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Em início de 1945, as pressões sociais e no interior do exército pela

democratização do país aumentaram ainda mais e, visando sua permanência


no poder, Vargas passou a anunciar algumas medidas democratizantes: em
meados de abril, concedeu anistia política e soltou centenas de presos
políticos, dentre eles, Armando de Salles Oliveira, Júlio Mesquita Filho, Octavio
Mangabeira e o líder comunista Luis Carlos Prestes. Em 28 de maio, baixou
decreto marcando para o dia 2 de dezembro, desse mesmo ano, a data para
eleição presidencial.

A pressão em torno da volta das instituições democráticas, fez com que Vargas
acenasse favoravelmente para realização de eleições diretas. No final de 1945,
uma nova assembléia constituinte foi eleita para, dessa forma, definir as bases
do jogo político nacional. De acordo com a nova constituição, foi aprovada a
existência das liberdades essenciais para o desenvolvimento de um novo
processo eleitoral.

No novo pleito presidencial surgiram três candidatos: o general Eurico Gaspar


Dutra (apoiado pelas alas trabalhistas do Partido Social Democrático e Partido
Trabalhista Brasileiro); o brigadeiro Eduardo Gomes (candidato da União
Democrática Nacional); e o civil Yedo Fiúza (filiado ao Partido Comunista
Brasileiro). Contando com o decisivo apoio do presidente Vargas, Dutra
conseguiu a vitória com mais da metade dos votos.

A partir de agosto de 1945, a conduzir um movimento no sentido de adiar as


eleições presidenciais e, no seu lugar, realizar eleições para a Assembléia
Constituinte. O movimento que era chamado de ‘’queremista’’ ficou ‘’Queremos
Getúlio’’ que tinha algo haver com ‘’Constituinte com Getúlio’’

O decreto presidencial de 10 de outubro, que marcou eleições estaduais e


municipais para o mesmo dia das nacionais e o anuncio, em 25 de outubro, de
substituição de João Alberto na chefia de polícia do Distrito Federal, pelo irmão
do presidente Benjamin Vargas foram o estopim para a mobilização militar que
encerrou o Estado Novo. Sem condições de reagir, Vargas, em 30 de outubro,
partiu do Rio e entrou em breve “exílio” no Rio Grande do Sul.
Com o fim da ditadura, em 1945, a principal modificação ocorrida em nível municipal
foi à reorganização da Câmara de Vereadores, reconstituída na eleição de 1947 -
quando o Partido Comunista elegeu a maior bancada de vereadores -, e o gradual fim
das intervenções técnicas e pretensamente neutras da prefeitura, substituídas por um
processo de negociações políticas em que a Câmara e as SABs (Sociedades de Amigos
de Bairros) tiveram papel fundamental.

Os principais partidos políticos que dominaram a política após a


democratização eram a UDN, PSD e o PTB que foi organizado por pessoas
ligadas ao Ministro do Trabalho Alexandre Marcondes Filho e que representava
o esforço de Vargas para melhorar a marcha dos comunistas.

A eleição de Adhemar de Barros, em 1947, para o Governo do Estado de São Paulo foi
um exemplo típico da aliança do PTB com o PCB

Adhemar de Barros governou durante quatro anos, sob um lema igual ao do Roriz
rouba, mas faz

Conseguindo manter a lealdade de parte dos caciques eleitorais do interior, pelo PSD,
ao mesmo tempo que garantia a força eleitoral urbana por meio do PTB, Vargas
articulou o lançamento de sua candidatura às eleições presidenciais de 1950, com uma
aliança do PTB com o PSP, ou seja, com Adhemar de Barros.

Eleito em outubro, Getúlio Vargas organizou o Ministério de maneira a conciliar os


interesses dos diferentes grupos que o apoiaram.

No ano de 1953, as relações do governo federal com parte das classes dominantes que
eram de oposição foram das piores: além da aprovação do projeto nacionalista em
relação ao petróleo, houve um aumento do movimento operário, com a ocorrência de
várias greves de trabalhadores, sobretudo a greve de março/abril, em São Paulo, na
qual 300.000 operários - gráficos, metalúrgicos, têxteis, químicos, sapateiros,
construção civil, trabalhadores em transportes, indústrias de alimentos, vidros e
madeira, entre outros paralisaram suas atividades, a nomeação de João B.M Goulart
para o Ministério do Trabalho.
A crise de 5 agosto de 1954 quando o jornalista e deputado Carlos Lacerda,
líder oposicionista na Câmara, sofreu um atentado na rua Toneleros, em
Copacabana, quando estava acompanhado de seu filho, e do militar que
naquele momento fazia sua segurança, o major da Aeronáutica Rubem Vaz.
No atentado, Lacerda levou apenas um tiro no pé, mas o major Vaz faleceu. A
oposição reagiu, e quatro dias depois o deputado da UDN Afonso Arinos exigiu
a renúncia de Vargas. Em famoso discurso, ele afirmou que essa era a única
saída digna para o presidente. Em 22 de agosto, brigadeiros do Clube da
Aeronáutica dirigiram nota ao presidente da República pedindo sua
renúncia.Getúlio resistiu, mas dois dias depois, em 24 de agosto, disparou, no
início da manhã, um tiro fatal no peito.

Dois meses depois de seu suicídio, o Brasil estava sob efeitos de trauma de 24
de agosto de 1954.

O vice-presidente eleito com Vargas, Café-Filho, assumira a presidência.

Nas eleições presidenciais de outubro de 1960, a UDN lançou a chapa Jânio Quadros
para presidente e Milton Campos para vice-presidente. O PSD-PTB, envolvidos em
dificuldades internas de relacionamento ao longo do governo JK, apoiaram os nomes
do general Lott para a presidência e de João Goulart para vice.

O Brasil mudou muito com Juscelino. Os dados, de fato, são impressionantes.


Entre 1956 e 1960, a taxa media de crescimento da economia foi de 8,1% com
a participação do PIB de 20,44% foi para 25,6%.

Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros havia renunciado ao cargo, enquanto


João Goulart, vice-presidente, estava em visita à China. O Brasil viveu
momentos de instabilidade nunca vista desde 1954. Os militares, sob influência
direta dos Estados Unidos, que temiam ver no Brasil um governo de linha
popular esquerdista como em Cuba impediram o vice-presidente de assumir o
cargo como mandava a lei.

O golpe militar em abril de 1964 que depôs o presidente João Goulart não abalou a
gestão de Prestes Maia que, já bastante acostumado com regimes autoritários de
outrora, fez sua nova gestão novamente dando ênfase na expansão da rede viária em
detrimento do aumento e melhoria dos serviços sociais. Com Prestes Maia, os gastos
com serviços urbanos chegaram a quase metade do orçamento municipal, passando de
29,15% em 1961 para 45,6% em 1965.

Repressão ocorrida em Porto Alegre, de 1964, durante o golpe militar.

Curiosidades:

João Goulart (Jango) Getulio Vargas

General Lott Café-Filho

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