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Niveis Lógicos e Espiritualidade

Vindo dos conceitos da matemática e procurando evitar paradoxos, os níveis lógicos (NL)
foram organizados em cima de um grande paradoxo. Segundo a teoria de Russel “uma classe
não pode ser membro de si mesmo”, levando a idéia de que cada classe de ordem superior
abrange a classe de ordem inferior .Esta proposição funciona muito bem, em se tratando dos
níveis inferiores, ao tentar incluir o Self nos NL, produziram um paradoxo.

Toda PNL baseia-se nas funções neurológicas do cérebro e seus atributos lingüísticos, todos
formatados dentro de uma lógica. No entanto, o Self, ou Alma, ou essência é a parte não lógica
do ser, seus atributos são supracerebrais, supraneurologicos, possui uma supramemória, e sua
linguagem não é baseado na sintaxe. Como, usando um nível inferior, seria possível abranger
um nível superior. A Essência do ser não pode ser contemplada, pois ela “é”. Ela não pode se
auto refletir, um espelho não pode refletir a si mesmo. Não é pela linguagem que a acessamos
e sim pelo silêncio.

A psicologia desde Jung, recentemente a física moderna e outras ciências, vem admitindo, a
precisão e validade dos antigos conhecimentos místicos do oriente, presentes na antiga
literatura egípcia, indiana, chinesa, e outras. Talvez seja o momento da PNL se interar de
alguns conceitos ditos espirituais. Conceitos estes, que foram apropriados pelas religiões
formais, mas, pertencem a estrutura natural do homem, independente de qualquer contexto
religioso.Os métodos para compreender a Consciência Essencial esta na vasta literatura
mística, que devem ser acessado com bom senso, levando em conta os contextos históricos e a
linguagem mítica. Algumas de suas revelações , oportunas para nossa analise, seria a idéia de
que a Alma é um principio divino, um DNA divino, conectado com a própria divindade que, por
sua vez é todas as coisas, logo nos somos ela, ou uma individualização dela. Emerge daí a idéia
de que todos somos um. A divindade sendo eterna e harmônica, nos também somos eternos
e harmônicos. A pergunta oportuna é : de onde vem nossa desarmonia? Da nossa mente,
nosso pequeno eu, que se expressa através do cérebro, com os seus níveis lógicos.

Sobre a divindade é importante compreender que essa força cósmica, esse principio criador,
que pode ser chamado de Deus ou qualquer outro nome, não é um ser personificado; ela é a
todas as coisas; é as leis naturais , materiais e imateriais. Partindo da idéia do hermetismo
egípcio que diz que o universo é mental, ela é a grande mente. Nós estamos na divindade
como peixes no oceano. A ilusão de que estamos separados da divindade e dos outros vem da
mente egóica .

Voltando aos NL, de posse do verdadeiro significado da espiritualidade, tornasse necessário a


sua reformulação. Em primeiro lugar, a criação de um nível intermediário entre a Crença e a
Identidade, seria o nível Sistêmico que abarcaria a Missão e a Visão e os Laços Afetivos .
Devem ser analisados separadamente como sub-níveis. O nível Sistêmico necessariamente
deve estar abaixo da Identidade, pois que esta os abarca . A Identidade contem a Missão e a
Visão, e não o contrário.

Sobre o sub-nível Laços Afetivos, pode, também, ser chamado de consciência de clã ou de
grupo, podemos recorrer ao poeta da MPB, Gonzaguinha, quando diz: “cada pessoa é a marca
de outras tantas pessoas “. Pode ser evocada com o ”por quem?”, seu verbo é “amor”, sua
função “afetividade”. Sobre a técnica para atuar nesse nível, entre outras que podem ser
usadas e criadas, recomendo o método chamado Constelações Familiar, desenvolvido pelo
terapeuta alemão Bert Helliger.

Lembrando que esse Nível Sistêmico, mesmo sendo baseado na inter-pessoalidade e na


afetividade, ainda é um Nível Neuro-Lógico. O Self ou Nível Não-lógico,superior a Identidade,
tem as suas subdivisões próprias , que ,mais uma vez, recorrendo a mística da antiguidade,
pode ser divido em três partes.

De cima para baixo, o Nível acima de todos é a ”Vontade”, chamado pelos antigos de Atma,
ele é o DNA divino propriamente dito. Quando tentamos usar a linguagem para explicar o
inexplicável, o intangível, estamos fadados ao erro. Ao usar a palavra Vontade, temos que
entende-la em um sentido mais amplo, algo que palidadamente se aproxima da idéia de “
vontade, mais certeza, mais presença”. Pois o Atma é, sempre foi e sempre será.

Abaixo dele temos o Nível da “Intuição” , chamado pelos antigos de Budhi, é o espírito, a
potência de sabedoria. Outra vez, ao usar a palavra Intuição,temos que aceita-la em um
sentido mai amplo, é a primeira manifestação da vontade.

O último Nível, que completa a tríade superior do ser, é Mente Pura , chamado pelos antigos
de Manas. Não é uma mente lógico racional, sua percepção é holística e total.

Tentar dar mais do que imperfeitas impressões do Self é entrar num labirinto de conjecturas
da qual a mente inferior não dará conta de sair. Se, por um lado, não temos como conhecer,
por outro podemos revelar, trazer a luz. Nós somos Alma e não possuímos Alma . Nós
possuímos corpo. No entanto, o Ego, a mente pensante, que se expressa neurologicamente,
nos convence de que somos ele. Nossos pensamentos e emoções são nuvens passando, nós
somos o céu, capaz de observar as nuvens. Somos o Observador que percebe o pensamentos
e as emoções. Milenarmente os orientais sabem que o método para acessar o Self é a
Meditação. Cessar, por instantes que seja, a torrente de pensamentos. Gautama, o Buda,
dizia : “o homem tem um macaco louco na cabeça, quando este macaco para o homem se
ilumina”.

A Meditação é a ponte, o acesso a Alma. Ninguém precisa de salvador nem de intermediário


com a divindade. Só você pode salvar-se, vencendo o único inimigo que existe, seu ego, seu eu
inferior, sua mente pretensamente sábia, que na verdade é a sede de todo medo , toda
repulsa, todo desejo. Quando você revela sua alma, um sopro de vida , entendimento ,
harmonia lhe transpassa. Você não precisa mais de motivação para agir, não há mais estresses
e problemas, pois que, agora você tem o Entusiasmo, palavra de origem grega que significa
“Deus Dentro”. O individuo pode pensar que esse Entusiasmo veio de uma prática religiosa
qualquer, de um tratamento terapêutico, de um local, uma ação, uma habilidade, de um
conhecimento, de uma certeza ou de uma posse, mas não. Tudo isso esta alinhado ou
desalinhado na lógica do Ego, assessórios não principal. Já o Entusiasmo o individuo conseguiu,
conscientemente ou inconscientemente, por acessar seu Eu Superior.

A consciência não é algo, é um estado. Seria como um elevador, você pode subir e descer nos
Níveis Lógicos e Ilógicos. Cabe aqui dizer que os níveis inferiores não devem ser negados,
rejeitados. Pois eles nos são úteis, como uma roupa também o é. Não podemos esquecer de
subordiná-los e não ser subordinado por eles . São veículos para que a Alma se manifeste, mas
não o condutor do veículo. A Alma na sua viagem para manifestar e na sua viagem para
retornar a origem divina, precisa do Ego. Deve conhecer as ferramentas para aperfeiçoá-lo. E
nisso a PNL tem uma contribuição de grande valia. Mas a Transcendência, o Entusiasmo, foram
modelados, a milhares de anos pelos místicos, com as práticas de Yoga e meditação.

Espiritualidade já não é um palavrão para intelectuais e cientistas. Desvinculada do contexto


das religiões, ela ganha enorme poder de excelência humana. Lembrando que as Almas, por
serem todas uma, realizam um comunicação perfeita.

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