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MURAL CEG

BOLETIM
Montanhismo - RJ
Ago/2007 - 300 exemplares
IMPRESSO

Luiz Alberto e PJ no cume da torre central das Torres de Bonsucesso (PNTP).


Travessia Petro-Tere (CBM) Travessia Petro-Tere (CBM)

Boris e Raphael em Salinas PJ na Torre de Bonsucesso

As caipiras na Festa Julina, Nosso presidente, Schmidt,


na sede do CEG só na caipirinha

Movimento Consciente • Anhangava e Marumbi


programação aniversariantes do mês
1 Julio Cesar da Silva Faria
AGOSTO / 2007 1 Marcos de Barros Gober
1 Eduardo Gonçalves Canano
Dia Via / LLocal
ocal Graduação Guia 1 Fernando d’Oliveira
2 Nauta de Souza Drummond
5 Babilônia / Urca Diversas vias 3º/4º Ricardo/Sblen 2 Sérgio Ricardo de Souza Pinto Expediente
3 Alexandre Ururahy Rodrigues
5 Joana / Prainha Estágio Supervisionado - Sup: D.T. 3 Biagina Loredana Iannace Dourado Presidente Roberto Schmidt
Escalada 2ºIII Est: Ivan 3 Claudio Alberto N. Duek Vice PPresidente
residente Paulo Jorge R.Gaspar
4 Daerson Garcia de Oliveira Tesoureiro Bóris Flegr
4 Paulo Antônio Ramos Cavalcanti Secretária Geral Monique Corrêa
22 palestra sobre prevenção e palestra aberta a todos Dr. André Lima 5 Denise de Araújo Camara Diretor Técnico Seblen Mantovani
tratamento de lesões no esporte os sócios 5 Sérgio de Souza Bahia Diretor Social Irini Petro E. Rodrigues
Sede Social 5 Marcio Aurelio dos Santos Losada Dir
Dir.. Meio Ambiente Nicole Ingouville
5 João Vieira da Costa Júnior Diretor Divulgação Carla Vieira
29 palestra sobre saúde, qualidade palestra aberta a todos Dra. Tatiane 5 Carlos Thadeu Duarte Santos Rodolfo Campos
de vida e perfomance no esporte os sócios Barcelos 5 Luiz Fernando de Moraes
6 Arnaldo Peixoto da Silva Colaboraram nesta edição:
Sede social 7 Dirlene Moraes Barros Textos: Aline Alfacinha, Marcia Fregolon,
Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões. 7 Enok Veriano Nogueira Barra Junior Roberto Schmidt, Suelly Ribeiro e Tatiane Barcelos
7 Marcelo Vasconcelos Moreno
7 Maria Gonçalves Vieira
8 Knut Eivind Borg Fotos: Aline Alfacinha, Carla Vieira,
MEU PPAI
AI 9 Celso Lima Rivera Boris Flegr e PJ
10 Neuza Azevedo Bomfim
(autor desconhecido) 10 Alessandra de Lacerda Alves
10 Antonio Augusto de Bulhões Edição e Diagramação:
11 Sylvio Portugal Rodrigues Carla Vieira
O que eu dizia quando tinha...
12 Idalina Vasconcellos Duarte
4 anos de idade: “O PAPAI sabe fazer qualquer coisa!” 12 Orlando Costa Balod
Reuniões Sociais do CEG
5 anos: “Meu PAI sabe um bocado de coisas!” 12 Tânia Dias Mendes
12 Roberta Correira Maiani Todas as quintas-feiras, a partir das 19h.
6 anos: “Meu PAI é mais inteligente do que o seu!”
12 Almir Martins Odilon
8 anos: “Meu PAI não sabe exatamente tudo!” 13 José Firmino Dias Lopes Filho Caso queira contribuir com esse boletim,
10: “Antigamente, no tempo do meu PAI, certamente as coisas eram diferentes!” 13 Marilice Baptista de Araújo envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões
12: “Bem, claro que meu PAI não sabe tudo sobre isso. Ele está muito velho para 15 Malena Osorio Hor-myll para Rua W ashington LLuiz,
Washington uiz, 9 - cobertura -
lembrar-se de sua infância!” 16 Constança Amaro de Azevedo
Rio de Janeiro - RJ - Cep 20230-020 ou
16 Roberto Luiz Pereira e Souza
14: “Não dê atenção ao meu PAI. Ele é muito antiquado!” 17 Andre Luiz Pereira de Souza por e-mail: guanabara@guanabara.org
guanabara@guanabara.org.br .br
21: “Quem, ele? Ah, ele está completamente desatualizado!” 17 Paulo de Camargo Fantinati Tel.: 3285-8653
25: “Meu VELHO sabe um pouco sobre isso. Também pudera! Já faz um tempão 18 Denize Macêdo
20 Yvon Alberto de Andrade As matérias aqui publicadas não representam
que ele nasceu!” 20 Gisela Gutierrez del Cueto necessariamente a posição oficial do Centro
30: “Talvez devêssemos perguntar ao VELHO o que ele acha. Afinal de contas, ele 20 Newton dos Santos Carvalho
Excursionista Guanabara. Ressaltamos
tem um bocado de experiência!” 21 Celso Roberto Romanelli
21 Juan Ramirez que o boletim é um espaço aberto àqueles
35: “Eu não vou mexer um dedo sem conversar com o meu VELHO!” que queiram contribuir.
