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História, Cultura e
Linguística da Libras e
dos Surdos
tema1
Aspectos Históri-
cos, Conceituais e
Sociais
Atualmente, a língua de sinais vem se tornando cada
vez mais popular, mas será que sabemos realmente
tudo sobre os surdos e qual a verdadeira importância
da Libras (Língua Brasileira de Sinais)?
Língua oral-auditiva
Língua visual-espacial
Linguagem
São formas de comunicação sem re-
gras ou gramáticas próprias. Tudo é válido
para que a informação seja passada para
se expressar, sejam ideias, sentimentos ou
modos de comportamento. Este sistema
serve como meio de interação entre indiví-
duos em grupos ou meio familiares. A lin-
guagem própria de uma pessoa ou familiar não é uma língua, pois,
permite várias interpretações e se restringe a um pequeno grupo
que se comunica de forma visual, auditiva ou tátil.
16 Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
Surdo-Mudo
Audição Impedida
Ainda não é o termo correto. Esse rótulo novamente enfatiza
o que uma pessoa surda não pode fazer, ao invés das coisas infinitas
que eles podem fazer.
19
Tema 1
Aspectos Históricos, Conceituais e
Sociais
Surdo
Está aí a terminologia mais adequada.
Interpretação Simultânea
Interpretação Intermitente
Interpretação Consecutiva
Tradução
A tradução é um pro-
cesso de alterar palavras, tex-
tos, músicas ou falas de uma
língua para outra.
Leitura Complementar
DD INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS – (INES).
[Online]. Disponível em: <http://www.ines.gov.br>. Acesso em:
30 maio. 2017.
Para Refletir
Nesse conteúdo conhecemos todas as termi-
nologias ligadas às pessoas com surdez e os
conceitos relacionados a sua língua materna, mas você
consegue descrever corretamente qual é a melhor maneira de classifi-
car esta pessoa? E sua língua natural, a Libras, seria realmente a sigla
que boa parte de nossa população diz? É correto falar que Libras “é a
linguagem dos surdos mudos”!?
26 Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
1.2
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DOS SURDOS E DA LÍNGUA DE
SINAIS NO MUNDO
Libras não é universal, o que significa que cada país possui sua
própria língua de sinais, desenvolvida através de influências históri-
cas e culturais locais e dentro de um único país como o próprio Brasil,
há sinais que mudam de região para região e as vezes ainda de cidade
para cidade em um mesmo estado.
Congresso de Milão
Embora a língua de sinais tenha se tornado usual em todo o
mundo, defensores do método oralismo defendiam que os surdos
deveriam aprender a oralização para compreender e se incluir plena-
mente na sociedade.
Comunicação Total
Em 1970, surgiu uma nova filo-
sofia para a educação de surdos,
que agrupou vários métodos edu-
cacionais, a “Comunicação Total”.
Leitura Complementar
DD O Milagre de Anne Sullivan. [Online] Direção: Arthur Penn. Pro-
dução: Fred Coe. 1’18” min, color. Disponível em: <https://youtu.
be/9Zqn_pHoni0> Acesso em: 15 maio. 2017.
Para Refletir
Ouvir pessoas associando surdez como
uma falta de capacidade mental ou mesmo
como ‘loucura’, era comum nos tempos antigos.
Hoje, os surdos estão cada vez mais capacitados, com
ótimos acessos a sociedade e sua língua tem sido frequentemente
debatido.
1.3
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS DOS SURDOS E DA
LÍNGUA DE SINAIS NO BRASIL
01
O primeiro aparelho auditivo que se Se quiser conhecer to-
tem registro foi criado em 1830, chamado dos os aparelhos auditi-
vos desde a sua criação
de “trombeta auditiva” que, aos poucos, e na e a linha do tempo desta
necessidade de diminuir o tamanho deste evolução, acesse o site
<http://www.museudo-
aparelho auditivo foi se modernizando gra- aparelhoauditivo.com.
dativamente até o fim dos anos 40, quando br> e transite por toda
essa história.
surgiram os primeiros aparelhos a pilha no
próprio aparelho.
Cultura surda
Identidade surda
STROBEL (2008, p. 29) descreve a identidade surda como: “O
surdo, aceita-se como surdo, sabe que é surdo, e assume comporta-
mentos de pessoas surdas.” Dentre os diversos tipos de identidades
surdas temos:
Surdos Híbridos
DD Pessoas que ficaram surdas após o nascimento até desenvolver
uma linguagem (entre 0 – 3 anos de idade);
DD Utilizam muito da tecnologia.
Surdos Flutuantes
DD Surdos que não tem contato com a comunidade surda;
DD Tem resistência a LIBRAS;
DD Geralmente são surdos bilíngues;
DD Não utilizam das tecnologias dos surdos.
Surdos Embaraçados
DD Não consegue dominar a oralização;
DD Não sabe LIBRAS;
DD São analfabetos.
Surdos Diáspora
DD Divergem no regionalismo;
DD Sentem dificuldades quando mudam de estado ou região.
44 Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
Surdos Sinalizadores
DD Utilizam unicamente a Libras como meio de comunicação;
DD Lutam por conquistas de sua comunidade;
DD Necessitam de Intérpretes.
Surdos Oralizadores
Surdos Sinalizadores
45
Tema 1
Aspectos Históricos, Conceituais e
Sociais
Sinal Próprio
Quando conhecemos alguém, logo fa-
lamos e nome ou se não conhecemos,
perguntamos seu nome. O sinal pró-
prio serve para que, todas as vezes que
quisermos nos referir àquela pessoa
na comunidade surda, tenhamos um signo, um batismo que nos re-
presenta, assim, denominado “Sinal Pessoal” ou “Sinal Próprio”.
