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Considerações Teóricas Do Direito Urbanístico Contemporâneo e A Função Social Da Cidade
Considerações Teóricas Do Direito Urbanístico Contemporâneo e A Função Social Da Cidade
pblico, pois considera as relaes que tem como titular o Poder Pblico, resguardando
o interesse coletivo.
Salienta-se que o Direito Urbanstico ordena a propriedade urbana
garantindo a funo social determinada pela Carta Constitucional de 1988, garantindo o
pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e a garantir o exerccio do direito
cidade por todos os que nela habitam.
Lefebvre (1991, p. 116) afirma que o direito cidade "no pode ser
concebido como um direito de visita ou de retorno s cidades tradicionais. S pode ser
formulado como direito vida urbana, transformada, renovada". Desse modo, a
habitao figura no rol das necessidades mais bsicas do ser humano. Para cada
indivduo desenvolver suas capacidades e at se integrar socialmente, fundamental
possuir moradia. Alm disso, o direito moradia integra a dignidade da pessoa humana
que conforme Saule (2004, p. 149):
A dignidade da pessoa humana como comando constitucional ser observada
quando os componentes de uma moradia adequada forem reconhecidos pelo Poder
Pblico e pelos agentes privados, responsveis pela execuo de programas e projetos
de habitao e interesse social, como elementos necessrios satisfao do direito
moradia.
Logo, no h dignidade sem moradia, sem condies de habitao, sem
instrumentos urbanos que garantam a circulao, o lazer e o trabalho. O Direito
Urbanstico fundado, ainda, no princpio da igualdade. O princpio da igualdade do
cidado perante a lei, consagrado na Constituio Federal do Brasil no artigo 5, caput.
Assim, um direito fundamental do cidado brasileiro.
Silva (2010, p. 31) afirma que Direito Urbanstico, que tem como finalidade
a disciplina do comportamento humano relacionado aos espaos habitveis, ou seja,
trata-se de uma arte e tcnica social de adequar o espao fsico s necessidades e
dignidade da moradia humana (SILVA, 2010, p. 31).
Logo, a habitao segura, estruturada, acessvel e coesa legalmente dignifica
o homem e torna-se uma responsabilidade do poder pblico e dos agentes privados
competentes viabiliz-la da melhor forma possvel para que os cidados integrem o seio
social.
Assim, para assegurar o pleno desenvolvimento das funes sociais da
cidade e garantir o bem-estar dos habitantes tornou-se necessria a elaborao da lei
10.257/2001, ou Estatuto da Cidade, que estabelece diretrizes gerais da poltica urbana,
conforme previso constitucional nos Arts. 21, XX, 182 e 183.
5. ESTATUTO DAS CIDADES
A lei n 10.257, de 10 de julho de 2001, representa um grande avano para o
Direito Urbanstico, visto que, regulamenta o Captulo de Poltica Urbana da
Constituio Federal (Arts. 182 e 183), passando a vigorar em 10 de outubro de 2001.
<http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/Anais/Edson%20Ricardo%20Saleme.pdf
>. Acesso em: 03 jan. 2012.
SAULE. N. J. A Proteo Jurdica da Moradia nos Assentamentos Irregulares.
Porto Alegre. Sergio Antnio Fabris. 2004.
SILVA, J. A. da. Direito Urbanstico Brasileiro. 6 ed. So Paulo: Malheiros. 2010.