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Funções da 

Linguagem
Quando um cientista descreve a Lua, submete-a a uma interpretação impessoal,
científica ou meramente informativa.             Por outro lado, um poeta, ao descrever o
mesmo astro, imprime a suas impressões um caráter emocional, consoante a
subjetividade de suas sensações. Assim, enquanto para o cientista a Lua é “o satélite
natural da Terra”, para o poeta seria “uma inspiração romântica, idealizada ou
melancólica”.

Desse modo, tem-se as funções da linguagem que apontam as mensagens para um ou


mais elementos da própria comunicação.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Ao elaborar um texto, o redator precisa ter em mente que a mensagem é direcionada a


um leitor que dele inferirá juízos, segundo ótica interpretativa própria.

Seja um texto literário ou escolar, a redação sempre apresenta uma pessoa que a
escreve, o emissor, e alguém que a lê, o receptor. O que o emissor escreve chama-se
mensagem. O elemento condutor denomina-se canal. Os fatos, evidências, vivências ou
juízos constituem o referencial. A língua que o emissor utiliza constitui o código
metalingüístico.

Elementos Funções
Contexto Referencial
Emissor Emotiva
Receptor Conativa
Canal Fática
Mensagem Poética
Código Metalinguística

1. REFERENCIAL – também chamada de Cognitiva, Informativa ou Denotativa


privilegia o contexto impessoal (na terceira pessoa). O emissor tem a intenção de
informar sem envolvimentos passionais, constituindo-se, assim, na linguagem das
redações argumentativas (concursos e vestibulares), das narrações não- fictícias e das
descrições objetivas. Está presente também em teses científicas, em textos jornalísticos,
em redações oficiais e comerciais.  Exemplos:

1) Texto jornalístico: A justificativa, em tom de alerta, vem do discurso taxativo do


engenheiro José Édison Parro, 60 anos, presidente da Associação de Engenharia
Automotiva: “A maioria dos carros da frota nacional, apesar da renovação dos últimos
anos, não se encontra em perfeito estado. Isso aumenta a incidência de antigos
problemas e, consequentemente, o risco de acidentes”. ((Alexandre Carauta e Anderson
Vieira, Trecho de artigo publicado no caderno Carro e Moto, 23/06/2001)

2) Redação Oficial – Parecer:

Conclusão
Considerando-se a importância da participação da professora Jupira da Silva dentro do
projeto global que o professor Cremilço Pereira pretende desenvolver para otimizar o
trabalho da Editora da Universidade Federal de Brasília e a perfeita adequação do
projeto em apreciação a Resolução nº44/CEPE/96 que regulamenta as atividades de
extensão, recomenda-se ao colegiado a aprovação do projeto em pauta.

Rio Grande, 12 de outubro de 1999.

Nelson Maia Schocair

Relator

2. EMOTIVA – essa função tem a ênfase centrada no emissor (texto em primeira


pessoa), em suas emoções e atitudes. Também chamada Expressiva ou Exteriorização
psíquica é representada por interjeições adjetivas e agressão verbal (insultos, injúrias) e
signos de pontuação – exclamações e reticências. As canções populares, os cordéis, as
novelas, as poesias pertencem a essa unidade lingüística funcional. Exemplos:

a) “É gente humilde que vontade (eu sinto) de chorar.” (Chico Buarque)

b) “Todos os dias quando (eu) acordo, / (eu) não tenho mais o tempo que passou.”
(Legião Urbana)

c) “Não adianta nem tentar me esquecer…” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

3. CONATIVA – também denominada Apelativa, busca mobilizar a atenção do


receptor, produzindo evocação, ordem, apelo. Pode ser Imperativa, característica da
propaganda, das sentenças ou Volitiva, revelando desejo, vontade. Exemplos:

1) Imperativa

“Respire futebol

Coma futebol

Beba Coca-Cola”

2) Volitiva

“Quero ficar no teu corpo feito tatuagem…” (Chico Buarque)

4. FÁTICA – a ênfase é centrada no canal a fim de que se mantenha a conexão entre os


falantes. Exemplos:

“Bom dia!” – “Oi!” – “Alô!”

Obs.: Embora característica da linguagem oral, na música popular também aparece:

“Eu ligo o rádio


e blá – blá

BIá-bIá-bIá-bIá

Eu te amo.”                (Lobão)

——————————-

“Blá-blá-blá.-blá

blá-blá-blá-blá-blá

Ti-ti-ti-ti

Ti-ti-ti-ti-ti

Tá tudo muito bom, bom!

Tá tudo muito bem, bem!” (Blitz)

5. POÉTICA – função que aparece em todas as composições artísticas: cinema, teatro,


pintura, poesia, literatura, fotografia, música – em textos em verso ou prosa, com o fim
de obter efeito estético por intermédio de linguagem especial:  figuras, desvios de
normas e neologismos. Exemplos:

1) Literários:

“Uma tigresa de unhas negras

e íris cor-de-mel

uma mulher, uma beleza

que me aconteceu.” (Caetano Veloso)

“Amor é fogo que arde sem se ver

é ferida que dói e não se sente

é um contentamento descontente…” (Luís de Camões)

2) Jornalístico:

A coleção de aparatos eletrônicos que recheiam os automóveis do novo milênio mostra


se, no Brasil, insuficiente para manter os modelos usados imunes a virose banais e
teimosas (faróis desregulados, rodas desalinhadas, suspensão deficiente, etc.), Pior: a
vacina ou seja, a revisão periódica- custa caro para a maioria dos proprietários e
usuários de automóvel rio país. (Alexandre Carauta e Anderson Vieira, Trecho de
artigo publicado no caderno Carro e Moto, 23/06/2001)
6. METALINGUÍSTICA – é a função dicionarizada ou imaginativa que visa à
tradução do código. É a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. Um
livro que vira filme, uma pintura que mostra o artista executando a tela, uma poesia
revelando o próprio ato de escrever constituem exemplos de metalinguagem. 
Exemplos:

1) Imaginativa:

“O homem é uma ilha cercada de mediocridade por todos os lados.”

2) Dicionarizada:

Uma ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados.

IMPORTANTE: Raramente se encontram mensagens com apenas um dos tipos de


função.

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