Que to precoce tristeza! Dizem-lhe um dia: Teresa Sabes? A tua me morreu. Fez-se plida de morte... E, levando as mos ao seio, Ia a falar, mas, no meio, Reprimiu-se e emudeceu.
E desde ento nunca a viram
Mais com as suas companheiras; Ficava-se horas inteiras sombra do laranjal. Surpreendiam-na sozinha Com os olhos fitos no espao
E esfolhando no regao As rosas do seu rosal.
As brisas, gemendo tristes
Por entre a verde folhagem, Segredavam-lhe a linguagem Sonora da solido. Essas mil vozes do campo, Todas ela compreendia, Que fadado para poesia Fora aquele corao.
Ai, que infncia to de gelo!
Que madrugada da vida! Ai, pobre alma estremecida Pelas saudades da me! Quantas vezes, alta noite, A triste julgava v-la
Em cada flgida estrela
Que o firmamento contm!
Um dia, ao cair da tarde,
E de uma tarde de Outono, Acordou de um brando sono E ps-se a rir para mim. J sorris? s salva, filha, Enfim! E a beijei contente. Olhando-me ternamente Ela repetiu: Enfim!