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A CRIATURA

Vi-me numa região distante da cidade, como um oásis, um pedaço de terra no meio do nada,
juntamente com muitos familiares, principalmente, minha mãe (já falecida), minha filha de 7 anos,
irmãos, tios... estávamos abrigados como numa grande tenda.
Havia muita correria para preparação de uma festividade muito importante, pessoas vinham de
longe e traziam presentes, comidas, artefatos... que eram colocados numa ala separada, mais
parecido com um um pequeno altar.
Eu estava muito animada e agitada, indo de um lugar ao outro (não me vi trabalhando), mas só
observando se tudo corria conforme planejado para a grande festa.
Tendo passado algum tempo, chegou o grande dia, eu estava ansiosa... porém minha mãe se
aproximou e disse:
– Filha, Eles mandaram um recado pra você, juntamente com este presente.
Era uma espécie de pedra, pequeno cristal não trabalhado, embrulhado numa camurça preta. Ao
abri-lo, minha mãe continuou dizendo:
– Eles ordenaram que você fique durante a festa a alguns quilômetros da tenda na entrada, de
prontidão, para que nada estranho entre, mas precisamente, para nossa proteção.
Fiquei com muita raiva, pois havia esperado tanto por este dia e resolvi me rebelar questionando:
– Não, eu não vou. Não vou perder a festa, Eles não podem mandar em mim e pronto!!
Minha mãe olhou para uma outra pessoa, como que pedindo seu consentimento e prosseguiu
num tom forte e preocupante:
– Então vou ter que te contar o que está previsto acontecer se você desobedecer. A profecia
será cumprida e todos nós morreremos.

Fique preocupada, olhando pra minha filha, imaginando esta tragédia caindo sobre nós, onde eu
poderia escondê-la dos perigos (na hora só pensei nela, em mais ninguém)... porém, era tarde
demais, demorei muito a me decidir e assim... quando percebi, um animal enorme (cerca de uns 4 a
5 m, preto) com a aparência de um Touro entrou correndo pela tenda, percorrendo todos os
compartimentos, e ele fixou em mim seu terrível olhar, pude perceber que me procurava, ele parecia
entender, ter inteligência para me caçar, sabia que precisava me destruir, ele nem via as outras
pessoas, apesar de ir derrubando tudo a sua frente.
Corri de um lado ao outro, mas ele era ENORME, alguns atiravam pedras, mas ele nada sentia. Foi
então que resolvi verificar melhor o presente, talvez tivesse a solução para aquela batalha... peguei a
pedra e atirei nele e vi que furou sua pele. E olhando melhor junto ao embrulho havia uma espécie
de coleira de couro e... num instante tive a intuição de laçá-lo e enforcá-lo.
Mas não conseguia, na hora pensei, nunca treinei para isso... tentei várias vezes, e em desespero,
clamei aos Céus que me ajudassem e, então consegui. Lacei com força, com muita força que ele não
conseguia mais respirar, ficou se debatendo, enquanto eu olhava para sua estranha cara de touro ele
sufocando, vi seu rosto se transformando, numa aparência quase humana.... aí meu coração se
apiedou daquele Ser, tive vontade de soltá-lo e deixá-lo partir... me intristeci imensamente com seu
sofrimento... mas rapidamente me lembrei do meu povo, todos aqueles que dependiam de mim, se
eu soltasse a fera, Ele certamente mataria a todos... então com imensa tristeza eu o matei.

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