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The Eagle’s EGGs / ESO

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O Sol é a única estrela do Sistema
Solar, do qual fazem parte oito
planetas, mais de 130 luas, 1500
asteróides e uma infinidade de
cometas.

Mercúrio,
Para sustentar todos esses súditos com seu calor, diariamen- Vênus,
te, o astro-rei consome mais de 350 bilhões de toneladas de
massa, que desaparecem para dar lugar à energia irradiada.
Terra,
Com essa perda de massa, sua força gravitacional enfraque- Marte,
ce, e a Terra, por exemplo, afasta-se dele a uma taxa de um
metro por ano.
Júpiter,
De todo o Sistema Solar, os oito planetas merecem igual
Saturno,
destaque. Em ordem de afastamento crescente do Sol, Urano e
eles são:
Netuno.
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As diferenças entre esses planetas são várias: tamanho,
constituição, duração do período de rotação e de translação,
massa, quantidade de luas, temperatura, entre outros. Essa
série de diferenças entre os mundos desperta nossa curio-
sidade e sempre fez o homem desejar entender mais sobre
cada um deles, enviando várias sondas ao espaço.

Uma das diferenças mais significativas entre os plane-


tas são as luas.

Planetas pequenos podem ter


luas relativamente grandes e
vice-versa.
É preciso estudar caso a caso para tentar entender tanta
diversidade.

Nasa

Os cientistas acreditam que o Sistema Solar se originou quando fecha-os de repente), formando o disco protoplanetário. Na região
uma grande nuvem de poeira e gás, chamada de Nebulosa Solar, se mais próxima ao centro, ficaram apenas os materiais rochosos,
condensou e começou a ficar mais quente. À medida que a massa que suportavam a alta temperatura irradiada pela protoestrela
se condensava, ela formou um disco e começou a girar cada vez formada no centro. Grande parte do material gasoso e do gelo
mais rápido em torno do seu centro (do mesmo modo que acontece (água e amônia) se concentrava na região mais afastada, onde a
com uma bailarina quando está girando com os braços abertos e irradiação da estrela não era mais tão forte.

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Vamos imaginar agora a região próxima à protoestrela: aqui quase
só encontramos material rochoso (que costuma ser chamado de
metal). Esses metais estão girando em torno do centro da nebu-
losa solar, porém têm massa, e pela força gravitacional de cada
um começam a se atrair e colidem, formando um corpo maior e
mais massivo. Esse corpo atrai mais e mais rochas e assim temos
um protoplaneta. Quando quase todos os metais à sua volta já
se agruparam a esse corpo, tornando-o muito grande, temos um
planeta rochoso ou telúrico, assim como Mercúrio, Vênus, Terra
e Marte.
Esse modelo de criação planetária é chamado de Modelo de Acre-
ção, e pode ser confirmado pela observação da Lua. Observando
esse satélite, vemos inúmeras crateras formadas pelos impactos
das grandes rochas que se aglutinaram à ela. Ou seja, um dia es-
ses corpos vagavam sozinhos pelo Sistema Solar em formação e,
aos poucos, aglutinaram-se, formando grandes corpos, como aste-
róides, luas e os planetas rochosos.
Gases e gelos que ficaram mais afastados da protoestrela deram
origem aos planetas gigantes ou gasosos, como Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno. Enquanto isso, a nuvem continuava a condensar-
se e a ficar mais quente, até que, no centro, a temperatura atingiu
o valor necessário para que começassem as reações nucleares.
Então se formou uma estrela, o Sol, que tratou de “limpar toda a
sujeira” que estava entre os planetas com seus fortes ventos.

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O vento solar não é um tipo de vento com o qual
estamos acostumados a lidar aqui na Terra. Ven-
to solar é a expressão que os astrônomos usam
para designar a chuva de partículas eletricamente
carregadas expelidas peloSol. Um dos efeitos do
vento solar são as auroras.

