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A Revolução Coperniana
A Revolução Coperniana
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"Tu Me perguntaste, ademais, sobre a natureza das
esferas celestes. A fim de se compreender a sua natureza,
seria necessário inquirir o sentido das alusões feitas nos
Livros da antiguidade às esferas celestes e aos céus, e
descobrir o carácter da sua relação com este mundo físico
e a influência que sobre ele exercem. Todo coração se
maravilha diante de um tema tão deslumbrante e toda
mente se confunde diante de seu mistério... Sabe tu, que
cada estrela fixa tem seus próprios planetas, e cada
planeta, suas próprias criaturas, cujo número homem
algum pode calcular."
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Astronomia Antiga
A observação e estudo das estrelas deve ser tão antiga
quanto a espécie humana.
Aristóteles e vários sábios gregos concluíram que a Terra
era o centro do Universo e que todos os planetas visíveis
a olho nu circulavam em torno da Terra.
Noções semelhantes também surgiram na China antiga.
Marco Oliveira
Aristóteles
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Ptolomeu (83-161 d.C.)
Grego ou Egípcio;
Astrónomo, Matemático,
Geógrafo e Astrólogo;
Viveu no Egipto Romano:
É muitas vezes confundido
com os reis do Egipto;
Autor de vários tratados
científicos - entre os quais o
Almagestum (O Grande
Tratado) - que influenciaram a
ciência europeia e islâmica.
Marco Oliveira
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O Sistema Geocêntrico
Tal como Aristóteles, Ptolomeu concluiu que a
Terra era o centro do Universo. O Sol, a Lua e
as estrelas giravam em torno da Terra.
Tudo parecia correcto:
Algumas estrelas pareciam mover-se em torno da
Terra;
A Terra parecia sólida e estável; não se movia como
algumas estrelas.
Mas Ptolomeu descobriu que havia algo que
não batia certo: as órbitas dos corpos celestes
não eram verdadeiramente circulares…
Marco Oliveira
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Os epiciclos
Ptolomeu acrescentou uma
correcção ao sistema geocêntrico:
os epiciclos.
Os corpos celestes moviam-se em
círculos concêntricos em torno da
Terra.
A esse movimentos circulares
específicos de cada planeta,
Ptolomeu chamou “epiciclos”.
O modelo geocêntrico com estas
correcções foi aceite como válido
até meados do séc. XVI.
Marco Oliveira
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Marco Oliveira
Os Corpos Celestes
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Marco Oliveira
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A Revolução Coperniana
Ptolomeu tinha introduzido correcções ao
Geocentrismo.
Copérnico propôs uma teoria totalmente
nova, que é considerada hoje como início do
pensamento científico moderno.
Todo o sistema geocêntrico e ptolomaico
começou a ser visto como antiquado e
incoerente.
Marco Oliveira
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Uma nova Era na Ciência
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E na Religião…
Como têm sido as evoluções do conhecimento
religioso?
E como reagem os sábios a essas mudanças?
Marco Oliveira
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Exclusivismo (1)
Durante muitos séculos, a esmagadora
maioria das religiões considerou-se como a
única, a verdadeira, a realização suprema de
toda a manifestação religiosa.
Cada religião apresentava-se como se fosse
portadora exclusiva da verdade religiosa.
As outras religiões eram ignoradas ou
consideradas falsas.
Esta atitude ainda prevalece hoje em diversas
correntes de pensamento.
Marco Oliveira
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Exclusivismo (2)
É uma atitude que podemos comparar aos
sistemas geocêntricos.
