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10º/2
Immanuel Kant
A Obra de Kant
A obra de Kant pode ser dividida em dois períodos fundamentais: o pré-crítico e o critico.
Vida de Kant
Kant passou a maior parte da sua vida, desde o seu nascimento até à sua morte numa cidade
dita pelo nome de Köningsberg, na Prússia, actualmente situada em solo alemão.
Quarto de nove filhos, nasceu no seio de uma família protestante, seguindo, deste modo, uma
educação bastante austera. Contudo, apesar de ser bom aluno, não era brilhante, preferindo o
lazer ao trabalho.
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Nome: João Guerra/Rui Gomes Turma: 10º/2 Disciplina: Filosofia
Kant, na idade adulta, foi um grande professor universitário, com uma vida extremamente
monótona, ao ponto de as mulheres domésticas das redondezas acertarem os relógios por ele,
quando dava o seu passeio diário habitual às 15:30.
Além de ter uma boa vida a nível intelectual e económico, também o tinha a nível social,
dado que convidava amigos regularmente para jantar.
Contudo, aos seus 46 anos, Kant lê a obra de David Hume, céptico para uns, naturalista para
outros, e percebe que os seus argumentos são irrefutáveis, mas acha a sua conclusão
inaceitável.
Passados alguns anos sobre este incidente, Kant começa a escrever “A Crítica da Razão
Pura”, seguida também de outras grandes obras que serão posteriormente citadas.
Filosofia de Kant
Kant procurou demonstrar que era possível formular para a moral leis universais como as do
conhecimento científico. Estas leis tinham que ser formuladas à priori, isto é, através da
dedução ,e não através da experiência.
Na moral, o ponto de partida de Kant é o de que o único bem irrestrito é uma vontade boa.
Talento, carácter, autodomínio e fortuna e até mesmo a felicidade podem ser usados para
alcançar maus fins. O que constitui o bem de uma vontade boa não é o que esta alcança; a
vontade boa é um bem em si e por si.
A razão, segundo Kant, foi-nos dada para alcançarmos a boa vontade. Esta, por sua vez, torna
possível a existência de todos os bens, inclusive a felicidade, dado que é o mais elevado de
todos.
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Nome: João Guerra/Rui Gomes Turma: 10º/2 Disciplina: Filosofia
O que é, portanto, a boa vontade em si?
Para compreendermos melhor esta questão temos de analisar o conceito de dever, e distinguir
entre agir de acordo com o dever e agir por dever. Segundo Kant, a primeira opção não
possui qualquer valor moral, pois o indivíduo, apesar de agir de acordo com o dever, não o
faz por dever, mas sim por ser essa a sua inclinação.
Na segunda opção, já existe um certo valor moral, pois o indivíduo já age de acordo com
aquilo que sabe que deve, independentemente de ser a sua acção preferencial para o
momento.
Contudo, segundo esta definição, chegamos à conclusão de que ninguém age somente por
dever.
Agir por dever é agir em função da lei moral; e a maneira de sabermos se estamos a agir
assim é procurando a máxima (ou princípio) com base na qual agimos, isto é, o imperativo ao
qual as nossas acções se conformam.
Deste modo, podemos afirmar que existem diversos imperativos hipotéticos, dado que
existem vários fins a que o ser humano se proponha alcançar.
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Nome: João Guerra/Rui Gomes Turma: 10º/2 Disciplina: Filosofia
O imperativo categórico pode dividir-se em dois:
◦ Imperativo universal (acima referido)
◦ Imperativo prático (referido posteriormente)
Tendo ficado sem fundos, posso cair na tentação de pedir dinheiro emprestado, apesar de
saber que não serei capaz de o devolver. Estou a agir segundo a máxima "Sempre que pensar
que tenho pouco dinheiro, peço dinheiro emprestado e prometo pagá-lo, apesar de saber que
nunca o devolverei". Não posso querer que toda a gente aja segundo esta máxima, pois, nesse
caso, toda a instituição da promessa sucumbiria. Assim, pedir dinheiro emprestado nestas
circunstâncias violaria o imperativo categórico.