23 George Grilho Loureiro
40: “Imagino como meu VELHO teria cuidado disso. Ele era tão sábio e tinha uma 23 Heloisa Helena Lima de Brito
enorme experiência!” 23 Luiz Fernando Pessoa Wellisch Tabela de PPreços
reços
50: “Daria tudo para ter meu PAI aqui agora para podermos conversar sobre isto. 24 Felipe de Menezes Assad Mensalidade*: R$ 17,00
24 Helena Cristina Pereira Sampaio Mensalidade - casal*: R$ 27,00
Ele era tão sábio e eu nunca lhe dei o devido valor. Que pena! Poderia ter apren- 24 Jorge Luiz de Moraes Matrícula ou Descongelamento: R$ 45,00
dido muito com ele!” 24 Luis Haroldo Bandeira Curso Básico de Montanhismo: R$ 390,00
Para os guanabarinos, UM FELIZ DIA DO PAPAI. 27 Lucio Nazareno Porto da Silva Curso Avançado de Escalada: R$ 240,00
29 Vicenzo La Camera Neto
*Preços especiais para anuidade
2 agosto/2007 www.guanabara.org.br 11
Poxa, só não descobri ainda a origem pensante: tenho polegar opositor. Mas, se editorial
do ser escalador. Mas agora que sou um alguém já souber, pode me explicar por
deles, pesquisarei com mais vigor. E, tal- favor?
vez um dia, quem sabe, chegue a um re- Saudações e até o futuro. As Duas Festas: a Junina e a Julina do CEG
mate esclarecedor. Afinal, sou animal Alfacinha*
No dia 30 de junho, foi realizada em ca e de uma parte da propaganda. Uma
Sana, nossa Festa Junina, com o fechamen- outra parte ficou aos cuidados do Rodolfo.
*acepções para alfacinha: Observações: to da Pousada Tangarás pelo casal Irini/Ivan O Boris cuidou da infra de alimentos e de
1) diminutivo de alface Quando se tratar da acepção 3 (apelido), o (ela como Diretora Social). Em decorrência fermentados (cervejas) e cuidou do caixa
2) nome de um bloco de carnaval (em 2007 termo pode ser usado em sua forma abrevia- das chuvas que caíram nos dias anteriores, durante a festa, auxiliado pelo Rodolfo;
passou por santa teresa) em que as meninas da: alfa. Tal abreviação foi aprovada pelo não foi possível realizar a caminhada ao Schmidt cuidou dos destilados (caipiri-
se auto-intitulam fáceis: “all-facinha”s conselho galáctico, por considerar a porta-
Peito de Pombo, que o Flavinho guiaria. De nhas), Lula cuidou do seu, já clássico,
3) apelido da aline. origem etimológica: há dora do apelido uma viajante do plano cita-
controvérsias, ainda não existe uma explica- do. A abreviação é bastante útil em momen- resto, tudo funcionou muito bem, sob a su- Caldo Verde e das rifas que garantirão
ção oficial do criador do apelido. indícios: as tos de preguiça do locutor ou em casos de pervisão do Sr. Jorge, que garantiu toda a mais plantas para o CEG (dois conjuntos
duas primeiras letras são iguais (ALine e urgência, em que pronunciar o apelido com- infra da Tangarás para que a festa se de- de costuras) e a já tradicional ajuda ao
ALfacinha); a aline é vegetariana então só deve pleto pode implicar risco de vida. Ex.: um ani- senrolasse sem problemas. Houve música grande escalador Paulo Macaco (uma
comer alface e, como ela é baixinha, o apelido mal peçonhento muito próximo da alfacinha, ao vivo com sanfoneiro e cantores, uma mochila de ataque), Francisco e Alex cui-
acabou ficando alfacinha; em portugal, cha- você grita “Alfa!!” e dará tempo para ela sair grande fogueira, quadrilha e tudo mais que daram do churrasco. Ivan e sua filhota se
mam de alfacinha quem nasce em Lisboa e, correndo. uma clássica festa caipira pede. encarregaram de substituir as coleções de
como a aline tem inteligência de português...