O livro Os Segredos do Sistema Solar, de Paulo Sérgio Bretones, fala


sobre o Sol, seus planetas e os cientistas que estudaram e estudam o
Sistema Solar, numa linguagem acessível. O livro é bem ilustrado.
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Claúdio
Ptolomeu

A possibilidade de discussão franca, num Aristóteles de Estagira fundou, em 335 a.C.,


debate racional em que todos podiam propor a sua própria escola de filosofia natural, o
e confrontar idéias, a influência de outras cul- “Liceu”, e colocava o nosso planeta no centro
turas graças à economia marítima e a grande do Universo. É dele também a idéia de que
disseminação da língua grega foram fatores a Terra se divide em quatro elementos: terra,
importantes que contribuíram para o desen- água, ar e fogo, cada um com seu lugar natu-
volvimento do método científico. ral, respectivamente a Terra, o mar, a atmosfe-
Em 640 a.C. nasceu o pai da Astronomia e ra e o Sol.
primeiro filósofo natural (ou cientista). Tales Aristóteles argumentou que os corpos celestes
de Mileto se destacou pelo desenvolvimento são esféricos, pois a sombra da Terra na Lua
da navegação astronômica além de numerosas em um eclipse é circular, os navios desapare-
contribuições. cem aos poucos no horizonte e estrelas dife-
Por volta de 550 a.C., Pitágoras de Samos e rentes são visíveis, conforme nos deslocamos
seus discípulos desenvolveram um modelo no globo. Para ele, o universo também era
de Sistema Solar, com trajetórias circulares esférico e finito. Além disso, explicou que
para os planetas, inclusive para a Terra. Eles os eclipses acontecem quando a Terra passa
defendiam a esfericidade da Terra, da Lua e de entre o Sol e a Lua
outros corpos celestes, o que não era uma (eclipse de Lua)
unanimidade naquela época, e também ou a Lua passa en-
reconheceram que a estrela vespertina tre o Sol e a Terra
e a matutina, se tratavam do planeta (eclipse de Sol).
Vênus.
Wikipédia

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Wik
ipé
dia
Astrolábio,
um instrumento que
mede a posição das
estrelas no céu.

Por volta de 280 a.C., Aristarco de Samos


descobriu distâncias relativas no Sistema Solar
e também os tamanhos relativos para Sol, Lua
e Terra. Ele explicou as fases da Lua e concluiu
que a Terra girava em torno de um eixo. Tam-
bém propôs um modelo heliocêntrico (com o
Sol no centro e os planetas girando em torno
dele, e estava certo!). Aristarco foi acusado de
perturbar o sono dos deuses.
Em 250 a.C., Eratóstenes de Cirene calculou
a circunferência da Terra, observando o tama-
nho da sombra do Sol em diferentes locais
da Terra. Apesar de usar um cálculo bem
simples, ele errou por muito pouco.
Aristarco

Eratóstenes foi diretor da grande Biblioteca da cidade Utilizando um pequeno bastão, Eratóstenes desco-
de Alexandria, no Egito. Fundada por Alexandre, o briu que o Sol não estava na vertical em Alexandria,
Grande, aquela era a maior cidade da Terra e tam- mas 7,2 graus mais ao sul. Então ele mandou medir
bém o centro do conhecimento na época. Eratóstenes a distância entre Alexandria e Siena e calculou a
percebeu que na cidade de Siena, no primeiro dia do circunferência da Terra em aproximadamente 40 mil
verão e ao meio-dia, a luz solar atingia o fundo de um quilômetros (originalmente, a medida utilizada não
grande poço, ou seja, o Sol estava na vertical. Mas em foram o metro, mas o estádio, a unidade mais usada
Alexandria, onde ele estava, o mesmo não acontecia. naquela época).
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Nascido em 190 a.C., Hiparco de Nicéia usou um mesmo? Por esses e outros feitos, Hiparco é consi-
observatório na Ilha de Rodes para fazer observa- derado o maior astrônomo da Antigüidade.
ções sistemáticas do céu por mais de 30 anos. O re-
Em 140 d.C., Cláudio Ptolomeu, um dos últimos
sultado desse árduo trabalho foi um catálogo com a
astrônomos importantes da Antiguidade, escreveu
posição e o brilho relativo de mais de 800 estrelas.
aquela que é considerada a maior obra de Astrono-
Num outro grande trabalho de precisão, Hiparco
mia da Antiguidade, o Almagesto, composto de 13
calculou o período de precessão dos equinócios da
volumes, em que desenvolveu seu modelo geocên-
Terra (variação do eixo de rotação da Terra), compa-
trico “perfeito”, pelo qual ficou conhecido. Nesse
rando a posição das estrelas com as posições catalo-
modelo, os planetas se movem em círculos (epici-
gadas por astrônomos anteriores a ele.
clos) que se movem por sua vez sobre outros círcu-
Utilizando as observações de um eclipse solar, ele
também calculou a distância da Terra até a Lua,
com pequena margem de erro. Determinou ainda
a duração do ano, com um erro de menos de seis
minutos. Impressionante para aquela época, não é

Mais de mil anos se passaram até que Copérnico corrigisse o


equívoco de Ptolomeu.

