses tipos que podem perfeitamente sobrepor-se © uma série de meninos, encontrarcmos no- -renas tipicas. Surge, entio, a pergunta se esta 185 u da de meninos,ou se nos iversa cm que se ba- de ca. espécie feminina*, Por espé- 10 fixo que no muda. A filosofia de um tipo a outro, o que acontece, p. ex., no process de desenvolvimento em que o individuo passa do tipo da crianca ao tipo juvenile depois ao do ho- mem adulto. Esse progredir é determinado por uma forma interna, Uma crianga pode trocar de tipo também quando troca de classe (com outras criangas) ou quando € transferi- Iteragées costumam ser cre- do meio, Mas, desde que exista uma for res interpostos a esas influéncias.A for- ‘ma interna, ou espécie, determina um arco dentro do qual o espécic, entio no ha mudangas nas condigées de vida € nas cunstancias € atividades econ6micas € culturais que pos- sam vir a modificar esse fato, Se tal espécie nao ‘mem © mulher devem ser vistos N40 como espé apenas como tipos no sentido que acabamos de dar a esse termo, entio, € possivel transitar, sob certas condices,de um 13. cf. pag. 174 agora no pretendo sobrecarregar nossa problemética ‘com essa questi." Isso nao € tio absurdo quanto possa pare- a tese ja foi defendida da seguinte ma cas seriam fixas, mas as diferencas psi- ia formal que, para mim, € Aristoteles visava com sua primeira filosofia co na antropologia filosdfica.Cabe 2 cién- mano esclarecer 0 sentido da diferenciagao se- das condig6es de formagao dos tipos. » pritico de formacio € preciso que a espécic exige c quais 0s limites ico da formagao feminina, sem que toda izada por todos indivi- dle qualquer maneira, fica claro que 0 emba- trabalho de formagio em teorias equivocadas hi sariamente também a uma pritica equivocada, DE ANALISE mos comegar, entio, se devéssemos elabo- wrica da formacio feminina? Ou, de onde tirare- 187 wa os critérios para pescar, no meio de uma enxurrada de cratura sobre a questio feminina, os elementos para uma Precisamos perguntar de que caminhos dispo- iF ao conhecimento; para tomar posico fren- presente, é necessirio verificar qual foi o ob- dessa anilise, qual 0 caminho escothido, se esse cami- nho permitiu chegar ao objetivo € se realmente o alcangou. 1, Método das ciéncias exatas (especialmente psicolégico-clementar) Existe um método puramente cientifico para detetminar idade da mulher. Eo método adotado por ex Assim procede também a cientifica ou elemer Por -0. Foi dessa mancira que procedeu a psicologia sexual do inicio do século XX. Analisa-se numa tie de pessoas de ambos os sexos as diversas capacidades inclinacio para diversas matérias, as ten- déncias que se manifestam, p.ex.,no jogo € na ocupacio pre- feridos, peculiaridades da fantasia, do animo, da vontade, ete." Todas as anilises cientificas supdem a diferenga entre 08 sexos como fato apreendido pela experiencia geral, ten. Diferencas sexuais psiqutcas (Psychische Geschlechtsun- terschiede, Leipzig, 1929). 188 exatamente possivel em que s chegam a uma definigio da pe- de carateristicas que se apresentam odem ser indicadas pela freqiiéncia imente, pelo grau numérico; ‘bal da peculiaridade idade deve ser vista a ou estruturat, mas também de pstco- cia da alma, Distinguimos nela diversas jum entender a rida pstquica le ser decomposto em ele- ¢ deixa compor a partir deles. ia cientifica era comum falar de m podem ser compreendidos fora do con- val do qual nascem, no qual transcorrem ecminam. Fica, entio,a tarefa de 189 Imente, do conhecimento de determi iduais, cabe grande importancia 3 descriga0 de contextos psiquicos individuais. O material de parti as experiéncias da vida particular, da pritis psiquidtrica,a literatura dos diétios e das memérias. Mas no era possivel restringirse aos individuos: 1) porque toda des- crigio precisa trabalhar com tipologias, pois a individualida- de no pode set apreendida em conceitos; 2) porque o mate- tincio, nem simplesmente individual, isto é, pe- la individuo, sem nada em comum; 3) porque os tipos sio importantes na pritica da educagio € da terapia, como pontos de apoio dos métodos de influenciagio. £ nes- se ponto que deveriamos depararnos com o tipo feminino ou, methor dlizendo, com uma variedade de tipos femininos. Como a psicologia individual nao pode contentarse com um corte transversal momentanco através da vida psi quica, devendo antes abrangé1a na medida do possivel em todo 0 seu transcurso temporal, ela escapa do risco de consi- dcrar 0s tipos encontrados como algo inflexivel rigido. Sak vista a ocorréncia de mudangas quando as condigGes ex- temas se modificam. Além disso, o enfoque da personalidade ‘como um todo exigia uma visio da alma no contexto da uni- dade psiquico-fisica. Como, além disso, 0 ser da pessoa huma- na é sempre um ser-noimundo que co-determina seu com- portamento psiquic ygia precisa necessariamente it além dos seus préprios limites para chegar a uma visio antro- pologica, socioldgica ¢ cosmolégica ". Conforme destaca R. niio deve parar cedo de- ante de uma inelinagdo imutdvel, cr cada comportamento como rea- jcrnas que, em outras circunstancias, bém nao podemos identifi dos tipos © no comporta- ia nem base em que pu- mporta ou, eventualmente, pre- naneira sob determinadas circuns- Icancam a forma interna, a subs © faz com que os acontecimentos deste int que as ciéncias constatam. ‘Sexualpsychologie als Voraussetzung einer Se- talpidagogische Probleme, org. por wissenschaftliche Piidagogik, Minster, os anos, todos 0s seus escritos revelam psicologia individual para a antropologia. 191 3. Método filos6fico No ponto em que termina a ciéncia positiva comeca a problemitica da filosofia. Esta nfo pode aquietar se diante da inc6gnita de uma inclinagdo natural. Bu afirmaria que ela € capaz, de descobrir em sua andlise trés coisas (separaveis en- tre si apenas de maneira abstrata, niio real): a espécie"* do ser hhumano, a espécie da mulher ¢ a individualidade. ‘Com isso vemo-nos confrontados com a grande ques: tio do método filoséfico. & impossivel desenvolvé-la com- pletamente no presente contexto para chegar dedugito de ‘um miétodo das tiltimas causas. Podemos tentar apenas indi- car os caminhos que, na minha opiniio, podem levar & solu- ao dos problemas abordados * Entendo, com a escola fenomenol6gica, gue fundamentalmente do das ciéncias positiva poe de u C permite realizar aquilo que € necessii ‘outras ciéncias © que clas proprias nfo conseguem realizar: determinar a sua area de ago apresentando os meios de co- nhecimento € os métodos adequados 3 respectiva area. A fe- nomenologia chamou essa funcao peculiar de int sdo essencial. Como esses conceitos tivessem antec hist6ricos, provocaram muitas interpretacdes erroneas. Eu en- tendo essa fungo como desempenho do conhecimento que destaca nos objetos concretos sua estrutura genérica, o que nos permite dizer, por exemplo, o que seja afinal uma deter. ico-formal desse problema pode- via esclarccer se € melhor falar aqui em género ou em ¢s- pécie aqui um acréscimo riscade por ma prestacao de contas sobre esse ‘escreveram sobre essa questo se pu- tar pelo método a ser segui- permancciam no contexto ram partindo de seu sentimen- experiéncia pré-cientifica ¢ 