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Para complementar o artigo escrito sobre Conjuntos Numéricos iremos abordar agora o conceito de intervalo na reta
real R. Ou seja, dos subconjuntos de R que satisfazem à seguinte propriedade:
Sem entrar em detalhes, e apenas como informação adicional, a propriedade estabelece que os intervalos são
subconjuntos conexos de R, como também o é o próprio R, ou subconjuntos contínuos de R.
I = {z ε R | x ≤ z ≤ y}
Os intervalos podem ser classificados por suas características topológicas – abertos, fechados e semi abertos
(fechados ou abertos à esquerda ou à direita) – e por suas características métricas – comprimento nulo, finito não nulo
ou infinito.
Habitualmente se utilizam os colchetes – “[" e "]” – para indicar que um dos extremos do intervalo é parte deste
intervalo e os parênteses – “(” e “)” – ou, também, os colchetes invertidos – “]” e “[" para indicar o contrário.
Assim, por exemplo, dados a e b números reais, com a ≤ b, o intervalo I = (a,b] = ]a,b] representa o conjunto dos x ε
R, tal que a < x ≤ b. Note que a não faz parte do intervalo.
Um intervalo é representado na reta real utilizando-se de uma pequena “bolinha vazia” para indicar que um dos
pontos extremos não pertence ao intervalo e de uma “bolinha cheia” para indicar que o ponto extremo pertence.
Tipos de Intervalos
Dados a e b números reais, com a ≤ b, x pertencente ao intervalo e c o seu comprimento, podemos classificar os
intervalos como:
[a,b] = {x ε R | a ≤ x ≤ b}
]-∞,b] = (-∞,b] = {x ε R | x ≤ b}
[a,+∞) = [a,+∞[ = {x ε R | a ≤ x}
]-∞,+∞[ = (-∞,+∞) = R
Como o comprimento é nulo e o intervalo fechado, então a = b e esse intervalo corresponde ao conjunto unitário {a},
isto é, a um ponto da reta real.
Concluo a classificação dos intervalos com a seguinte pergunta para vocês: E o intervalo vazio como seria definido?
Como intervalos são conjuntos é natural que as operações mencionadas possam ser realizadas. E, trata-se de um
procedimento muito comum na resolução de alguns problemas.
E a maneira mais fácil e intuitiva de realizar essas operações é através da representação gráfica dos intervalos
envolvidos. Vamos à um exemplo prático de como efetuar tais operações.
Primeiramente, marcamos todos os pontos que são extremos ou origens dos intervalos em uma mesma reta. Em
seguida, abaixo dessa reta, traçamos os intervalos que representam graficamente os conjuntos A e B. E, por fim, é só
utilizar a definição de união e intersecção para determinar os trechos que estão em pelo menos um intervalo e os
trechos comuns aos dois intervalos, respectivamente. Veja a solução de A ∩ B na figura a seguir e de onde é também
facilmente observado o resultado de A U B:
A ∩ B = {x ε R | 1 < x ≤ 6} e A U B = {x ε R | -1 ≤ x}
Alegria Financeira Fundamental Médio Geometria Trigonometria Superior Cálculos
a=k×b
Exemplos:
35=7×5
O conjunto dos números naturais é infinito, assim existem infinitos múltiplos para
qualquer número natural. Se y é um número natural, o conjunto de todos os múltiplos
de y, será denotado por M(y). Por exemplo:
0=0×2, 0=0×5, 0=0×12, 0=0×15
Por exemplo, basta tomar o mesmo número multiplicado por 1 para obter um múltiplo
dele próprio, como: 3=1x3, 5=1x5 e 15=1x15.
Um número natural tem uma quantidade finita de divisores. Por exemplo, o número 6
poderá ter no máximo 6 divisores, pois trabalhando no conjunto dos números naturais
não podemos dividir 6 por um número maior do que ele.
Exemplos:
Observação: O número zero é múltiplo de todo número natural e além disso, zero não
divide qualquer número natural, exceto ele próprio.
mas não existe um número b que multiplicado por 0 (zero) seja igual a 6, portanto a
divisão de 6 por 0 é impossível.
A divisão de 0/0 (zero por zero) é indeterminada, o que significa que pode existir uma
situação que ela passe a ter significado, no sentido seguinte:
0÷0=X÷1
Como temos uma igualdade de frações, gerando uma proporção, deveremos aceitar
que o produto dos meios é igual ao produto dos extremos nesta proporção e assim:
0×1=0×X=0
que não é contraditório e isto pode ser realizado para todo X real, razão pela qual a
expressão da forma 0÷0 é dita indeterminada.