Modelo
geocêntrico

Hiparco

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los (deferentes). Apesar de hoje sabermos que de Alexandria, uma grande perseguição começou e
isso não é correto, o trabalho de Ptolomeu foi Hipácia foi retirada de sua casa, torturada, morta, es-
de grande mérito, bastante difícil de elaborar, quartejada e queimada.
e usava uma complexa geometria para explicar
Certamente existiram muitos erros na ciência grega,
como os planetas se moviam no céu. Mais de
porém ela foi o estopim do pensamento científico
mil anos se passaram até que Copérnico corri-
que permitiu o desenvolvimento das civilizações mo-
gisse o equívoco de Ptolomeu. O modelo geo-
dernas.
cêntrico tornou-se muito popular. Foi adotado
pela religião cristã e propagado por teólogos,
filósofos e escritores, e muitas foram as fantasias
criadas a partir dele.
Por fim, em 400 d.C., Hipácia, a última grande P
astrônoma de Alexandria, aperfeiçoa alguns ins-
trumentos astronômicos, como o astrolábio e o
planisfério. Ela foi considerada herética pelos
P1
cristãos porque defendia que o Universo era re-
gido por leis matemáticas. Durante um tempo,
Hipácia foi protegida por um político romano,
mas quando o bispo Cirilo tornou-se patriarca
1

Para saber mais


Se você tem interesse pelas histórias mitológicas dos
deuses gregos, leia o livro Identificação do Céu, de
Fernando Vieira, no qual ele conta mitos e lendas
celestes, discursa sobre o nome de estrelas, dentre PS
outras.
ia
Wikipéd

Hipácia

A precessão dos equinócios é um movimento da precessão é a mudança das datas das estações do
circular que faz o eixo de rotação da Terra, e com- ano. Daqui a 13 mil anos, em janeiro, será inverno no
pleta uma volta em 26 mil anos. A conseqüência Hemisfério Sul da Terra, e não verão, como é hoje.

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Após os grandes avanços científicos
deixados pelos gregos e por outros povos,
a ciência continuou a ser alvo de debate
de um grupo social seleto.

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Os árabes, no início da era cristã, iniciaram a forma-
ção do grande Império Islâmico e fundaram grandes
bibliotecas. Interessaram-se pela Astronomia quando
apresentados ao Siddhanta, texto indiano que trata-
va a Astronomia com fórmulas aritméticas, medições
trigonométricas e equações quadráticas. Então, verifi-
caram e atualizaram o Almagesto de Ptolomeu e redi-
giram catálogos estelares utilizando o astrolábio como
instrumento.
Na Europa Medieval, a maioria esmagadora da popu-
lação acreditava que a Terra era achatada e estacio-
nária. A razão de tal crença se dava pelo fato de a
mesma não ter tido acesso à escrita e ao conhecimen-
to greco-romano como um todo. Todavia, no topo da
pirâmide social, composto por uma camada intelectua-
lizada, culta e letrada, a situação não era essa.

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Nessa época, os estudiosos passaram a se preocu- No ano de 1543, esse livro caiu nas mãos de An-
par com o funcionamento do Universo utilizando dréas Osiander, que fez algumas alterações nele
o método científico, criando teorias, observando a a fim de minimizar o impacto da obra, também
natureza e confirmando previsões. Foi nessa época colocando no título a palavra “hipótese”. No seu
que Nicolau Copérnico provou que a Terra e os leito de morte, em 1543, Copérnico recebeu uma
outros planetas são esféricos e giram em torno do cópia do seu livro, agora publicado.
Sol, que se encontra quase no centro do Sistema
Em sua obra, Copérnico desenvolveu estudos pro-
Solar.
vando a teoria do heliocentrismo. De acordo com
Astrônomo, matemático e padre polonês, Nicolau ela, todos os planetas deveriam girar ao redor do
Copérnico é considerado o pai da Astronomia Sol, inclusive a Terra. A Lua, por sua vez, deveria
moderna. Ele questionou o modelo geocêntrico girar em torno da Terra. Embora não aceita pela
em vigor há mais de mil anos. Escreveu O Comen- Igreja Católica, a teoria heliocêntrica de Copérni-
tário, livro em que propunha o sistema heliocên- co passa a ser um novo referencial nas pesquisas
trico; no entanto, com medo da Igreja, somente astronômicas e aos poucos derrubou a tese de que
mostrou sua obra a alguns amigos astrônomos. a Terra seria o centro de todo o Universo.
Passou então a aprimorar e desenvolver sigilosa-
Apesar disso, o livro de Copérnico permaneceu na
mente suas pesquisas, concluindo em 1530 o livro
lista dos livros proibidos pela Igreja Católica –
Das Revoluções das Esferas Celestes, que também
O Index – até 1835.
manteve em segredo.
Para suavizar sua teoria, costumava perguntar:

“Em que lugar melhor que


o centro do Sistema Solar, Nicolau Copérnico

poderia o Criador ter colo-


cado a lâmpada que ilumi-
na o mundo?”.

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Giordano Bruno, cientista italiano, defensor das idéias de Copérnico e da existência de
infinitos mundos como o Sistema Solar, o que hoje está comprovado, foi condenado pelo
tribunal da Inquisição e queimado na fogueira em 1600. Por cerca de cem anos, essas
idéias ainda ficaram resguardadas, mas a teoria foi comprovada posteriormente por
grandes matemáticos e astrônomos, como Kepler e Newton, dando início a concepção
de Sistema Solar tal como o conhecemos hoje.

Lippershey, um fabricante de óculos holandês, A constatação de que havia outros mundos seme-
inventou o primeiro telescópio em 1608, mas foi o lhantes ao nosso e que nem todos os corpos celes-
italiano Galileu Galilei que apontou o instrumen- tes giravam em torno da Terra tornaram Galileu um
to pela primeira vez para os astros. Fazendo uso de fervoroso defensor das idéias de Copérnico.
um pequeno telescópio (acreditamos, hoje, que o
Entretanto, a idéia de que o Sol – e não a Terra
telescópio de Galileu tenha permitido um aumen-
– seria o centro de tudo não era vista com bons
to de mais ou menos 30 vezes), Galileu revolucio-
olhos pela Igreja. Aliás, pior que isso, quem defen-
nou a Astronomia com descobertas contundentes.
dia isso era considerado um herege e poderia ser
• Ao apontar o telescópio para a Lua, Galileu obser- condenado pela temida Inquisição.
vou montanhas e vales, ou seja, um relevo similar
ao da Terra. Julgou erroneamente existirem ocea- Galileu, para preservar
nos, e os denominou mares. Na verdade, tratam-se
de derramamentos basálticos, mas por questões sua vida e não ter o mes-
históricas, até hoje esses acidentes geográficos são mo destino de Giordano
chamados de mares. Bruno, foi obrigado a
• Ao apontar o telescópio para Júpiter, Galileu perce- retratar-se publicamente,
beu que esse planeta era orbitado por quatro luas:
Io, Europa, Ganimede e Calisto, hoje conhecidas
negando tudo aquilo que
como satélites galileanos. sabia ser verdade.

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Na mesma época de Galileu, viveu um outro Tycho era um exímio astrônomo observacional que
astrônomo importantíssimo. O alemão Johannes colecionou durante anos uma série de tabelas onde
Kepler era um hábil matemático e também defen- registrava com precisão a posição dos planetas no
dia o modelo de Copérnico. Kepler foi convidado céu. Após desentender-se com Rodolfo II, Tycho
para trabalhar em Praga com outro astrônomo, o muda-se para Praga, onde Kepler o encontrou.
dinamarquês Tycho Brahe (lê-se Tico).
Kepler usou os dados coletados por Tycho para
O rei Frederico II havia construído, em 1576, o demonstrar a validade do modelo de Copérnico.
Observatório Uraniborg a 30km de Copenha- Mas a tarefa não foi fácil, pois Kepler defendia
gue, na Dinamarca. Tycho Brahe conduziu que as órbitas dos planetas em torno do Sol eram
durante anos as observações em Uraniborg e círculos perfeitos, o que não é verdade. Kepler fazia
assinalou,diariamente, com grande precisão a po- e repetia suas contas e sempre havia um pequeno
sição de mais de 700 estrelas e também a posição desvio. Insistiu nisso durante anos e não obteve
dos planetas. resultados. Chegou a pensar que os dados que esta-
va usando para fazer as contas estivessem errados,
Tycho observou a passagem de um cometa e verifi-
mas descartou essa possibilidade, pois confiava na
cou que não se tratava de um fenômeno da atmos-
habilidade de Tycho como observador.
fera, como se pensava desde a época de Aristóteles.
Os cálculos de Tycho ajudaram a corrigir o calen-
dário em dez dias. Isso foi feito na época do Papa
Gregório XIII.
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Kepler continuou insistindo, até que finalmente resolveu abandonar
a idéia dos círculos perfeitos, substituindo-os por elipses. Deu certo!
As elipses se encaixaram muito bem, e foram a base das três revolu-
cionárias leis de Kepler, que enunciamos a seguir:

Os gráficos desta matéria são apenas ilustrativos e não estão em escala.


Todos os planetas descrevem órbitas elípticas Considere o segmento de reta que une um planeta
em torno do Sol. O Sol não fica no centro da ao Sol. Em intervalos de tempo iguais, a área var-
elipse e sim em um dos focos. rida por esse segmento é a mesma, independente-
mente da posição do planeta. A conseqüência disso
é que quando um planeta está mais próximo ao
Sol (periélio), ele anda mais rápido.

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O sistema heliocêntrico pressupõe que o Sol
(Helio, deus grego associado ao Sol) seja o centro.
Já o sistema geocêntrico defende que a Terra
(Gaia, Géia ou Ge, da mitologia grega) é que se
encontra no centro do sistema.

Modelo heliocêntrico
de Copérnico.

O cubo da distância média de um planeta ao Sol é


Assista ao filme italiano “Giordano
proporcional ao quadrado do seu período de revo- Bruno”, de 1973, que conta a história da perse-
lução em torno do Sol. A conseqüência disso é que guição a Bruno. Antes de ser queimado em uma
os planetas mais próximos do Sol se movimentam fogueira no Campo dei Fiori, em Roma, ele
mais rapidamente, e como sua trajetória ao longo disse: “Vejam o que acontece a este cidadão ser-
dele já é menor, demoram bem menos tempo para vidor do mundo que tem como o seu pai o Sol
e a sua mãe a Terra; vejam como o mundo que
dar uma volta completa em torno do mesmo.
ele ama acima de tudo o condena, o persegue e
P2 = k a3. o fará desaparecer.”

UNIVERSAE

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Johannes Kepler
N a scido em 1 5 71 , seu ta lento pa ra
m a temá tica foi nota do e, a pesa r da
o r i g e m humilde, ele ganhou uma bolsa
na universida de de Tübung en.

Leia o livro de Stephen Hawking, Os Gênios da Ciência – sobre os ombros de


gigantes. Nele estão compiladas as obras de Copérnico, Galileu, Kepler, Newton e
Einstein, falando um pouco de suas vidas e do mundo em suas épocas.

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Elipse é uma figura geométrica formada pelos pontos cuja soma das distâncias até
dois pontos fixos denominados focos é constante.

A família de Kepler aderiu à Confissão de


Augsburgo, um importante documento do
luteranismo, mas ele não o acompanhou. Por
causa disso, foi excluído da Igreja Luterana e
como se recusava a aceitar os dogmas católi-
cos (pois já defendia as idéias de Copérnico
que a igreja condenava), vivia perseguido.
Durante a Guerra dos Trinta Anos, acabou
por se refugiar em Praga, onde trabalhou com
Tycho Brahe. As informações precisas de Brahe
foram fundamentais para que Kepler chegasse
a suas três leis. Apesar de criticar os céticos e
os supersticiosos, Kepler defendia a astrologia
como explicação do modo como se proces-
sam as relações entre astros e os acontecimen-
tos terrenos.
UNIVERSAE

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Além do interesse pela Terra, pelo Sol e pela Lua, na Antiguidade e também na Idade Média,

Evolução de um
.
Eclipse da Lua

de Sol.
um Eclipse
Fotografia de

o
Colombo fazend
er” na
a “lua morr
04.
Jamaica 15
em
Nasa

mostra a
ayeux, que
Tapeçaria de B H alley no
ção do Com
et a
representa do.
nt o su pe rior esquer
ca
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houve um grande interesse por eclipses e por cometas.

Acreditava-se que eclipses e cometas eram sinais prenunciando que algo novo iria acontecer.
Cometas são pedaços de gelo e rocha que,
quando se aproximam do Sol, se aquecem
e ejetam parte do material que estava
congelado, dando origem às caudas, que
brilham ao ser iluminadas pelo Sol.
• Antigamente, a maioria dos povos consi-
deravam os cometas indícios de que algo
ruim iria acontecer. Em 1066, o Cometa
Halley foi considerado um mau presságio
para o rei Haroldo da Inglaterra. Naquele
mesmo ano, o rei foi morto numa invasão
normanda à Inglaterra, na Batalha de
Hastings. Essas coincidências ajudavam
a alimentar a ficção de que os cometas
eram ruins.
• Em 1304, o pintor renascentista
italiano Giotto retratou um co-
meta anunciando o nascimento
de Cristo. Há discussões para
provar que a estrela que guiou
os três reis magos teria sido,
de fato, um cometa.

Você certamente já ouviu


Cometa
falar da célebre discussão West, vis
ível em
1975.
que Colombo teve com
sábios da Universidade de
Salamanca, sobre a propos-
ta de chegar às Índias por Cometa
Hale-Bo
pp.
um caminho alternativo,
saindo da Espanha em vez
de contornar a África. Os
Nasa

Foto de
comet dois
as obt
sábios, assim como Colombo agência
ida pel
a
espacia
norte- l
acreditavam na esfericidade americ
ana.
da Terra; a dúvida estava
na distância a ser percorri-
da, ou seja, o tamanho da
UNIVERSAE

Terra.
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uite
eS
ativ
Cre

Marcelo Gleiser é
astrofísico, professor,
escritor, roteirista e
colunista. Ganhou o Prêmio
Jabuti por seu primeiro
livro, Dança do Universo, e
pelo livro O Fim da Terra e
do Céu. Também é autor do
romance-histórico
A Harmonia do Mundo.

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enorme. Elas devem ser levadas a
Como foi o começo da sua planetários ou, quando isso não
Quando começou seu carreira internacional? for possível, ao menos devem olhar
interesse pela Astronomia?
Em 1982, ganhei bolsa do CNPq para a Lua com binóculos.
Desde cedo. Sempre fui fascinado para fazer o doutorado na Como os primeiros filóso-
pela noite, pelos seus mistérios. Eu Inglaterra, no King’s College de fos ou astrônomos inter-
me perguntava se existiam outros Londres. De lá, fui contratado como pretavam os cometas e os
planetas, quem sabe até outras for- pesquisador no Fermilab, um labo- eclipses?
mas de vida pelo Universo. ratório de altas energias perto de
Como fenômenos atmosféricos ou,
A pesquisa histórico-cientí- Chicago (EUA). Nunca planejei ter
mais dramaticamente, como mensa-
fica e a carreira de escritor uma carreira fora do Brasil, mas as
gens dos deuses, em geral de muito
fizeram parte da sua vida coisas foram acontecendo e, quando
mau agouro. Os céus eram divinos.
profissional desde o início? fui ver, já estava casado com uma
Portanto, o que aparecia neles tinha
americana e os pés plantados nos
Não. Apesar de ter nutrido um inte- um significado também divino.
Estados Unidos. Obviamente, mi-
resse pela vida dos grandes cientis-
nha ligação com o meio acadêmico Como as antigas
tas desde cedo, só fui aprender mais
brasileiro e com o ensino de Física teorias da Astronomia
sobre o assunto quando comecei a
e a divulgação científica sempre foram sendo modificadas?
preparar as aulas de um curso que
continuou viva. Em que época aconteceu a
dou desde 1994, apelidado de “Físi-
maior transformação?
ca para Poetas”. Foi desse curso que A Astronomia deve ser
nasceu A “Dança do Universo”. ensinada para as crianças de Essa pergunta enche muitos livros!
que forma e a partir de que (Veja, por exemplo, os livros que
idade?
Desde o jardim-de-infância. A
curiosidade que as crianças têm é
UNIVERSAE

