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Desde a descoberta dos raios X por Röentgen em 1895, a radiologia percorreu um


longo caminho, auxiliada por constantes melhorias até adaptá -la às exigências
crescentes dentro da Medicina e da Odontologia, tornando -a muitas vezes um
recurso complementar indispensável ao diagnóstico.
O uso dos raios X é essencial na clinica odontológica, po is determinados exames
radiográficos são necessários na maioria dos pacientes. Como resultado, as
radiografias são frequentemente requisitadas como o principal auxilio dos clínicos
para realizar um diagnostico. A imagem é produzida pelos raios X passando a través
de um objeto e interagindo como a emulsão do filme, o que resulta em um
escurecimento deste. A extensão do escurecimento depende do numero de raios X
que atinge o filme, que, entre outros fatores, depende da densidade do objeto. A
imagem final pode ser descrita com uma imagem bidimensional composta de preto,
de branco e de uma variedade de tons de cinza sobrepostos, sendo, algumas vezes,
conhecida como gráfico de imagens.

A primeira radiografia dental foi tirada na Alemanha, pelo Dr. Otto Walkhoff,
de Brausnchweig. Esta foi conseguida usando uma placa de vidro com emulsão
fotográfica, envolvida em papel preto e lençol de borracha. A radiografia foi tomada
de sua própria boca com um tempo de exposição de 25 m inutos (WHAITES E.,
2003).

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Este trabalho tem como objetivo relatar as técnicas extra bucais; AP de Towne e
Panorâmica, mostrando a descrição, indicação, definição e anatomia de cada uma
destas técnicas e sua importância nos estudos e diagnósticos na odontologia.

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A radiografia AP de Towne é a uma radiografia extrabucal, ântero posterior. A vista


desta radiografia mostra a parte posterior do crânio como; o processo condilar da
mandíbula e suas angulações, o osso occipital, a fossa craniana posterior. O septo
nasal é bem delineado e os arcos zigomáticos são bem visualizados com
hiperiluminação. Ela é utilizada principalmente em diagnósticos de fraturas faciais.

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A radiografia AP de Towne é indicada para: avaliação do processo


estilóide e do ligamento estilo -hioide, avaliação da parede pó stero-lateral
do seio maxilar, pacientes com suspeita de fratura de pescoço do côndilo
mandibular, deslocamento látero -medial do côndilo.

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† Deve-se pedir ao paciente que remova brincos, jóias, grampos de cabelo,


óculos, próteses removíveis ou aparelhos ortodônticos móveis.
† O avental de chumbo deve ser usado no paciente durante a radiografia.
† O paciente deve ser colocado em posição de plano sagital mediano e plano
de Frankfurt paralelo ao solo , com o occipital encostado a mesa, a boca deve
estar aberta. O plano médio sagital do crânio forma uma linha reta
verticalmente ao plano médio do chassi. O raio central é direcionado 35º
caudais através do osso frontal e do forame magno num ponto intermediário
entre as articulações têmporo-mandibulares. A posição do chassi é ajustada
de maneira que o raio central coincida com seu centro.
† O tamanho do filme deve ser 24 x 30 cm (10 x 12 polegadas), sendo colocada
no sentido longitudinal, grade móvel ou estacionária. O aparelho deverá ser
regulado com 10Ma (miliamperagem), quilovoltagem de 70 a 85KVp e
exposição de 1,2s.


(STAFNE E.C.. 1982)

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A radiografia panorâmica foi idealizada nos anos 50 e 60, passando definitivamente


a fazer parte dos exames complementares usados em Odontologia já nos anos 70.
A simplicidade de operação, a ampla cobertura de área examinada, a capacidade de
projetar estruturas anatômicas em sua relação normal com reduzida superexposição
de partes que interferem e a baixa dose de radiação, além do pouco custo financeiro
para o paciente e o serviço de saúde, são algumas das razões para sua crescente
aceitação. Hoje, a radiografia panorâmica constitui um exame indispensável na
rotina clínica (VICCI J.G.,2002).
A radiografia panorâmica é uma das técnicas mais comuns em odontologia ,
constitui-se de uma visão global de todos os elementos dentários da maxila e
mandíbula, assim como seus constituintes ósseos.
Na Odontologia, entre as técnicas extrabucais, a radiografia panorâmica se destaca
por permitir uma visualização de toda região m axilo-mandibular com uma única
incidência (OLIVEIRA, M. M. N., 2006).
† Fazendo com que todos os dentes e suas estruturas ósseas aparecem em
um mesmo filme.
† A técnica é razoavelmente simples.
† A dose de radiação é relativamente baixa, particularmente com as m odernas
unidades de corrente contínua com placas intensificadoras de terras raras ± a
dose é equivalente a, aproximadamente, três ou quatro radiografias
periapicais.

