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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

BACHARELADO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

COMPUTAÇÃO NUMÉRICA

Resolução de Equações
Análise de Vibrações

Docentes: Rex Antônio da Costa Medeiros;

Diego Rodrigo Cabral Silva.

Aluno: Thiago Mateus Bezerra da Silva. Matrícula: 2009030605. Turma: 01 A.

Natal, 8 de setembro de 2010.


INTRODUÇÃO

O objetivo do presente estudo é analisar o projeto hipotético de construção do sistema


de suspensão de um automóvel.

Durante o desenvolvimento do projeto, o engenheiro esqueceu-se de verificar a seguinte


situação: “ao cair num buraco de profundidade de até 40 cm, a roda do veículo não deve
subir mais que 20 cm além da posição de equilíbrio”. Caso essa condição não seja
satisfeita, haverá um choque entre o pneu e o topo do paralama.

Para a resolução do problema, analisaremos o comportamento de sistemas


subamortecidos, como o da suspensão do automóvel em questão. A equação que rege os
sistemas subamortecidos é a seguinte:

(1)

(e: número de Euler = 2,7182818... )

Onde:

c, m e k são os parâmetros do sistema, a saber:

c: coeficiente de amortecimento ------------------------------ ;

m: massa da carga sobre a mola ------------------------------ ;

k: constante da mola ------------------------------ .

Daí:

: --------------------------------------------------------------------- ;

: --------------------------------------------------------------------- .

Levando em consideração que o veículo vai passar por uma depressão de 40 cm de


profundidade, atribuímos a o valor 0,4 m, ou seja, o deslocamento inicial é 0,4 m.
Substituindo os valores de em (1), tem-se, abaixo, a função que rege o
comportamento do sistema de suspensão do veículo, seguida do gráfico dela:

(2)

Figura 1 – gráfico do deslocamento vertical em função do tempo – m=1200 Kg

De posse da função e do gráfico de , é possível fazer uma análise minuciosa do


sistema a fim de verificar a gravidade do, até então, suposto problema gerado pelo
esquecimento por parte do engenheiro. Essa verificação se dará com a observação do
valor do máximo deslocamento ( ) do veículo, gerado pela depressão na pista.

DESENVOLVIMENTO

Para verificar se o pneu do veículo toca o paralama após a passagem pelo buraco,
analisaremos o primeiro mínimo local de , que corresponde ao ponto de maior
amplitude do movimento oscilatório no sentido negativo – .
Figura 2 - Representação do veículo e do sistema de amortecimento

Apenas com a observação visual do gráfico do deslocamento vertical (figura 1) não é


possível ser preciso quanto aos valores de e de no ponto de mínimo em questão.
Tomaremos a primeira derivada de , que é , e, com isso, buscaremos a menor
raiz positiva dessa função, já que esse ponto corresponde ao primeiro mínimo local de
. Essa busca está de acordo com o que a mecânica indica, uma vez que nesse ponto
a velocidade é nula .

(3)

Figura 3 - Gráfico da velocidade vertical em função do tempo – m=1200 Kg


Para encontrar o primeiro zero de , usaremos o método numérico da bissecção, que
consiste em tomarmos um intervalo em que a raiz da função está e, após isso, ir
dividindo, iterativamente, em intervalos menores. Esse método será usado porque não
apresenta muitas restrições, como o método de Newton.

Como estamos lidando com valores da ordem de , obteremos valores com uma
precisão da ordem de . Essa precisão foi escolhida levando em conta que esse valor
de tempo encontrado será substituído em , que gerará a amplitude (em metros)
procurada e que deve ter uma precisão de quatro casas decimais após a vírgula, pois
sabemos que esse valor não deve exceder 0,2000 .

Observando o gráfico da figura 3, vemos que o zero da função que estamos


procurando está entre e . Dessa forma, usaremos esse intervalo como
parâmetro de entrada do algoritmo do método da bissecção, juntamente com a precisão
de três casas decimais ( ).

