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O Nome da Rosa

O filme se passa em 1327 na Inglaterra, um período


histórico onde a filosofia e a teologia eram unidas, os
representantes teológicos e filosóficos se encontravam no
clero da Igreja católica. A instituição que na época
mantinha um poder imenso sobe o povo, a igreja era
extremamente ligada ao poder, mesmo que de modo
independente, tendo sobrevivido a varias eras, e sempre
mantendo a mesma força. Podemos dizer que na época a
igreja guardava o conhecimento, a ponto de nem sequer
permitir, como vemos no filme, a leitura de certos livros.
Tudo que os filósofos gregos haviam escrito, dentre outros
filósofos, era guardado apenas por ela. O que acontecia na
época era um controle total de informações, tudo que o
povo sabia ou acreditava era passado pela igreja, e
ninguém ousaria desafiá-la, pois seria considerado um
desafio a Deus, e o desafiador seria julgado pela inquisição.
O povo vivia na pobreza e na miséria, sobre uma ditadura
de medo, existia uma assimetria de informações tão grande
que a maioria das pessoas de dentro da instituição não
sabia o suficiente para sequer racionar. Criavam
explicações fantásticas para tudo, como visto no filme
quando eles atribuem a culpa dos assassinatos ao demônio.
A própria bíblia livro base da igreja não era acessível ao
povo, pois era em latim, e mesmo aqueles que a conheciam
não poderiam ter uma interpretação diferente da igreja.
Basicamente eles viviam em um tempo em que quem
contestasse era visto como herege, e que tudo que a igreja
falava deveria ser considerado uma verdade absoluta. Isso
também acontece com a nossa sociedade, é claro de uma
maneira mais sutil, mas vem acontecendo. Desde pequenos
somos bombardeados com verdades absolutas, como
conceitos de moda e beleza. Por que não ir mais longe? Até
os conceitos de certo e errado, isso tudo já nos é imposto, e
nós não podemos largar se quisermos viver em sociedade.
Outra questão amplamente discutida sobre o filme é o
porquê do nome “O Nome da Rosa”. Existem várias
interpretações, algumas citando o significado da expressão
“O nome da rosa”, outras dizendo que por rosa autor se
referia a personagem feminina que teve relações com abdo,
dentre diversas outras que podem ser achadas na internet.
Eu acredito que venha da ultima frase do livro homônimo
que inspirou o filme. "Stat rosa pristina nomine, nomina
nuda tenemus" frase do poema "De Contemptu Mundi" do
monge Bernardo Morliacense, que pode se traduzir por "A
rosa antiga permanece no nome, nada temos além do
nome". Essa frase nos mostra nomes como conceitos de
coisas reais, ou apenas existências vagas, idéias que não
existem como materiais, que são apenas nomes, e o final
até as coisas que já existem, quando deixam de existir
passam a ser apenas nomes. O nome é tudo que
permanece no final (nada temos alem de nomes). Toda a
obra gira em torno de um livro, que no começo é mostrado
como a penas uma idéia, um nome, depois se transforma
em algo real quando descobrimos o livro, que é destruído
voltando a ser apenas um nome.

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