O principal inconveniente desta técnica é que a radiografia fin al é uma radiografia


seccional, assim apenas estruturas dentro da área de corte estarão evidentes e em
foco na radiografia final.

Na radiografia panorâmica, a secção ou área focal é projetada para ter uma forma
próxima à de uma ferradura, correspondendo ao formato dos arcos dentais.
Infelizmente, a qualidade da imagem é inferior à de uma radiografia intrabucal e su a
interpretação é mais complexa (WHAITES E., 2003).
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Podemos dividir os procedimentos em:

†    , nos quais estão incluídos os aparelhos de raios X


com tubo, paciente e filme fixos.
†  2 , onde há movimentação do paciente ou do tubo e
filme ao redor da cabeça do paciente (é usado atualmente).

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- O cabeçote de raios x gira ao redor da parte posterior da cabeça, enquanto o


conjunto chassi com filme/placa metálica gira na parte anterior da face.

- O cabeçote de raios x e o porta-chassi se movem em direções opostas uma a


outra.

- o filme se move na mesma direção que o cabeçote, por trás da placa metálica do
conjunto.

- cada parte diferente do filme é exposta ao feixe de raios x a cada instante,


enquanto o equipamento gira do redor.

- o movimento circular rotacional simples, com um único centro de rotação, produz


um área focal curva, circular.

- como na tomografia convencional, sombras de estruturas externas a área focal


estarão fora de foco e borradas devido ao movimento tomográfico.

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Um recente avanço em radiografia panorâmica é a habilidade de programar o


equipamento para expor apenas certas regiões dos maxilares quando informações
especificas são necessárias, ao invés de toda a dentição. Isso resulta em uma
redução significativa da dose de exposição.

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Existem diferentes tipos de unidades de radiografias panorâmic as apesar de variar


apenas no design, todos contem;

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† Cabeçote raios X; que produz um feixe de raios X estreito e em forma de
leque, inclinado para cima em relação ao plano horizontal;
† Porta chassi; apresenta uma parte anterior, com protetor de chumbo, e o filme
é exposto através de uma ranhura longa e estreita.
† Placa metálica
† Dispositivo de posicionamento do paciente, incluindo feixes luminosos.
† A dimensão do filme é de 15/30 tipo E.

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Recomenda-se o uso da radiografia panorâmica na prá tica da odontologica, nas


seguintes circunstâncias;

† Como parte da avaliação ortodôntica, quando há necessidade clínica de


conhecer o estado da dentição e a presença/ausência de dentes.
† Avaliar lesões ósseas ou dentes não erupci onados, que não são observados
nas radiografias periapicais.
† Previamente a uma cirurgia bucomaxilo sob anestesia geral.
† Como parte da avaliação do suporte ósseo periodontal nos casos de bolsas
periodontais maiores que 5mm.
† Avaliação dos terceiros molares, para o estudo da necessidade ou não de sua
remoção.
† Pesquisa de fraturas.
† Implantes.

Nos hospitais, usam-se esse tipo de radiografia para;

† Fraturas de todas as partes da mandíbula exceto a região anterior.


† Lesões no seio maxilar ± particularmente do assoalho e suas paredes
posterior e medial.
† Lesões destrutivas das superfícies articulares da ATM.
† Medidas verticais do osso alveolar como parte do planejamento pré -
implante.(WHAITES E.,2003)

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As técnicas exatas de posicionamento variam de um aparelho para o outro.


