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TECNOLOGIA GERAL

PROPRIEDADES DOS MATERIAIS METÁLICOS

PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS

São propriedades que o material possue por natureza, independentes de fatores


externos.

PESO ESPECÍFICO

É o peso da unidade de volume de uma certa substância dada pela razão do peso P de
um corpo e seu volume V.

Y = P ( kg/dm3)
V

PESO ESPECÍFICO DE ALGUNS MATERIAIS


7,86
Aço 7,86 Ferro
7,25
Alumínio 2,70 Ferro Fundido
2,00
Baquelite 1,30 Grafite
2,60
Borracha 1,00 Granito
8,60
Bronze 8,80 Latão
1,75
Carvão 0,80 Magnésio
2,40
Chumbo 11,34 Porcelana
10,49
Cobre 8,93 Prata
1,80
Enxofre 2,00 Tijolos
19,10
Estanho 7,28 Tungstênio
7,10
Eternit 2,00 Zinco

Em razão de peso específico, os materiais se destinguem em pesados ( Y > 4 kg/dm3)


e leves ( Y < 4 kg/dm3).

PONTO DE FUSÃO

É a temperatura onde um metal passa do estado sólido para o líquido ou vice-versa.

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TEMPERATURA DE FUSÃO DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS

Aço 1.400º
Latão 1.000º
Água 0º
Níquel 1.500º
Bronze 960º
Ouro 1.070º
Chumbo 330º
Prata 960º
Cobre 1.083º
Estanho Tungstênio 3.370º
232º
Ferro Fundido Zinco 419º
1.200º

CONDUTIBILIDADE TÉRMICA E ELÉTRICA

Estas propriedades referem-se a atitude que apresenta o metal ao conduzir o calor e a


eletricidade.

São bons condutores de calor e eletricidade a prata, o cobre e o alumínio.

PROPRIEDADES MECÂNICAS

RESISTÊNCIA À TRAÇÃO

- Máquina universal de ensaios


(Galdabini PM50).

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O ensaio é feito em provetas, também chamados corpo de prova de dois tipos
diferentes.
São submetidos a um esforço de tração lento e contínuo, dirigido sobre o eixo
longitudinal até a ruptura.
A máquina de tração permite levantar diagramas que fornecem o alongamento da
proveta e as cargas correspondentes.

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As solicitações estáticas, são esforços aplicados gradualmente no material. As
solicitações estáticas podem ser simples (tração, compressão, flexão, cizalhamento e
torção) ou compostas, quando o material é sujeito simultaneamente a duas ou mais
solicitações simples. Na resistência dos materiais às solicitações estáticas simples, se
determinam por meio de ensaios no laboratório de ensaios; uma máquina universal
permite aplicar mais ensaios numa peça-

A resistência à tração se determina por meio de um corpo de prova, obtido do


material a ser ensaiado, que é preso devidamente e sobre ele aplicada uma força de
tração crescente.

- Ensaio de tração.

Designando com Fm a carga que produz a ruptura e, So a seção do corpo de prova, o


valor da resistência à tração, será:

Rm = Fm = (Kg/mm2)
So

Se o esforço aplicado não for muito intenso o corpo de prova volta na condição
inicial, havendo uma deformação elástica. Se o esforço aplicado superar um certo
limite o corpo de prova fica permanentemente deformado, e havendo aumento de
força chegaremos à ruptura.

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ALONGAMENTO

Por efeito do ensaio de tração, o corpo de prova de deforma alongando-se.


Designando com Lo a distância entre dois traços marcados no corpo de prova antes
do ensaio, ao final desta, teremos um valor Lu Lo. A diferença Lu – Lo consistem o
alongamento. Para comparar os alongamentos, é necessário exprimi-los em
porcentagem.

A% = Lu - Lo x 100
Lo

O alongamento caracteriza a tenacidade e a plasticidade do material.

- Diagrama: cargas : deformações

ESTRIÇÃO

O alongamento, no ensaio de tração, provoca redução da seção transversal. Indicando


com SO e SU a seção inicial e final do corpo de prova, o coeficiente percentual de
estrição exprime-se:

Z% = So - Su x 100
So

CARGA DO LIMITE DE PROPORCIONALIDADE E ELASTICIDADE

No ensaio de tração temos a aplicação da lei de Hooke. A deformação é proporcional


ao esforços que a produz. Até um certo limite, chamado de limite de elasticidade, o
material retorna a sua posição inicial.

Superado este limite, o material, fica permanentemente deformado.

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ESCOAMENTO

Aumentando ainda a carga, chega-se à carga de escoamento. Acima dessa carga


começa as pequenas e grandes deformações para depois chegar à ruptura do corpo de
prova.

RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

É análoga à resistência à tração. A única diferença está na aplicação da força na peça


que é oposta a de tração.

- ensaio de compressão

Levando-se em conta que nem sempre os materiais apresentam a mesma resistência à


tração e à compressão: os ferros fundidos tem resistência à tração inferior à
compressão. Já a madeira resiste melhor a tração que a compressão.

Para os aços, os valores da resistência à tração e compressão são equivalentes.


RESISTÊNCIA À FLEXÃO
Para determinar a resistência à flexão, apoia-se o corpo de prova nas extremidades e
carrega-se através de uma máquina universal. O valor da resistência à flexão se
obtém da razão:
Rfm = Mfm (Kg-mm2)
W

Onde Rfm é resistência à flexão máxima, Mfm é o momento fletor máximo que
produz a ruptura, isto é , uma quantia que depende do esforço aplicado para produzir
a ruptura e a distância entre os apoios W é módulo de resistência da seção resistente;
isto é, uma quantia geométrica que depende da forma da seção resistentes e das suas
dimensões.

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RESISTÊNCIA AO CIZALHAMENTO

A máquina universal de ensaios permite determinar também a resistência ao


cizalhamento que se obtém da razão:

T = 4 P (Kg/mm2)
3 S

Onde P é o esforço que produz o corte, S é a seção resistente e T é a resistência ao


cizalhamento. A razão P/S é multiplicada pelo coeficiente 4/3 dada a presença da
solicitação de flexão.

- Ensaio de cizalhamento

RESISTÊNCIA À TORÇÃO

O ensaio de torção se efetua num corpo de prova de seção circular que é sujeito a um
momento de torção Mt, pelo qual se opõe um momento resistente. A carga unitária
de ruptura à torção se obtém da razão:

Rtm = Mtm (kg/mm2)


Wp

Onde Wp é o módulo de resistência polar da seção que depende da forma da seção e


suas dimensões.

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RESILIÊNCIA

É uma forma particular de resistência mecânica. É a resistência que um material opõe


a esforços aplicados bruscamente (solicitações dinâmicas). Um material com elevada
resiliência é tenaz, enquanto um material com baixa resilência é frágil.

- Ensaio de resiliência.

A resiliência nos dá o trabalho de deformação obsorvido pelo corpo de prova que é


quebrado por choque:
K = L (Kgm/cm2)
S
Onde L é o trabalho de deformação e S a seção resistente do corpo de prova.

DUREZA

A dureza de um material pode-se definir como a resistência à penetração. A dureza é


muito importante para os efeitos dos tratamentos térmicos.

Os métodos mais usados para a medição da dureza são: Brinell, Vickers, Rockwell
Knoop e Shore.

a) Dureza Brinell. Determina-se pressionando com força adequada uma esfera de


aço duríssimo no material a ser ensaiado. O valor da dureza é dado pela razão
entre a carga aplicada e a superfície da impressão deixada pela esfera:
HB = 2P (kg/mm2)
 D (D - D2 – d2)
Onde P é a carga aplicada, D o diâmetro da esfera e d o diâmetro da impressão.

