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Introdução:
O final do 2.º milénio foi marcado por uma revolução tecnológica, a qual originou
uma nova forma de relacionamento entre a Economia, o Estado e a Sociedade.
Contudo, as alterações do final do século passado não foram só ao nível
tecnológico, económico e social, existiram também alterações ao nível da
geopolítica mundial, bem como uma disseminação do risco nuclear, por outros
pontos do globo.
Pode-se afirmar que as redes moldam a vida dos indivíduos mas, ao mesmo tempo
são moldadas por elas próprias, em virtude destas interacções ocorreram fortes
mudanças sociais. As quais resultaram de uma evolução dos processos de
transformação tecnológica, nomeadamente com uma importante redefinição das
relações entre as mulheres, homens e crianças.
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De igual modo, é possível verificar que os sistemas políticos foram abalados por
uma crise estrutural, verificando-se a existência de um novo reordenamento social,
sendo que a identidade é, muitas vezes, considerada a principal fonte de
significado.
Os indivíduos organizam-se não em torno do que fazem, mas em torno do que são
ou daquilo que acreditam ser, ligando-se a redes globais de trocas instrumentais.
Mas a tecnologia deve ser abordada de uma forma séria, tendo em conta quer o
espaço em que ocorre o desenvolvimento tecnológico, quer o tempo, ou seja o
desenvolvimento tecnológico deverá sempre ser localizado no contexto em que
ocorre.
Manuel Castells defende que a metodologia a utilizar para analisar estas alterações
não permite concluir que as novas formas e processos sociais surjam como
consequência da revolução tecnológica.
Importa pois referir que nos trabalhos de Fernand Braudel encontra-se patente que
nem a tecnologia determina a sociedade, antes pelo contrário incorpora-a, nem a
sociedade determina a inovação tecnológica.
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Sem dúvida que a tecnologia expressa a capacidade de uma dada sociedade em
impulsionar o domínio tecnológico, por intermédio das suas instituições sociais,
inclusivamente pelo Estado.
Não pode ser ignorado que a última revolução tecnológica não só teve origem como
se difundiu num período histórico de restruturação global do capitalismo.
Sociedade em Rede
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No entantoconsidera-se fundamental que o sistema económico actual, seja
repensado, tornando-o num sistema económico racional, que tenha como
prioridades fundamentais a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento
económico sustentável.
No seio deste meio complexo está a ser construída a sociedade em rede, a qual
permite que os indivíduos se conectem através de uma rede, independentemente
do lugar onde se encontrem, bastando, para tal, ter acesso à rede mundial de
computadores.
Segundo Manuel Castells, “as redes globais conectam, mas mantêm as sociedades
desconectadas. O ser, individual ou colectivo, excluído do global exclui o global e
reciprocamente refaz sua identidade”.
Todos os indivíduos podem ser considerados actores sociais numa sociedade global,
na medida em que contribuem para a formação da sociedade em rede, mesmo que
não tenham acesso imediato à rede mundial de computadores.
Para tal, será necessário existir um compromisso por parte dos países mais
desenvolvidos em ajudar financeira e tecnologicamente os países menos
desenvolvidos tendo como objectivo fundamental a criação das condições mínimas
ao nível das infra-estruturas.
Na sociedade em rede, pode-se dizer que existe uma redefinição dos papéis sociais,
surgindo novos agrupamentos de identidades primárias: religiosas, étnicas,
territoriais e questões de identidade.
Segundo Manuel Castells, um dos grandes problemas é a ruptura e a falta
comunicação.
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Manuel Castells em “A Galáxia da Internet” refere-se ao conceito de comunidades
virtuais apresentado por Wellman (2001) referindo que “comunidades são redes de
laços interpessoais que proporcionam sociabilidade, apoio, informação um senso de
integração e identidade social”.
Conclusão:
Interessa assim entender que existe uma relação empírica entre modos de
produção e modos de desenvolvimento.
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Manuel Castells defende “que as sociedades são organizadas em processos
estruturados, por relações historicamente determinadas de produção, experiência e
poder”.
É neste cenário teórico que Castells enquadra a nova estrutura social, a qual está
associada a um novo modo de desenvolvimento – o informacionalismo.
Importa aqui referir, que Castells, parte de uma definição bastante simples de rede,
entendo como tal, um conjunto de nós interligados mas que pela sua
maleabilidade e flexibilidade constitui uma ferramenta de grande utilidade para dar
conta da complexidade da configuração das sociedades contemporâneas sob o
paradigma informacional.
Castells refere na sua obra que as redes são estruturas abertas capazes de se
expandir de forma ilimitada, integrando novos nós, desde que estes consigam
comunicar dentro da rede, ou seja, desde que partilhem os mesmos códigos de
comunicação.
Uma estrutural social que assente em redes constitui um sistema aberto altamente
dinâmico susceptível de inovação, sem que existam ameaças ao seu equilíbrio.
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Bibliografia: