No inicio, o Homem conseguia, memorizar, quase toda a informação de que
precisava. No entanto, a quantidade de informação a que fomos progressivamente obrigados a reter, tornou-se demasiada e houve a necessidade de criar “memória artificial”. Durante muitos anos os livros tiveram essa missão, mas foram cedendo para o computador. Além de reter maior informação, facilitava a procura de algo em concreto. Este pequeno grande objecto tornou-se o centro das nossas vidas, globalizou comportamentos e modos de vida e, hoje, ninguém admite - não ter um. A evolução da informação ultrapassou a própria tecnologia. As tecnologias da informação e comunicação, em especial o computador, passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia seja no trabalho, no lazer e, mais recentemente, na escola. Significam novos modos de aprender e ensinar, utilizadas como ferramentas pedagógicas. A introdução de novos recursos na escola sempre causou alguma aversão, contudo, não podemos ignorar que para muitos, a escola é a única porta de acesso ao conhecimento. Ela representa a possibilidade dos alunos acederem aos novos recursos tecnológicos. A utilização destes recursos informáticos possibilita aos alunos e professores um papel de críticos, criativos e construtores de seu próprio conhecimento. As tecnologias da informação e comunicação podem potencializar algumas mudanças que resultem numa educação de qualidade. Contudo, a simples utilização do computador nem sempre garante abordagens inovadoras no processo de ensino- aprendizagem, pois o uso do computador e os recursos das T.I.C a ele associados podem acontecer de forma rotineira. Isto é, para tornar mais fáceis as rotinas o computador é utilizado como “máquina de ensinar”, repetindo os mesmos erros, característicos do ensino tradicional. Apesar das alterações nos hábitos de ensino, não se pode afirmar que as T.I.C. vieram substituir a leitura e escrita tradicionais: de certo modo até acentuam a sua importância, já que constantemente se lê e escreve no écran do computador. Simplesmente, moldam-nas a formas mais condensadas e definidas, onde a apresentação do texto adquire uma maior importância. Além da excelente capacidade de comunicação, as T.I.C. revelaram-se igualmente imprescindíveis no tratamento e organização da informação, pela integração de ferramentas relativas ao processamento e tratamento de texto, organização de dados, desenhos, resolução de cálculos e construção de simulações. A Escola incluiu as T.I.C nos seus currículos, com o objectivo de formar indivíduos capazes de construir o seu próprio conhecimento, e integradora de todos os alunos, considerando não só as suas necessidades individuais mas também a forma como constrói as suas aprendizagens. “ O uso da informática na educação através de softwares educativos é uma das áreas da informática na educação que ganhou mais terreno ultimamente. Isto deve-se principalmente a que é possível a criação de ambientes de ensino e aprendizagem individualizados (...) somado às vantagens que os jogos trazem consigo: entusiasmo, concentração, motivação, entre outros.” (Passerino, 1998) As T.I.C. e os ambientes multimédia por elas proporcionados constituem a trave- mestra no processo de mudança da Escola em Portugal, a acção educativa reside na aprendizagem permanente e, não na transmissão de saberes. E será esta nova Escola que estará na base da Sociedade de Informação – a sociedade do Conhecimento e da Aprendizagem. Não basta que os professores se limitem a transmitir conhecimentos, têm de os ensinar a pesquisar O professor deve privilegiar ambientes criativos de aprendizagem caracterizados pelo desenvolvimento de estratégias de ensino flexíveis em que o aluno, interagindo com o computador, ou com os outros alunos, procura executar tarefas de aprendizagem e resolver problemas. Mas utilizar pura e simplesmente o computador na sala de aula, não significa que ele esteja a ser usado como meio para a aquisição de conhecimentos, capacidades e atitudes. Para que isto aconteça, é necessário que esteja inserido num ambiente de ensino activo. Mas não só, ou talvez mesmo em primeiro lugar, é necessário que os professores tenham conhecimento da eficácia dos programas, características técnicas, área curricular e nível de ensino, objectivos, dados sobre a sua eficácia relativamente a outro método alternativo - para que tenham a oportunidade de usar este potente meio de ensino - aprendizagem, tirando o máximo partido das suas potencialidades e permitindo aos alunos serem eles os principais actores, num cenário que eles próprios, dentro do possível, construam. E dentro deste contexto devem servir para ajudar os professores a sentirem-se mais profissionais. Se considerarmos o professor como um comunicador por excelência não o poderemos dissociar dos meios que tornam a comunicação mas fácil. O professor tem que conhecer, compreender e integrar correctamente estes meios (o computador e as T.I.C) na sala de aula. O maior desafio que hoje em dia se põe ao professor é encontrar um equilíbrio que lhe permite uma adaptação ao seu novo papel como educador. A mudança que naturalmente se devia operar nos professores com o aparecimento dos novos meios, não aconteceu, antes pelo contrário, pareceu intimidar os professores. A tecnologia põe hoje à disposição do educador um arsenal de recursos, só tem de escolher a melhor altura para os aplicar na sala de aula. A atitude do professor em relação às novas tecnologias deve ser de abertura, só assim conseguirá ultrapassar as suas dificuldades, enriquecer as suas práticas Pedagógicas e conseguir bons resultados com os seus alunos. Hoje, o mundo apresenta-se globalizado e integrado de tal forma que tecnologias como computador ganham cada vez mais espaço e tornam-se, a cada dia que passa, imprescindíveis instrumentos para a aquisição de informações. Portanto, o professor deve procurar conhecer e dominar essas tecnologias, desta forma estará em pé de igualdade com os alunos que, na sua grande maioria, tem acesso a estes recursos, que acabam por colocá-los na condição de alunos bem informados. E se o professor não se renovar para entender esse “novo” aluno, vai acabar por ficar “ultrapassado”.
Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º CEB