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Bike de competição é pra competir.

Grupos muito sofisticados tem uma


precisão fantástica e trabalham em condições bem extremas, e quadros de
ligas mirabolantes têm além do peso reduzidíssimo um equilíbrio diferente
na questão da flexibilidade/rigidez em partes específicas do quadro... em
suma, coisa de louco... que no final das contas com certeza faz diferença
para quem está lutando por segundos de vantagem sobre um outro
competidor.

Por outro lado, são destinados a competidores de ponta, com bons


patrocinadores e tal (ou então gente com muita grana sobrando), e não
tem, como errôneamente se pensa, pretensão de durarem. Pelo contrário,
são feitas para uma temporada ou menos.

Por outro lado, bikes muito simples deixam a desejar quando se começa a
imprimir um pouco mais de desempenho nos pedais.

Se a gente está em um grupo que roda em uma velocidade mais baixa, em


trilhas curtas e sem tantas pirambas, uma bike 21v de 20kg e menos de
1000 reais resolve bem (é bom saber também regular o câmbio e o freio,
desempenar uma roda, etc). No cicloturismo, que o tempo é uma prioridade
menor, bicicletas como a veterana caloi 10, com poucas alterações, manda
benzaço!

Mas quando se pensa em realmente começar a baixar o tempo em que se


faz uma determinada distância... aí acaba-se admitindo que alguns
investimentos fizeram diferença, ainda que não sejam nem de perto os
investimentos em competição profissional.

Uma bike melhor configurada vai fazer diferença sim, se a pessoa quer
andar um pouco mais forte e não simplesmente fazer um passeio. Fora o
conforto.

O quadro é a alma da bike. A geometria vai determinar se ela é uma


escaladora ou se vai ter mais agilidade em descidas. O peso, o material e o
trabalho que ele desempenha durante a pedalada (existem quadros mais
rígidos - que não “mexem”, tipo "entortar e voltar" mesmo - quase nada
durante os esforços da pedalada, e isso dá uma personalidade ao quadro, e
outros bem mais flexíveis, que trabalham muito, e aí o estilo da bike muda
completamente).

Dessa forma, um quadro xing-ling que copia exatamente a geometria dos


quadros mais afamados não vai conseguir copiar a parte da flexibilidade, do
peso e da resistência (que pra tentar igualar precisa usar quase 50% mais
de material), vai fazer uma razoável diferença no final das contas.

Além disso, as peças OEM são mais em conta que as vendidas no varejo, e
eu acho que comprar uma bike montada, pronta, é mais em conta do que
montar uma IGUAL. Uma bike como a última que comprei, se for pra
comprar as peças separadas, sai bem mais cara. Trocando alguns detalhes
pode até ficar mais em conta (raios, corrente, guidom, pedal, avanço do
guidom, selim, pneu... nem vou falar de quadro xing-ling pois já falei disso
acima), mas no final das contas, esses “detalhes” reunidos fazem uma
diferença do caramba no peso e na qualidade da bike.

Assim, bikes de grande tradição como Cannondale, Giant, Scott, Specialized


e Trek (etc...), são um diferencial sim. Existem outras marcas mais raras,
mas tão boa quanto ou às vezes melhores, como a Santa Cruz (etc...). Boas
marcas estão na cola, como Kona, Merida, Sundown (etc...).

No caso do amigo, entre duas bikes com componentes e preços muito


semelhantes, uma Scott e outra Kona... eu tinha duas opções: 1) ou eu
comprava a Scott pela tradição, ou então 2) chegava pro lojista da Kona,
dava uma boa chorada, comparava com a Scott, e via se comprava com um
descontinho ou uns brindes bons e saía igualmente satisfeito.

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