Você está na página 1de 3

Universidade Federal de Uberlândia

Instituto de Economia
Curso de Relações Internacionais

08/12/2021
IERI – Prof. Erwin Xavier
Aluno: Yunkler Phillip

Globalization and global politics


ANTHONY MCGREW

Entendendo a globalização como um “processo histórico de


aceleramento, intensificação, ampliação e aprofundamento da interconexão
global”, esta tem mostrado-se um processo cediço, mas que na busca pela
cooperação e pela diminuição das mazelas globais, tem trazido consigo um
acirramento do atrito entre nações, integrando mas não lhes trazendo
igualdade efetiva, o que nos remete ao paradoxo de uma integração
fragmentada e a um conceito, sobremaneira, paradoxal.

Seus impactos remetem a uma quase totalidade; contudo, são


inevitavelmente mais contundentes quando se trata da política e da sociologia
global. Apesar de muitas instituições sólidas aparentarem uma dissolução,
muitas outras tornaram-se ainda mais profundas e enraizadas em todas estas
mudanças, o que nos leva em diversas instâncias a identificar uma
universalização de práticas políticas e da cultura mundial.

Não obstante, a economia fez e faz-se não somente um dos principais


construtores deste cenário, mas é também ela um dos melhores sinalizadores
desta nova conjuntura. A troca de fluxos nunca se fez tão intensa e nunca
houve um esforço tão grande para que, junto à cultura, o consumo fosse
globalizado; no entanto, é notório que a difusão destas mudanças traz consigo
um alastramento de todos os impactos do mercado pelo mundo, inclusive as
crises que engendram impactos em cadeia e sistêmicos.
A globalização não somente criou, ela também demandou do mundo
um aparato sustentador. Não somente para dar continuidade no processo ou
para difusão mas principalmente, para organização. Com a intensificação das
relações interestatais, comerciais, das trocas de fluxos, dos conflitos, e de
cada novo agente ou processo por ela criado, demandou-se a criação de
órgãos de impacto e de vigor internacional. Decorrentes não somente de uma
consciência da comunidade internacional, mas também, de uma necessidade
de disciplinar para maior fluência destes processos. Os campos de
surgimento de tais instituições fazem-se tão abrangentes quanto as relações
internacionalmente estabelecidas fazendo se infindáveis as necessidades de
uma estrutura para amparar a globalização.

Apesar das frequentes convergências entre termos como globalização e


internacionalização sua distinção se faz pela abrangência e pelos agentes
nela identificados. A globalização, termo mais amplo, carrega a implicação de
um processo de desdobramento de mudanças estruturais na escala política,
social e econômica englobando todos os agentes, instituições e mecanismos
de integração, transcendendo delimitantes, já o termo internacionalização,
remete a interdependência e a relações entre os Estados-Nação.

Tendo em vista o constate e cada vez mais frequente surgimento de


estruturas formais e informais de coordenação política entre governos,
agências transnacionais públicas e privadas e organizações, os agentes que
influem e viabilizam uma globalização e não somente uma internacionalização
são cada vez mais numerosos. Destinados a realizar propósitos comuns ou
coletivos acordados entre eles através do fazer ou da aplicação de regras
globais ou transnacionais, surge uma Governança Global incumbida de
disciplinar por meio da cooperação as relações desenvolvidas dentro da
esfera então chamada globalizada.

Junto a Governança Global entende-se como atuante a Sociedade Civil


Global ou Transnacional, “espaço de atuação e pensamento ocupado por
iniciativas de indivíduos ou grupos, de caráter voluntário e sem fins lucrativos,
que perpassam as fronteiras dos Estados”, estas tem surgido e agido
juntamente a Governança global para agregar como cooperadores no Sistema
Internacional. Apesar destes diversos “auxiliadores” é inevitável a
identificação de agentes que por vezes anseiam uma efetiva “governança”.
Sobretudo com a ação das grandes corporações, empresas trans e
multinacionais, disputas por poder e controle perpassam a colaborações com
a organização da sociedade global.

“Se a política global envolve uma diversidade de atores e instituições


que também é marcado por uma diversidade de políticas preocupações. A
agenda da política global está ancorada não apenas em tradicionais
preocupações geopolíticas, mas também na proliferação dos direitos
econômicos, sociais, culturais e ecológicas perguntas. Poluição, drogas,
direitos humanos e terrorismo estão entre um número crescente de política
transnacional, questões que, por causa da globalização, transcendem
fronteiras territoriais e jurisdições políticas existentes e, assim, exigem uma
cooperação internacional para a sua efetiva resolução”.

Apesar do surgimento de tais agentes e dos novos mecanismos a que


estes tem lançado mão para atuar, não congrega-se com isso um declínio da
soberania do Estado, apesar da permeabilidade que a globalização tem
imputado a estes, sua soberania não foi dissolvida, mas também tem
encontrado novos meios de manifestação; pois bem como a geopolítica tem
mostrado-se em novos vieses, “a soberania não encontra-se mais trancada
em sistemas de governança regional, os Estados agora afirmam a sua
soberania menos na forma de um processo judicial para um poder supremo
não como uma ferramenta de negociação, no âmbito de sistemas
transnacionais da definição de regras, com outras agências e forças sociais. A
soberania é trocada, compartilhada e dividida entre os órgãos do poder
público em diferentes níveis, do local para o global”.

Você também pode gostar