Contudo, existem alguns requisitos gerais que são comuns a todos os aparelhos e
que podem ser resumidos:

† Deve-se pedir ao paciente que remova brincos, jóias, grampos de cabelo,


óculos, próteses removíveis ou aparelhos ortodônticos móveis.
† O procedimento e os movimentos do equipamento devem ser explicados para
a segurança do paciente.
† O paciente deve usar avental de chumbo .
† Plano sagital e plano de Frankfurt paralelo ao solo.
† Os pacientes devem ser posicionados cuidadosamente no aparelho,
utilizando os vários dispositivos para posicionamento da cabeça e feixes
luminosos de orientação, (em alguns aparelhos, a face do paciente enc ontra-
se voltada para o operador e, em outros, lateralmente).
† O paciente deve ser instruído para permanecer com a língua no céu da boca,
de forma que esta permaneça em contato com o palato duro e não se
movimente durante o ciclo de exposição (aproximadamente 18 segundos).
† Coluna vertebral ereta, mento apoiad o, Lábios fechados.
† Os dentes superiores e inferiores deverão ficar em posição de topo a topo
com o auxilio de um bloco de mordida ou mordedor.
† Deve-se selecionar um fator de exposição apropriado, geralmente na faixa de
70 a 100 KV e 4 a 12 mA.

O posicionamento da cabeça do paciente nesse tipo de aparelho é fundamental, ela


deve ser posicionada precisamente, de maneira que os dentes permaneçam dentro
da área focal. Os efeitos do posicionamento da cabeça muito para frente, muito pa ra
trás ou assimetricamente em relação a área focal, as regiões dos maxilares que
permanecerem fora da área focal estarão fora de foco. O feixe de raios X em forma
de leque faz com que o mau posicionamento do paciente seja representado
geralmente como uma distorção do plano horizontal (ex; os dentes aparecem muito
largos ou muito estreitos). Contudo, quando a cabeça do paciente é posicionada
corretamente, a inclinação dos dentes incisivos ou os padrões esqueléticos podem

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tornar possível o posicionamento dos dentes superiores e inferiores de maneira ideal
na área focal.

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As imagens anatômicas normais, evidentes em radiografias panorâmicas, variam de


aparelho para aparelho, mas em geral podem ser subdivididas em:

† |  das estruturas dentro, ou próximas, da área focal.


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 formadas pelo movimento tomográfico e
adição de estruturas do lado oposto, ou muito distantes da área focal. O
ângulo de -8º do feixe de raios X faz com que essas imagens fantasmas
apareçam em um nível mais alto que as estruturas responsáveis pelo seu
aparecimento.

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São imagens importantes dos tecidos duros:

† Dentes.
† Mandíbula.
† Maxila, incluindo o assoalho e as paredes anterior e posterior do seio maxilar.
† Palato duro.
† Arcos zigomáticos.
† Processos estilóides.
† Osso hióide.
† Septo e concha nasal.
† Base do crânio.

Imagens aéreas;

† Abertura bucal.
† Orofaringe.

Imagens importantes dos tecidos moles;

† Lóbulo da orelha.
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† Cartilagens nasais.
† Palato mole.
† Dorso da língua.
† Lábios e bochechas.
† Prega nasolabial.

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† Coluna vertebral.
† Corpo, ângulo e ramo do lado contralateral da mandíbula.
† Palato.

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FREITAS A., ROSA J.E., SOUZA I.F.. Radiologia Odontológica. Ed 5º ,e ditora artes
medicas Ltda, são Paulo (são Paulo). 2000.

OLIVEIRA, M. M. N., CORREIA, M. F., BARATA, J. S., Aspectos Relacionados ao


Emprego da Radiografia Panorâmica em Pacientes Infantis, R. Fac. Odontol. Porto
Alegre, Porto Alegre, v. 47, n.1, p. 15 -19, abr. 2006.

VICCI, J.G., CAPELOZZA A.L.A., Incidência de lesões dentarias e ósseas


evidenciadas através de radiografia panorâmica através de radiografia panorâmica.
Fol/Unimep, Piracicaba (São Paulo),vol. 14, nº 2, jul/dez 2002.

STAFNE E.C.. Diagnostico radiográfico bucal. Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). 4º


Edição. Ed original. pag 378-379. 1982.

WHAITES E., Princípios de Radiologia Odontológica, 3º Ed , editora Artmed, 2003.

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