4 formu- alor de um material que precisa ser tra- ¢. Todos conhecem mulheres por_sua acham que sabem 0 que é sua experiéncia quer chegar a erteza se a generalizacdo fei- ivez tenhamos observado realmente as outras.Além dis- ica da experiencia individual. zacla corretamente, pelo menos, uma riscos de erro © engano em todas as 's Sejam talvez mais numero- outros. Que garantia temos de que jdos? Ou, entao, pintase uma ima- s mulheres indivi- siio mulheres de verdade. Nesse perguntar de onde vem essa imagem ideal, pretensao evidente de poder fazer Sem se dar conta, supdese como evi- 193 dente que a experiéncia individual inclui algum conh¢ mento genético, Dai surge panto filévofo a tarefa de udos escrites por homens ¢ mulheres so- ireza da mulher uum que me parece cien- ‘de importincia pioneira.O livro ja recebeu. ‘muitos comentarios desde que foi publicade em Freiburg, em 1932: Seinsriytbmak (Rita dose), um estudo para a funda pla em que todo o ser eriado se apeesenta, ess formas bsi- ‘cas Slo investigadas em todos os niveis do ser eriado, desde 0 ‘douros; imas preciso acrescentar também que sinto falta de ‘uma prestagio de contas definitiva sobre o método utilizado & ccredito a essa fal © futo de nem todas as conclusdes pode- ‘rem ser consideradas resultados incontestiveis.A autora deixa- S€ gular por algumas werdades fuandamentais ct foselia de 194 4, Mé 10 método a ser discutido 0 teolégico. Para que a doutrina catélica natureza da mulher. Para in- ycuraremos saber primeiro © isto €,0 que somos ygmaticas. Como nao ampliar o circulo para mos verificar 0 que res € padres da igreja sentido dessa expresso provém. Nesse caso nao é dificil des da propria Sagrada Escritura, no re- lo disso, poderiam vir ao caso alguns ro resultado recente de diver: 10 p. ex. dda matematica, da fisica © restagho de contas a respeite da trechos das cartas de Sdo Paulo‘. Para determinar seu sen- Udo, seria necessario realcar primeiramente, no contexto do ideario tomistico,o que ele pretende dizer quando afir- ‘essas passagens com aqueles da sentenga de S.Tomé: ponhamos que o sentido seja o mesmo em ambos, t mos que perguntar, entio, que conclusdes 0 destino da mulher € sua relagao de subordinacio permitem sobre a natureza da mulher. Pois uma coisa esta certa:se a mulher fim, entao a sua natureza, devera lade. Com a natureza mostrada por meio desse conhecimento indireto, podemos compa- possivel ocorrer © como se ex telagio A natureza. Tendo, chegado por caminhos miéra- mente filos6ficos 4 compreensio da esséncia da mulhef, seri necessirio confrontar essa esséncia apreendida dire: tamente com a natureza que se revelou por meio de refle~ xdes teoldgiéas. Eventuais discrepancias podem ter a sua origem em erros de um ou de outro lado. Mas pode ser * A redacio original desse trecho no mamuscrito foi riscado por Ect Stein:". Tiatase de saber de onde’ e para qué? da ‘origem real € da vocacio do sexo femninino. Aqui podemos dispensat a pergunta pela origem real jé que ela nfo parce ter importincia imediata para o conhecimento do sex Ja as afiemagdes quanto woeacio mereceriam mais invesigisbes Isto € primeiramente seria necessirio realgar no contexto ." 19 Quando tratarmos da meta da formagio voltaremos a esse assninto, 196 natureza € de esséncia nio se c. (Esse € um problema ontolé- lar aqui.) pretagées doutrindrias surgiu que a coisa recebeu pelo locado na cxisténcia Para designar esse asp tanto de consideragbes a lficagdes sem que a coi- int interna (podemos necessariamente dle contradigdes se 0 con- inicio flos6fiea e tcoldpica de sua essén- graca®, onde reuni € tentei interpretar algumas passagens que me pareciam essenciais. Seria uma tarefa grande € me- ritoria repassar sob esse aspeto toda a Sagrada Escritura, C. Indicag&es de cada método para o conhect- mento do sujeito da formaco feminina ‘Vimos uma séric de métodos diferentes com os quais se tentou ou se poderia tentar descobrir a peculiaridade da mulher. Vamos resumir, entao, mais uma vez. as contribuicbes que esses métodos podem prestar ao nosso problema, de acordo com os meios de conhecimento de que cada um de- les faz. uso. Cabe 8 filosofia, € 6 a ela, descobrit no processo do dicacées sobre a solucio dessa tare! sta, € necessario véla no contexto da problem: fica como eu a Como ja fal 6,a teoria das foi como sendo a disciplina fundamental, Fla pode mostrar que existe dentro do ser um corte radi puro que nio contém nada do nao-ser, que nao tem inicio nem fim € que contém em si tudo o que pode ser, e um ser téncia finita, Um chamamos de ser no criado, o outro de ser criado; aquilo que existe € que corresponde a um ¢ a outro € © Criador ¢ suas criaturas, (Esses termos sio retirados da linguagem da tcologia, mas aquilo que eles designam pode a maior ou menor proximidade em rela¢o ao ser puro, pois 20 Veja no presente livro a pig. 69 € seguintes, 198 do ser divino. Mas essa ana- ‘© uma outra forma basica de .o, animal, espiritual. ser humano uma posi¢io pe- rrutura de seu ser todos os ni- corpo material, mas nao € Ne isso faz parte da especie humana, apresenta essa estrutura de ser niio de ser bumano. Mas, nos individuos, resenta diferenciada: cada ser humano humana especifica, um modo pode mostrar que também a ingularidade, faz parte tarefa dela estudar a respecti- jo de uma fungio especi s diariamente em nosso con- do humano numa 1c sua existéncla pode ser distinguida daquilo sua existéncia precisa ter uma duragio no war ao desdobramento aquilo que cle €. (M. \gue entre as termos existir ¢ senas- wei que contra a base desses ‘$6 contra eles - que se dirige minha obje- 199 Gostaria de re: sendo important Srgios fisieos, de modo 4 ‘que 6 espitito ficaia livre dessa dif renciagio, uma opinido que € defendida nic s6 em muitos ente corresponde qué se desdobra na tritase de um ritmo duplo, dependendo ‘que quer tomar forma na existén- somo feminino, © componente ess cial como masculino. Ambos esto presentes em todas as ccriaturas,A preponderiincia da plenitude existencial é vis- ‘a do ritmo feminino, a preponde- como parte especifica do ritmo corpo, alma © espirito. (Na alma, a vontade € vista como 4 razio, como masculino.) Nio € possivel reproduzir e debater aqui o sistema da ritmia 200 também por varios tedlogos"? Se + correta, poderiamos visar uma for. liferengas sexuais; caso -maco precisaria ter em conta a 10.Além disso: se, em cada indi- (0 masculino € o feminino, sen- deles predomina, precisamos entio das +r plenamente a espécie huma- plenamente num tinico ii ‘em importincia pritica por trabalho formativo precisa no desenvolvimento da na- termo serassim porque me parece formas acidentais do que pana a for- (Mfesmo nas acidentais ,além do par de opostos es brma © matérta, além de um impressio de que muita col de ser, $6 pode ser resolvide por meio de toda a estrutura Ontica do ser criado, ing der Prau im Menschbettsleven (Po- vida da humanidade), 201 Para poder responder & pergunta seria necessirio ana- terferir na sua propria formagio € na dos outros. Nessa pe- culiaridade do ser humano baseia-se a possibilidade da exis téncia de uma grande variedade de tipos em que a espécic pode manifestarse sob condigdes diversas. Além disso