Números primos
Exemplos:
Observação: 1 não é primo pois tem apenas 1 divisor e todo número natural pode ser
escrito como o produto de números primos, de forma única.
Crivo de Eratóstenes
É um processo para obter números primos menores do que um determinado número
natural n. Devemos construir uma tabela contendo os primeiros n números naturais.
Para determinar os números primos nesta tabela, basta seguir os seguintes passos.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
Na tabela, listamos os 100 primeiros números naturais, indicando com a cor mais forte
os números primos e com a cor clara os números que não são primos. Como exemplo,
2 é primo, enquanto 25 não é primo, pois é múltiplo de 5.
No quadro abaixo, mostramos os números primos menores do que 100, obtidos pelo
crivo de Eratóstenes.
P = {2,3,5,7,11,13,17,19,23,29,31,37,41,43,47,53,59,61,67,71,73,79,83,89,97}
m = k × a e m = w × b
Determinaremos agora todos os números que tem 18 como múltiplo comum, o que é o
mesmo que obter todos os divisores naturais de 18.
D(18) = { 1, 2, 3, 6, 9,18 }
Agora obteremos os múltiplos comuns dos números a e b. Para isso denotaremos por
M(a) o conjunto dos múltiplos de a, por M(b) o conjunto dos múltiplos de b e tomaremos
a interseção entre os conjuntos M(a) e M(b).
M(3)={0,3,6,9,12,15,18,21,24,27,30,33,36,39,42,45,...}
M(5)={0,5,10,15,20,25,30,35,40,45,50,55,...}
M(3) M(5)={0,15,30,45,...}
Como estamos considerando 0 (zero) como número natural, ele irá fazer parte dos
conjuntos de todos os múltiplos de números naturais e será sempre o menor múltiplo
comum, mas por definição, o Mínimo Múltiplo Comum (MMC) de dois ou mais números
naturais é o menor múltiplo comum a esses números que é diferente de zero. Logo, no
conjunto:
M(4)={0,4,8,12,16,20,24,...}
M(6)={ 0, 6, 12, 18, 24, ...}
MMC(4,6)=min {12,24,36,...}=12
O conjunto dos múltiplos do MMC(a,b) é igual ao conjunto dos múltiplos comuns de a e
b. Por exemplo, se a=3 e b=5:
M(3)={0,3,6,9,12,15,18,21,24,27,30,...}
M(5)={0,5,10,15,20,25,30,35,40,45,...}
M(3) M(5)={0,15,30,45,...}
M(15)={0,15,30,45,60,...}
1. Em um papel faça um traço vertical, de forma que sobre espaço livre tanto à
direita como à esquerda do traço.
|
|
|
2.
3. À esquerda do traço escreva os números naturais como uma lista, separados
por vírgulas, para obter o MMC(a,b,c,...). Por exemplo, tomaremos 12, 22 e 28
do lado esquerdo do traço vertical e do lado direito do traço poremos o menor
número primo que divide algum dos números da lista que está à esquerda. Aqui
usamos o 2.
12 22 28 | 2
|
|
4.
5. Dividimos todos os números da lista da esquerda, que são múltiplos do número
primo que está à direita do traço, criando uma nova lista debaixo da lista
anterior com os valores resultantes das divisões (possíveis) e com os números
que não foram divididos.
12 22 28 | 2
6 11 14 |
|
|
6.
7. Repetimos a partir do passo 3 até que os valores da lista que está do lado
esquerdo do traço se tornem todos iguais a um.
12 22 28 | 2
6 11 14 | 2
3 11 7 | 3
1 11 7 | 7
1 11 1 | 11
1 1 1 | 924
8.
9. O MMC é o produto dos números primos que colocamos do lado direito do traço
e neste caso: MMC(12,22,28)=924.
12 15 |
|
|
12 15 | 2
6 15 | 2
3 15 | 3
1 5 | 5
1 1 | 60
Para obter o Máximo Divisor Comum devemos introduzir o conceito de divisor comum a
vários números naturais. Um número d é divisor comum de outros dois números
naturais a e b se, d divide a e d divide b simultaneamente. Isto significa que devem
existir k1 e k2 naturais tal que:
a = k1 × d e b = k2 × d
D(16)={ 1, 2, 4, 8, 16 }
D(24)={ 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24 }
D(16) D(24)={1, 2, 4, 8}
Ocorre que o menor divisor comum entre os números 16 e 24, é 1, assim não interessa
o menor divisor comum mas sim o maior divisor que pertence simultaneamente aos
dois conjuntos de divisores.
