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Atuação da irmã de caridade Abrahide Alvarenga no Piauí.

Sao
A companhia das irmãs de caridade foi uma das primeiras associações a realizar
cuidados de enfermagem em domicílios, reorganizar hospitais implantando a higiene no
ambiente e individualizando os leitos dos enfermos, dirigindo todos os cuidados desenvolvidos
no hospital. Elas colocaram em pratica o cuidar, preconizadas por Florence Nightingale.
No Brasil as primeiras irmãs vicentinas chegaram em 1849, a pedido do Bispo de
Mariana (MG) D. Antonio Ferreira Viçoso. E mais tarde vieram as irmãs de caridade para Santa
Casa do Rio de Janeiro a pedido de D. Pedro II.
Em 1959, a escola de enfermagem Anna Nery criou uma turma especial, que contou co
a participação de doze religiosas da companhia das irmãs de caridade, das quais só dez se
formaram entre elas, a irmã Abrahide Alvarenga. E mais tarde outras turmas se formaram na
EEAN e em outras escolas proporcionando a criação de diversas escolas de enfermagem de
caráter religioso, em vários estados do pais.
Da turma formada pela EEAN, em 1942, duas foram encaminhadas em épocas
diferentes para o Piauí: a primeira foi Abrahide Alvarenga, em 1956.
Irmã Abrahide Alvarenga, nasceu na fazenda das palmeiras em Pitangui – MG, em 17
de setembro de 1927, graduo-se em enfermagem pela EEAN, em 1942. Exerceu atividades em
hospitais de vários estados brasileiros, nos quais trabalhou dentre eles: Rio de Janeiro, Paraná,
São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Piauí.
No ano de1956, foi supervisora no HGV, mulher dinâmica, decidida, descobriu a
necessidade de dar a melhor assistência aos clientes aos doentes, preparando bem as
enfermeiras com cursos e outros meios.
Em 28 de junho de 1958, tendo a frente à irmã Abrahide Alvarenga foi fundada a
escola de auxiliar de enfermagem Maria Antoinette Blanchot e em 1959 foi criada a ABEn – PI
também pela irmã Alvarenga na qual ela foi presidente.
E em 1962 a irmã Abrahide encerrou o período de continuação no Piauí, sendo
transferida para sul do pais, e só retornou em 1975 para a solenidade de transformação da
escola de auxiliar de enfermagem Maria Antoniette Blanch em escola técnica de saúde Maria
Antoniette Blanchot.
Em 02 de junho de 2002, a falecer no hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro.
Escola Maria Antoniette Blanchot e a institucionalização do ensino auxiliar de
enfermagem no Piauí.
Com o movimento de expansão da rede hospitalar no Brasil, necessita de pessoal
trinado para cuidar direito com esses doentes, uma vez que as enfermeiras diplomadas não
eram suficientes para dar conta da demanda. Ai iniciou uma pressão por parte de vários
segmentos sociais para criação de cursos de enfermagem de menor tempo de duração.
O surgimento desses novos profissionais foi motivo de conflitos principalmente entre
as escolas de enfermagem que defendiam o alto padrão na formação das enfermeiras. As
enfermeiras se sentiam ameaçadas pela possibilidade de perder as conquistas adquiridas para
sua formação. Em virtude desse conflito a ABEn solicitou ao governo uma lei que alterasse o
sistema de ensino de enfermagem de maneira a incluir outro nível de formação de pessoal de
enfermagem, auxiliar de enfermagem. Dessa forma, foi criada e regulamentada a nova
profissão e as escolas de auxiliar de enfermagem trataram de disseminar sua pratica em todo
país.
Com a inauguração do hospital Getulio Vargas e a falta de enfermeiros qualificados
para cobrir as necessidades que a nova instituição demandava. Os poucos funcionários da
santa casa de misericórdia de Teresina foram recrutados. A disseminação do HGV recrutou
enfermeiros de outros centros do país, mas elas não se adaptam as condições de vida e de
trabalho.
Em 1946 com a influência da igreja católica, foi mandada uma Irmã da congregação
São Vicente de Paula a irmã Catarina Cola que foi muito importante para administração e
controle de material e na organização da lavanderia e da cozinha do HGV. Mas tarde na
década de 1950 chegaram outras enfermeiras no Piauí como Maria Barbosa e Filomena Leles
com formação em enfermagem na escola São Vicente de Paula no Ceará. e em 1956 chegou no
Piauí a irmã de caridade Abrahide Alvarenga que ao perceber as deficiências de pessoal de
enfermagem, ela mobilizou a sociedade em prol da criação de uma escola de auxiliar de
enfermagem para formações profissionais que atendessem o HGV e outros hospitais e clinicas
da cidade.