// método da bissecção implementado no scilab


function[X]=bisseccao(a,b,p)
// parâmetros do projeto
m=1200;
c=10^4;
k=4*10^5;
n=sqrt(abs(c^2-4*m*k))/(2*m);
l=c/(2*m);

x0=0.4; // deslocamento vertical inicial

X=(a+b)/2;
iter=0; // número de iterações do método
Er=1; // erro relativo
while Er>=(10^(-p))
fa=-x0*%e^(-l*a)*sin(n*a)*(n+(l^2)/n);
fx=-x0*%e^(-l*X)*sin(n*X)*(n+(l^2)/n);
if (fa*fx)<0 then
b=X;
else
a=X;
end
Xold=X;
X=(a+b)/2;
iter=iter+1;
Er=abs((X-Xold)/X);
end
endfunction
A saída do algoritmo do método da bissecção com os parâmetros (0.1, 0.2, 4) foi
. Esse valor é o tempo gasto pelo veículo para chegar ao deslocamento
vertical máximo no sentido – . Com isso, vemos que e que,
portanto, o pneu do veículo não toca o paralama, já que a distância entre eles é de
0,2000 . Vale ressaltar que esse valor foi gerado com os parâmetros iniciais do
projeto.
Partindo da mesma análise feita para os parâmetros iniciais, analisaremos o que ocorre
se a massa (veículo + passageiros) sobre o sistema de amortecimento for 1600 .

Figura 4 – gráfico do deslocamento vertical em função do tempo – m=1600 Kg


Figura 5 - Gráfico da velocidade vertical em função do tempo – m=1600 Kg

Com uma carga de 1600 Kg sobre o sistema de amortecimento, encontramos que o


tempo gasto até o ponto de maior deslocamento no sentido negativo é 0,2027 s. Esse
valor também foi obtido com o algoritmo do método da bissecção. Calculando
, achamos que . Esse resultado mostra que com uma
carga de 1600 Kg, o pneu do carro toca o paralama, uma vez que o deslocamento no
sentido – excede a distância entre esses dois elementos.

Para ambos os casos observados até aqui foi usado o


método da bissecção, implementado no scilab, para obter a raiz de interesse da função
. Para encontrar analiticamente a mesma resposta obtida anteriormente teríamos
que resolver uma função de difícil resolução.

O ponto que procuramos em é a menor raiz não nula, assim, faremos :

Teríamos que achar o menor valor onde :

(4)
Figura 6

Fonte: http://www.wolframalpha.com/input/?i=cos(17.7756*t)%2B(17.7756/4.1667)*sin(17.7756*t)%3D0

Acesso em: 19/09/2010

CONCLUSÃO

A análise do problema apontou para o fato de que o engenheiro, durante os cálculos do


projeto, esqueceu de levar em consideração a adição de massa pelos passageiros do
automóvel. Vimos que quando apenas a massa do automóvel (1200 Kg) é levada em
conta, a oscilação do automóvel não é suficiente para gerar a colisão entre o pneu e o
paralama, sendo a amplitude máxima de apenas -0,1915 m. No entanto, quando
simulamos uma adição de massa (passageiros com massa total de 200 Kg), a amplitude
máxima é -0,2123 m, significando que haverá o choque entre as partes outrora citadas.

Uma solução para o problema gerado pelo engenheiro é variar as dimensões da mola, o
que causaria uma variação de sua constante elástica ou, também, pode ser variada a
constante de amortecimento a fim de diminuir a amplitude da primeira oscilação
negativa do sistema.

Outro ponto observado durante o processo de análise é que não é trivial resolver de
forma analítica equações diferenciais ordinárias. A solução para esse problema é o uso
de métodos numéricos, como o método da bissecção que foi usado nesse caso do
sistema de amortecimento.
ANEXOS

1) PRÉ-LABORATÓRIO

Encontrar os valores de A e B das seguintes equações:

(I) --- Sistema Superamortecido


(II) --- Sistema Criticamente amortecido
(III) --- Sistema Subamortecido

Levamos em consideração as condições iniciais:

(I) O carro sofre um deslocamento brusco para , ou seja, ;


(II) O carro vinha de uma posição de equilíbrio vertical até o tempo , ou
seja, .

Em seguida, expresse os valores de A e B em função de , da massa do veículo e


dos parâmetros e dos elementos da suspensão.

1) Sistema Superamortecido

a)

b)

Substituindo a) em b), temos:

Sabendo que:
Então:
c)

Substituindo c) em a), vem:

2) Sistema Criticamente amortecido

3) Sistema Subamortecido
REFERÊNCIAS

http://www.wolframalpha.com/. Acesso em 12/09/2010

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Hooke . Acesso em 10/09/2010

http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/fe.php . Acesso em 10/09/2010

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