72 30
2.
3. Realizamos a divisão do maior pelo menor colocando o quociente no espaço
sobre o número menor na primeira linha e o resto da divisão no espaço logo
abaixo do maior número na terceira linha.
2
72 30
12
4.
5. Passamos o resto da divisão para o espaço localizado à direita do menor
número na linha central.
2
72 30 12
12
6.
7. Realizamos agora a divisão do número 30, pelo resto obtido anteriormente que
é 12. Novamente, o quociente será colocado sobre o número 12 e o resto da
divisão ficará localizado abaixo do número 30.
2 2
72 30 12
12 6
8.
9. Realizamos agora a (última!) divisão do número 12, pelo resto obtido
anteriormente que é 6. De novo, o quociente será posto sobre o número 6 e o
resto da divisão ficará localizado abaixo do número 12.
2 2 2
72 30 12 6
12 6 0
10.
11. Como o resto da última divisão é 0 (zero), o último quociente obtido
representa o MDC entre 30 e 72, logo denotamos tal fato por:
MDC(30,72) = 6
Exercícios:
Se a= 6 e b= 5 então X= 90 e Y= 75
Uma relação importante e bastante útil entre o MMC e o MDC é o fato que o MDC(a,b)
multiplicado pelo MMC(a,b) é igual ao produto de a por b, isto é:
MDC(a,b) × MMC(a,b) = a × b
MDC(12,15) × MMC(12,15)=12 × 15
Esta relação é útil quando precisamos obter o MMC e o MDC de dois números, basta
encontrar um deles e usar a relação acima.
Exemplo: Para obter o MMC(15,20) e o MDC(15,20), o primeiro passo é obter o que for
possível. Se MDC(15,20)=5 e 15 x 20=300, basta lembrar que
MDC(15,20)×MMC(15,20)=15×20 e fazer:
5 × MMC(15,20) = 300
Exercício: Se a soma de dois números é 320 e o mínimo múltiplo comum entre eles é
600, quais são esses números? Qual é o máximo divisor comum entre eles?
Solução: Se X e Y são os números procurados, eles devem ser divisores de 600, logo
devem pertencer ao conjunto D(600):
{1,2,3,4,5,6,8,10,12,15,20,24,25,30,75,100,120,150,200,300,600}
Pares de números deste conjunto que somam 320, são: 300 e 20 ou 200 e 120. O
primeiro par não serve pois MMC(300,20)=300. Os números que servem são X=200 e
Y=120 pois MMC(200,120)=600 e MDC(200,120)=40.
Primos entre si
Dois números naturais são primos entre si quando o MDC entre eles é igual a 1. Por
exemplo, 16 não é um número primo, 21 também não é um número primo mas 16 e 21
são primos entre si pois MDC(16,21)=1.
bn = a
que se lê: raiz n-ésima de a. Uma notação simples e muito comum no meio científico é
aquela que usa o acento circunflexo: a^(1/n).
Raiz quadrada: A raiz quadrada de um número não negativo (não somente natural) é
um outro número não negativo b tal que:
b2 = a
b2 = b × b = 36
Neste trabalho, usaremos o processo de tentativa, para dividir 36 por seus divisores até
que o divisor seja igual ao quociente
Raiz cúbica: A raiz cúbica de um número (não somente natural) a é um número b tal
que:
b3 = b . b . b = a
Exemplo: Para determinar a raiz cúbica de 64, deve-se obter um número b de forma a
obter
b3=b×b×b=64
Para calcular raízes com o browser Netscape, digite (ou copie com Control+C) a linha
de comando:
javascript:Math.sqrt(961)
javascript:Math.pow(961,1/2)
exatamente da forma como está escrito, dentro da caixa que aparece em seu browser
com o nome do arquivo que está sendo acessado neste momento (location=endereço).
Após isto, pressione a tecla ENTER. Você deverá ver uma nova janela como o número
31
que é a raiz quadrada de 961. Para sair da janela com a resposta, pressione o botão
Voltar (Back) de seu browser.
javascript:Math.pow(343,1/3)
6.999999999999999
que é uma excelente aproximação para 7, a raiz exata. Para sair da janela com a
resposta, pressione o botão Voltar (Back) de seu browser.
javascript:Math.pow(M,1/n)
e pressione ENTER. Para sair da janela com a resposta, pressione o botão Voltar
(Back) em seu navegador.