Uma pessoa que esteja bem na vida e a quem alguém em dificuldades peça ajuda pode cair na
tentação de responder "Que me interessa isso? Que todos sejam tão felizes quanto os céus
quiserem ou quanto o conseguirem; não o prejudicarei, mas também não o ajudo". Esta
pessoa não pode querer que esta máxima seja universalizada porque pode surgir uma situação
na qual ela própria precise do amor e da simpatia de outras.
Analisando,
No primeiro exemplo, claramente se vê que não é possível universalizar a situação,
pois desse modo existiria uma contradição, isto é, as promessas deixariam de existir.
No segundo caso, a máxima pode ser universalizada sem alguma contradição, mas
racionalmente, nunca poderia ser concretizada.
Kant afirma que estes dois exemplos correspondem a dois tipos diferentes de deveres:
deveres estritos e deveres meritórios.
Assim sendo, Kant oferece-nos uma definição para outro tipo de imperativo
categórico – o imperativo práctico: “Age de tal modo que trates sempre a humanidade, quer
seja na tua pessoa quer na dos outros, nunca unicamente como meios, mas sempre ao mesmo
tempo como um fim."
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Nome: João Guerra/Rui Gomes Turma: 10º/2 Disciplina: Filosofia
John Stuart Mill
Vida de Mill
Em 1820 viaja para França, onde conhece Samuel Bentham, um dos fundadores da teoria
utilitarista, e pessoa em cuja casa casa se hospeda, de modo a seguir estudos na Universiade
de Montpellier de lógica, metafísica, química, matemática e zoologia.
Já em 1826, Mill sofre uma grande depressão, cujas consequências se reflectem no seu físico,
psique e na sua moral. As causas desta depressão devem-se ao trabalho extenuante,
divergências da família, e até à sua própria insatisfação com o seu intelecto.
No ano de 1835, seu pai morre de cancro pulmonar, facto o qual, como seria de esperar, deixa
Mill bastante triste.
Por volta de 1840, começa a ler as obras de Tocqueville e de Comte (com o qual mais tarde
estabelecerá correspondência), sendo a leitura destas vital para a sua filosofia daí por diante,
pois fez-se sentir a chamada filosofia positiva e também o pragmatismo.
Mill publica o seu primeiro livro em 1843 -“Sistema de Lógica Dedutiva”- e mais tarde, em
1948, publica “Princípios de Economia Política”
Em 1851 casa-se com Harriet Taylor, mulher pela qual já antes nutrira um sentimento por.
Ela desempenha um grande papel na sua obra, pois é dela que vem a inspiração de Mill.
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Nome: João Guerra/Rui Gomes Turma: 10º/2 Disciplina: Filosofia
Entre 1854 e 1860, Mill escreve a sua mais famosa, e ao mesmo tempo, a obra com mais
repercussões na sua vida. – O Utilitarismo – que seria mais tarde publicada, no ano de 1861.
No ano de 1863, Mill morre em Avignon, padecendo de uma gravíssima doença infecciosa.
Filosofia de Mill
A principal teoria defendida por John Stuart Mill foi o utilitarismo, que teve em parte origem nas
ambições do seu pai, como supra citado.
O utilitarismo é uma ética consequencialista, e que se guia pelo Princípio da Utilidade, que dita o
seguinte: uma acção é moralmente certa, quando maximiza a felicidade para um maior número de
pessoas, sabendo que a nossa felicidade não é mais importante do que a das outras pessoas, isto é,
temos de ser imparciais quando realizamos uma acção, segundo utilitarismo. Deste modo, a
moralidade da acção depende das suas consequências.
Esta característica do utilitarismo levou os utilitaristas do passado a lutarem pelos ideais de igualdade
entre os seres humanos, o que levou a ideias como a abolição da escravatura, e mesmo hoje podemos
verificar isso no casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O que é a felicidade?
