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PERICULOSIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

Emily Müller
Prof. Eduardo Dettmer
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Administração/ RH (RH-15) Legislação Social e Trabalhista
16/06/08

RESUMO

A área de Recursos de Recursos Humanos tem extrema responsabilidade de repassar aos seus
colaboradores, todas as técnicas bem como informações necessárias para que haja
eficácia na organização no que se diz respeito à prevenção de riscos e ações
trabalhistas. Para que este programa funcione adequadamente, é imprescindível
primeiramente capacitar os gestores de recursos humanos, para que estes saibam
executar na prática os procedimentos de acordo com a Legislação Trabalhista,
minimizando desta forma as reclamações trabalhistas.

Palavras-chave: Medicina e Segurança do Trabalho; Prevenção; Relações Humanas.

1 INTRODUÇÃO

Conforme a Legislação Brasileira, toda organização tem como regra e dever adotar medidas
de segurança/prevenção ao combate de acidentes de trabalho, e surgimento de doenças
ocupacionais.

Deve-se, portanto aplicar programas de prevenção, tais como o PCMSO - Programa de


Controle Médico da Saúde Ocupacional, o qual realiza visitas técnicas e inspeções na organização
nos mais diversos setores, bem como análise e verificação de riscos para cada processo, com o
intuito de prevenção no ambiente de trabalho.

Dar-se-á neste trabalho, mais ênfase para a Periculosidade, esta considerada de alto risco em
diversas áreas/funções nas organizações.

2 SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

Somente a partir da Revolução Industrial é que a relação entre o trabalho e a saúde do


trabalhador ganhou ênfase nas organizações, pois até então, o trabalhador era submetido a jornadas
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excessivas, exerciam suas atividades em ambientes extremamente desfavoráveis à saúde
propiciando a proliferação de doenças infecto-contagiosas, bem como alto nível de periculosidade
nas máquinas, estas responsáveis por mutilações e até mesmo mortes.

Foi com o passar dos anos que o Estado começou a intervir nos ambientes de trabalho,
visando à causalidade das doenças, surgindo deste modo o médico do trabalho, este que irá isolar
riscos específicos e suas conseqüências, e até diagnosticando assim que necessário.

A legislação trabalhista no Brasil compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas


Regulamentadoras Rurais e outras leis complementares.

Atualmente existe um grande número de organizações que somente implantam os programas


exigidos por lei sobre a importância da Segurança no Trabalho, para terem os documentos em seus
arquivos com o intuito de apresentarem aos Fiscais do Trabalho, em caso de haver Fiscalização, ou
seja, muitas pessoas não dão real ênfase à importância da Segurança do Trabalho, e preocupam-se
somente com a mera leitura desta legislação.

Há um grande número de organizações que compreendem que as doenças profissionais são


aquelas provenientes da exposição dos trabalhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou de
acidentes, deste modo, profissionais da área composto por Técnico de Segurança do Trabalho,
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho, atuam na
eliminação ou neutralização dos riscos, prevenindo bem como impedindo o agravamento de alguma
doença. Deste modo, diminuindo/eliminando os atos e as condições inseguras em um ambiente
organizacional, é possível reduzir consideravelmente os acidentes e as doenças ocupacionais.

3 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

De acordo com a Norma Regulamentadora - NR 16 - Atividades e Operações Perigosas


(116.001-1):

Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando


as recomendações prevencionionistas correspondentes. Especificamente no que diz respeito
ao Anexo nº 01: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, e ao anexo nº 02:
Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis, tem a sua existência jurídica
assegurada através dos artigos 193 a 197 da CLT. A fundamentação legal, ordinária e
específica, que dá embasamento jurídico à caracterização da energia elétrica como sendo o
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3º agente periculoso é a Lei nº 7.369 de 22 de setembro de 1985, que institui o adicional de
periculosidade para os profissionais da área de eletricidade. A portaria MTb nº 3.393 de 17
de dezembro de 1987, numa atitude casuística e decorrente do famoso acidente com o
Césio 137 em Goiânia, veio a enquadrar as radiações ionizantes, que já eram insalubres de
grau máximo, como o 4º agente periculoso, sendo controvertido legalmente tal
enquadramento, na medida em que não existe lei autorizada para tal.

A avaliação da periculosidade ocorrerá através de Perícia a cargo de Engenheiro/Médico do


Trabalho, o qual o classificará bem como o caracterizará mediante as normas do Ministério do
Trabalho.