Igreja
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Extra Ecclesiam Nulla Salus
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Exclusivismo Católico (1)
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Exclusivismo Católico (2)
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Exclusivismo Protestante (1)
Declaração de Frankfurt (1970)
Desafiamos todos os não-cristãos, que pertencem a
Deus na base da criação, a acreditar nele [Cristo] e a
serem baptizados em seu nome, pois apenas ele é a
salvação eterna que lhes foi prometida…
Os aderentes das religiões não-cristãs… devem
libertar-se dos seus antigos laços e falsas esperanças
para serem admitidos pela fé e pelo baptismo no
corpo de Cristo…
Declarações semelhantes:
Declaração de Wheaton (1966)
Congress on World Mission (Chicago, 1960)
Marco Oliveira
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Exclusivismo Protestante (2)
Karl Barth, teólogo protestante suíço, opositor ao nazismo,
foi considerado por Pio XII como o melhor teólogo desde
S. Tomás de Aquino.
A conversa com o Reverendo Niles, no Sri
Lanka (1935):
BARTH: Todas as outras religiões são falsas.
NILES: Quantos hindus conheceu…
BARTH: Nenhum.
NILES: Então como é que sabe que a religião
hindu é falsa?
BARTH: À priori.
Marco Oliveira
Cristianismo (Adventistas do 7º
Dia, Mormons,…)
Islão (o povo escolhido para ser
recente)
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Paradoxos do Exclusivismo
Assim que encontramos e conhecemos pessoas de
outras religiões percebemos o gigantesco paradoxo do
exclusivismo religioso.
Como se pode dizer que Deus é um Deus de amor
universal, Criador e Pai de toda a humanidade e
simultaneamente acreditar que apenas uma religião é
a correcta?
Deus dá-se a conhecer apenas a um grupo restrito?
Deus ama toda a humanidade mas apenas “salva”
uma minoria?
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Correcções ao Exclusivismo
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Inclusivismo: Pio IX
“Deve-se manter, como matéria de fé, que fora da
Igreja Católica ninguém pode ser salvo, que a
Igreja é a única arca da salvação, e quem não
entrar nela vai perecer no dilúvio. Por outro lado,
deve-se igualmente ter como certo que aqueles
que estão afectados pela ignorância da verdadeira
religião, se for uma ignorância invencível, não
assumirão qualquer culpa perante os olhos do
Senhor” (1854)
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Inclusivismo: Karl Rahner
“O Cristianismo não se limita a
confrontar os membros de uma
religião extra-cristã como um mero
não-cristão, mas como alguém que
pode e deve ser visto, neste e
noutros aspectos como um cristão
anónimo.”(1961)
O conceito de cristão anónimo foi
elogiado (por ser inclusivista) e
criticado (por ser paternalista).
Rahner procura um sentido de
justiça; mas não é revolucionário.
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Inclusivismo: Hans Kung
Os «não-cristãos» têm o direito e o
dever de procurar Deus na sua
religião até ao momento em que
são confrontados com a revelação
de Jesus Cristo. As pessoas de
outras fés são pré-cristãos que
caminham em direcção a Jesus.
Mais tarde ou mais cedo devem
tornar-se cristãos, mas até lá não
serão condenados por causa disso.
Mais uma correcção… Mas o dogma
Marco Oliveira
essencial mantêm-se!
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Inclusivismo: Vaticano II
A Igreja Católica nada rejeita do que nessas
religiões existe de verdadeiro e santo. Olha
com sincero respeito esses modos de agir e
viver, esses preceitos e doutrinas que,
embora se afastem em muitos pontos
daqueles que ela própria segue e propõe,
todavia, reflectem não raramente um raio da
verdade que ilumina todos os homens. No
entanto, ela anuncia, e tem mesmo
obrigação de anunciar incessantemente
Cristo, «caminho, verdade e vida» (Jo.
14,6), em quem os homens encontram a
plenitude da vida religiosa e no qual Deus
reconciliou consigo todas as coisas.
(NOSTRA AETATE)
Marco Oliveira
É o chamado Cristocentrismo!
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Correcções
O Inclusivismo Cristão é um
reflexo de:
Progressismo …
Liberalismo…
Abertura de mentalidade…
… mas mantêm o dogma
básico: fora da Igreja não há
salvação!
