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Expressionismo

Denominam-se expressionistas os vários movimentos de vanguarda do início do século


XX que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua
exteriorização, projectando na obra de arte uma reflexão individual e subjectiva.
Os artistas expressionistas procuraram desenvolver formas pictóricas que exprimissem
mais os sentimentos íntimos do que o mundo exterior. A pintura expressionista é
intensa, apaixonada e muito pessoal, baseada no princípio de que a tela é um veículo
para a demonstração das emoções. As cores violentas, irreais, a par de pinceladas
dramáticas, são típicas da pintura expressionista, cheia de vitalidade. Não é
surpreendente que Vincent van Gogh, com a sua técnica frenética de pintura e
extraordinário uso da cor, tenha sido a fonte para muitos pintores expressionistas.

Na pintura, o expressionismo é a representação distorcida da realidade resultando


num efeito emocional. A emoção é um impulso sensorial que move um ser humano
para uma determinada acção. Pintores como El Greco ou Matthias Grünewald podem
ser apelidados de expressionistas, mas na prática, o termo é aplicado somente a
artistas século XX.

O expressionismo costuma ser entendido como a deformação da realidade para


expressar mais subjectivamente a natureza e o ser humano, dando primazia à
expressão dos sentimentos mais que à descrição objectiva da realidade.

Plasmou-se num grande número de campos: artes plásticas, literatura, música, cinema,
teatro, dança, fotografia, etc. Mais que um estilo com características próprias comuns
foi um movimento heterogéneo, uma atitude e uma forma de entender a arte que
aglomerou diversos artistas de tendências diversas e diferente formação e nível
intelectual.

O movimento é originalmente Alemão e Austríaco.

Nunca houve um grupo de artistas que se auto denominassem Expressionistas. Houve


sim vários grupos na pintura, com linguagem Expressionista onde se incluem o Blaue
Reiter e Die Brücke. Mais tarde no século XX, o movimento influenciou um grande
número artistas, incluindo os expressionistas abstractos americanos tais como Jackson
Pollock. No fim do século XX, um grupo dos artistas na América do Sul desenvolveu o
"Expressionismo do Sul".

O expressionismo reflectiu a amargura que invadia os círculos artísticos e intelectuais


da Alemanha pré-bélica, bem como da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e do
período entre-guerras (1918-1939). Essa amargura provocou um desejo veemente de
mudar de vida, de procurar novas dimensões à imaginação e de renovar as linguagens
artísticas. O expressionismo defendia a liberdade individual, a primazia da expressão
subjectiva, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos – o excitante,
demoníaco, sexual, fantástico ou pervertido. Intentou reflectir uma visão subjectiva,
uma deformação emocional da realidade, através do carácter expressivo dos meios
plásticos, que tomaram uma significação metafísica, abrindo os sentidos ao mundo
interior.

Fauvismo

O Fauvismo é um movimento de arte surgido em 1905 e muito associado ao trabalho


de Cézanne.

Segundo Henry Matisse em "Notes d'un Peintre" pretendia-se com o Fauvismo "uma
arte do equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores ou
deprimentes".

Os Fauves (feras em francês) eram um grupo de artistas de vanguarda cujos trabalhos


valorizavam as qualidades pictóricas e o uso da cor profunda na herança da
representação Impressionista.

Os Fauvistas simplificaram as linhas, exprimiram-se com assuntos de fácil leitura,


retratando emoções e a alegria de viver e não tendo intenção crítica. Perspectivas
exageradas, uso de cores muito vivas e arbitrárias, pouco naturais, formas simples e
planos lisos era também muito características deste movimento. Insistiram também na
frescura do acabamento espontâneo.

O Fauvismo influenciou os expressionistas. Como movimento, não teve nenhuma


teoria concreta, e foi de vida curta. Apenas se registaram três exposições.   Matisse foi
visto como um líder do movimento. Disse que quis criar arte para e por prazer. Arte
como decoração. O uso de cores vivas tenta manter a serenidade da composição.

Cubismo
O Cubismo é um movimento artístico que ocorreu entre 1907 e 1914, segundo o qual,
o quadro (ou escultura) devem ser considerados como factos plásticos independentes
da imitação directa das formas da Natureza.

Teve como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque.

A denominação de Cubisme tem origem numa observação feita por Matisse junto de
um quadro de uma paisagem de Georges Braque no Salão de Outono de 1908.
Cézanne, que nunca renunciara completamente ao uso da perspectiva tradicional, nem
a pintar de outro modo que não fosse a partir da Natureza, tinha como princípio que
tudo na Natureza podia ser traduzido (abstraído) pelas formas geométricas básicas,
como o cilindro, a esfera e o cone. Georges Braque inspirara-se neste princípio, para se
exprimir no seu quadro, através de planos fortemente acusados e sem recorrer à
técnica do modelado. Matisse referira-se a “petits cubes”, junto ao crítico de arte Louis
Vauxcelles, que, viria a utilizar num artigo o termo Cubisme, pela primeira vez.