Tem direito de receber um adicional de 30% sobre o salário contratual, sem os acréscimos
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa, todo empregado que
exerça atividade em condições de periculosidade. Para aqueles que exercem atividade no ramo de
energia elétrica em condições de periculosidade, tem direito de 30% de adicional sobre o salário que
perceberem.

3.1 ATIVIDADES PERMANENTES E INTERMITENTES

O pagamento do adicional de periculosidade seja ele integral ou proporcional, dar-se-á no


caso de contato permanente com explosivos ou inflamáveis (seja pra quem trabalha em postos de
gasolina, ou na fabricação de fogos de artifício, por exemplo), bem como de contrato intermitente
(trabalho não contínuo, mas constantes) com atividade perigosa, onde a natureza da atividade
exercida pelo empregado, o coloca em contato contínuo com esta.

Ressalta-se, portanto que, o adicional de periculosidade será concedido para todo e qualquer
empregado que exerça atividade permanente e/ou intermitente, porém não será devido quando tratar
de contrato eventual. Este direito de adicional cessará com a eliminação total do risco à saúde, bem
como integridade física.

4 JURISPRUDÊNCIAS SOBRE PERICULOSIDADE

A jurisprudência é uma das principais fontes do direito, trata-se de um conjunto de decisões


judiciais, sobre determinada questão jurídica. Abaixo, citações do TST (jurisprudências sobre
periculosidade):
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“Para deferimento de adicional de periculosidade é indispensável a prova técnica. Matéria de


direito sujeita a modificação por atitude das partes. A falta de prova técnica, provocada pelo
reclamante, leva ao indeferimento do pedido”. (Acórdão, por maioria dos votos da la Turma do
TRT da la Região – RO 26.181/93 – Rel. Juiz Damir Vrcibradic – DJ RJ II de 24.01.96, pág. 71).

“Pouco importa o tempo em que o trabalhador permaneça no local, o adicional será sempre
integral. Isto porque o risco que ronda o ambiente de trabalho poderá ser letal em frações de
segundo. Poderá não ser acidentado em dezenas de horas, podendo sê-lo no segundo seguinte.
Assim, não deve prevalecer a normatização contida no inciso II do art. 1º do Decreto nº 93.412/86,
posto que extrapola a própria lei para prejudicar o trabalhador”. (Acórdão, por maioria de votos, da
2a Turma do TRT da 6a Região - RO nº 6.770/96 – Rel. Juíza Josélia Morais da Costa – DJ PE de
13.12.96, pág. 35)

“Adicional de periculosidade. Cargo de eletricista. Alta tensão. Desnecessidade de perícia.


Se, comprovadamente, o reclamante executa função de eletricista, lidando com alta tensão,
concede-se adicional de periculosidade, mesmo sem a realização de perícia técnica”. (Acórdão
unânime do TRT da 19a Região – RO 2.094/95 – Rel. Juiz João Batista da Silva).

5 CONCLUSÃO

A Norma Regulamentadora relata, portanto que, periculosidade são atividades e/ou


operações perigosas (com explosivos, inflamáveis, radiações ionizantes ou substâncias radioativas),
seja por contato permanente ou intermitente, venham a prejudicar o colaborador, onde este poderá
sofrer mutilações, bem como perder a vida.

Organizações devem requerer ao Ministério do Trabalho e Emprego (M.T.E.) perícia nos


seus devidos estabelecimentos.

Este adicional tem o intuito de compensar o empregado por sua exposição ao risco ao qual
está inserido. Salienta-se que não há necessidade de ser certo o fato danoso, mas sim, pelo fato de
possivelmente ocorrer mero acidente.
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Conclui-se portanto que, o adicional de periculosidade é um direito a todo trabalhador
submetido à atividades perigosas, estas que o colocarem em risco a vida, visando proteger esta, que
sem sombra de dúvida é de grande valor para todo ser humano. Não trata-se de gratificação, mas
sim, uma garantia de que o risco que ele se submete, terá um compensação.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KIELWAGEN, Edson Klaus; KRAUTLER Edwin. Legislação Social e Trabalhista,


cadernos de estudos. Indaial, 2005.

CAVALCANTE, Fabiano. Yahoo Geocites. Disponível em:


<http://www.geocities.com/HotSprings/7169/Porto.HTM>. Acesso em: 24 mai. 2008.

INTERNET, Salvi Consultoria em. Portal Jurídico. Disponível em:


< http://www.direitonet.com.br/noticias/x/77/69/7769/>. Acesso em: 24 mai. 2008.

RH, Guia. Normas Regulamentadoras da CLT. Disponível em:


< http://www.guiarh.com.br/prh8.html>. Acesso em: 25 mai. 2008.

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