faz parte das questées genéticas o problema da origem de novos individuos, da propagacao da espécic através da seqiiéncia das geracées e de sua transformacio em tipos diversos no essa, nese proceso, pelas transform vida de um determinado individuo e manifestacio da esp ‘gunta: serd que a mat ‘el na seqiiéncia total das gerages, na diferencis- Enquanto a filosofia com suas fungdes de conhecimen- to especificas € chamada a investigar as necessidades © pos- lidades clo ser, cabe a Leologia verificar 0 que a revelacio divina diz a respeito da peculiaridade da mi a a fungio de analisar as coisas em si tar os testcmunhos hist6ricos. Normalment critura nao se debruga sobre as necessidades ¢ possi do ser, antes cla refere fatos ¢ di instrucécs praticas. O fil6so- fo pergunta, por exemplo, se 0 mundo precisa comecar a desde a eternidade. O relato da criagio diz. que cle comecou ‘no tempo ¢ de que mancira. Ble nao pergunta:se a diferencia- 202 neagio ou fim do ser do homem ¢ da mulher 0 de que aquilo se entende co- ) a vocagdo natural da muther, a de ser esposa em » pode ser sua tinica vocagio” sa vocagdo natural esti expressa também nas EScritura.A vocagio de esposa esta nas palavras jas a seu lado o novo testamento er- da virgindade, Ea prioridade da virgindade sobre sar de todo o respeito perante © matrim6- ¢ como vocacio tin Nao posso prosseguit na exposicio daquilo que se ‘onchuir da teologia ¢ especialmente da Sagrada Escri- .Stellung der Prau im Menschbettsleben Bannwart, Encbiridton symbolorum, 1.981 203 amplo para as investigacdes da razio, estamos pisando 0 chio firme de fatos ¢ normas seguros, capazes de nos preser- var de crros na teoria na pritica, desde que esgotemos de- Nidamente essa fonte. Os pontos de vista teol °¢o, quando bem entendidos & praticados, nao entram em concorréncia, éles se complementam e se fecundam mutua- mente (Credo ut intelligam. Fides quaerens intellectum.) Os fatos da fé colocam a razao filosofante diante da tarefa de tornados maximamente compreensiveis. Por outro lado pro- tegemmna do erro € respondem a certas questies sobre fatos que cla precisa deixar abertas. Para as ciéncias positivas que teatam da confirmacio dos fatos naturais, vale 0 mesmo principio. fisiologia nos pode ensinar qual € a capacidade fisica real das mogas ¢ nos pode orientar sobre 0 esforgo compativel tos constatados s6 pode ser medida pela introdugio de ou tras consideragées © constatagdes: precisa ficar claro sob que condigdes as fungdes sio cumpridas; p. ex., qual 0 exer- © a preparagio precedente; também importa saber caracteristicas proprias da pessoa cujos desempe- sto sendo medidos, de que meio eles vem, para saber sc € necessaria uma complementagio com recursos da psi cologia individual ¢ da sociologia.A psicologia individual nos ipos com os quais temos que contar ¢ ela proc compreensiveis, mostrando 0 contexto moti Croner*, depois de mostrar a diferenca das carac- da moga em relagio 4 menina e & mulher madura 25 De Payche der wetlichen Jugend (A pique da juven Ic outro lado, apresenta cinco tipos: no hobby € nos desejos predo- ao filho; 0 erdtico em que pre- -m e que revela uma sexualida- caracterizado pelo desejo de ex mdicional a um lider que pode da conotagéo sexual; 0 sdbrio ida ¢ se adapta facilmente wal em que prevalecem interes- a capacidade de realizagies a educagio de mocas se ¢ vém & memoria também tipos mistos ou iados. uucamento do olhar sobre o material ncontra pela frente, mas € necessério pre assificago esquematizante num tigi Isto. Com os individuos; de metas, meios ¢ méto- io pressupostos naturais fi- sera possivel verificar com fre- io de um tipo para outro. Um material va- lade dos tipos podera fornecer as \S Com 0 tratamento de jovens anormais ou pro: estudo da hist6ria também mostra que, sob : verifica uma predominancia de cer nento de tipos novos € o eventual dest s.A influenciabilidade torna ne 205 tia uma avaliagio de valores € objetivos. Quais seriam os pos que merecem ser mantidos? Quais os tipos que deman- dam uma trabalho formativo visando uma mudanga? Quai 05 tipos que podem ser vi pos se pode ¢ se deve tentar transformar os ja existentes? D. Delineamento do Sujeito da formacio ‘Terminadas as longas consideracdes_metodolégicas imagem que mento do trabalho vez maior € pod @ Segundo a minha convicgio, a espécic bumana se des- dobra na espécie dupla de bomem © mulher, de modo que a esséncia do ser humano, em que nio deve faltar nenhum trago de um ou de outro lado, se manifesta de dupla manei- fa revelandose a marca especifica em toda a estrutura do a vida toda no corpo é diferente, a relacao entre a ma ¢ © corpo € diferente, € no ambito da alma difere a re- lacdo entre 0 espirito ¢ a sensitividade bem como a relacio entre as diversas forgas espirituais. A espécic feminina cor- responde a unidade e a integridade de toda a personalidade psico-fisica, o desenvolvimento harmonioso das forgas; a es- pécie masculina se destaca pela potencializagio maxima de forcas isoladas. Essa diferenciag: ipécie proposta pela filosofia 10 dos sexos apresentada pela teologia. +t tém a missio de "dominar a terra", isto & acio criativa, Mas € ao homem que ingbes de natureza cul essa a funcio precipua da mulher, rente ligada a0 filho, tanto pelo cor- € com a alma do outro, com seus ob- proceder; na posi¢ao central do animo forga de entender o ser concreto na sua peculiaridade especifico € de posicionarse frente a ele; no ar ao desenvolvimento mais perfeito possivel a ia especifica e individual; no lugar ‘0 (niio ao sexual) em toda a vida; puro da vida em amor obsequioso, a missio de dar forma & imagem forcas,o homem mais ladas. Mas seria possivel com 0s atributos es- mento de forgas iferengas na rel de maneiras diversas nos indivi iro lugar, realizacbes mais ou me- em segundo lugar, desenvolvem user as humanas basicas, das quais preva. 207 Iccem umas ou outras seja no respectivo sexo, scja no viduo. Por isso mesmo, as mulheres podem pat tante com os homens ¢ vice-versa. Isso pode ser qiiéncia da vocagio individual. O casamento € a m de podem ser a vocagio primeira do sexo fer uum todo, mas isso nao se aplica necessariamente a cada in- dividuo, Pode haver mutheres destinadas a grandes realiza- ‘ses culturais, ¢ suas aptiddes podem perfeitamente estar | adequadas a essa missio, Assim chegamos ao item tipos femininos segundo a inclinagao natural.A finitude da natureza humana faz com que a vocagio para a criagio cultural se subdivida em uma grande varicdade de profissdes. Essa mesma natureza finita faz também com que a aspiracio 4 perfcigl0, 4 qual sao ch: madas todas as pessoas, se transforme em vocacao espe como no caso da vida A vingindade diz res de) fica em segundo lugar, enquanto a atitude pessoal basica € 0 predominio do eros se realizam na forma mais clevada do amor a Deus que perpassa toda a vida. Cada individuo tem seu lugar ¢ sua tarcfa dentro do grande desenvolvimen- to humano.A humanidade deve ser entendida como um tint )co grande individuo. (A historia da salvacio s6 faz sentido sob essa condicao,) Cada pessoa individual € membro dese todo. Em cada membro se revela a estrutura essencial do todo, Mas, 20 mesmo tempo, cada um possui