Mas ficou um problema, Sana era lon- fotos do Sobral Pinto.
ge e nem todos puderam ir. Por isso, Com isso, o CEG bombou, com apro-
Notícias do PPassado:
assado: Sócio, ainda? Carlinha, Boris e Rodolfo resolveram mon- ximadamente 60 pessoas, entre sócios e
continuar a ouvi-las enquanto eu existir. Tal-
tar uma festa urbana na sede do CEG em convidados de outros clubes, principal-
Caríssimos amigos montanhistas e caminhantes,
vez, em função do ditado: “quem conta um 26 de julho, uma quinta-feira, dia da últi- mente do pessoal do CERJ, que compare-
Fazendo uma busca no Google, esbarrei conto aumenta um ponto”, a Pedra do Sino ma reunião social do mês de julho. ceu em grande número.
numa citação de meu nome (data de aniver- seja um pouco mais alta na minha história... Carlinha cuidou da decoração, músi- Roberto Schmidt
sário: 30 de maio) num boletim do Centro A geada nas Prateleiras tenha sido um
Excursionista Guanabara. Confesso que to- pouquinho menos agressiva e o “Suplício”
mei um susto.... Misto de alegria e espanto. não seja tão sufocante quanto realmente é.
Alegria pelo que significou o CEG para mim De qualquer forma, tenho assunto para mui-
no final dos anos 60 e espanto de ainda existir tas noites de prosa. Deixo um grande abra- Montanhistas,
traços de minha passagem por aí. ço para todos. Moro atualmente em Pelotas Em fevereiro de 2002 foi realizado o Seminário de Mínimo Impacto em Pare-
Obviamente, aconteceu um imediato onde, depois de “véio” resolvi comprar uma des para o Complexo da Urca (www.femerj.org/Seminariode MUrca.html). Passa-
desfile mental das figurinhas que estiveram merendeira e voltar aos bancos escolares. dos cinco anos será realizado mais um encontro para atualização das diretrizes na
ao meu lado neste período: Dacran, Luiz Pe- Faço um doutorado em “Agricultura Famili-
ar” na Universidade Federal de Pelotas, sou
época acordadas. Nesta nova Oficina de Trabalho serão reavaliadas questões já
queno, Lais, Heitor, Beth, Dino, Fred, Rosa,
Carioca, e mais um monte de gente que não agrônomo e pesquisador da Embrapa. abordadas no seminário anterior; visto que nesse período houve natural alteração
mais recordo seus nomes. Junto com os ros- Escalada? Não mais. Infelizmente uma da realidade da região.
tos, as lembranças de centenas de escaladas artrose nos dedos das mãos me impede. Fica Assim serão temas de deliberação: Atualização de zoneamentos da região (ou
inesquecíveis: Chaminé Stop, CEPI, Santos a saudade e a lembrança daquela garagem seja, áreas passíveis de novas conquistas); Uso de furadeiras em conquistas; Ma-
Dumont, XV de Novembro, Chaminé Hungar, na Tijuca.
nutenção de trilhas; Discussão de casos específicos; 5. Assuntos diversos.
Passagem dos Olhos, Castelos de Morro Açu,
Campo Escola de Cascadura e mais um Inté, Maciel. A oficina será no dia 11 de agosto de 2007, a partir das 8h, na UNIRIO,
monte de lugares que íamos todas as sema- Antonio Maciel Botelho Machado situada à Av. Pasteur, 458 - Urca
nas, com sol ou com chuva... Sócio nº 176 – 1968 Sua participação nesse processo é fundamental!
Já se vão 40 anos e parece que foi on- Comissão de Organização I Oficina de Atualização
tem. As histórias... Bem, com certeza meus Este texto foi recebido por email pela secre-
das Diretrizes de Mínimo Impacto da Urca
netinhos já ouviram algumas vezes e irão taria do CEG.