No Cubismo pretende-se representar os objectos retirando-lhes, abstraindo, a sua


“aparência imediata”; a aparência das coisas, e, como adversários da representação
directa dos objectos, pretendiam partindo da ciência e dos seus métodos, criar uma
arte inteiramente nova, que se dirigisse especialmente á inteligência e ao espírito.

(O Cubismo rejeita os efeitos pictóricos sedutores e a representação de sensações ao


modo Impressionista).

O pintor Cubista, representa simultaneamente na tela, vários aspectos de um mesmo


objecto, (Simultaneísme: a representação de vários aspectos de um objecto na mesma
tela; forma de expressão poética que procura exprimir a multitude fazendo falar ao
mesmo tempo, no poema, várias vozes misturadas com os ruídos do mundo; é
também uma técnica cinematográfica e de romance), ou seja, representa aquilo que
conhece ou entende ser o objecto, e não apenas a imagem óptica desse objecto.

O Cubismo rejeita a representação num espaço pictórico projectado para além do


plano do quadro, (como a perspectiva Renascentista, que se baseava num espaço
ilusionista para lá do plano da tela), em vez disso, cria um espaço “estreito”, um
campo pictórico que aceita a materialidade objectiva da tela, e nesta desenvolve uma
superfície onde os objectos plásticos se situam e se inter-relacionam. Esta
característica virá a marcar profundamente a Arte de todo o século XX.

As letras e os números, quer pintados sobre a tela, quer impressos, bem como as
texturas, aparecem como elementos meramente estéticos ou formais, ou ainda como
evocadores de outras realidades, literárias, jornalísticas, sociais, etc.

Abstracionismo
O abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente
nas artes visuais) que não representa objectos próprios da nossa realidade concreta
exterior. Invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para
compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional". Surge a partir
das experiências das vanguardas europeias, que recusam a herança renascentista das
academias de arte. A expressão também pode ser usada para se referir
especificamente à arte produzida no início do século XX por determinados movimentos
e escolas que genericamente encaixam-se na arte moderna.

No início do século XX, antes de os artistas atingissem a abstracção absoluta, o termo


também foi usado para se referir a escolas como o cubismo e o futurismo que, ainda
que fossem representativas e figurativas, buscavam sintetizar os elementos da
realidade natural, resultando em obras que fugiam à simples imitação daquilo que era
"concreto".

Pode ser divido em dois, o no Abstraccionismo Informal e no Abstraccionismo


Geométrico:

No abstraccionismo informal, as formas e cores são criadas impulsivamente, no livre


curso da emoção, com absoluto predomínio do sentimento. Em contacto com o real ou
com a natureza, o pintor informal abstracto expressa uma emoção em lugar de
representar uma imagem criada ou composta intelectualmente.

Muitos abstractos, aliás, pintam abstractamente diante da natureza. Apenas evitam


imitar, copiar, descrever aspectos da natureza. Procuram, ao contrário, sugerir, evocar,
aludir, fixando impressões gerais ou particulares de ritmos da natureza.

Para alguns autores, o abstraccionismo informal seria uma revolta do espírito contra a
precisão mecânica da vida moderna, contra o culto do racionalismo e da exactidão da
civilização industrial. Seria uma espécie de romantismo moderno. Alguns abstractos
puros entendem que, embora não partindo ou não se inspirando na natureza, o artista
pode encontrá-la, quando expressa e comunica ritmos de vitalidade. Em defesa do
abstraccionismo informal também se alega que o quadro figurativo reproduz o mundo
exterior; o quadro abstracto, o mundo interior do artista - as linhas e cores adquirem
virtudes poéticas, verdadeiramente musicais, porque não representam as qualidades
materiais da realidade física, mas as realidades do mundo psíquico do artista.

Quando assume feições luminosas, obtidas por meio de tonalidades delicadas e


feéricas, o abstraccionismo informal chama-se "abstraccionismo lírico"; quando,
porém, o sentimento se exaspera e dramatiza, através de tonalidades carregadas,
intensas e violentas, chama-se "abstraccionismo expressionista".

Os melhores exemplos de abstraccionismo informal encontram-se em grande parte


das obras do próprio Kandinsky, que mais tarde teria uma fase geométrica.
No abstracionismo geométrico, as formas e as cores estão submetidas à disciplina
geométrica.

