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ALIMENTOS DOS PAIS AO FILHO MENOR

A constituição da obrigação de ambos os pais para o sustento, guarda e educação


dos filhos independe da origem da filiação (biológica ou socioafetiva), presumindo-se a
necessidade em favor dos filhos menores.

No que tange aos filhos, o dever alimentar do pai para com eles cessa com a
superveniência da maioridade.

No entanto, nada obsta que os filhos continuem recebendo os alimentos em


decorrência da relação de parentesco, e não mais em virtude do poder familiar, situação em que
devem postular tal pretensão em ação própria, comprovando as suas necessidades, bem como
as condições do alimentante.

ALIMENTOS AO FILHO MAIOR E INCAPAZ

Os pais podem ser obrigados a pensionar o filho maior de idade em três


situações: filho maior e incapaz; maior e capaz que cursa escola profissionalizante ou
faculdade; filho, maior, capaz e que comprove necessidade (não há mais a presunção de
necessidade, que deverá ser comprovada pelo filho).

ALIMENTOS DOS FILHOS AOS PAIS

O artigo 1.6.96, menciona que o direito à prestação de alimentos é recíproco


entre pais e filhos. Nesse caso basta que o pai comprove necessitar de alimentos, na medida da
possibilidade do filho pagá-los.

ALIMENTOS NO CASAMENTO

A pensão alimentícia para os cônjuges, companheiros é fixada de acordo com o


binômio necessidade-possibilidade, com fundamento no artigo 1694, do Código Civil.

Os alimentos entre os cônjuges são devidos inclusive na constância da sociedade


conjugal ou da entidade familiar, verificado ou não a separação de fato, desde que comprove
que o consorte não está cumprindo com o dever de mútua assistência.

Com o advento da CF de 1988, houve sensível mudança na concessão dos


alimentos, visto que a mulher, com o ingresso no mercado de trabalho, tem condições de se
auto-sustentar. Por outro lado o homem, vem a juízo postular alimentos da ex-mulher. Em
outros termos, quem sempre pensionou, agora está sendo pensionado.

Se a alimentada foi proscrita do mercado de trabalho por incentivo do ex-


esposo, é seu dever prestar alimentos, ainda que se trate de pessoa jovem e graduada em nível
superior. Em tais hipóteses, embora haja a possibilidade de adaptação ao mercado de trabalho,
faltam-lhe as contingências da atualidade, experiência e competitividade. Nesse caso, o ex-
marido deve pensionar a ex-esposa, por certo lapso de tempo (alimentos temporários), para que
a ex-mulher consiga ingressar no mercado de trabalho. Evidente que fica vedado o
comportamento omissivo na profissionalização.
De forma diversa, aquela mulher que ficou em casa cuidando do marido e dos
filhos, não pode e não consegue, mais velha, arranjar um emprego para começar a se sustentar.
Nessas circunstâncias, não há possibilidade do ex-marido deixar de pensionar a então mulher.

Porém, sem direito a pensão, reclamada por mulher saudável, extremamente


jovem, que permaneceu casada por curtíssimo lapso de tempo.

NOVO CASAMENTO

O fato do pai ter contraído novas núpcias não o exime da obrigação alimentar o
menor.

APELAÇÃO CÍVEL. ALIMENTOS. REVISÃO. MINORAÇÃO. ART.


1.699/CC. CONSTITUIÇÃO DE NOVA FAMÍLIA COM NASCIMENTO DE OUTRO
FILHO. Não se verificando no processo que a situação financeira do alimentante tenha sofrido
modificação, tão-só por ter constituído nova família com o nascimento de nova filha não se
referenda a redução da verba que diz com a mantença da alimentanda, que é preexistente.
Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº 70021429477, Oitava Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: José Ataídes Siqueira Trindade, Julgado em 21/01/2008)

APELAÇÃO CÍVEL. FAMÍLIA. REVISÃO DE ALIMENTOS.


MODIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO FINANCEIRA NÃO CONFIGURADA. Cediço é que para
alteração do quantum alimentar mister faz-se a comprovação da modificação da situação
financeira do alimentante. O fato de o alimentante ter constituído nova família não o exime da
obrigação. NEGARAM PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº
70012231437, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Walda Maria Melo
Pierro, Julgado em 27/10/2005)

Investigação de paternidade e alimentos

 A Constituição da República Federativa do Brasil assegura ao filho, com a


filiação ainda não reconhecida, o direito a receber alimentos provisórios, sendo que, se tal
pleito for denegado, estará estabelecendo-se uma discriminação que o texto constitucional não
comporta.

A Conclusão nº 18 do Centro de Estudos, in verbis: “18ª - Alimentos fixados em


sede de ação investigatória de paternidade são devidos desde a data da citação.
(Unanimidade).” E esse entendimento veio consagrado pelo Superior Tribunal de Justiça, que
enuncia expressamente “julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são
devidos a partir da citação” (Súmula 277). Dessa forma, é necessário que sejam fixados os
alimentos provisórios, pois certo que retroagirão a data da citação após a sentença de
procedência.

EXECUÇÃO ALIMENTOS

Quando já se tem uma sentença fixando os alimentos e estes não são pagos pelo
pai ou mãe, é possível sua execução, tanto sob pena de prisão civil como com constrição de um
bem, além do desconto em folha de pagamento.
Se o devedor não pagar, nem se escusar o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo
de 01 (um) a 03 (três) meses. Sempre se pede pelo não pagamento das 3 últimas.

REVISÃO

Quanto se alterarem as condições ou de quem paga ou de quem recebe os


alimentos pode haver pedido de revisão. Caso de desemprego, por exemplo, que não exime o
dever de alimentar, tendo em vista que cabe ao alimentante buscar meios de prover a mantença
a quem lhe é conferido o dever de sustento, mas pode tentar reduzir o seu valor. Não pode
simplesmente parar de pagar, deve pedir a revisão por meio de uma ação. Também em caso de
alguma doença, etc.

ALIMENTOS PAGOS PELOS AVÓS

A jurisprudência orienta que, comprovada a necessidade do alimentando e


verificando-se que o parente mais próximo não possui capacidade financeira para assisti-lo
materialmente, o dever deve recair sobre os outros ascendentes, ainda que em caráter residual,
vejamos:

ALIMENTOS. DEMANDA CONTRA AVÓS


PATERNOS.ADMISSIBILIDADE.OBRIGAÇÃO EM CARÁTER COMPLEMENTAR
EXIGÍVEL NA INSUFICIÊNCIA OU IMPOSSIBILIDADE DO PAI ALIMENTANDO.
SENTENÇA CONFIRMADA.

ALIMENTOS. AVÓS. FIXAÇÃO. – O arbitramento dos alimentos não


prescinde de aferição da possibilidade de quem paga e da necessidade de quem recebe. –
Havendo impossibilidade do pai de prover alimentos à filha, ou se tal verba se mostrar
insuficiente para sua manutenção, devem os avós colaborarem para tal.

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