10 agosto/2007 www.guanabara.org.br 3
saúde artigo

MOVIMENTO CONSCIENTE
Uma Questão de Saúde, Qualidade de Como vim parar (ou escalar) no CEG
Vida e... Fisioterapia?! Sempre achei que escaladores fossem e de preferência mais alto, ou eles passa-
Quando resolvi escrever sobre o trabalho defesa da saúde, fazer com que as condições seres galácticos criados em incubadoras riam e eu viveria para sempre com a dú-
que desenvolvo com um grupo de montanhistas descritas sejam cada vez mais favoráveis. especiais; que eles iniciavam a prática após vida. Mas, ei! Eu queria a pílula verme-
do CEG, há uns quatro meses, a maior difi- O Grupo de Qualidade de Vida, da divi- certo tempo de maturação em seus casu- lha! Então chamei de novo. Minhas cor-
culdade que encontrei foi definir por onde são de Saúde Mental da Organização Mundi- los de formato bivaco-barracóidico; que das vocais vibraram bem fracamente,
começar. Depois de duas edições do Boletim al de Saúde, definiu Qualidade de Vida como eram marginais (não no sentido pejorati- nada que cutucasse os tímpanos daque-
do CEG pensando, concluí que a melhor for- “a percepção do indivíduo de sua posição na vo, mas no de viver à margem da socieda- les seres. A não ser o de um deles, que
ma era passar a questão à diante. Assim sen- vida no contexto da cultura e sistema de valo-
de); que não tinham família biológica nem logo chamou a Marcinha. (Depois soube
do, tenho algumas perguntas a fazer: Como res nos quais ele vive e em relação aos seus
você define “Saúde”? Dentro desta definição, objetivos, expectativas, padrões e preocupa- amigos que não fossem escaladores. que o atento ouvinte era o Boris Psycho
você considera que a possui ou não? Ela é ções”. Dessa forma, podemos nos perguntar o Isso até certo evento. Até encontrar por Boy, e os outros eram o Playboy e a
boa, regular ou ruim? Ela te permite realizar que estamos percebendo em nossas vidas. A acaso uma amiga que eu havia perdido Monique). Eles pararam e tivemos conver-
tudo o que deseja? Você subdivide a “Saúde” partir daí, surge a seguinte questão: estamos contato há tempo. Eu estava a aprender sas viajatórias, tendo que continuar o papo
em áreas, como: Saúde Física, Mental, Emo- satisfeitos com o que percebemos? E, seguin- uma música alemã enquanto subia a pis- em um bar da Urca.
cional etc.? Além dessas, muitas outras per- do o caminho natural das coisas: o que estamos ta Cláudio Coutinho, quando desconfiei Foi a partir daí que voltei a ter contato
guntas podem ser feitas. fazendo para melhorar ou mudar o que nos
que, dentre os seres escaladores que des- com a Trinity, e passei a ver seres do clu-
Com relação à saúde, muitas informações incomoda? Felizmente, estamos cada vez mais
estão acessíveis a todos. A Declaração de conscientes do quanto a nossa qualidade de ciam conversando, estava a Marcinha. be em alguns eventos sociais aleatórios.
Alma-Ata, de 1978, enfatiza que a Saúde - vida tem sido prejudicada ou deixada de lado Gritei timidamente. Quase um sussurro. Gostei dos seres. E quando descobri que
estado de completo bem-estar físico, mental e e, do que podemos fazer para mudar isso. Isso porque, se o ser escalador não fosse o nome do clube era Ceg, tive a certeza
social, e não simplesmente a ausência de do- Cada vez mais, faz-se presente um apelo para quem eu pensava, eu poderia fingir que de que esse pessoal tinha gás mesmo. Só
ença ou enfermidade - é um direito humano uma vida mais consciente, com uma alimen- estava lendo para mim mesma o papel que demorei a fazer o CBM por compromis-
fundamental, e que a consecução do mais alto tação mais saudável e com uma prática regu- segurava. Lembrem que eu não sabia se sos da vida real. Esperei quase dois mil
nível possível de saúde é a mais importante lar de alguma atividade física que, não só tra-
aqueles seres falavam com não- anos para tomar a pílula vermelha. E afir-
meta social mundial, cuja realização requer a ga saúde ao corpo, mas que também dê um
ação de muitos outros setores sociais e eco- pouco de prazer e bem-estar. escaladores, e eu também nem conhecia mo que valeu a pena ter esperado.
nômicos, além do setor saúde. Já mudou de idéia quanto a sua saúde? suas armas (possivelmente desintegradoras). Parabenizo todos os que contribuíram
Já, a Carta de Ottawa, de 1986, dispõe Não faça isso antes de refletir um pouco mais. Durante os poucos milésimos de se- para que o curso fosse deveras “da por-
que Promoção da Saúde é o nome dado ao Durante muito tempo, o corpo humano foi gundo que antecederam o segundo cha- ra”. Listar nomes ou mesmo funções seria
processo de capacitação da comunidade para visto como sendo constituído apenas por um mado, surgiram milhões de pensamentos. caminho aberto para omissão de alguns.
