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Rafael Oliveira Amorim

Renato Masson de Almeida Prado


Ricardo Iannone Tarcha
Ocorre principalmente no fígado.

Dividido em duas fases:


1)Hidroxilação – Utiliza como enzima citocromo P450.

Ocorre no retículo endoplasmático

2) Adição de outros radicais – Utiliza vários tipos de enzimas.

Objetivo: aumentar a solubilidade do substrato, para facilitar sua excreção.


Metabolismo do etanol
I. Via principal:
Dividida em duas partes:
1) Oxidação a acetaldeído.
 Ocorre no hialoplasma
 Utiliza a enzima álcool desidrogenase, uma enzima de baixo Km (entre 0,05 e 4mM)
 Produz acetaldeído, que é tóxico.

+ NAD+ + NADH + H +
2) Oxidação a acetato.
- Ocorre principalmente na mitocôndria(80%).
- Elimina o efeito tóxico do acetaldeído.
-Utiliza a enzima aldeído desidrogenase

+ NAD+ + H 2O
+ NADH + H +
II. Via alternativa:
Semelhante ao metabolismo de drogas em geral.
Utiliza como enzima citocromo P450 presente no retículo endoplasmático(CYP2E1), uma enzima indutível.
Catalisa a tranformação de etanol em acetaldeído.
Vias metabólicas alteradas

Metabolismo de carboidratos:
-Gliconeogênese
-Glicólise
-Ciclo de Krebs
-Cadeia respiratória

Metabolismo de lipídeos:
- β-oxidação

Metabolismo de aminoácidos:
-Mecanismos de produção de energia.

Vitaminas:
-Estocagem e conversão a formas ativas.
Efeitos do acetaldeído
Tóxico por ser altamente reativo.

1)Hepatite: Proteínas não são


Acetaldeído se liga a proteínas sintetizadas pelo fígado. liberadas na corrente
sanguínea.

Acúmulo de água no fígado causa Aumenta pressão osmótica


danos. dentro do fígado.

Hipertensão no
sistema porta e
hepatite
2) Danos por radicais livres.
Acetaldeído se liga a mecanismos de defesa contra radicais livres.

Radicais livres causam danos à mitocôndria. Diminui β-oxidação.


Desacoplamento da
cadeia respiratória.
Diminui oxidação do
acetaldeído.
CICLO DE CAHILL
Caso Clínico

 A.M., do sexo masculino, 43 anos de idade, de estatura


1,72m e peso corpóreo 50kg, comerciante, com longa
história pregressa de consumo de pinga (teor alcoólico
= 40 °GL), foi transportado inconsciente para um
pronto socorro. O exame físico revelou estado
semicomatoso, hálito alcoólico, desidratação,
debilidade física, edema nos membros inferiores,
fígado aumentado e pressão arterial 90x50mmHg. As
seguintes alterações foram encontradas nos exames
laboratoriais realizados com o plasma e soro do
paciente:
Caso Clínico
Complicações do alcoolismo

 Fígado incapaz de metabolisar acetaldeído na


velocidade necessária

 Acúmulo de lactato, podendo causar acidose


láctica.
Relação entre alcoolismo e peso
corpóreo
 Necessidade de eliminar etanol causa desvio
de outras vias.

 Quantidade calórica do etanol: 7,1kcal/g


 No caso de dependentes: álcool supre
necessidades alimentares, causando subnitrição.
 Não dependentes: álcool complementa
necessidades calóricas, podendo ocasionar
sobrepeso.
 Álcool é estimulador do apetite.
Excesso de NADH

 Desvio de equilíbrios:
Níveis elevados de Amilase e de
Lipase
 Etanol danifica os ácinos pancreáticos;
 Níveis elevados dessas enzimas no sangue;
 Consumo prolongado de álcool pode levar à
pancreatite crônica, em que, dependendo do
grau de danos, há uma diminuição na
produção de amilase e lipase;
 O etanol também destrói as ilhotas de
Langerhans, prejudicando a função endócrina
do órgão.
Hematócrito

 Deficiência Nutricional
-Vitamina B12, ácido fólico, ferro;
 Hemólise (vida média encurtada);
 Inibição do crescimento de megacariócitos
(número reduzido de plaquetas);
 Deficiência na produção de fibrinogênio e
fatores de coagulação;
 Ação tóxica do etanol sobre a medula óssea.
Bilirrubina
 Produto do metabolismo do heme da
hemoglobina;
 Bilirrubina livre entra nos hepatócitos onde é
conjugada (maior hidrossolubilidade);
 Do fígado, é secretada à bile e lançada ao
intestino;
 Quando há danos hepáticos ou obstrução do
ducto colédoco, há aumento de bilirrubina no
sangue;
 O acúmulo de bilirrubina acumula-se na pele e
olhos (icterícia).
Aminotransferases

