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Introdução
Pretendo apresentar neste breve estudo uma visão bíblica e equilibrada sobre esta
questão que é tão controvertida, mesmo dentro do círculo evangélico. Discutiremos a
questão do legalismo e do liberalismo. Primeiramente tratarei da questão do dízimo,
demonstrando que sua prática é anterior ao Sinai e que o próprio Senhor Jesus disse
que o ato de dizimar não deveria ser omitido por seus seguidores. Passarei, então, a
falar um pouco sobre o propósito dos dízimos e ofertas e também sobre como ofertar
e quais devem ser as motivações.
O dízimo foi instituído para ser o sustento dos sacerdotes: (Números 18:21-24 e 31;
Neemias 12:44; Malaquias 3:8-12).
Jesus ensina que a prática de dar o dízimo não deve ser omitida: (Mt 23:23; Lc
11:42)
Jesus também disse: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito
a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.” (Mateus 5:20)
É claro que o cristão não está debaixo da lei, mas não deve fazer uso da liberdade
cristã para dar ocasião à carne (Gálatas 5:13) No caso, não se deve usar a liberdade
cristã como pretexto para não ofertar ou justificar dar menos que o dízimo. Pois a
justiça do cristão deve exceder a dos legalistas como os escribas e fariseus da época
do Novo Testamento e não ficar aquém.
1. O legalismo, que ensina que o cristão ainda está debaixo da lei Mosaica e...
2. O extremo de se pensar que o cristão está sem nenhuma lei e que pode fazer
o que bem entende.
Paulo, nos primeiros versículos de Romanos 8, ensina que a lei do Espírito da vida,
em Cristo Jesus, nos livrou da lei do pecado e da morte. Ou seja, não estamos mais
sujeitos a lei do AT, mas devemos ser guiados pelo Espírito Santo. É bom que não se
confunda o fato de não estarmos mais debaixo da lei como se isto significasse a
mesma coisa que estar contra os preceitos da lei. Pois, o próprio Paulo ensina que os
mandamentos da lei são santos, puros e bons (Rm 7.12). O problema da lei não
reside nos mandamentos em si, mas no homem que é incapaz de cumpri-los
totalmente (Rm 7.14). A lei não serve para conduzir o homem a Deus, mas para
revelar o quanto o homem está distante de Deus (7.13). É neste sentido que Paulo
diz que a lei serviu de aio (ama seca ou tutor. Gl 3.24), conduzindo o homem à
graça misericordiosa do Evangelho de Cristo que concede perdão e esperança até
mesmo ao mais pervertido dos pecadores, que, arrependido, aceita a oferta da
salvação.
Portanto, Paulo não é contra a lei de Deus, mas é contra o sistema que usa a lei
como um caminho para o céu. Paulo não é contra as boas obras, mas contra a idéia
de que o homem pode ser salvo através das obras. A questão mais uma vez não
reside nas obras em si, mas no lugar delas. Paulo ensina que o cristão é salvo pela fé
e graça para as boas obras (Ef 2.8-10). Não pelas obras, mas para as boas obras.
Jesus e seus apóstolos esperavam que os cristãos, que estão debaixo da graça,
viessem a superar em justiça e boas obras aqueles religiosos que estão debaixo da
lei, com a diferença de que, como cristãos, não fazemos isto para sermos salvos,
mas porque já fomos salvos; não para alcançarmos a Deus, mas porque fomos
alcançados por Ele; não para chegarmos ao céu, mas porque o céu desceu a nós, e
assim por diante. Nós o amamos, porque Ele primeiramente foi quem nos amou (1
Jo 4.19). Cheios do Espírito Santo, com o amor de Deus no coração (Rm 5.5), o
cristão acaba cumprindo a lei, pois o cumprimento da lei se dá através do amor (Rm
13.10). Aquilo que era impossível acontecer através da carne, ou seja, da pura
vontade humana, agora se faz possível através da lei do Espírito e da Vida, que
possibilita ao homem um andar não segundo a carne e suas paixões, mas conforme
o Espírito.
Tudo isto para dizer que o cristão não está debaixo da lei, mas sim debaixo do amor
de Deus. Por causa deste amor de Deus por nós e em nós é que somos capazes de
amá-lo sobre todas as coisas e de amar ao nosso próximo como a nós mesmos.
Neste amor e graça, cheios do Espírito Santo, buscamos agradar a Deus em tudo.
Aplicando isto a questão dos dízimos e ofertas, concluo dizendo que, o cristão não
está debaixo da lei do dízimo assim como não está debaixo de nenhum outro
mandamento do Antigo Testamento como caminho para sua salvação. No entanto, o
preceito do dízimo também é santo, puro e bom, assim como os mandamentos de
não matar, não roubar e de honrar pai e mãe.
Veja que o princípio elementar do dízimo é justo, pois faz com que cada um
contribua de maneira proporcional com o que ganha. Contribuir de maneira
proporcional ao seu ganho é um princípio reafirmado no Novo Testamento (1 Co
16.2). Faço questão de ressaltar o fato deste princípio ser reafirmado no Novo
Testamento, assim como também de destacar a frase de Jesus que diz que não
devemos omitir a prática de dizimar, lembrando que nós devemos ensinar a guardar
tudo o que Jesus nos ordenou (Mt 28.19).
Como ofertar: