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Colégio Militar de Belo Horizonte

Unificação da
Alemanha e Itália

Nome: João Victor Barbosa Alves


Número: 414
Turma: 201
A Unificação Italiana

O Congresso de Viena (1814-1815) determinou que os atuais territórios da Itália e da


Alemanha fossem divididos em diversos estados dominados por estrangeiros. Os povos desses
territórios não aceitaram a divisão feita por Viena e promoveram, então, movimentos racionalistas
visando transformar suas nações em estados nacionais independentes.

Onde hoje é a Itália foi dividida em pequenos estados por ordem de Viena, são eles:

• Reino Sardo-Piemontês: governado por uma dinastia italiana. Era autônomo e soberano;
• Reino Lombardo-Veneziano: governado pela Áustria;
• Ducados de Parma, Módena e Toscana: governados por duques subservientes à
Áustria;
• Estados Pontifícios: governados pelo papa;
• Reino das Duas Sicílias: governado pela dinastia de Bourbon.

A primeira luta do movimento para unificar a Itália só teve início depois da decisão do
Congresso de Viena que transformava a atual Itália. As primeiras tentativas de libertação do
território italiano foi uma organização revolucionária chamada de Jovem Itália liderada por
Giuseppe Mazzini, republicano que junto com a jovem Itália defendia a independência e a
transformação da Itália numa república democrática.
Em 1848, os seguidores de Mazzini promoveram outra manifestação contra a dominação
austríaca em territórios italianos, mas foram vencidos pelo exército austríaco. Apesar da derrota,
o ideal nacionalista permaneceu forte e a partir dessa época, a luta pela unificação passou a ser
liderada pelo Reino Sardol-Piemontês. Cavour, um dos líderes do Risorgimento (movimento que
pretendia fazer a Itália reviver seus tempos de glória), representava todos os que desejavam a
unificação. Para alcançar tal objetivo, Cavour teve o apoio da burguesia e dos proprietários rurais
e colocou em prática um plano de modernização da economia e do exército do Piemonte.
Aproximou-se da França e conseguiu ajuda militar para enfrentar a Áustria.
Com a ajuda da França, o exército de Cavour obteve expressivas vitóriase a Áustria,
derrotada, foi forçada a entregar o reino. Quase em mesmo tempo, o revolucionário Giuseppe
Garibaldi atacou o Reino das Duas Sicílias e criou condições para sua libertação do domínio
estrangeiro. Decidiram então por intermédio de um plebiscito ser governados também pelo rei do
Reino Sardo-Piemontês Victor Emanuel II.
Com a maior parte do atual território italiano, em 1861 Victor Emanuel II foi proclamado rei
da Itália, mas, para que a unidade fosse completada era necessário conquistar Veneza e Roma.
Veneza foi incorporada no ano de 1866 e Roma em 1870 onde passou a ser capital do país no
ano seguinte.
O papa Pio IX, não aceitou a perda dos domínios territoriais da Igreja e rompeu relações
com o governo italiano, considerou-se prisioneiro e fechou-se no Vaticano. Assim nasceu a
Questão Romana que só foi resolvida em 1929 quando doi assinado o Tratado de Latrão. Por
esse acordo, foi criado o Estado do Vaticano dirigido pela Igreja Católica.
A Unificação Alemã

Assim como a Itália, a Alemanha ao foi outro país europeu que se unificou tardiamente. E,
à semelhança do caso italiano, a origem dos conflitos políticos e sociais que tiveram lugar na
atual Alemanha ao longo do século 19 pode ser identificada no Congresso de Viena. 

Em 1815, após a derrota do imperador francês Napoleão Bonaparte, decidiu-se que o


antigo território pertencente ao Sacro Império Romano-Germânico até a expansão napoleônica
seria reagrupado sob o nome de Confederação Germânica.

Essa Confederação era composta por quase quarenta estados, entre reinos, ducados e
cidades. Dentre eles, os mais importantes eram o reino da Prússia, governada pela dinastia dos
Hohenzollern, e o Império da Áustria, governado pela casa de Habsburgos. 

A Prússia era o estado mais industrializado da Confederação Germânica - em contraste


com a Áustria, cuja economia era marcadamente agrícola - e sua maior potência militar. Sob a
influência prussiana foi criada, nos anos 1830, uma política de livre circulação de mercadorias na
região. A Zollverein, como era chamada, excluiu a Áustria e teve consequências diretas para o
desenvolvimento econômico registrado nas décadas seguintes, A influência da Primavera dos
Povos. Uma primeira tentativa de unificação ocorreu em meados no século 19, por influência da
chamada Primavera dos Povos - nome pelo qual são designados os movimentos revolucionários
que ocorreram em 1848 por toda a Europa. 