seu cariter pro- prio de membro e deve desenvolvé-lo, para que o todi sa alcangar 0 seu desdobramento. A espéc realiza completamente no decorrer da qual o grande individuo - a humanidade - se torna c les que atuam como formadores tem em suas maos um ma- terial que, c iboracio, deve ser transformado no membro que é destinado a ser. 208 lades nao sio definidos apenas uumanidade como um todo. mmpreender o material que temos inferiores contra as superiores, dos senti- inio do espirito, da vontade contra a razio. ento dos sentidos € do espirito om todos os danos que cle traz ica. ao homem ¢ & mulher, homem €o-de-deminio brutal aras, mas especialmente sobre a mulher) homem € no afundamento do corpo e dos sentidos.A expressio dis- so pode resultar em diversos tipos: o mais notério é aquele chama de erdtico (seria melhor chami-lo de se- festa pela concentracio do interesse € da ‘0 que ocorre freqiientemente jé na We a partir da puberdade. Todo 0 com- ransforma, na presenga de pessoas do outro incontidos tornam essas mocas vi- 209 timas ficeis da seducio ¢, finalmente, da pro romdntico, tudo isso aparece transferido para ritual ¢ ideal, tendendo a sonhos ¢ paixdes, ris de fantasia, de mundos de fanta en 1¢ acaba paralisando 0 juizo ¢ a dispo: vida real. Temos, além desses, 0 tipo da escrava revoltada mulher emancipada que recusa tanto a dependéncia escravi zante quanto a subordinacio prevista por Deus;ela toma atitude agressiva contra 0 sexo masculino revelat mente nesse posicionamento, a existéncia da dep. Poderiamos acrescentar mais tipos.Ja mencionamos antes pritico-objetivas ¢ as intelectual-realisticas, em que essa f ma de desvio parece praticamente superada.Talvez. possa ser provado que a essa qualidade corresponde também uma tra- queza, ou seja, o desenvolvimento teduzido da natureza nina integral ler finitivamente presas ao tipo que representam atualmente, 0 fato de, nos dias de hoje, haver, talvez, uma freqiiéncia maior do tipo sexual do que nos anos 20, certamente deve ser cre- ditado as influéncias do meio que comegam a chamar a aten- ‘Ho até das criancas para esse campo provocando a manifes- tagio de inclinagGes que em outras circunstincias nem aflo- rariam. Foi, certamente, 0 modo de vida das mogas ¢ mulhe- tipo rominti edlucagio que se dava as mogas, nio por tiltime de um certo género de romances para mogas ¢ senhoras, es titos eles proprios por mulheres do tipo romantico e, final \da por homens rominticos. © fato de se destacar hoje mais 0 ti a ver em parte com as s AGOes churas da vida real. 210 A tarefa do formador das mogas consiste, entéo, em ctiar as condigdes que contribuam para a reversio dos des- para 0 afloramento da natureza pura, III. O FIM DA FORMACGAO Emi nossa visto geral sobre a situagio da mulher depa- ramo-nos com exigéncias do tempo em relagio & formagio das mocas®. E analisando o material com 0 qual a formacao 10 bem planejado no pode manter os vos separados, antes € necessirio ponderilos até ‘vo homogenco, mesmo que esse nao separadas, assis no conereto nao € dividida em trés e, sim, zuma na em sua forma especificamente feminina ‘6 no pensamento abstrato que nos vemos obri lisar separadamente aquilo que na idéia & De onde tiramos a idéia da humanidade com, tarcfa da ética estabelecer obj © que devemos fazer. $e aq te da missio de montar a éti riamos que discutir, com es} da fé que integra on como ponto de partida a finalidade do scr humano, aberto, educagio crist da juventade. define como deiro e imediato da educagio erista ..a cristo, fruto da educagio crista é, portanto, © ser humano sobrenatural que pensa, te ¢ logicamente de acordo com a razio sadia pela luz sobrenatural do exempl ou, para usar uma expresso hoje em voga, o verdadeiro € completo homem de cars jue no é qualquer modo de vida que, orientado por principios subjetivos e destacan- dose pela consisténcia € persisténcia, representa o verda- deiro carter ¢, veranga na obediéncia aos prin- jos eternos da Por outro lado, a justica ver 212 onde se daa Deus o que é de ro cristio™. » que nessas palavras jé € dito sobre finalidade, sobre a graca divina € a c0- ira $6 € po como um ver renunciar 3 ago neste mundo surais, Pelo contritio, ele os desen- yos a vida natural numa unidade or- Nessa formula con: finalidade natural ca sobrenatural, de principio de que a graga leva a natureza a per- lici-lo detalhadamente, deveremos ter presente aquilo que a doutrina da fé diz sobre a natura in- tegra, lapsa et redempta; tratase na verdade do desenvolvi- que esta contido no relato sobre a ctiagio ¢ a lamentos de Deus, no evangelho de Jesus Cris- que Ihe fora dado além dis- lava na gloria. A natureza pura jos descendentes, mas niio bada c, sim, como germe que, no decorrer Jeveria alcangar a plenitude, Para cles, a natureza o constituiria a finalidade do desenvolvi- 28 Citado segundo o texto alemio, Herder 1950, p. 42s. 29 ibid. p.44 213 beleza do corpo, funcionamento perfcito de to gios, total adaptacio do corpo & dire¢! dos Srgios fisicos significa, a0 mesmo tempo, dos trabalham sem defeito, que o conhecimento pelos s dos niio € sujeito a enganos. O estado perfeito do es significa conhecimento racional sem erros das criaturas ¢ do Criador por meio de suas criaturas; harmonia completa de razio e yontade, uma vontade voltada sem restrigdes ao bem supremo, subordinacao décil das aspiragées mais baixas mais altas € maximas. Seria a natureza humana pura também a finalidade ‘nosso desenvolvimento ¢ do nosso trabalho de formacio? nao € a finalidade do desenvolvimento no mesmo scn- tido que tinha antes da queda, deixou de ser base 40 contriio, beleza do corpo). $6 podemos alcangila pela graca € sua petfeigio s6 quando estiver completa na gléria eterna, Mas nio podemos deixar simplesmente & graga a tarefa de levar a natureza caida a sua integridade, pois a graca justificadora ainda niio restabelece completamente a integridade da natu- teza, ela apenas a prepara € a torna possivel, contanto que colaboremos com ela, Adio nao era apenas um homem inte} bém filho de Deus: nhecendo-o de uma maneira mais perteita do que o ser hu- mano depois da queda (no entanto, sem poder contempli-lo diretamente) ¢ chat contemplagio eterna.A perda a filiacio divina foi a c mncia imediata do afastamen- to de Deus pelo primeiro pecado; é perda da integridade, se 0 cle era tam- mor, reco- Por isso, 0 restabelecimento da Jace imediata da redengao, tegridade total constitui graca, Pela ordem da idade da filiagao di- cimento pleno da ¢ torna acessivel a cada um pela adesio Deus, pela participagio no corpus Christi ‘ticum que the permite colaborar com obras préprias na realizacio plena da obra da salvacio em si e em todo 0 corpo mistico, sempre sob a orientagio da cabeca. Desta mancira, a le do trabalho de formacio que vise a humanidade completa deve ser a incorporacio no corpo mistico. membro possui a natureza tinica do >, mas cada um tem, como membro, sua maneira ser de acordo com a posigio que ocupa no or 10.40 mesmo tempo, o corpo todo apresenta uma es- rica: tratase, por assim dizer, de um ser duplo omplementam construindo um todo har- ornando possivel a sua atuacio. A finalidade da ‘ervar em cada membro scu