A análise dimensional é uma ferramenta poderosa e simples para avaliar e deduzir relações físicas. A similaridade
é um conceito diretamente relacionado, que consiste basicamente na equivalência de experimentos ou fenômenos
que são, na realidade, diferentes. Naturalmente, os métodos são genéricos e de ampla utilização. Não se limitam a
área da Mecânica dos Fluidos. A inclusão da página no grupo Fluidos deste site é apenas uma questão de
conveniência, em razão do maior número de exemplos.
De forma simples, pode-se definir grandeza física como uma propriedade observável que pode ser expressa em
termos quantitativos. Uma grandeza física deve obedecer a princípios aritméticos comuns de números. Sejam, por
exemplo, as grandezas da mesma espécie A1, A2 e A3:
Adição e subtração
Multiplicação e divisão
Se, por exemplo, A2 = A1 + A1 + A1 , então A2 = 3A1 ou A1 = A2/3
O valor numérico de uma grandeza observada depende da unidade, isto é, do padrão de referência adotado.
Exemplo: na Figura 01, A é a distância observada entre dois pontos fixos O e P. Pode-se usar uma unidade u e o
valor numérico de A é um número N tal que
A = N u #A.1#
Ou pode-se uma usar uma unidade u' e um valor numérico N' tal que
Figura 01
u' = n u #A.3#
Então,
Isso significa que, se a unidade for multiplicada por um fator n, o valor numérico da grandeza observada deverá ser
multiplicado por n−1.
• a grandeza física distância (ou comprimento) A entre os pontos O e P (que é invariável se os pontos são fixos).
As grandezas básicas formam um conjunto, normalmente pequeno, em relação ao qual as demais grandezas são
definidas. Estas últimas são denominadas grandezas derivadas.
Uma grandeza derivada genérica G pode sempre ser definida segundo a fórmula:
G = α Aa Bb Cc... #B.1#
Onde o coeficiente α e os expoentes a, b, c, … são números reais e A, B, C, … são grandezas básicas.
Tabela 01
Comprimento L metro m
Massa M quilograma kg
Tempo T segundo s
Temperatura
θ kelvin K
termodinâmica
Quantidade de
N mol mol
matéria
O conceito de dimensão indica as grandezas básicas e os respectivos expoentes que formam a grandeza
derivada, ou seja, pode ser considerada a fórmula anterior sem o coeficiente α.
A dimensão de uma unidade é indicada por colchetes e, em termos dimensionais, a fórmula anterior fica
Naturalmente, a dimensão de uma grandeza básica é a própria. A Tabela 01 dá as grandezas básicas definidas
pelo Sistema Internacional, os símbolos dimensionais comumente usados e as respectivas unidades básicas.
Usando raciocínio idêntico ao da transformação dada pelas igualdades anteriores #A.1# a #A.4#, pode-se
facilmente deduzir:
Se a unidade da grandeza A é multiplicada por nA, da grandeza B por nB, etc, e o valor numérico de G era N, o novo
valor N' é dado por:
Exemplos:
Observar que, embora sejam considerados sinôminos em muitas citações práticas, os conceitos de dimensão e de
unidade são tecnicamente distintos.
• A dimensão de uma grandeza derivada é sempre um produto de potências das dimensões das grandezas básicas
que a formam.
• Somas de grandezas de mesma dimensão são grandezas com a mesma dimensão. Produtos e divisões de
grandezas são também grandezas derivadas, com dimensões normalmente diferentes das originais.
• Todas as grandezas de mesma dimensão mudam seus valores na mesma proporção quando os valores das
unidades básicas são mudados.
• Funções não lineares (como logarítmicas, exponenciais, trigonométricas) de grandezas derivadas não são em
geral grandezas derivadas.
• Uma grandeza é dita adimensional se o resultado final da dimensão é unitário. Exemplo: seja x = c t / l,
onde c é velocidade, t é tempo e l é comprimento. Então [x] = L T−1 T / L = 1
Índices
Ciência dos
materiais
Eletricidade e
eletromagnetismo
Eletrônica digital
Eletrônica em
geral
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frio, etc
Informática
Relações físicas, homogeneidade, constantes físicas | Matemática
Mecânica teórica
Teorema de Buckingham (teorema dos πs) | Resistência dos
materiais
Temas técnicos
diversos
Temas diversos
Termodinâmica /
transmissão de
calor
Muitos fenômenos físicos podem ser representados por uma grandeza G como função de uma ou mais grandezas
G1, G2, …, Gn. Então, a relação ou equação física genérica é
• Todos os termos de parcelas de soma ou subtração que existirem em f devem ter a mesma dimensão.
• Argumentos de funções logarítmicas, exponenciais, trigonométricas e outras especiais devem ser adimensionais.