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vada, para procurar por uma nova
mencionei.) Essencialmente, a ciência dos céus. Fora ter criado
Astronomia se transforma quando toda uma nova Astronomia, com de brasileiros no Fantástico, outra
observações forçam uma mudança órbitas elípticas e forças entre o Sol é escrever um romance. A mensa-
radical de ponto de vista. Tanto que e os planetas, Kepler teve também gem, contudo, é a mesma: dividir
as idéias de Copérnico só foram uma vida pessoal muito dramática; com as pessoas a maravilhosa visão
aceitas mais de 50 anos após a mor- sua mãe quase morreu queimada de mundo criada por 400 anos de
te dele, quando o heliocentrismo se na fogueira, acusada de bruxaria. É ciência astronômica.
tornou muito mais evidente, graças uma história que merece ser conta- Você prefere pesquisar a
ao telescópio. da em forma de romance. história da Astronomia ou
O que o inspirou a escrever Como é ser um astrofísico descobrir novidades sobre
o livro A Harmonia do Mun- que trabalha em várias o Universo?
do? Por que você escolheu mídias (TV, jornal, literatu- Gosto dos dois e preciso dos dois,
falar sobre o astrônomo ra)? Você se considera um mas a emoção da descoberta do
Johannes Kepler? propagador da Astronomia? novo é incomparável.
Kepler é um dos grandes heróis da Meu trabalho em divulgação fala Fale sobre seus cruzeiros
história do conhecimento, uma por si mesmo. O que procuro fazer com caçadores de eclipses.
figura quase que mitológica, que é levar, da forma mais esclarecedora O que vocês fazem? Há regis-
lutou contra tudo e todos, e contra possível, as descobertas da ciência tro de imagens?
problemas sérios em sua vida pri- para o público não-especializado. A
linguagem que uso depende muito Faço isso a convite da universidade
do meio em que estou trabalhando; onde ensino, que organiza passeios
uma coisa é falar para 40 milhões de ex-alunos pelo mundo inteiro,

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inclusive para observar eclipses, seja Você acredita na conquista
onde for. Em geral vamos de navio do espaço pelo homem? No buracos negros gigantes no centro
e, nos poucos minutos de duração futuro, o que você imagina de nossa e de outras galáxias. Con-
do eclipse, observamos e fotogra- que vai acontecer? firmamos a idade do universo (14
famos da melhor maneira possível bilhões de anos) e sua geometria
Acho que não teremos outra alter-
esse evento inesquecível. Durante o (plana). São muitas as descobertas!
nativa. Os recursos na Terra vão
cruzeiro, dou aulas sobre os
acabar e teremos que os procurar
eclipses. Qual mensagem você deixa
em outros cantos do Sistema Solar.
Como você analisa o Já estamos um pouco atrasados, para os jovens que queiram
envolvimento do Brasil com mas em algumas décadas estaremos seguir carreira na
a Astronomia? O que você construindo bases na Lua e em Astronomia?
espera para o futuro? Marte. Serão os primeiros passos na Em Astronomia ou qualquer outra
colonização do espaço. área, o importante é confiar na sua
A Astronomia brasileira está cres-
cendo muito. Os astrônomos Qual o principal avanço da habilidade e dedicar-se de corpo e
brasileiros estão envolvidos no Astronomia contemporânea? alma aos estudos. Muito do sucesso
Projeto Gemini, que conta com um depende de você, da sua maturidade
Através do telescópio espacial Hub-
par de telescópios gigantes (um no ao iniciar a carreira. Mas garanto
ble e de outros telescópios, apren-
Havaí e outro no Chile). Com eles, que seu esforço valerá a pena!
demos muito sobre o nascimento e
os brasileiros poderão competir em
morte de estrelas, sobre a existência
pé de igualdade com astrônomos do
de planetas extra-solares e de
mundo inteiro.
UNIVERSAE

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Gleiser, na televisão,
apresentou um quadro sobre Ciência
eAstronomia chamado Poeira das
Estrelas, no programa Fantástico,
da Rede Globo, além de dar aulas em
Dartmouth College (Hanover, EUA).
Gleiser realiza palestras e
participa de cruzeiros com caçadores
de eclipses.Atualmente, passou a
ser membro convidado da Academia
Brasileira de Filosofia.

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