cariter ctria da estrutura do todo, 215 imagem ¢ encontrarse a si mesmo, ela que junta cle deveria ocupar o lugar acima de todas as cria as quais nenhuma podia ser seu pendant; ela que, procria Chegamos ao ponto em que precisamos procurar cl bre a intengao de $.'Tomas quando afirma que o ho: principio ¢ 0 fim da mulber. O principio pode aquilo de que uma outra coisa procede.Ass que a mulher foi feita do homem. Além di meiro como superior a que é subordinado o segund sentido corresponde a palayra de $. Paulo que diz se homem porque el ser. Nao me pat por causa do homem, pois toda criatura tem seu proprio sen- tido que é ser imagem do ser divino 4 sua maneira peculiar Certamente teria sido possivel providenciar a procriagio do género humano por outro caminho que no fosse a relagdo entre 08 Sex0s, Se essa relacio nio tivesse seu proprio se do ¢ valor. Nao vejo nenhum rebaixamento na expressio "por causa do homem’, contanto que nao \erpretada no sen- tido negativo, que 86 podia aparecer apés a degeneracio de ambos 0s sexos, depois da queda, ou seja, servir a0 homem como meio para alcangar seus fins ¢ para satisfazer seu pra- zet. Nao € isso que a companheira deveria ser, cla que esta act ma de todas as criaturas, estd diante dele. Ela é, por livre op- io pessoal, sua auxiliar de modo que poss tornarse aqui- lo que deve ser. Pois, nem "o homem é sem a mulher’ © por isso ele precisa "deixar pai e mie, para juntarse 4 mulher’. Desta maneira,a formacao feminina deve levar ao desen- volvimento € 2 accitagio da peculiaridade do ser feminino in- 216 indo-se nessa a pK prevista por Deus, ao lado do ho- m, nao no lugar dele, mas também no num papel humi- dignidade do ser humano. entido do ser especificamente fe- jo somente em fungao da , jd realgamos tam- numa relacio de imagem com a Jo 56 no casamento € na materni- imbém de outro modo. No relato da criagio lemos apenas que homem © mu- Iher sio chamados juntos 3 procriagio. $6 depois, com a pu- luc se scguiu a queda, ficamos sabendo que cabe a um papel especial: ela € castigada com as dores do astigo do homem nao tem ligacdo algu- filho. Em Israel, era hon- er que tivesse filhos, especialmente era objeto de desprezo, ista (Sl. 112) vé na ila em mae feliz, uma prova es Deus. posicio da esposa e mie cuida do bemrestar da casa e de todos 08 aabrindo suas miios também aos pobres ido confia nela. Até mesmo os filhos adultos le- vem seus consethos. "Ela abre is de sabedoria, ¢ a lei da clemén- " Bla recebe o prémio porque teme 0 lo de stia atuago enérgica e de todos 217 08 seus sucessos. Nas familias judias em que se mantém vi a tradigio do antigo testamento, a mulher conserva hoje uma posi¢io de rainha. Sua tarefa nao se restringe nas a dar a luz € a cuidar do desenvolvimento fisico dos thos, cabe a ela também educélos no temor do Senhor. clevada estima pela mac baseia-se na promessa conso dada 4 primeira mulher na hora da expulsdio do pa mic do filho que superou a morte € 0 inferno;e até mundo devera continuar sendo assim. No centro da histéria humana ¢, sobretudo, no centro da historia da mulher, Adio, sexos, Deus optou pelo caminho do nascimento de uma nvie humana para encarnarse, colocandoa diante de nossos ollios como 4 imagem perfeta da mie humana. A par por Deus, € para Deus que ela precisa cuidar Dele.Sua vida, até a hora do nascimento, ¢ expectativa concentrada, depois vira servico dedicado atencio a todas as palavras € sinais que podem servir de aviso de seu caminho futuro; apesar de todo o respcito pela divindade escondida Nele, mantém a au- toridade diante do Filho, participa de sua obra com perseve- ranga fiel até a sua morte ¢ para além dela, Mas, contrariando toda a tradico de seu povo, essa mulher, chamada & materni- ha optado antes da anunciacio de da a viver livre de sexuals. Como seroa do senbor deu 218 deceu ao marido que fora coloca- esse casamento no se clestinava nem do género humano. Encon- nagem da pureza virginal. Que outro mo- 10 do que o desejo Senhor, de dedicarse so- ico? E que outra mancira te- jum ser humano que nao fos: mas ambos estio livres daquela que um ser humano s6 encontre o sentido de na uniio com outro ¢ através dela;no lugar dessa itramos em ambos a uniio como a divindade, em Cristo unido hipostatica, em Maria pela entrega de todo seu servico do Senhor. Seri que isso faz com que ambos -parados do resto da humanidade, que nem po- 9? De modo algum. Eles viveram lade, nao s6 para conseguir a nossa sal- is também para nos mostrar, s viver para obtermos parte a Virgem-mie, Cristo nio apenas Deus ¢ a forca salvifica da virginda- ida ¢ dedicada a Deus. Ele disse até, utros também eram chamados & vir- sa. do reino dos céus. Mais tarde deveremos 9 quando nos perguntarmos até que ponto pode ser considerada especial esclarecer se € possivel identificar na uuliar do ser feminino, de modo que jetivo da formagio feminina. Pa 1¢ ceva ser assim pelo fato de ela nos ser proposta 219 Em Cristo € 0 proprio Deus e Senhor que se senta. Assim como a Palavra Eterna é a imagem qual o proprio se mira, assim na Palavra Encarnada do Pai se torna visivel aos nossos olhos human: a mim, vé o Pai." A superioridade do Senhor acima de criatura sc revela na inacessibilidade do homem Cri qualquer tipo de ligaco a uma tnica criatura. Sua hi dade é,exclusivamente, instrumento de salvacio, totalm: entregue em suas mos para que disponba dela livre ¢ i é -O que ni que Fle nio tivesse a liberdade de decidir de outra fis, mas que nem era questio de outra opgao. Ni de todo ser humano; para qualquer outro existe a pos- 80, Claro que 0 celibato do sacerdote também se fundamen- ta na disponibilidade indivisa no servigo do Senhor. A dife- renga est na mancira como o Senhor transforma, em cada lade em servigo atual. Ele faz do para que vejamos nele o pré- Senhor, Em Maria néo vemos 0 Senhor, antes, nds a ve- mos a cla mesma sempre ao lado do Senhor. Seu servigo € servigo que ela presta imediatamente a ele, € prece a favor clos seres humanos, é concessao de gragas que repassa 4 hu- manidade aquilo que ela recebe das mos do Senhor. Ela niio representa o Senhor, ela € sua assistente.. sua posicao se assemelha aquela de Eva ao lado do primeiro Adio. Mas nio é por causa dele que ela esta 14, € por nossa causa. Ela € a mic dos viventes, nao porque todos tivessem saido dela na seqiiéncia das geracdes, mas porque scu amor materno cn- volve nao 86 a Cabeca como também todo 0 Corpo 220 rotétipo da feminilidade porque © protétipo de toda masculinida- jue € amor servical, a verda- dade? O amor servigal € auxiliador ras para leviclas & perfeigio. Mas 10 Espirito Santo. De modo que po- Je Deus derramado sobre toda cria- ++ feminino que encontra sua imagem é a esposa de Deus € mie se aproxima dela sto as Jevam 0 titulo de honra participar de sua obra colocam ao lado do marido, que é a imagem de Cristo, dando a construir com sua maternidade fisica ¢ espiritual 4 pura feminilidade,, cabe A formacao feminina ter como objetivo a imitagio de tribuigo das gracas foi confiada a na, da imagem de Cristo. 