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- Ensaio de Dureza Brinell

Pode-se evitar a aplicação da fórmula, usando tabelas apropriadas que estabelecem o


valor da dureza pelo diâmetro da impressão.

A dureza Brinell é indicada com o símbolo HB seguido do diâmetro do penetrador, a


carga aplicada e o tempo de ensaio.

Exemplo: HB 10/3000/30” = 229 kg/mm2


b) Dureza Vickers: O método Vickers é análogo ao Brinell, a única diferença está
na forma do penetrador que é constituído por uma ponta de diamante com forma
de pirâmide. O método Vickers é indicado para materiais duros. A aparelhagem é
constituída por um mecanismo que leva do diamante ao contato com a peça e de
um microscópio para a leitura da diagonal da impressão.

- Penetrador Vickers

A carga é normalmente de 30 kg. A dureza Vickers também é dada pela razão entre a
carga e a superfície da impressão:

HV = P (kg/mm2) HV = 1,8544 P (kg/mm2)


S d

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Onde P é a carga aplicada e d a diagonal da impressão. Existem tabelas que fornecem
o valor da dureza Vickers dado o valor da diagonal da impressão. O símbolo HV da
dureza Vickers é completado indicando a carga e a dureza do ensaio.
Exemplo: HV 30/20” = 200 Kg/mm2

c) Dureza Rockwell: Efetua-se pressionando, com uma carga estabelecida um


penetrador constituído por uma esfera de aço ou um cone de diamante. Os valores
da dureza Rockwell não são dados em Kg/mm2; são convencionais e fornecidos
diretamente pelo aparelho de ensaio. São empregadas várias escalas para o ensaio
da dureza Rockwell com os correspondentes penetradores e cargas. As mais
usadas são a Rockwell C para materiais mais duros e a Rockwell B para materiais
de dureza média.

A superfície a ser ensaiada deve ser bem acabada, podendo ser também curva. A
distância do centro da impressão para a extremidade da peça como a distância entre
duas impressões não deve ser inferior de 3 mm.

Para fazer o ensaio aplica-se inicialmente uma pré-carga 10 Kg, em seguida o


restante 90 Kg a Rockwell B ou 140 Kg para a Rockweel C. Quando o ponteiro da
máquina parar, tira-se a carga deixando a pré-carga; em seguida, efetua-se a leitura.

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ESCALAS, PENETRADORES E CARGAS PARA A DUREZA ROCKWELL
Carga Cor da
Símbolo Escala Penetrador Campo de aplicação
kg escala
Aço com baixa e médio
Esf. 
HRB B 100 Vermelha conteúdo de carbono, bronze e
1/16”
latão
Material de dureza superior a
Cone de
HRC C 150 Preta HBR = 100, aço temperado e
diamante
tratado superficialmente
Cone de Para material duríssimo
HRA A 60 Preta
diamante (carbureto de tungstênio).
Cone de Para materiais de dureza entre
HRD D 100 Preta
diamante HRC E HRA
Para materiais macios e de
Esf. 
HRE E 100 Vermelha dureza inferior a HRB = O
1/8”
(liga antifricção).
Esf. 
HRF F 60 Vermelha Tem o mesmo emprego da HRE
1/16”
Esf.  P/ dureza levemente superior a
HRG G 150 Vermelha
1/16” HRB = 100
Esf.  Para material muito macio e
HRH G 60 Vermelha
1/8” ensaios especiais

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TABELA DE CONVERSÃO DAS DUREZAS PARA OS MATERIAIS NÃO
FERROSOS

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TABELA DE CONVERSÃO DAS DUREZAS PARA OS MATERIAIS
FERROSOS.

d) Dureza Knoop: É um método recente para determinar a dureza dos materiais.