Com o apoio recebido a irmã Abrahide apresentou o plano de criação da escola a
diretoria do HGV e a presidência da associação São Vicente de Paula, sendo que no dia 28 de
junho de 1958, foi fundada a primeira escola de auxiliar de enfermagem no Piauí, autorizada a
funcionar pela portaria ministerial nº94/1959. A instituição recebeu o nome de escola de
enfermagem irmã Maria Antoniette Blanchot, em homenagem a única providencial da
companhia das filhas da caridade no Brasil, a irmã francesa com o nome de batismo Maria
Antornette Blanch, que veio ao Brasil para expandir o seu trabalho.
A escola não tinha sede própria e funcionava profissionalmente nas depedências do
HGV, as condições eram precárias as salas eram pequenas e mal ventiladas. Inicialmente a
escola passou por dificuldades, faltava material, instrumentos e ate alunos depois foi
melhorando.
A irmã de Abrahide conseguiu do governo do estado a doação de um terreno na rua
Olavo Bilac que foi construída a sede própria, com o esforço da irmã que vieram recurso de
setores da sociedade e da própria- congregação São Vicente de Paula.
Na nova sede a escola tornou se bem equipada com uma boa área administrativa,
laboratórios. Contava ainda com conselho consultivo construído dos seguintes: Dom Avelar
Brandão Vilela, Dr. Lucidio Portela, Dr. Lineu Araujo Sr Artur Silveira e a irmã supenora do HGV
irmã Abrahide Alvarenga.
A primeira turma foram matriculados 32 alunos, os quais concluíram o curso em 7 de
janeiro de 1962, após a conclusão desta primeira turma a escola cresceu e consolidou se no
cenário piauiense.
A seleção dos alunos era por meio de uma prova, eles tinham que saber ler escrever e
fazer as quatro operações, de preferência ter o ginásio.
A escola não era gratuita, alguns tinha bolsa integral e outros pagavam quando
inseridos no mercado de trabalho.
A secretaria de educação do estado colaborava com a escola anualmente. Outra parte
do recurso advinha periodicamente da congregação São Vicente de Paula, cuja quantia servia
para manutenção da casa e da comida
A escola tinha regra só podia comparecer a escola devidamente uniformizado, não
podiam usar adorno, as unhas deviam estar vem cortadas e cuidadas, o cabelo despreso, bem
como não permitiam namoros nas proximidades da escola.
O curso de auxiliar de enfermagem tinha a duração de 11 messes e funcionava no
período manhã e tarde em caráter intensivo. Os estágios ocorriam nos hospitais públicos e
privados cujas as parcerias eram articuladas pelas irmãs Vicentinas. As formaturas eram
celebradas com jubilo a festa era marcante para toda cidade.
As diretoras da escola foram à irmã Abrahide 1959 a 1963, irmã Maria do rosário de
1963 a 1966, irmã Maria Queiroz -1966 a 1967, irmã Maria Julieta Fernandes 1967, irmã Maria
Julieta Fernandes 1967 a 1972, irmã Maria maris 1972 a 1975 e por fim irmã Orminda Santana
1975 a1984.
A partir de 1975 surgiu a idéia de desenvolver na escola cursos técnicos tanto de
enfermagem como de outra área da saúde. Isso foi possível em virtude da lei de diretrizes e
base da educação nº5692/671 que promoveu mudanças no ensino médio no Brasil naquele
período.
Assim em 12 de maio de 1978, por meio da resolução 19/78 foi aprovada a
transformação da escola irmã Maria Antoinette Blanchot para escola técnica irmã Maria
Antoinette Blanchot. A partir dessa transformação a escola melhorava o funcionamento, o
pagamento dos professores a aquisição de materiais e equipamentos.
Em 1984 a ultima Tuma da escola Maria Antoinette Blanchot a ultima turma concluiu
os estudos, e a instituição fechou suas portas deixando um vácuo na formação profissional da
área de enfermagem e em todas as pessoas que lutavam por aquele sonho. Não se sabe o
metivo para o fechamento da escola. Houve a diminuição nacional da influencia das religiosas,
as dificuldades financeiras e a falta de incentivo do governo.

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