3.A idéia da individualidade A ideragdes sobre a ordem da salvacio ja nos existe finalidade tinica diferenciada para todas as mulheres. Maria, mesma, é 0 melhor exemplo 221 disso, uma vez que, optando pela virgindade, daquilo que segundo a tradig&o de seu po de novo, mulheres que té1 testamento ja havia mulh ria, Judite © Ester; mais tarde, na historia da Igreja, pod sa (para citar apenas algumas cuja atuacio se traordinariamente do caminho comum das m Mas a vocacio especial no se se resume 3 di algumas poucas escothidas cujo nome ficou gua do adequada, Por cular deve fazer parte da fi s6 podem deseavolverse na unidade concreta de uma pessoa individual. Para que,na individualidade integra, possam rcalizar- se a verdadeira humanidade ¢ feminilidade, exige-se uma diver- sidade méovel de meios € métodos de formaciio;além disso ¢, atengao ao chamamento € disposigao de segu im podemos definir como finalidade do trabalho formativo individual do ser humano: 0 que ele deve ser pes- soalmente, trilhar 0 sew caminho € realizar a sua obra. Seu caminho nao é 0 caminho que se escolhe arbitrariamente e, sim, o caminho pelo qual Deus 0 leva. Quem quiser levar al- 222 lugar, devemos dar mu uma diferenciacio no antigo testamento: a mulher que \dministrando a casa e educando os depois vimos prototipo da spon- ino de Deus ¢ cuja familia € a co- 108 perguntar se € até que lente. Sendo a Mater. m certo am- minina, Nio s6.a¥ ucm dedicada aD cus ¢ chamada de Sjon- sa Christi, mas também a Igreja soda e cada alma crista,como Maria € 0 modelo da Igreja e de todos os redimidos. Ser espo- T ignifica pertencer ao Senhor e nao permitir que imor a Cristo. Dar preferéncia ao amor de Cris- ‘Gio te6rica, mas na disposicio do co- da vida, isto €, nio estar preso a qualquer mesmo nem a outros: € esse o verdadeiro criatura nem a 223 € pureza. Bssa virginitas da alma deve ser da muther que € esposa e sa virgindade sera capaz de cumpri imor servical, que nao € nem submis m vontade de auto-afirmagio € de mando, s6 pode e1 de criaturas, que é a esséncia da matern tar espontaneamente do amor de Cristo. Por isso, a mulher que nao é nem esposa nem mie preci ternidade espiritual em suas atitudes € a ‘Mesmo que o ideal da virgem-mie alma, ¢ esses por sua vez recebem uma determinada forma, Assim cruzamse dois caminhos.A distingao pode scr pre- determinada por uma inlinagio natural. Mogas que apresentam grande miimero de atividades priticas parecem estar preparadas naturalmente para a vida familiar, Para mogas com uma vida ins tintiva mais fraca, que tendem 2 reflexio € a solidao, parece bas- tante facil uma vida sem casamento. natural que € decisiva. Por um lado, niio € que dé a apti- io plena, nem para wm nem para 0 outro caminho,O casamen- to ¢ a vida familiar no cxigem apenas um desenvolvimento ke vre, cles exigem também restrigdes, autodominio e transforma. ao dos instintos narurais vitais € sociais; 0 mesmo se aplica de mancira andloga ao outro caminho. Por outro lado, a vida nem 224 indicado pela propensio natural. vo- representa uma resposta catoli © resultado de uma formacio ideal, do nunca, precisamos de mies que corres. pondam 3 mulier fortis. E como devemos ter como caso nor mal a vocacdo maternidade fisica, € educagio para mogas também deveria vis inho podem estar certas de que alcancario las precisam ser preparadas também 9 natural para 0 celibato € clas que possuiam uma , 0 celibato € o destino de .cordo com a sua natureza € propensio, pa- $ ao Outro Caminho. O trabalho de forma- io precisa preparar para todos esses casos, de modo que © chamado de Deus, que pode manifestarse tio claramente pelas circunstancias externas quanto pela tendéncia do co- racio, scja atendido com solicitude, sem rebeldia, mas tam- bém sem resignacio deprimida. onde © chamado & virginitas & aceito com esMo que néio seja Como chamado a vida re- ste a garantia de que a natureza no ira definhar- se ou deformar-se de modo doentio,A base para isso é a an- 225 as forgas devem ser ima resultado frutifero da natureza, Para o tipo de moga que revela a apticlio natu de dona de casa © mie, a formagio deve ter com: Para 0 tipo inclinado as atividades sj © objetivo deveri ser a capacitacio a trabalhos i independentes do tipo cientifico ou artistico ou organi: Assim processase, a partir de uma base comum, uma diferencia: disposiga eaale necessirio que o esclarecimento da estrutura ¢ das is do Estado ¢ da sociedad seja igual- mente integrado ao trabalho de forma dem eterna da vida humana, a todos os requisitos do tempo com que nos tinhamos deparado no inicio: aptidio para o casamento € a maternidade, capacitago profissional, responsabilidade poli Naturalmente trata-se de considcrar apenas aquelas exi- géncias do tempo que correspondem a nossa visio do tem: "1 No manuscrito, Edith Stein riscou a frase seguint 226 ‘om a ordem eterna. Fssa mes ambém que se rejeitem aquelas exi- partir de uma outra visio do mun- ial e de uma educacio que ter peculiar ¢ a autonomia da mu- cragio organica dos sexos, nem pretendendo integrar tema econdmico mecanicista io também de uma or que avaliam o ser humano ¢ a 1¢ segundo critérios biolbgi- proprio ea superioridade da or- rciem vital e prescindindo, so- ‘quer orientagéo sobrenatural. Contra essas rempo nio existe, hoje, nenhum outro baluarte além da f€ catdlica € de uma metafisica ¢ teoria so- cial e pedagégica ¢ de uma pritica orientada pela f¢, Defendendo uma formagio propria para as mogas que ‘precioso as minhas na revista ‘auf christlicher Grundlage, ano 29 (1933), cad. 2: Lebensformen der Erzteberin, da Dra. Maria Bienias, 227 TV. FORMADORES E OS MEIOS DE FORMAGAO Importdncia das comunidades educacadoras ¢ dos meios objetivos na formagdo das mogas Nos ensaios anteriores sobre os problemas da formaca ia, essa era entendida como preparagio do ser huma- no part a sua finalidade.A natureza da mulher era tratada como sendo o material que devia ser formado ¢ era do a finalidade a ser atingida pelo trabalho formador. Al disso, € necessirio perguntar a quem compete preci mente a missio do trabalho formative ¢ com que meios el deve ser cumprida. AAS com MANAS IDADES COMO FORMADORAS LA familia © proprio scr humano consegue formarse para ser esta previsto no seu escopo? Sim e no. Como ser re € responsivel possui a capacidade ¢, por isso também a obrigagio de trabalhar na formagio de si mesmo. Mas ele nao dispde do uso da razio e da liberdade desde 0 inicio de sua existéncia, por isso, até que disponha desse uso, outros precisam trabalhar em sua formacéio; mais tarde, a formacio de si mesmo € 0 trabalho formativo dos precisam complementarse mutuamente.A responsabil solidaria com a qual a humanidade foi criada € 0 fato de 0 in- dividuo fazer parte de uma unidade abrangente e de comu- ides concretas em que essa € subdividida, fazem com que S continuem responsiveis pelo ser humano e sua for- magio mesmo depois de jé ter despertado para o uso da ra- zio ¢ da liberdade. E, por isso, que a eneiclica sobre a edu- cacao afirma: "A educagio é necessariamente um trabalho da comunidade’, mencionando a seguir as “trés com 228 fillos, “um direito que an- 1u do Estado € que, por isso c 1113:"Os pais temo de suas forgas pela itureza parte do pai, de modo que, antes do uso fica sujeito aos cuidados do pai; por isso, seria uma natural retiri-lo antes do uso da