 Alanina transaminase (ALT);


 Aspartato transaminase (AST);
 Enzimas em grandes
quantidades no fígado;
 Quando há lesão hepática,
podem ser detectadas em
elevados níveis no sangue.
Lactato e desnutrição protéico-
calórica
 Oxidação do etanol produz NADH, que
favorece a conversão de piruvato à lactato;
 Diminuição da gliconeogênese leva a um
quadro de hipoglicemia;
 Ciclo de Cahill: alanina é retirada dos
músculos e enviada para o fígado.
Lactato e desnutrição protéico-
calórica
Deficiência na síntese de proteínas
 O alcoólatra é frequentemente um desnutrido
crônico;
 Etanol atua no intestino e pâncreas, prejudicando
a absorção de nutrientes;
 Diminuição na síntese de albumina e outras
proteínas plasmáticas: EDEMA;
 Catabolismo muscular: ATROFIA;
 Diminuição na síntese de hemoglobina: ANEMIA;
 Retenção de ácidos graxos por diminuição na
síntese de lipoproteínas de transporte:
ESTEATOSE HEPÁTICA.
Nível de colesterol em indivíduos
desnutridos
 Em indivíduos desnutridos com dieta pobre
em colesterol, haverá baixo nível plasmático
do mesmo;
 Além disso, em indivíduos alcoólatras, há
diminuição na absorção de colesterol pelo
TGI;
 Danos ao parênquima hepático acarretam
uma diminuição na síntese de colesterol.
Álcool e o colesterol

 Pesquisas sugerem que o consumo moderado de


álcool pode aumentar o HDL;
 Consumo moderado:
-Homens: 90ml de bebida destilada, 300ml de
vinho ou 600ml de cerveja.
-Mulheres: 45ml de bebida destilada, 150ml de
vinho ou 300ml de cerveja.
 No entanto, o consumo crônico de etanol leva a
proliferação do retículo endoplasmático,
aumentando a síntese de triglicérides e colesterol
Mecanismo de manutenção da glicemia
e da gliconeogênese
 Hipoglicemia:
 O etanol é um composto altamente energético –
baixa ingestão de alimento
 O etanol provoca grande produção de NADH,
diminuindo a gliconeogênese
Mecanismo de manutenção da glicemia
e da gliconeogênese
Mecanismo de manutenção da glicemia
e da gliconeogênese
 Administração de glicose
 Supre a necessidade do substrato para a produção
de energia
 Mantém as funções vitais
Produção de corpos cetônicos

 Alto NADH/NAD+ provoca inibição do ciclo do


ácido cítrico
 O acetil-Coa é desviado para a síntese de
corpos cetônicos
Produção de corpos cetônicos
Redução da tolerância ao álcool com a
progressão do alcoolismo
 Tolerância ao álcool:
 Aumento: desenvolvimento do REL, onde o etanol
é metabolizado
 Diminuição: lesões nos hepatócitos, células que
degradam o etanol
Consumo excessivo de álcool e
desenvolvimento de diabetes
 Elevado consumo de álcool leva a pancreatite
 As células beta das ilhotas de Langerhans
também são lesionadas.
Metabolização de álcool na
administração de carboidratos
 Administração de glicose e frutose:
 Eficaz no aumento da glicemia
 Seu efeito na velocidade de
degradação do etanol não é
comprovado
Testes bioquímicos sugestivos do abuso
de álcool
 Marcadores biológicos:
 Marcadores de estado: revelam o padrão de
consumo alcoólico atual
 Marcadores de traço: revelam a predisposição
para o abuso alcoólico
Testes bioquímicos sugestivos do abuso
de álcool
 Marcadores de estado:
 Gama-GT: glicoproteína em excesso em 30 a 50% dos
etilistas
 AST/ALT: enzimas aumentadas em doenças hepáticas
 Volume corpuscular médio(VCM): aumento no
consumo de álcool aumenta o volume das hemácias
 Beta-Hex: enzima aumentada no alto consumo de
álcool
 CDT: enzima que aumenta proporcionalmente ao
consumo alcoólico(“screening”)
Testes bioquímicos sugestivos do abuso
de álcool
 Marcadores de traço:
 Adenil-ciclase: proteína membranal envolvida na
quebra de triacilgliceróis, mais ativa em alcoolistas
 GABA
 Dopamina Neurotransmissores pouco
 Beta-endorfina numerosos em predispostos ao
 Serotonina alcoolismo
Bibliografia

 Harper's Biochemistry 28th edition


 Lippincott’s Illustrated Reviews: Biochemistry
4th edition
 Lehninger, Princípios da Bioquímica – Cox, M;
Nelson, D.
 www.alcoolismo.com.br
 www.scielo.br

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