Recorde-se que o Congresso de Viena representou o retorno de monarquias


centralizadoras em muitos pontos da Europa, como na Áustria. Paralelamente, o processo de
industrialização fortalecera a burguesia e, pela crescente exploração da força de trabalho,
colocara os operários em difíceis condições de vida. Foi assim, portanto, que camadas sociais tão
díspares se uniram para a derrubada das monarquias européias.

Na Confederação Germânica, movimentos radicalizados exigiram sufrágio universal, a


convocação de Assembléia Constituinte, a aprovação de novas cartas magnas e o fim do poder
centralizado dos monarcas - quando não o fim da própria monarquia. Tudo isso envolto por um
forte sentimento nacionalista e pelo desejo de, no curso daquele processo, unificar todos os
estados num só país: a Alemanha. 

Mas o impasse político surgido na Prússia e a inflexão da burguesia na Áustria - que,


temerosa, mudou de posição, passando a apoiar o rei - deu novo ânimo às monarquias e
inviabilizou a unificação.

A partir daí, ocorreram duas mudanças importantes: em primeiro lugar, os esforços para a
unificação passaram a vir sobretudo da Prússia, com a exclusão da Áustria; em segundo lugar,
em contraste com as tentativas iniciais, esse segundo momento ficou marcado pelas ações a
partir do alto, operadas diretamente pelos que ocupavam o aparelho de Estado, e não mais por
movimentos sociais que incluíssem os operários e a pequena-burguesia, por exemplo. 

Na Prússia, em particular, a burguesia industrial passou a apoiar fortelemente a unificação.


Para ela, assim como foi para a burguesia do norte italiano, o apoio a um governo forte era visto
como meio de desenvolver mais rapidamente o capitalismo.

Depois de 1862, esse governo forte, na Prússia, foi representado pelo rei Guilherme 1º.
Naquele ano, ao assumir o trono, Guilherme 1º nomeou Otto von Bismarck para o cargo de
primeiro-ministro. Bismarck entrou para a história como o grande nome da unificação alemã.
Todos os seus esforços foram no sentido de criar um só país. Internamente, fez alianças com a
burguesia industrial e os grandes proprietários de terra. No exterior, apostou na estratégia do
confronto militar. Em 7 anos, foram 3 guerras.

Em 1864, Bismarck declarou guerra à Dinamarca, com o apoio do Império da Áustria. A


vitória no conflito, conhecido como Guerra dos Ducados, garantiu a esses dois estados a posse
dos territórios de Schleswig e Holstein. 

Mas, logo em seguida, em razão de divergências quanto à administração dos ducados,


Prússia e Áustria iniciaram um novo conflito, conhecido como Guerra Austro-Prussiana.

Embora contasse com o apoio de outros estados da Confederação Germânica, a Áustria


perdeu o conflito. De um lado, pesou a falta de apoio internacional ao império austríaco. De outro,
a entrada da Itália no conflito, interessada em tomar Veneza da Áustria - o que acabou ocorrendo
de fato. 

O acordo de paz selado ao final da guerra dissolveu a Confederação, garantiu novos


territórios à Prussia e excluiu a Áustria do processo de unificação alemão.

Mas um último e grande conflito encerraria a história da formação da Alemanha: a Guerra


Franco-Prussiana. Franceses e alemães há tempos nutriam um clima hostil em suas relações. A
expansão prussiana só fez aumentar as tensões políticas na região. 

O ápice desse processo aconteceu em 1868, quando o trono espanhol foi oferecido a um
membro da casa de Hohenzollern, primo de Guilherme 1º. A França imediatamente se colocou
contra, temendo o crescimento da influência prussiana sobre a Europa. Do outro lado, com sua
estratégia belicosa, Bismarck ansiava pelo conflito com os franceses, que dificultavam a
unificação.

A guerra, declarada por Napoleão 3º, durou de 1870 a 1871. Com o avanço das tropas
prussianas sobre o território francês e a captura do imperador, a vitória parecia estar garantida.
Mas um governo provisório de resistência, incluindo camadas populares, foi formado em Paris,
em setembro de 1870. Ao final, Napoleão 3º capitulou diante da Prússia e, com seu auxílio,
reprimiu duramente o breve governo operário constituído na capital francesa, chamado
de Comuna de Paris. 

A unificação alemã se completou em janeiro de 1871, quando, no Palácio de Versalhes,


antiga sede da monarquia francesa, Guilherme 1º foi coroado o primeiro kaiser da Alemanha
unificada. O tratado que encerrou a guerra, porém, seria assinado apenas em maio de 1871.

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