Mill tem uma perspectiva hedonista da felicidade. Para ele, esta consiste na presença de prazer e na
ausência de dor. Mill também afirma que existem prazeres superiores, que são aqueles que provêm
do pensamento, da imaginação, enquanto que os prazeres inferiores são os físicos, como beber e
comer.
Um breve exemplo da aplicação da hierarquização dos prazeres pode ser efectuado através da
escolha entre ser um Sócrates insatisfeito ou um tolo satisfeito. Segundo Mill, é preferível ser um
Sócrates insatisfeito, pois este tem acesso a prazeres superiores, enquanto que o tolo que está
satisfeito s+o tem acesso a prazeres inferiores.
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Nome: João Guerra/Rui Gomes Turma: 10º/2 Disciplina: Filosofia
3. A única coisa que cada pessoa deseja como fim último é a sua própria felicidade.
4. Logo, a única coisa que é desejável como fim último para cada pessoa é a sua própria
felicidade.
5. Logo, cada pessoa deve realizar as acções que promovem a maior felicidade.
Executando a análise destes argumentos, podemos verificar de 1 não se sucede 2, pois enquanto que
a visão é algo descritivo, o desejo é algo normativo.
De seguida, a premissa 3, pode ser considerada falsa, recorrendo às críticas ao egoísmo psicológico,
pois é o que aí está demonstrado. E o raciocínio que conclui 4 a partir de 3 pode-se revelar falacioso,
pois mesmo que consideremos a premissa 3 correcta, pelo facto de a nossa felicidade nos ser
importante, isso não quer dizer que nos seja a coisa mais importante.
Analisando 5, podemos também inferir que não se segue de 4, pois só por a nossa felicidade ser a
coisa mais importante para nós, daí não se pode concluir que nos seja bom a felicidade dos outros,
ainda pelo facto de que a felicidade de certas pessoas interfere na de outros.
Como acontece com qualquer outra teoria, foram levantadas objecções contra o utilitarismo:
A objecção da justiça
Imaginemos que numa cidade ocorre um terrível crime, que põe todas as pessoas em pânico. A
polícia não consegue encontrar provas sobre o crime, e, neste contexto, surge uma ideia: matar um
vagabundo qualquer, de forma a garantir a paz na cidade. Segundo Mill, esta seria a opção correcta,
mas realmente, segundo o valor de justiça, conseguiremos saber que não é possível fazer isso.
A objecção da integridade
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Nome: João Guerra/Rui Gomes Turma: 10º/2 Disciplina: Filosofia
Tomemos o exemplo de um químico que está desempregado, e cujo único rendimento da sua família
é o mísero salário da sua mulher. Certo dia é-lhe oferecido um emprego numa instituição que fabrica
armas de guerra. Deverá essa pessoa aceitar o emprego, sabendo que ele é totalmente dispensável
para esse trabalho, e que não gosta minimamente de situações de guerra? Segundo a ética de Mill,
sim, mas como vai contra os valores dessa pessoa, seria algo bastante errado, pois destruir-lhe-ia a
sua integridade.
Comparação
Comparando agora as duas éticas em questão, vemo-nos na posição de afirmar que elas diferem em
bastantes aspectos.
Para Kant, o que realmente importa na avaliação moral de uma acção, é saber se o agente age por
dever, enquanto que, segundo a ética de Mill, o que se sobressai são as consequências da acção.
Esta diferença principal, conduz a que sejam criadas muitos outros contrastes, pois as supra citadas
diferenças são a base de cada ética referida.
Posto isto, e mediante os factos expostos, podemos concluir que estas são duas éticas
consideravelmente díspares, pelo que, após uma análise cuidada e profunda, pode-se tecer
considerações em relação aos aspectos mais relevantes (bem como ao ruído) daquilo que realmente
interessa – ou pode ser descartado – em cada um das expostas filosofias.
Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Stuart_Mill
http://moranapsicologia.blogspot.com/2007/11/tica-de-john-stuart-mill-utilitarismo.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant
http://criticanarede.com/html/td_01excerto3.html
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