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Embora a origem da hospitalidade

seja anterior à do turismo, hoje, ambos são considerados campos científicos emergentes
e,
enfrentam dificuldades de definição. Observam-se certas ambigüidades no termo
hospitalidade, por um lado remetendo a algo antigo, que se perdeu, e não faz parte da
rotina
do homem moderno3.

• Os conhecimentos existentes sobre hospitalidade e turismo foram elaborados nos


diferentes campos das ciências humanas, constituídas a partir do conjunto das
disciplinas que compunham a antropologia filosófica no século XVIII, utilizando
métodos científicos inspirados nas ciências naturais

• De forte influência positivista, este conhecimento, constitui a base científica de que


dispomos.

• É preciso desenvolver a reflexão dentro de uma perspectiva interdisciplinar, capaz de


conferir unidade ao conjunto de dados já reunidos de forma científica e sistemática,
considerando a historicidade deste conhecimento e suas dimensões filosóficas

• O problema que se coloca atualmente para o turismo e hospitalidade é o mesmo das


demais ciências humanas e sociais: a exigência cultural de que estas ciências resolvam
tecnicamente os conflitos gerados pela velocidade da mudança social.

• Técnica e ciência repercutem no mundo atual devido a influência exercida pela técnica
em todo o sistema social, tendo a ciência como motor das inovações produzidas.

• A técnica altera a realidade e influência o sistema social sendo difícil separar o


conhecimento científico do conhecimento técnico.

• A discussão sobre o caráter científico ou técnico das atividades turísticas, não pode ser
transposta ao campo do conhecimento científico do turismo e da hospitalidade.

• Ciência e técnica são elementos distintos mas não antagônicos.

• A técnica precisa se basear na ciência para inovar, reciclar, avançar, progredir, gerar
respostas novas e adequadas a ambientes que se apresentam em constante mutação
dentro de contextos culturais múltiplos.

• A solução dos problemas não poderá ser enfocada apenas do ponto de vista técnico
operacional alienado de suas implicações éticas e morais.

• A ciência deverá incorporar as visões do senso comum, reunir os múltiplos olhares


disciplinares em conjuntos interligados e coerentes, contemplar as dimensões
filosóficas para responder as demandas de uma realidade complexa, ainda que tais
respostas não possam ser cientificamente provadas

• como uma campos científicos emergentes, de caráter interdisciplinar, englobando o


lazer, o ócio e o tempo livre, sujeitos a influências econômicas, políticas, sociais,
culturais, psicológicas e ambientais entre outras passíveis de identificação,
• resultando em uma totalidade cuja complexidade torna limitados os métodos
racionalistas, de abordagem reducionistas, predominantes nos levantamentos
empíricos que caracterizam grande parte das pesquisas desenvolvidas no campo do
turismo e da hospitalidade.

• Para que possa estabelecer os princípios de uma ciência integrada e complexa, as


investigações em hospitalidade e turismo deverão superar o estágio empírico
descritivo baseado em análises quantitativas, que privilegiam a visão econômica e
toma como parâmetro necessidades e tendências do mercado de caráter imediatista.

• É necessária uma reflexão crítica

• O conhecimento científico requer a existência de uma teoria que oriente e confira


sentido à pesquisa.

• É necessário teorizar sobre o fazer cotidiano que caracteriza a prática, gerar teorias
que considerem a multiplicidade de interações que integram os sub-sistemas do
turismo e de hospitalidade e suas relações com a sociedades locais e global.

• Entender o contexto atual caracterizado pela crise, mudança, instabilidade, e produzir


respostas que permitam adaptações e a geração de respostas coletivas, dentro de
princípios de incerteza.

Agir em um mundo globalizado onde a economia se processa em redes, se navega no


ciberespaço, geram-se super estruturas e os movimentos se auto organizam, sem que seja
possível prever suas conseqüências

• A diversidade dos fenômenos sociais torna praticamente impossível o enquadramento


de uma pluralidade de esquemas em uma metodologia unitária.

• O importante é que as abordagens desenvolvidas dentro das visões epistemológicas


próprias de cada uma das disciplinas seja compatível com as demais.

• Para isso é necessário o desenvolvimento de teorias que integrem estas


racionalidades de forma inteligível ainda que inacabada.

O esforço empírico de construção de modelos de análise para interpretação de fenômenos


humanos separadamente de sua interferência subjetiva, conduziu à uma retomada da idéia de
sistema que explica a organização da vida através do modelo de sistemas abertos que
estariam sempre em busca de um equilíbrio com o meio ambiente

• Turismo e hospitalidade se ligam a um conjunto de sistemas fortemente inter-


atuantes que dão lugar a uma variedade de comportamentos globais inter-
relacionados.Tais sistemas não são lineares.

• A rede de relações desses sistemas torna difícil a análise dos comportamentos e


respostas possíveis as quais, estando sujeitas à ação humana precisam ser entendidas
enquanto processos que levam à busca de um sentido.

• Na literatura científica tais sistemas são denominados sistemas complexos.


• Nos sistemas complexos atuam usualmente, duas dinâmicas: uma local, que modifica o
estado dos elementos como resultado de sua interação com os elementos vizinhos, e
uma dinâmica global que obedece as restrições que pesam sobre o sistema e que são
provenientes da interação deste com o resto do universo.

• A aplicação do paradigma sistêmico na explicação dos fenômenos humanos requer um


modelo interpretativo ou compreensivo que permita perceber o seu sentido.

• Nem sempre os resultados das dinâmicas locais são compatíveis com as restrições
globais, o que propicia o surgimento de dinâmicas em conflito ou antagônicas que se
confrontam fazendo com que desta luta resultem estados dinâmicos de equilíbrio ou
não-lineares.

• Produzir conhecimento científico em turismo significa interpretar esta realidade.

• A complexidade aparece associada ao nível de descrição, aos aspectos estruturais,


dinâmicos e funcionais com que focamos nossa abordagem.

• Dependendo da análise que se quer realizar um sistema pode ser classificado como
simples ou complexo.

• Para determinadas questões o comportamento detalhados dos elementos é


importante enquanto para outros é secundário.

• Observamos que as perspectivas reducionistas e holisticas não se excluem.

• Na história da ciência ambas coexistem sendo úteis e necessárias para a evolução do


conhecimento.

• A predominância de uma ou outra visão em determinados períodos deriva da


necessidade da comunidade científica em oferecer uma explicação dos fatos.

• A conciliação entre holismo/ reducionismo é fundamental para a formulação de


conceitos e princípios que organizem o conhecimento da área em uma relação
harmoniosa com o todo social.

• A abordagem interdisciplinar aparece como possibilidade de desenvolvimento de uma


perspectiva abrangente, da reunião de múltiplos olhares, que permitam visualizar as
ações no campo turístico em diferentes planos, interações e desdobramentos

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