atuar na melhoria de sua qualidade de vida e conjunto de alavancas ósseas, movimentadas Lembrei da época em que a conheci, na Então reforço que os parabéns, assim
saúde, incluindo uma maior participação no pelo sistema muscular. Atualmente, o homem é
faculdade. Ela usava um sobretudo e cor- como o agradecimento, são destinados a
controle deste processo. Para atingir um esta- visto como uma síntese dinamicamente com-
do de completo bem-estar físico, mental e so- plexa, na qual o corpo e a psiquê se integram, te de cabelo tais, que eu a chamava de todos que participaram do processo.
cial os indivíduos e grupos devem saber iden- isto é, existe uma unidade bio-psicofísica Trinity (Matrix). Mas o convívio não durou Também os alunos recebem os agra-
tificar aspirações, satisfazer necessidades e mo- indissociável. Dessa forma, pode-se perceber tanto, pois ela simplesmente desapareceu decimentos e congratulações. A turma foi
dificar favoravelmente o meio ambiente. Des- que a atividade corporal está relacionada com alguns meses depois. Opa! Será que era muito unida, raçuda, comilona e anima-
taca-se que a saúde é o maior recurso para o diversos fatores que se inter-relacionam, como: isso? Ela sumiu por ter se desconectado da. Do campo escola Grajaú até a tra-
desenvolvimento social, econômico e pesso- ansiedade, estresse, personalidade, qualidade da Matriz? Será que os escaladores eram vessia Petrópolis-Teresópolis foi uma jor-
al, assim como uma importante dimensão da de vida, atividade profissional etc. Da mesma
os [a]cordados da Matriz? Aquilo tudo era nada e tanto. Adorei esses três meses, que
qualidade de vida. Fatores políticos, econô- maneira, o movimento corporal passou a ser
micos, sociais, culturais, ambientais, visto como a expressão da totalidade do ho- muito confuso, e igualmente assustador. considero fase de semeadura, e espero
comportamentais e biológicos podem tanto mem, isto é, é a expressão de um gesto de na- Emiti o segundo chamado. Mas nin- que todos continuem na trilha, literalmen-
favorecer como prejudicar a saúde. As ações tureza interior, de uma vontade finalizada e, guém ouvia. E já estávamos nos cruzan- te, para não deixar morrer o que nasceu
de promoção da saúde objetivam, através da portanto, não esgota a própria função no mo- do. O terceiro chamado deveria vir logo, de nossas aventuras no CBM.
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nhada é bem marcada com fitas verme- que tava dentro da mochila dele, mas, mento em que se realiza. coisas... E, onde entra a Fisioterapia que está
lhas. Mas, se não fosse pelas fitas, apos- como ele não me ouvia, ficava injuriado Da mesma forma, a postura, que é defini- no título do artigo?
to que o COSMO ia ter mais trabalho, já e bibocava na frente; isso por minutos da apenas como o arranjo relativo das partes Aqui está!... As intervenções destinadas a
que a trilha vai seguindo aleatoriamente suficientes pra eu ficar azul e ele começar do corpo, envolve um complexo mecanismo prevenir lesões e enfermidades estão entre os
pelas raízes das árvores e às vezes parece a me chamar pelo nome completo, uma para atingir o equilíbrio nas diversas atitudes instrumentos que os fisioterapeutas utilizam em
corporais assumidas no dia a dia. Cada um situações diárias para atender as necessidades
bem mais feia que as alternativas. Ela tam- afronta! Por sorte, antes dum divórcio ou
reflete, inconscientemente, no movimento ex- de saúde dos pacientes. Tradicionalmente, o
bém é toda equipada com cordas, corren- homicídio, o Valmor nos alcançou e, com terior, a condição interior e a sua personalida- papel do fisioterapeuta na prevenção e no bem-
tes e degraus de ferro e, mais uma vez, me sua incrível habilidade para leitura labial, de. Assim, a postura é considerada uma verda- estar tem se concentrado apenas em prevenir
pareceu razoável que fosse assim; suspei- resolveu o impasse. Pouco depois decidi- deira e própria forma de linguagem, uma vez um reaparecimento da lesão ou da enfermi-
to que alguns trechos seriam impossíveis mos transformar a Total em Parcial, que o que cada um se move assim como se sente. A dade que o paciente já experimentou, ou em
sem essas intervenções. Pense num Dedo tempo tava feio... chegamos cedo ao cam- postura, de uma forma integral, exprime o que identificar os fatores de risco e impedir que se
de Deus maior e mais íngreme. ping, arrumamos tudo com calma e fica- experimenta um organismo na situação atual, transformem em doença. Apesar de válidos,
Eu via o meu irmão (o Valmor, que o mos esperando o trem, que não tinha a como ele vive, e é, por isso, uma resposta glo- esses esforços levam a resultados limitados, pois
Sérgio se despediu da gente em Curita) menor pressa mas chegou. bal de acomodação ao ambiente, uma corre- são aplicados após o surgimento do risco, da
andando por aquela pirambeira Essa viagem de trem é um clássico da lação entre os aspectos corporais e mentais do enfermidade ou da lesão.
