PREPARATÓRIO PARA OAB

DISCIPLINA: PROCESSO PENAL

Capítulo 3 - Aula 1
ATOS PROCESSUAIS

Professora: Dra. Ana Lúcia Menezes Vieira

Coordenação: Dra. Ana Lúcia Menezes Vieira
 Processo Penal
Capítulo 3 Atos Processuais
Aula 1 Atos Processuais e Comunicação dos Atos Processuais
Profª Dra. Ana Lúcia Menezes Vieira

Localização no Código de Processo Penal O CPP regulamenta as citações e intimações no Título X,

Capítulos I e II, respectivamente.

Ato Processual A relação processual exige, do inicio ao fim, a realização de inúmeros atos que conduzem
um momento jurídico a outro, até a entrega da prestação jurisdicional pelo Estado.

Todos esses eventos recebem o nome genérico de fatos processuais. Quando esses fatos são efeito,
decorrem da vontade de uma pessoa, chamam-se atos processuais. Quanto esses fatos não são efeitos da
vontade de uma pessoa, recebem o nome de fato strictu sensu.

Quem pratica os atos processuais: os sujeitos processuais, ou seja, o juiz, as partes e os auxiliares da justiça.

O 1º ato processual para se efetivar o contraditório é a citação do réu.

CITAÇÃO:

Conceito: Citação é o ato pelo qual se dá conhecimento ao réu da existência do processo, do teor da
acusação. É o ato pelo qual se leva ao conhecimento do réu a notícia de que contra ele foi recebida a
denúncia ou queixa. A notícia da existência da acusação pressupõe que o réu deva saber do teor da
acusação para que possa defender-se, vir em juízo, integrando a relação processual, apresentar a sua
defesa. Então, uma citação efetiva: 1. cientifica o réu do teor da acusação e 2. chama o réu para apresentar
a sua defesa.

Há uma única citação no processo penal: o réu é citado apenas durante a fase do processo de
conhecimento, a partir do momento em que a acusação foi proposta e recebida pelo juiz.

Quem determina a citação: A citação é ato do juiz.

Quem será citado: Só o acusado poderá ser citado, pois ele é o úncio sujeito passivo na ação penal. Não
poderá ser citado o representante legal do acusado, caso seja ele menor de 21 anos, ou o curador do
acusado, ainda que ele seja insano mental.

Citação do doente mental: art. 149, § 1º, primeira parte do CPP

Citação da pessoa jurídica: é o representante legal da empresa que deverá receber a citação.

"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Réu cientificado da acusação antes da citação: Em alguns procedimentos, como dos crimes de
responsabilidade de funcionários públicos da competência do juiz singular (citar CPP, arts. 514 e seguintes)

Falta de citação: a falta de citação, segundo o CPP, é causa de nulidade absoluta. Porém, o art. 570, 1ª parte
do CPP prevê que se o acusado comparecer em juízo, sendo interrogado, por exemplo, a ausência de
citação estará sanada (ler o art. 570, 1ª parte do CPP).

Espécies de citação no processo penal : A citação no processo penal pode ser 1. real (ou pessoal, ou “in
faciem”), que é aquela feita diretamente à pessoa do réu. Constitui a regra. 2. ficta ou presumida, que ocorre
quando se presume tenha tinha o acusado conhecimento da imputação.

1. Citação real ou pessoal ou “in faciem”: procede-se por a) mandado, b) carta precatória ou de carta de
ordem, c) requisição, d) carta rogatória.

a) Por mandado: No processo penal, repita-se, é a regra. A citação por mandado é a ordem do juiz dada ao
oficial de justiça para que faça a citação. O mandado é documento no qual constarão elementos,
informações para o oficial de justiça e para o réu.

a.1) Requisitos intrínsecos Estão previstos no artigo 352 do CPP

a.2) Requisitos extrínsecos do mandado: Estão previstos no artigo 357 do CPP

Horário e dia para fazer a citação: No processo penal a citação pode ser feita a qualquer dia e a qualquer
hora, aos domingos, feriados, durante o dia ou à noite. Como é sempre urgente a citação criminal, o CPP
não previu obstáculos à sua efetivação, tal como fez o CPC. Mas é importante respeitar a inviolabilidade do
domicílio, assegurado no art. 5º, XI da Constituição Federal.

b) Outra espécie de citação real é a efetivada por precatória.

A citação se dá por precatória quando o citando está em lugar conhecido, no território nacional, mas fora do
território da jurisdição do juiz processante (art. 353 do CPP). É denominada carta precatória porque é
expedida sob a forma de carta.
O juízo processante, ou seja, onde o réu está sendo processado, formula pedido ao juízo da localidade em
que se encontra o réu, no sentido de que este último proceda ao ato citatório.

O Juiz deprecante - é a denominação do juiz solicitante, daquele que pleiteia a cooperação do juiz da
localidade onde se encontra o réu, para que faça a citação

O juiz deprecado - o juiz que recebe a solicitação da citação onde se encontra o réu recebe a carta
precatória e apõe o seguinte despacho: “cumpra-se”.

Em São Paulo está em vigor o Provimento 754/01 do Conselho Superior da Magistratura, autorizando a
realização de interrogatórios por precatória, no juízo deprecado.

Precatória itinerante: Ex.: O réu “A” está sendo processado por crime de roubo, perante a 1ª Vara Criminal de
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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São Paulo, Capital. O juiz da 1ª Vara expede precatória para a Comarca de Piquete, Estado de São Paulo,
onde consta que o réu reside, solicitando ao juiz deprecado a citação e interrogatório do réu. Expedido o
mandado de citação na Comarca de Piquete, o Oficial de Justiça constata que o réu está residindo na
Comarca de Andradina, e certifica no mandado a respectiva informação. O Juiz de Piquete, então, por
questão de economia processual, determina a remessa da precatória não ao juiz deprecado, São Paulo,
para que sejam tomadas as medidas cabíveis, mas para a Comarca de Andradina, onde o réu está
residindo. O juiz desta Comarca passará a ser o deprecado e determinará a expedição de mandado citatório
e designará data para interrogar o réu. Cumprida a precatória, o juiz de Andradina devolve a carta para o
juiz deprecante, de São Paulo, onde o réu está sendo processado.

Há exceção à utilização da precatória para a citação de réus em outras Comarcas: A resolução 93/95 do
TJSP adotou a possibilidade de realização da citação em Comarcas consideradas contíguas, para a
agilização do serviço.

Precatória por telegrama, fax ou telex: É possível a precatória por telegrama, fax ou telex, caso haja urgência.

É possível a precatória por telefone? O CPP não diz, mas nada impede, desde que sejam tomadas as
cautelas necessárias para a averiguação da autenticidade do pedido, conforme disciplina o art. 205 e 209
do Código de Processo Civil. (Não é a posição do doutrinador Julio Fabrini Mirabete).

"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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