Esse sinal pessoal deve ser indicado sempre por um surdo e nun-
ca por um ouvinte. Uma vez recebido o sinal, não mais se pode trocar.
Comemorações
Em 1857, exatamente no dia 26 de setembro3 foi inaugurada
a primeira escola de surdos no Brasil, hoje INES. Assim então, ficou
determinado no calendário brasileiro como
03
o “Dia Nacional dos Surdos”. Essa data é
Neste dia, procure a
sempre lembrada pelas lutas em busca de associação de surdos ou
melhorias principalmente em relação a dig- escolas inclusivas mais
perto de sua casa e par-
nidade e cidadania. Já o “Dia mundial do ticipe dos movimentos
Surdo” determinado pela Federação Mun- que acontecerão. Este é
um ótimo momento de
dial de Surdos, é celebrado no dia 30 de contato e fluência com
setembro. E o dia mundial das línguas de surdos e a língua.
Leitura Complementar
DD Coisas que os Surdos não gostam. [Online]. 13 min, color. Disponí-
vel em: <https://youtu.be/7A6YkwGRyP0> Acesso em: 15 maio.
2017.
Esse curta metragem fala sobre uma menina surda que se prepara
para um concurso de música e por diversas vezes sofre discrimina-
ções e agressões. Com o apoio de seu treinador, também surdo, con-
segue superar e se apresentar com seu precário violino restaurado,
sendo aplaudida de pé.
Para Refletir
Os surdos têm uma cultura própria, des-
se modo, certamente você já deve ter
visto surdos conversando ou já conver-
sou com eles e, percebeu que eles utilizam
as expressões faciocorporais a todo o momento em
sua comunicação e interação. Assim, convido a você listar diversas
palavras referentes a sentimentos e contextos que necessitam de ex-
pressões e pratique-as em frente ao espelho.
50 Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
1.4
ASPECTOS BIOLÓGICOS E SUAS DEFINIÇÕES
Neste conteúdo você terá a oportunidade de conhecer melhor o
sentido que nos auxilia na linguagem e na fala, além de compreender
as funções básicas da audição, como: as causas e períodos da surdez,
classificações, consequências, prevenções e formas de detecções.
Formação do Ouvido
O ouvido é um órgão avançado e muito sensível do corpo hu-
mano. Sua função é manter nosso senso de equilíbrio e traduzir sons.
Ouvido externo
É constituído pelo pavilhão auricular, conduto auditivo e pela
membrana timpânica. Essas estruturas são responsáveis pela captação
e condução dos sons.
Ouvido médio
Nela encontramos os ossículos, ou seja, os três menores ossos
do corpo humano: martelo, bigorna e estribo. A orelha média é res-
ponsável pela transformação da energia sonora em energia mecânica
e pela proteção da orelha interna de sons mais intensos.
52 Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
Ouvido interno
Causas da surdez
As perdas auditivas podem ter diversas origens, seja por formas
congênitas ou adquiridas e em diversas fases da vida. Para conhecer
as causas da surdez, teremos como auxílio os sites (www.abcdasaude.
com.br) e (www.otorrinousp.org.br).
Pré-parto
As causas pré-parto são aquelas ocasionadas antes do nas-
cimento, quando a mãe ainda está gestante e a principal causa é a
55
Tema 1
Aspectos Históricos, Conceituais e
Sociais
Pós parto
As causas pós-parto direcionam a surdez quando o bebê já nasceu.
Alguns especialistas dizem que pode haver algumas ocorrências durante o
parto, mas, que a surdez venha a ser detectada somente após alguns dias.
É neste período em que ocorrem as maiores ocorrências, destacamos:
05
DD Amamentação5: o bebê faz ingestão Para evitar a surdez por
do leite deitado sem qualquer incli- este meio é muito sim-
ples: basta não cortar
nação. O leite passa pela Trompa de o bico da mamadeira
Eustáquio e chega ao ouvido médio, e dar uma pequena
inclinação no bebê ao
provocando uma otite média; amamentar.
Surdo-cegueira
É uma deficiência múltipla que apresenta perda da audição e da
visão simultaneamente, não necessariamente perdas completas, mas
impossibilita o uso destes sentidos, criando necessidades de comuni-
cação e causa dificuldades na conquista de metas educacionais, voca-
cionais e sociais.
Classificação:
DD Surdo cegueira total;
Tipos:
DD Cegueira congênita e surdez adquirida;
Causas:
DD Prematuridade;
DD Síndrome de West;
DD Retinose pigmentar;
DD Síndrome de Usher;
DD Consanguinidade.
Fatores de risco:
DD Doenças como rubéola, sarampo e meningite;
DD Infecções hospitalares;
DD Gravidez de risco;
07
Independente do tipo e
Período verbal da surdez o grau de surdez de um
indivíduo. É essencial
que ele aprenda a
O período7 verbal da surdez é a épo- Libras assim que for
ca em que um indivíduo perde a audição, detectado a surdez,
se assim feito, ele terá
assim, são classificados em pré-verbal ou um melhor desenvol-
pós-verbal, independente do grau auditivo. vimento na comu-
nicação, interação e
aprendizado escolar.
Surdez Pré-verbal:
É o surdo que nasceu ou perdeu a audição antes mesmo de
desenvolver a linguagem.
Leitura Complementar
DD Reação de surdos voltando a ouvir. [Online]. 2” min, color. Dispo-
nível em: <https://youtu.be/4sIpDxpY074> Acesso em: 15 maio. 2017.
Para Refletir
As vezes afirmamos: “É muito difícil nascer
ouvinte!”
Resumo