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Epiciclo Religioso
O Inclusivismo não é uma perspectiva
revolucionária.
É uma correcção ao Exclusivismo.
… tal como os epiciclos de Ptolomeu
tentavam corrigir uma teoria antiga perante
a evidência da realidade.
O dogma essencial manteve-se e
acrescentaram-se algumas correcções.
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Religiões “Ptolomaicas”
Temos um ponto fixo: fora da Igreja não há salvação!
Quando encontramos pessoas de outras religiões
adicionamos um epiciclo à teoria que nos diz que apesar
de serem aderentes conscientes de outras religiões,
podem, mesmo assim, ser cristãos inconscientes ou
implícitos.
É um tipo de raciocínio que se pode manter
indefinidamente!
Mas quem não acreditar firmemente no dogma central
perceberá o quão pouco convincente e artificial é o
resultado final.
Torna-se óbvio que o pensamento religioso necessita de
Marco Oliveira
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A Aldeia Global
paradigmas do passado.
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Pluralismo Religioso
A aldeia global tornou o pluralismo
religioso uma característica
comum da maioria das sociedades
ocidentais.
Hoje há 3 atitudes típicas face ao
pluralismo religioso:
Considerar que as religiões são todas
válidas;
Considerar que há algumas religiões
válidas;
Considerar que são todas falsas.
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Mudar de Paradigma (1)
Graças ao constante contacto com pessoas de outras
religiões, começa-se a perceber que uma religião que
ignore - ou rebaixe - outras religiões é inadequada para
um mundo que vive a aldeia global.
A religião tem de nos transmitir uma perspectiva global
e consistente com o senso comum.
Dizer que apenas uma religião tem
o exclusivo da verdade equivale a
dizer que a Terra é o centro do
universo.
As religiões que têm pretensões
exclusivistas devem transformar-
se, pois correm o risco de serem
consideradas retrógadas e
Marco Oliveira
ultrapassadas.
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Mudar de Paradigma (2)
No centro do pensamento religioso não pode estar
uma Igreja, uma comunidade, ou um Manifestante; o
centro do pensamento religioso deve ser ocupado por
Deus (ou uma certa ideia de Deus).
Uma religião não pode estar voltada sobre si própria.
Uma religião tem de se abrir ao mundo.
Exige-se uma transformação profunda na forma
como as pessoas entendem o universo da religiões e
o lugar que a sua religião ocupa nesse universo.
É necessário questionar os dogmas!
Isto equivale a uma revolução coperniana!
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Mudança de Paradigma (3)
Isto significa, passar do Eclesiocentrismo para o
Teocentrismo…
…tal como um dia passámos do geocentrismo para o
heliocentrismo!
Igreja
Deus
Cristo
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Teocentrismo
O teocentrismo leva-nos a falar de Unidade das
Religiões.
As religiões têm:
Uma origem comum;
Uma dinâmica semelhante;
Recebem todas uma luz que tem a mesma fonte.
Especificidades próprias;
São muito parecidas com os planetas!
Marco Oliveira
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Unidade das Religiões
O processo é inevitável.
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Resumindo…
Fácil Difícil
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Teólogos do Pluralismo Religioso
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Há muitas questões…(1)
Mas como pode um crente acreditar que
outras religiões são tão válidas quanto a sua?
Não será isso rebaixar o valor da sua própria
religião?
Se todas as religiões têm a mesma impor-
tância, porquê optar por uma?
Temos religião «à la carte»?
Podemos cair no sincretismo?
Marco Oliveira
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Há muitas questões…(2)
Cada religião tem uma parte da verdade?
Ou será que todas as religiões têm uma
perspectiva diferente sobre a mesma
verdade?
Se todas as religiões têm o mesmo valor,
então como conciliar as religiões teístas com
as religiões monistas?
Marco Oliveira
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Bahá’u’lláh e o Pluralismo Religioso
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Marco Oliveira
Fim
FIM
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