razio dos cui- a maneira que contra- tia convie- s,em que o direito natural da familia ‘ado com tanta veeméncia ¢ fatualmente restrito ou até totalmente anulado em nome do poder do Estado, € uma tarefa urgente aprofundarse ainda mais nessa questio € preocupar-se com uma fundamentacio tindo do pressuposto consentido de que cabe 3 far parte do trabalho for consiste © quais os set Precisamos manter diante dos nossos olhos aq de formagio abrangente que ficou explicitada aci: ma”: a formacio como preparagio do homem todo para ser aquilo que deve ser. Esse proceso abrange 0 corpo, a alma € o espirito com todas as suas forgas. Em grande par- tc, trata-se de um proceso espontineo que se realiza a par- Por isso, grande parte do trabalho de formacio con: em deixar que 0 proceso se desenrole na maior tranqiii de,mantendlo longe dele perturbacdes € estorvos. Is ca, sobretudo, a0 desenvo meiros ano mente, nos cuidadk tual € com 0 asscio, autodomi sio, no lar ¢ 0 organismo todo a trangiii ordem, 0s instintos sensitivos que comecam a mexerse € que gostariam de des cambar se acostumam com 0 controle. Tudo isso prepara a bretudo a fantasia posterior, antes ‘As forcas fisicas psi damente quando sio usadas de uma mancira condizente.O modo algum, se pode ter cer Wr si S68 aquilo de que nece a as Icis da razio que pensar, o sentir eo que- ‘em suas pistas podendo sair ser levados 4 observan- 0, Fequerem cuidados po- 'm disso, conhe- ormacao com os quais a jovem preci- conhecimento das normas de ias tera condigdes de cumprir ‘ie corresponcier ao ideal feminino, eriormente, estar mais indieada do \quer outra pe: crianga e para sentir o que Ihe convém para seu desenvolvi- mento mais perfeito, ¢ ela the dari o exemplo de uma vida segundo as nornias, pelo menos no campo religioso-moral excepcionais, ela seri capaz tam- uma sociedade imperfeita” que 231 “no dispoe de todos os meios necessirios 20 proprio completos. Seu trabalho de formagio se revela, port aco; além disso, depara-se progressivamente até exige que se liberte de sua influéncia. 2.0 Estado A Enciclica menciona o Estado como sendo a segunda sencia do estado exige a s determinarse de governar sob de exercer de fato a sua sobera bilidade de proporse ot acima (p. ex., 0 aumento miximo de seu poder), Mas como sua soberania e, com existencia depende do reco- isto é, das pessoas de scu ambi- to de poder, estara sempre preparando sua propria ruina na medida em que se afastar ce seu fim propondose apropriados a provocar a resisténcia de seus sti 35 ibid. p.7. 36 €E minha Abhandng borden Sacto wo. izado, o Estado tem a possibilidade tura social - de atrair para seu iprimir todos os fins temporais, amilia dependem de sua prote- a possibilidade de colocar a sua cional € formativo, Em certo sefit: is que asseguram a sua existéncia: preocupagio de formar na juventu- com o reconhecimento do Estado a formacio de jovens fortes, a a vida € produtivos. Quando essa ‘ou, eventualmente, por outras jente para ele deixilos agir protegendo ¢ incentivan- la de suas forcas, Desde que outros agentes nao tarefa ou se dediquem a ela de modo in- conveniente que o proprio las tudo isso mostra que 3.A Igreja Bem diversa é a relaco da Igeeja com a formacio da ju- ventude. E sua vocacio directa. Scus dircitos, assim como toda wrigem, sio sobrenaturais baseando-se em dois titulos s€m sua missao wuniversal de ensinar que the fol “para que cla ensine aos 233 serve puro ¢ incdlume o t contiado € oriente € forme os homen: te, em sua maternidade sobrenatural pela qual esposa de Cristo, "gera, nutre © educa as almas com seu: ‘cramentos ¢ sua doutrina para a vida na graca divina’ Em su: 3 reitos, a Igreja independe de qualquer poder terren miso imediata consiste em ensinar a f ¢ cducar para uma se objetivo possa ser al: . Tendo a Igreja, como so 0 auténomo dos meios necessa seu objetivo, ¢ estando toda i lares nao for realizado um trabalho de formaca ou se essa formagio nio se coadunar brenaturais, cabe & Igreja o direito substituila com institu goes proprias e assumir cla prdpria todo o trabalho de for maglo, como aconteceu, p. ex.,€m todas as epocas nas re- 40 ibid, p.9. 234 4, Outros ores de formagio € a relacio dos diversos fatores entre si stem outros. \dindo, por ora, dos bens de formacio emos que qualquer Contato com pessoas, seu ado pode ser realizado por cle- 1m fora das trés comunidades formativas ci- © associagées que tenham como seu obje- tivo a formacio das pessoas, como, p. ex., professores, escri- tores, artistas ¢ organizagdes de empreendimentos corres: pondentes. Eles podem reforcar o trabalho das instituicées competentes ou atrapathilo. Seu poder nfio los fatores de formacio realmente eficazes. Quanto a relagio das instituigdes educativas originais entre si podemos afirmar ver conflito entre elas cnquanto sc limitarem @ que corresponde ao seu proprio sentido ultrapassa arbitrariamente seu dificilmente poder ser evitado. A ia condiz, especialmente, a natureza do Es- maior na familia; isso faz. com que as outras instituicées se vejam na contingéncia de assu- 235 mir a sua fungio. Quando ha interferéncia em sua area de gio, familia dificilmente € capaz de defender-se porg falta poder. Nesse caso, precisa recorrer a uma da corporigées para pedir ajuda contra a outra. Os maiores conflitos se deram em épocas diversas en: tre 0 Estado © a Igreja: so os conflitos que chamamos de confronto cultural. Normalmente, sio provocados por pre- mandato universal de ensino € nos direitos de educa Igreja. Mas, também, nao se pode negar que versal pode ser exercido de modo equivocado pel sentantes humanos da Tgreja ¢ que isso pode provor acirrar os conflitos. Vamos analisar entio de que maneira as divei tuigdes de educagio py cadora © ao feminina. 5. Orgios da formagio feminina na familia, na Igreja ¢ no Estado para o ser humano niio desenvolvido, o ser humano maduro que toma conta € cuida dele enquanto cst fisicamente de- samparado, mas que o acompanha também no caminho para a vida do espirito: pensando e sentindo com crianga vé despertar em sia vida do. numa certa diregio, O meio humano em qué ce determina, em grande parte, seu feiti imagem. Essa orientagio é indispensavel lo da person: precisa desenvolver seu scr proprio, precisa livrarse em gran- de parte da imitagio © do acompanhamento, confronta se, p. ex., com outras indoles, eventualmente até opo: 236 propostas - que vamos res fas para com outras pessoas. A 1entea essa finalidade: no convivio es- ys encontramse as condigdes neces- 1 outras pessoas.A Tgre- 8 da Igreja, scja nos sacerdotes amente na formagio indivi- (abstraindo por ora da ); Seja finalmente em todos aqueles educagao da juventude no espirito da © Estado nao dispde de tais Grgios naturais de forma: a. Elevando o trabalho de formagio a categoria de ido, precisa criar primeiro os Orgios necessitios, ratar fncionarios educadores a mie como 0 Srgio essencial da a vez que a convivéncia com c devera ser € 0 fundamento ¢ 0 humana, o crescimento ao lado -a a formagio para a verdadeira cial. A mie que nao perso- nase essencial o exemplo da mie também sob esse aspet ‘Também realcamos jé que la € chamada e preparada intuir a individualidade do fitho © as necessidades de- io de ser exemplo da verdadeita humanida- ‘na mesma medida em que existe para a 237 conhecer a individualidade ¢ suas cxigéacias, € esforcarse para reconhec@la (eve: ajudado pela sensibilidade maior da mie) tomando as as sejam tomadas. £ funcao de ambos os “omum acordo, € com os meios adequados, todos os impulsos que na natureza da crianga se pon! 208 objetivos. Na preparacio do obj te, porém, na formagio especifica importancia a convivéncia com os irméos, 0 confronto com caracteres diversos € a aten¢io para com eles e, finalmente, a prestagio de servigos de amor de Como 6rgios da mac amor servigal ¢ altru sua perfeigdo, apresentarse com autoridade paterna € mulat ¢ orientar nos servicos cabega © aos demais membros. Mesmo que essas tarefas trapassem as forcas humanas naturais, elas se tornam possi veis na fora divina da Cabeca Se o Estado quiser realizar um trabalho de form ticle ¢ dispostos a fazé-lo por ordem dele, o ¢ precisa achar educadoras realmente pate: Ele pode criar institutos para preparitlas para esse obj mas ele s6 seri bem-su com a educagio necessiria, Faltathes 0 contato i €o fundamento natural da lideranga no seio familiar; tiverem fincados os pés no chao firme da fé, sentitio falta também da forga revigorante sobrenatural para sua fungi. 238 n do contato natural, pode © Iho de formacao, além disso rico do ser humano ea arte de Ins casos, 0 parentesco espiri- jo tenha consciéncia plena de scu ormagio feminina poderio ser al leranca paterna ¢ desde que exista uma convi- mal com outros educandos, Quanto ao tiltimo B.A FORMAGAO E 1.A razao de ser da sistema de institu. 5? O que levou a Tgre- \ matéria prima um vocabulario © conversacio, leitura ¢ escri- mais do que isso, para que 0 vor isco:em tentacio to €, de dar aos \imamente ligados, constituindo fundo um rirtico proceso. Onde quer que um pensamen- to tenha amadurecido até a clareza € nitidez completa, estar sempre estruturado ¢ expresso em categorias Onde nio for possivel encontrar a expressio lingii ‘ar terminado, tampouco, op! consegue expressar cont preso em sua propria alma: ele ndo consegue mo- {te nem chegar aos outros.A distincao das ca- 255 tegorias gramaticais (que no buida de sentido) é um exercicio para dar forma mentos, 6 um acesso 4 comprecasio do sentido du sencial da lingua: expressar o que vai pela alma e as nicarse aos outros; com isso tomna-se libertacdo da alma ¢ do espirito. Saber expressarse adequadamente, portanto, ¢ que faz parte essencial da humanidade completa. Mas é tam- bém necessirio para as tarefas priticas da mulher. Como ela deve participar da formacio de seres humanos, instruilos para o trabalho ou comunicarse com eles comercialme ‘ado dependera sempre de sua capacidade de expressar aquilo que cla tem a dizer, de acordo com a finalidade. Falar adequadamente pode ter também outro senti- do: fazer uso correto da lingua. Quem entendcu o sentido es- ‘encial da lingua sabe que falar significa assumir responsabi- internas; pro- (o superficial. Mas tervengio em outras almas. Part tudo toda futura mic deveria ser levada a entender porque um dia deveremos prestar contas de cada palavra, O ensino da lingua pode contribuir para essa compre Sendo a educacéo formal da lingua neces tro lado de um exercicio abstrato que 86 corresponde 3 in- clinagio € ao talento de uma minoria, como é possivel entio conquistar para ela uma maioria ¢ assegurar assim um resul- Primeiramente, partindo da linguagem viva € conereta, das peculiaridades individuais de expresso ou das diferen- 256 recendo-s¢ a0 mesmo tempo como ponto na indole geral da lingua,na po- na relacio entre a per. de modo elementar ou mais mostrando a im: jo da lingua conforme aca lespertar a atengio das mogas 3S que & primeira vista pare- em dois recursos: introdu isto é, em seu sentido filosé- ulo onde também se Fecorre 3 roupagem con- para despertar o interesse pelos exercicios. ido também se exercita o pensamen- Como se trata de um excelente meio yer dele uso exaustivo.As aulas de ca- ‘nas acompanhar como um mal ne- verdadciramente, fascinante ¢ pro- fatos da queda € da salvacio, os mistérios profundos da vida divina intertrinitaria, a natu reza de Cristo, a esséncia € a vocacio sublime da Mic de Deus, tanto mais profunda sc tornara a uniao pessoal com a divindade, 0 Salvador, a Rainha dos céus, sobretudo daqueles que no tive- cio culta, podemos ver claramente es da fé se condicionam © promovem algum devemos pensar que esses 257 mistérios profundos ultrapassam a capaci mento da crianga, Mesmo entre as menores entre elas - revelase o desejo forte de serem introduzi nos mistérios divinos.Atendendo a esse desejo de forma quada, a consciéncia de conhecer Deus ¢ de se aproxim: dele cstimulara a atencio e participacio intensa, sem ne sidade de esforco arbitririo. Desta maneira aleanca-se a for- macio mais profunda da alma ¢ da Pessoa, mas do que em qualquer treinamento formal do ra Fiz questio de enfatizar especialmente esse aspecto porque, geralmente, recebe hoje em dia muito menos aten- glo do que merece. lc de entendi- s da formacao te6rica. Mas, antes de despedir as alunas da € envid-las & vida, esas mesmas matérias precisam ser aproveitadas para uma preparagio generosa € sustentivel para as tarefas que as aguardam na vida, trucio simples, clara ¢ orientadora do ponto de vista flos6- fico, psicoldgico € sociolégico. Em vista de sua importancia fundamental para a forma de vida posterior € de se adie ao maximo a despedida da es s trabalho de formacio os anos mais da adolescéncia. Sendo um curriculo sobrecarregado 0 maior risco para um trabalho efetivo de formagio, € necessirio perguntar onde poderia haver cortes materiais sem maiores pi Em todas as matérias é possivel renunciar a um grande ni mero de fatos isolados que podem ser importantes ¢ interes. 258 odo abstrato costumam scr pour ‘dia das mogas. Mas, nem por isso, so se revestem de import ide que faria muita falta &s mo- iio saber lidar com a vida jue fornecem uma base substancial ral de Deus. Além disso sio neces- ira da grande quantidade de apare- sobrctudo os trabalhos manuais ¢ a economia doméstica, jderadas matérias especificamente femininas jimento pelo ensino popular. Esse ¢: iro lado, sabe-se da importan- ar amplo na escola, desde que efas que antigamente cabiam & educacio fa 9 costumam ser de sua competéncia toda formacio "média”, © prazo maior poderia ser usado ampliar ¢ aprofundar um ou outro grupo de matérias, mm a aptidiio ¢ a inclinacao ¢ considerando a ingilisticos ¢ a com: se 8 lingua materna uma segunda lingua. Em vista de sua for- 259 ca formal formadora e da importincia fundamental da anti- ponder igualmente outros tipos de escola. Mas a ampliagao para atender a determinadas aptiddes nunca deveria ser fei ta As custas das matérias principais que sio essenciais para alcancar o objetivo, formando 0 tipo basico. Ao lado das escolas médias, que surgiram como cami- nihos de preparacio para os estudos superiores, criowse 0 li- 10 ipo de escola que tem como meta prin- \caminhamento para funcdes especificamente fe- amente de um grande progresso que poderia vir a servir de ponto de pat timular também em 260

Você também pode gostar