Em lugar de expressar estados emocionais, os abstratos geométricos expressam


estados ou valores intelectuais. As obras mais rigorosamente representativas dessa
tendência são as do holandês Piet Mondrian, criador do neoplasticismo ou
concretismo. Segundo estudiosos, enquanto o abstracionismo informal significa, por
sua impulsividade e emocionalismo, rebelião contra a precisão e rigor lógico dos
processos mecânicos da civilização industrial, o abstracionismo geométrico significaria,
de modo especial nas formas do neoplasticismo de Mondrian, a sublimação da nova
sensibilidade humana criada pela mecanização.

Nas duas tendências fundamentais, o abstracionismo apresenta subtendências. No


informal, as mais importantes são o tachismo e o grafismo; no geométrico o
neoplasticismo ou concretismo.

Futurismo

Esta corrente nasceu em Itália e foi um movimento que se manifestou primeiramente


na literatura para, mais tarde, se estender às artes plásticas, à arquitectura, à música,
ao cinema, etc. O seu surgimento, datado de 1909, foi marcado pelo Manifesto
Futurista do poeta Filippo Marinetti. Nesse texto, o autor apresentava como pontos
fundamentais a recusa da harmonia e do bom gosto, do geometrismo intelectual dos
cubistas, bem como do sensualismo cromático dos fauvistas, propondo uma nova
poética que combatia qualquer forma ligada à tradição e fazia a exaltação da
civilização industrial com tudo o que ela comportava – o movimento da máquina e da
velocidade -, fazendo uma total assunção da sociedade moderna e industrial.

Características fundamentais:

- Apologia da máquina, da velocidade, da luz e da própria sensação dinâmica;

- Libertação e exaltação das energias;

- Exaltação do presente, da velocidade e das formas dinâmicas produzidas pela


civilização, reflectindo a vida moderna;

- Alternância de planos e sobreposição de imagens, ora fundidas, ora encadeadas,


para dar a noção de velocidade e dinamismo;

- Arabescos contorcidos, linhas circulares emaranhadas, espirais e elipses;

- Geometrização dos planos em ângulo agudo, mais dinâmico, abolindo totalmente os


ângulos rectos cubistas na organização espacial, permitindo a sugestão da
fragmentação da luz;
- Cores muito contrastadas, em composições violentas e chocantes.

Surrealismo

O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em Paris


dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo,
reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente expandido
para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund
Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na actividade
criativa. Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador
Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.

As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstracto, e do


psicológico. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e
da razão e ir além da consciência quotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos.
O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor e crítico francês André
Breton (1896-1966), que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista.

No manifesto e nos textos escritos posteriores, os surrealistas rejeitam a chamada


ditadura da razão e os valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e
honra. Humor, sonho e a contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o
homem da existência utilitária. Segundo a nova ordem, as ideias de bom gosto e
decoro devem ser subvertidas. Neste sentido, o Surrealismo aproximava-se daquelas
que eram chamadas de vanguardas positivas, como o neoplasticismo e a Bauhaus,
chegando inclusive a dialogar com o movimento comunista. No entanto, pela sua
proposta estética, está mais próximo das vanguardas negativas, como o supracitado
dadaísmo, de onde surgiu parcialmente.

Uma das principais ideias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática,


segundo a qual o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de consciência
despejado sobre a obra. Ainda segundo esta ideia, a arte não é produto de génios, mas
de cidadãos comuns.

“O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da
vida?” (fragmento do Manifesto do Surrealismo de André Breton, francês que lançou o
movimento).

No mesmo manifesto, Breton define Surrealismo: "Automatismo psíquico pelo qual


alguém se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer
outra maneira, o funcionamento real do pensamento".

Dadaísmo

O movimento Dadá surgiu em Zurique em 1916, no decurso da Primeira Guerra


Mundial, pela mão de artistas que aí se encontravam refugiados e que se
consideravam apátridas, muitos deles considerados desertores ou traidores nos seus
países. Negando o passado, o presente e o futuro, o Dadaísmo é a total falta de
perspectiva diante da guerra; daí ser contra as teorias, as ordenações lógicas, pouco se
importando com o espectador. Opõe-se aos valores tradicionais, procurando destruí-
los, defendendo a liberdade desenfreada do indivíduo, a espontaneidade e a
imperfeição.

Contestavam o belicismo e todos os valores considerados eternos. Para isso, utilizavam


a ironia, a troça, o insulto, a crítica, de modo a destruir a ordem e estabelecer o caos.
O próprio nome do movimento não tem significado algum.

Um dos Manifestos Dadá, de 1918, afirma que a arte é uma imbecilidade e tudo o que
se vê é falso, por isso atribui valor artístico aos objectos que estariam desprovidos
dele.

Todos estão unidos na destruição da arte tradicional e seus fundamentos, negando o


seu valor. Criam a antiarte.

Objectos encontrados são retirados do seu contexto, assinados e considerados obras


de arte (são os readymade). Esta atitude provocatória foi característica do movimento
Dada, que contesta a obra de arte de sentido tradicional, propondo uma nova estética.

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