Exemplo 01: na Figura 01 (a), um corpo, supostamente no vácuo, é deixado em queda livre a partir do repouso.
Segundo relações da mecânica elementar, a distância vertical percorrida y em função da aceleração da gravidade g
e do tempo t é dada por:
Essa relação é perfeitamente homogênea porque [y] = L e o outro lado [(1/2) g t2] = L T−2 T2 = L
Se, em vez da fórmula teórica, é feita uma medição da distância em função do tempo, dependendo do local e da
precisão do método, pode-se chegar a um resultado como este:
À primeira vista, essa relação pode parecer inválida porque y e t têm dimensões distintas. Entretanto, deve-se notar
que o valor 4,905 não é uma simples constante de proporcionalidade. Equivale a (1/2) g da equação anterior e,
portanto, tem dimensão L T−2.
Para locais próximos da superfície terrestre, o valor de g pouco varia e pode ser considerado uma constante
física. Da relação anterior, g = 9,81 m/s2, que é a aproximação usual. O valor padronizado é 9,80665 m/s2.
Observar que constantes físicas normalmente têm dimensão e, por conseqüência, seus valores dependem das
unidades. Neste caso da aceleração da gravidade, o valor de 9,81 m/s2 equivale, por exemplo, a 32,19 ft/s2.
Voltando à igualdade #B.1#, y = (1/2) g t2 , nota-se que o único valor numérico invariável é a constante de
proporcionalidade 1/2, que é adimensional. No caso de g, a grandeza aceleração da gravidade é suposta
constante, mas seu valor numérico depende das unidades adotadas, porque não é adimensional (ver equação
#D.1# do tópico Grandezas básicas, unidades, dimensões).
Figura 01
Exemplo 02: ver Figura 01 (b). Em uma determinada região foi observado que a pressão atmosférica p (em N/m2)
varia com a altitude h (em m) segundo a relação:
Essa relação vale para um local em particular. Por analogia, pode-se generalizar e dizer que a pressão atmosférica
varia com a altitude segundo a equação:
No aspecto dimensional, deve-se ter, conforme regra anterior, dimensão unitária do expoente. Portanto, [b] =
L−1. E a dimensão de a deve ser pressão para homogeneidade da fórmula [a] = L−1 M T−2.
Observar que, além da homogeneidade dimensional, deve haver coerência de unidades. Assim, no caso particular
de #C.1#, considerando as unidades informadas de p e de h, tem-se b = 0,00012 m−1 e a = 1,01 105
N/m2.
Dos exemplos anteriores, pode-se verificar que as constantes g, a e b podem variar de acordo com o local e época
porque o planeta Terra não é homogêneo. Ou seja, elas são válidas para determinadas condições.
Há também as constantes físicas universais (velocidade da luz no vácuo, massa do elétron, constante dos
gases, etc), cujas grandezas independem de quaisquer condições. No entanto, seus valores numéricos continuam
dependendo das unidades adotadas.
A homogeneidade dimensional é uma condição necessária para uma equação física válida, mas não é suficiente.
Ou seja, uma fórmula pode estar dimensionalmente correta e não representar a relação real entre as grandezas.
De outra forma,
Se as n grandezas podem ser expressas em termos de k grandezas independentes, a relação acima é equivalente
a:
De outra forma,
Exemplo: seja, conforme Figura 01 (a), uma esfera de material perfeitamente elástico que se choca com uma
superfície perfeitamente rígida. Supondo a esfera revestida com uma tinta úmida, após o choque haverá uma
marca circular na superfície, como em (b) da figura. Deseja-se saber a relação entre o diâmetro d dessa marca e
outras grandezas físicas envolvidas no processo (desprezam-se os efeitos do ar).
Desde que a superfície é perfeitamente rígida, ela não deve ter propriedades que possam influenciar. A princípio,
pode-se listar as grandezas que têm relação com o choque:
Figura 01
Entretanto esse conjunto não é independente porque a massa é função do diâmetro e da massa específica. Assim,
uma dessas três grandezas deve ser retirada para formar um conjunto independente. Escolhe-se, por exemplo, a
massa m para exclusão.
Pode-se então dizer que o diâmetro d da área marcada é função das seguintes grandezas independentes:
d = f(c, D, E, μ, ρ)
[d] = L
[c] = LT−1
[D] = L
[E] = ML−1T−2
[μ] = 1
[ρ] = ML−3
Analisa-se agora o aspecto da dependência dimensional:
[d] = L = [D]
[μ] = 1
Substituindo,