comportamento. As atuais práticas fisioterapêuticas determi-
disgramenta e me desesperava, mas ele cultura paranaense! Ele vai cruzando a
Assim sendo, estamos conscientes ou in- nam que haja uma interação primária com os
fez tudo numa boa. Por via das dúvidas, Serra do Mar sempre à beira ou por cima conscientes sobre os aspectos que influenci- clientes, com intuito de promover a saúde e
eu não olhava quando ele tinha que fa- de um abismo, dá até uma adrenadinha. am nossa Saúde? Você sabe quantos meca- aprimorar o bem-estar, antes de se transfor-
zer algum lance exposto; zunia na frente O chato é que acaba, e aí já é hora de nismos são ativados e desativados pelo cére- marem em pacientes. Por todos esses motivos
e deixava o Sblen que se virasse com ele. embarcar pro Rio e pro trabalho e pra vida bro para realizar um simples movimento? Você apresentados e por várias influências que re-
Alem de me livrar da chata da consciên- de todo dia. O ácido lático começou a se tem consciência sobre os eventos que se pas- cebi na minha formação profissional, organi-
cia, eu ainda tinha um bônus por seguir manifestar logo que entramos no busão, sam dentro e fora do seu corpo? No dicionário zei, dentro da chamada Fisioterapia Preventi-
sozinha: dava pra ficar mais tempo rumi- souvenir do Marumbi. E a minha voz cis- Aurélio, encontramos autoconsciência definida va, uma forma de trabalhar que dei o nome
nando a paisagem! mou de voltar no dia 2, mas, mordida de como “consciência que adquire capacidade de de Movimento Consciente
Consciente. O trabalho é de-
Chegando na Ponta do Tigre, tava cobra (ou seria de aranha marrom?), achei refletir sobre si mesma, isto é, que se reconhe- senvolvido em pequenos grupos e com o ob-
ce como o domínio da racionalidade, do pen- jetivo de dar condições aos praticantes de me-
ventando à pampa e ficou frião. O Sblen melhor despachar esse blablablá todo
samento, ou dos chamados estados interiores; lhorar sua qualidade de vida, a partir da reor-
começou a insistir pra eu pegar meu com tinta mesmo. ganização motora e do desenvolvimento da
consciência de si”.
anorak porque eu tava gripada, eu dizia Marcia FFregolon
regolon A reflexão sobre esses conceitos apresen- consciência corporal.
tados nos leva a questionar as situações que Vale destacar que vários métodos e técni-
estão presentes no nosso cotidiano, relacio- cas se predispõem a reorganizar as posturas
nando o que fazemos com o cultivo ou não corporais e que, na maioria, abordam o indi-
Novo livro e D VD de Niclevicz
DVD da Saúde que desejamos. A partir do momen- víduo de forma global segundo o conceito de
Chegar ao topo do K2 é o sonho de to em que tomamos consciência disso, pode- Cadeias Musculares, que são linhas de força
mos caminhar em diferentes direções. Se formadas pelas aponeuroses que ligam os
muitos montanhistas, mas, privilégio para
estamos sentindo dor, podemos buscar ajuda músculos. Por essa razão, movimentos ou ten-
Essas meninas da cidade grande.... poucos. A saga da conquista realizada para atacar a causa e eliminá-la. Se estamos sões de determinado grupo muscular produ-
Retornando do Alcobaça, Montanha pelo brasileiro Waldemar Nicleviz estará com dificuldade de escalar uma via, podemos zem conseqüências em todo o conjunto das
situada em Petrópolis, passamos por nas livrarias a partir do mês de agosto procurar recursos, mesmo que artificiais, para cadeias. Assim sendo, em um corpo não exis-
algumas plantações de verduras e hor- quando serão lançados o livro e o DVD, superá-la. Se queremos chegar à idade dos tirá boa morfologia sem o equilíbrio das ten-
taliças quando de repente nos depara- “Um Sonho Chamado K2”.O lançamen- “enta” fazendo caminhadas em trilhas, esca- sões a que é submetido. Dentre as abordagens
to nacional ocorrerá em São Paulo, na lando vias mais difíceis e nos realizando no corporais existentes, são utilizadas no trabalho
mos com algumas cabeças de gado
que quisermos fazer, temos que despertar o terapêutico: a Reeducação Postural Global, a
pastando. Eis que de repente, um certa Adventure Sports Fair, de 24 a 26 de
quanto antes e nos mover conscientemente em Reestruturação Postural Ativa, o Alongamento
“participante verdinha” faz o seguinte agosto; em Curitiba, no dia 30 de agos- busca de fatores que nos possibilitem alcan- Global Isométrico Reeducativo, o Iso-
comentário: “Gente!!! Aquela vaca to e, no Rio, o livro e o DVD chegarão çar os nossos objetivos. Stretching, o Stretching Global Ativo, a
além de ter os chifres maiores, também no dia 5 de setembro, quando serão lan- Bem..., você deve estar se perguntando por- Antiginástica, o Mat Pilates, o Yoga e alguns
só tem uma teta“. çados no CEB, a partir das 18h. que esse artigo ainda não acabou... porque fica elementos da Dança Contemporânea.
