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Nasceu em 7 de janeiro de 1917, na vila de Santo Amaro, RS. Nesta mesma vila morreu
tragicamente numa tarde de domingo (17-12-1978) quando homenageava seus eleitores, por
mais uma eleição vencida para Deputado Federal. Casou com Wanda Barreto Rodrigues, com
quem teve 3 filhos; Maria Nalu, Maria da Graça e Moisés Camilo. (Todos in memoriam).
Viveu intensamente por todas as partes do Brasil, trabalhando pela gente brasileira nas suas
muitas atividades: político, jornalista, poeta tradicionalista, e prestes a formar-se em Bacharel
em Direito -receberia seu diploma em 17-1-1979.
Entretanto entre Lauro e a cidade de Porto Alegre, um vínculo muito forte foi estabelecido:
foi daqui (RS), que surgiu o grande brasileiro, o notável parlamentar, o homem popular, o
poeta.
Sob este brilho foi moldada a têmpera com que Lauro Rodrigues sustentou os três debates
na Câmara Federal, em Brasília.
Porto Alegre tinha em Lauro o seu vereador, eleição, a que foi impulsionado pela enorme
popularidade, pois da cidade já era poeta, o homem da comunicação.
Lauro Rodrigues editou vários livros: Minuano; Ronda dos sentimentos; Invernada vazia;
Senzala Branca; Canção das águas prisioneiras; Rio Grande do Sul terra e povo; A evolução do
homem e a decadência da dignidade; Condomínio das nações -tese a América do Sul;
Revolução Farroupilha; Quando a história se repete; Santos Dumont sua obra e nossos
deveres; Anistia carta aberta ao presidente da república General Geisel, entre outros.
Político -velho trabalhista, admirador de Vargas, Lauro Rodrigues somente abandonou o PTB
quando este foi extinto pelo movimento de abril de 1964.
Nas legislaturas de 1969 e 1970 ocupou a vereança de Porto Alegre, onde marcou sua
passagem pelo brilho e a absoluta lisura de sua atividade parlamentar.
Nas legislaturas de 1971 a 1974 e 1975 a 1978 exerceu a Deputação Federal, foi presidente
da Comissão de Serviço Público e de 75 a 78 foi 3º suplente da presidência da mesa.
Na sua atividade fez: projetos que tratam dos interesses dos trabalhadores; da disciplina da
dívida externa; do controle dos juros de financiamento de bens de consumo; aposentadoria
especial para taxista; filiação facultativa das donas de casa no (INPS); uso de fungicidas e
pesticidas nas lavouras; amparo aos excepcionais; valorização do atleta profissional; reforma
do ensino superior.
Entre seus pronunciamentos destacam-se o que preconizava a união dos países latino-
americanos, aquele feito em 1973 que alertava o governo sobre os perigos da política
financeira e que poderiam levar o país a uma grave crise econômica (prenúncio da crise de
hoje); Carta aberta ao presidente da república -pronunciada em 1975, pregava a necessidade
de uma anistia geral e plena aos punidos pela revolução de 1964; aquela em 1976 em que
pedia o retorno à democracia e a consolidação dos partidos políticos.
Deixou muitos projetos a serem apresentados e que infelizmente não houve tempo. Em
especial o da ponte que liga São Jerônimo a General Câmara, pelo qual a mérito vinha lutando.
A reabertura dos Cassinos no Brasil foi de autoria dele, mas não foi aprovado na época.
Existem vários colégios com seu nome, rua no bairro Sarandi; praça de esporte no bairro
Camaquã.
Na Câmara de vereadores recebeu o título de Cidadão de Porto Alegre, foi grande amigo
particular de poetas e escritores brasileiros: Zeferino Brasil, Olinto San Martin, Moisés
Velhinho, Érico Verissimo, Guilhermino César, Manoelito D’Ornellas, Dante de Laitano, Mario
Quintana entre outros.
Seu maior prazer era, nas férias, rumar para Santo Amaro, terra de sua paixão. Gostava
imensamente de contar piadas rodeado por seus amigos simples, mas honestos e sinceros.
Sempre dizia que era político por acaso, era mesmo poeta, tradicionalista e homem do povo.
Não gostava de luxo nem de vida social, era sacrifício quando tinha que participar de alguma
reunião, só comparecia em alguma quando fazia parte da carreira. Detestava mentira,
hipocrisia e traição.
Teve muitas decepções e desilusões em toda sua carreira política. Na literatura não! Tanto
que continuamos cultuando as tradições em homenagem a seu ilustre nome que tanto tem
nos honrado.
Foi sócio fundador da Estância da Poesia Crioula a convite de seus amigos. Não gostava de
andar de avião. Fazia viagem seguindo de Brasília a Porto Alegre de carro para evitar o
transporte aéreo.
Também adorava pescar e caçar acompanhado de seus dois perdigueiros: Sepé e Tupã,
gostava de pescar no Rio Araguaia, ilha do Bananal e no Mato Grosso.
Mas seu rio preferido era o Jacuí, em Santo Amaro, sua terra natal.
Lauro Pereira Rodrigues desapareceu antes de ver realizado seus velhos sonhos de
democrata, homem voltado para os altos interesses do Brasil, no entanto mostra que a obra
de um homem não se restringe ao período do tempo em que se pode contar a vida.
As obras, ideias, os ensinamentos, quando forjados com sensibilidade, altivez e coragem são
os bens maiores do espólio do homem público.
Fonte: alfarrábio de René Boeckel Veloso Filho.
Resgate: Josinei Ricardo de Azeredo.
Foto: Família Rodrigues, adaptação dos traços digitais: Felipe Rodrigues.