Usa-se um penetrador de diamante em forma de pirâmide reta com base de
losango, tendo os ângulos no vértice respectivamente de 172º 30 e 130º. Também
neste método o valor da dureza é dado pela razão entre a carga e a superfície da
impressão:

HK = P (Kg/mm2) HK = P (Kg/mm2)
S a. 0,07028

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- Penetrador para ensaio de
dureza Knoop.

Onde P é a carga e a o comprimento da diagonal maior da impressão. A carga varia


de 10 gramas a 50 Kg; este método é indicado para ensaios de micro-dureza.

e) Dureza Shore: Permite determinar a dureza das borrachas vulcanizadas e dos


plásticos por meio do durômetro, medindo a penetrabilidade; isto é a maior ou
menor reação elástica conseqüente da deformação. Os durômetros de tipo pequeno
são constituídos de um penetrador tronco cônico (tipos A e C) ou cônico
arredondado (tipo D).

O durômetro tem uma escala graduada de 0 a 100 com divisões de 5 e 5 unidades. O


valor 100 da escala corresponde à penetração nula, enquanto o valor 0 corresponde à
penetração teórica total (2,54mm).

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RESISTÊNCIA À FADIGA

Quando um órgão mecânico é sujeito a esforços repetidos a sua resistência mecânica


diminui e podemos ter a ruptura por fadiga, também se os esforços forem inferiores à
carga de ruptura. Tomamos com exemplo um motor de 3.000 rpm, depois de 100
horas de funcionamento terá feito 18.000.000 de giros; as pequenas deformações vão
se somando até provocar fissuras que aumentando podem provocar a ruptura da peça.

Estudos feitos estabeleceram que um aço forjado pode ter a ruptura a uma carga
inferior à de elasticidade, por isso existe o limite de fadiga; isto é, uma carga que o
material suporta por um número praticamente ilimitado de solicitações. Pela curva de
Wolher podemos estabelecer o número de solicitações pelos esforços aplicados.

- Curva de Wolher

Para determinar a resistência à fadiga são feitos ensaios especiais colocando o


material a esforços repetidos ( de 3.000 a 12.000 solicitações por minuto),
determinando assim o número de solicitações que produziram a ruptura.

RESISTÊNCIA AO DESGASTE

Existe o desgaste quando órgãos mecânicos em movimento possuem contatos entre si


ou com substâncias variadas. Também a corrosão é considerada uma forma de
desgaste; isto é, uma deterioração das superfícies metálica atacadas por líquidos,
gases ou vapores.

O desgaste se combate melhorando a dureza, a estrutura dos materiais, a lubrificação


e diminuindo o atrito.

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PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS

FUSIBILIDADE

É aquela propriedade que um material apresenta em dar fusões boas e sem defeitos.
Um material de boa fusão deve ser muito fluido quando líquido; isto é, encher as
pequenas cavidades e ter uma baixa contração.

MALEABILIDADE E DUCTIBILIDADE

A maleabilidade é a propriedade que um material apresenta em se deixar deformar a


quente ou a frio sob ação de choques ou pressões, sem aparecer rupturas. A
maleabilidade depende muito da temperatura do material e dos tratamentos térmicos.

Para avaliar a maleabilidade usa-se ensaios de dobramento e imbutição. Uma forma


particular de maleabilidade é a ductibilidade: propriedades que alguns materiais tem
em se deixar transformar em fios e fitas.

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SOLDABILIDADE

É aquela propriedade que alguns materiais apresentam em se deixar soldar sem


excessiva dificuldade. Para avaliar a soldabilidade de peças soldadas se efetuam
ensaios de tração, dobramento e exames de raios X.

USINABILIDADE

É uma das mais importantes propriedades tecnológicas. Geralmente, mais duro é o


material e mais difícil será a usinagem do mesmo nas máquinas operatrizes. Do tipo
de material depende a forma do cavaco, nas máquinas automáticas é importante obter
cavaco pequeno. Para melhorar a usinabilidade efetua-se particulares tratamentos
térmicos, dos quais, o mais usado é o recozimento industrial.

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