insistindo nessa conversa chata sobre mudar as Dra. TTatiane
atiane Barcelos – FFisioterapeuta
isioterapeuta

8 agosto/2007 www.guanabara.org.br 5
artigo
artigo Xikão fez uma exibição de slides e eu fi- psycho entre nós e eu comi até ficar triste!
quei embasbacada ao ver o Anhangava O difícil mesmo era quando eu estava iso-
contra o céu azul nas fotos. Até então tava lada do nosso grupo; aí, só me fazendo
Anhangava e Marumbi, 2005 só naquele chove-não-molha e, por algu- de surda para conseguir um nível de con-
ma razão obscura, eu achava que lá não vívio social relativamente satisfatório.
“E aí, sobrevivente?” É como a galera da natureba parecida com a Casa Pedro, fazia sol nunca! O tempo melhorou a par- No Marumbi, nos surpreendemos com
do trabalho me cumprimenta depois de só que muito melhor). Conexão pra Borda tir de então e ficou realmente bom no resto o tempo. Tinha caído o maior pé d’água
duas semanas viajandinho. Enquanto dou do Campo, chegamos rapidinho no último da semana, pena que o Eduardo e os ir- em Morretes, e apesar de parecer que as
voltas na minha cabeça, vem a explica- ponto alcançado pelo transporte público e mãos João Pedro já tinham ido embora. nuvens estavam justamente lá em cima,
ção: “como foi o acidente?” seguimos a pé pro super confortável Refú- Miau, miau... quase no cume do estava tudo seco. Nos registramos na en-
Ah, sim... parece que já faz tanto tem- gio Cinco Treze com nossas mochilas me- Anhangava, seria um filhote de gato-do- trada do parque e ficamos um tempinho
po! É, isso, cheguei a Curita no 17 (de galomaníacas. O Xikão nos apresentou o mato? Ou vai ver uma cria perdida da conversando com o Alemão sobre os nos-
dezembro de 2005) pela manhã, meu ir- refúgio, arrumamos o equipo e, depois de Resina, a mascote do 5.13? Epa, será que sos planos pro dia 1º: fazer a Total, come-
mão (Valmor) me esperando na rodô, bora alguma enrolação, fomos dar uma olhada jaguatirica também mia? Eu e a Monique çando pelo Abrolhos (que, aliás, é a cara
pra Floripa, encontramos outro irmão (Sér- no chuvisquento Anhangava (menos o ficamos tentando encontrar o bichinho do Sino, aqui no ARNASO). O Alemão,
gio), aí rolou o acidente. Carro psycho casal, que tava detonado). (que raios ele tá fazendo escondido nesse muito solicitamente, nos dava informações
desgovernado, a galera na rua vazando As vias lá são curtas e bem protegidas, charco?) logo seguidas do Sblen, câmara sobre a caminhada e sobre o COSMO
pra onde dava e o muro que veio a toda com graus variados de dificuldade. Escala- na mão, quase flagrando o pilantra. Aca- (Corpo de Socorro em Montanha) e, en-
na contramão; paramos. Eu, depois do mos todos os dias e fomos ficando cada bamos desistindo e, mais tarde, escalan- quanto ele falava sobre como a caminha-
carro e do muro, fui a maior vítima: dois vez mais feios; ô pedrinha machuquenta da do na Pedra dos Incas (a mais da era pesada e como eles ficaram felizes
dedos do pé cortadinhos. pega! Foi um festival de raladas fenome- machuquenta de todas, e a minha prefe- na primeira vez que conseguiram resgatar
Passamos uns dias meio bisonhos de- nal, principalmente na bem batizada rida), conhecemos uma galera maneirinha alguém com vida (é, porque no começo
pois, gastrite total, tentando descolar com a Mocréia Peluda. Eu, que já tava me sentin- que esclareceu tudo: era um sapinho com eles só tinham que seguir os urubus para
seguradora um carro reserva. De volta pra do um lixo, escalando malzão depois de desvios seríssimos de personalidade! encontrar os sumidos, e o primeiro vivo
Curita prosseguia a bisonhice, e acabei me um tempo parada, ainda me fiz o favor de No dia 30 conseguimos a façanha de apareceu lá pelo 7º resgate) eu,
mandando pro Oeste Selvagem do Paraná voar guiando numa via de segundo grau! sair do refúgio às 10 da matina! Fizemos inconsolavelmente muda, meio que pen-
antes dos meus irmãos, que chegaram lá Monique, a melhor seguradora do pla- a Sétimo Dia antes de dizer tchau, desce- sava: “ei, eu sou montanhista, tá ligado?”
só no 23 de noite, já com o Sblen (tio Blen, neta, evitou que o estrago fosse maior que mos na velocidade da luz e arrumamos Fomos pro camping, que tem uma infra
pra minha sobrinha mais linda do mundo). dois raladinhos: um na mão, outro no or- tudo pra voltar pra Curita... saímos legal, é gratuito e conservado pelos pró-
Aí, Natal em família, visitar a parentada no gulho. Depois ainda rolou uma síndrome voandão, mas nem assim conseguimos prios visitantes. Encontramos um povo que
Oeste Mais Longe Ainda e o Sblen deslum- de Belay Bunny por muito tempo, acho que passagens de trem pro Marumba no dia já tínhamos visto no Anhangava, batemos
brado com a Juleca (Júlia, vem tomar ba- até hoje (em 2007). Ainda bem que o Sér- seguinte. Ao invés disso, seguimos o con- um papo, arrumamos as barracas, enfren-
nho! / Calma, mãe, estou tirando umas gio, que nunca tinha escalado antes, se selho da Dani e fomos de ônibus até tamos heroicamente centenas de milhares
fotos!), o sol das 9 da noite e o campo de encarregou de limpar o nome da família e Morretes, e depois de trem até o parque. de espécies de mosquitos (quando volta-
futebol gigante que é Palotina. Há quem espantou todo mudo: fez um quarto grau Melhor assim: pudemos dormir até mais mos, contei as marcas no braço esquerdo
não acredite que o mundo seja redondo, no primeiro dia, um quinto no segundo e tarde, viajar pela Graciosa e ainda almo- do Sblen: 50), fizemos nossa ceia de
mas lá dá pra ver a curva direitinho! um sexto sup no terceiro! çar barreado em Morretes no 31, olhan- Pringles com Nutella na barraca maior e
No 26, às 10h da matina já tava todo A gente tava na mó leseira e só saía do pro Nhundiaquara e pras nuvens se brincamos de tirar foto. Na virada do ano
mundo na rodoferroviária de Curitiba: os do refúgio pelas onze, mas lá anoitece um formando opressivas sobre o Marumbi. já tava todo mundo dormindo, que o dia
irmãos João Pedro esperando o Eduardo; pouco mais tarde e às oito da noite ainda Enquanto nos acomodávamos no restau- seguinte ia ser puxadão.
o Eduardo esperando eu, Sblen, Valmor e era tranqüilo pra voltar. De noite, conver- rante, aconteceu uma das coisas mais bi- Cedinho no dia 1º, largamos a maior
Sérgio, a gente esperando o Boris e a sar com a galera do refúgio, comer o rango zarras da minha vida: minha voz saiu de parte dos nossos trecos na casa do Alemão
Monique. Todos apresentados, catamos o maravilhoso da Dani e tomar umas cer- férias! Me deixou na mão por dois dias, e tocamos pra cima, apesar do chuvisco (as
latão pra Quatro Barras, não sem antes vas. Rolava um clima bonzão ali, todo me fazendo depender da caridade alheia trilhas lá são fechadas quando chove, sem-
providenciar suprimentos na Pop House mundo dando dicas sobre vias e trocando pra traduzir meus pedidos pro garçom. pre achei que para proteger o solo).
(não tenta adivinhar: é uma loja de comi- contatos pra viagens. No segundo dia, o Sorte que não tinha ninguém realmente Impossível se perder na Total, a cami-

6 agosto/2007 www.guanabara.org.br 7

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