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COMPOSIÇÃO CORPORAL E CAPACIDADE

NEUROMUSCULAR EM PRATICANTES DE BOXE OLÍMPICOS


NÃO COMPETIDORES.
Darlei Rodrigues Nuñez

RESUMO

Este estudo buscou avaliar a composição corporal de 16 praticantes do sexo


masculino, não atletas de Boxe, bem como conhecer a força e potência dos mesmos,
através de testes específicos de capacidade neuromuscular. Utilizou-se, para tanto, do
protocolo de GUEDES (1994), de três dobras cutâneas e de testes de flexão de braço
máximas em 1 minuto e de impulsão horizontal (Standing Long Jump Test). Os
resultados apresentados demonstraram que os praticantes têm níveis adequados de
gordura corporal, muito boa capacidade muscular em membros superiores e capacidade
média de potência muscular de membros inferiores bem como de potência anaeróbia.
Para melhor efeito da validação das conclusões, bem como para comparar os benefícios
do treinamento, se sugere a realização de um novo teste em um período não inferior a
três meses.

PALAVRAS-CHAVE: COMPOSIÇÃO CORPORAL, BOXE, NEUROMUSCULAR.

ABSTRACT

This study sought to evaluate the body composition of 16 non-athletes male


practitioners in boxing, and know the strength and power thereof, through specific tests
of neuromuscular ability. We used to do so, the Guedes protocol (1994) of three
skinfolds and muscular tests of pushups in 1 minute maximum and long jump (Standing
Long Jump Test). Results demonstrated that practitioners have adequate levels of body
fat, very good muscle strength in upper body and average capacity of muscle power in
the lower body, as an average capacity of anaerobic power. For a correct validation of
the conclusions and to compare the benefits of training, we suggest the creation of a
new test in a period of not less than three months.
KEYWORDS: BODY COMPOISITION, BOXING, NEUROMUSCULAR.

INTRODUÇÃO

O Boxe foi um dos desportos integrantes das primeiras Olímpiadas, sendo praticado
por Persas, Gregos e Romanos. Brutal e sanguinário, o esporte foi modernizado pela
adoção das chamadas regras de Queensberry em 1867, que previa, entre outras coisas, o
uso de luvas e a divisão das lutas em rounds ou assaltos de três minutos de duração por
um de intervalo. Na terceira Olímpiada da era moderna (San Louis, 1904) o Boxe foi
incorporado ao rol de desportos olímpicos, onde permanece desde então1.

Até o final do século XX, ele disfrutou de imensa popularidade como esporte de
massa, criando ídolos do esporte reverenciados até hoje pela sua técnica, combatividade
e trajetória. Na última década do século passado, porém ele perdeu espaço para outras
modalidades de combate, sobretudo para o MMA (Mixed Martial Arts). No entanto, se
o mesmo perdeu apelo popular enquanto desporto competitivo, ele deixou de ser visto
como uma prática esportiva reservada apenas para atletas e foi aceito como uma
atividade física que proporciona um grande número de benefícios em se tratando de
estética, saúde e condicionamento físico. O número de novos praticantes aumentou
muito, incorporando-se, por exemplo, as mulheres e o crescimento dessas praticantes é
tão grande que o Boxe feminino será incorporado nas Olimpíadas de Londres, em
20122.

Tal como a maioria dos esportes de luta, o Boxe é dividido em categorias de peso,
definidas por rígidas faixas de peso corporal, visando equilibrar as disputas,
minimizando as diferenças de peso corporal, força e velocidade entre os competidores.
Consequentemente, o peso corporal e seus componentes – massa magra, massa gorda,
peso ósseo e vísceras – passa a ser uma preocupação constante entre atletas e membros
da equipe técnica, uma vez que é um dos principais fatores que influem no rendimento
físico ou na classificação para uma determinada categoria 3. Inclusive são conhecidos
diversos métodos empíricos e arriscados que os boxeadores lançam mão na tentativa de,
como se diz no jargão dos lutadores, “bater o peso”, ou seja, não passar do teto do peso
corporal previsto para sua categoria4. Abaixo, as atuais categorias do Boxe Olímpico:

CATEGORIA DE PESO PESO


MÁXIMO
MOSCA LIGEIRO (LIGHT FLY) 48 Kg
MOSCA (FLY) 51 Kg
GALO (BANTAM) 54 Kg
PENA (FEATHER) 57 Kg
LEVE (LIGHT) 60 Kg
MEIO MÉDIO LIGEIRO (LIGHT WELTER) 64 Kg
MEIO MÉDIO (WELTER) 69 Kg
MÉDIO (MIDDLE) 75 Kg
MEIO PESADO (LIGHT HEAVY) 81 Kg
PESADO (HEAVY) 91 Kg
SUPER PESADO (SUPER HEAVY) + 91 kg
Fonte: AIBA - 2010

Para o praticante não competidor, o peso também acaba se tornando um elemento


importante na sua prática desportiva, tendo em vista que muitos iniciam um programa
de exercícios visando emagrecimento e melhora do condicionamento muscular e
orgânico. Nesse sentido, o conhecimento e a determinação dos componentes da
composição corporal possui grande importância, sendo na identificação do risco de
saúde associado com níveis excessivamente altos ou baixos da gordura corporal total,
seja na monitoração de possíveis alterações da composição corporal associadas a certas
doenças, ou no acompanhamento do crescimento, desenvolvimento, maturação e
alterações da composição corporal associada à idade5.

O desempenho dos atletas, porém, não depende tão somente de uma ideal
composição corporal. Sendo uma atividade de característica aneróbias6, tanto força
quanto potência muscular, bem como a capacidade de mobilização de energia rápida e
em grande quantidade são indicadores de uma melhor condição atlética desses
lutadores, derivada de um programa de treinamento eficaz. Para uma correta formulação
desse programa faz-se necessária uma avaliação prévia do atual nível de
condicionamento muscular e anaeróbio7.

Da mesma forma, para o praticante não competitivo, o aumento da força e da


potência muscular são valências físicas fundamentais para uma boa qualidade de vida,
seja por fatores funcionais ou posturais8. E por ser o Boxe uma atividade onde essas
valências são trabalhadas de forma intensa, também é importante conhecer o nível de
condicionamento muscular do praticante ao se formatar o treinamento.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar um grupo de praticantes de boxe em


sua composição corporal e no seu desempenho em testes de capacidade neuromotora de
força e potência, mais precisamente flexões de braços e teste de salto horizontal. Busca-
se, através da aplicação desses testes e das avaliações antropométricas, conhecer a
composição corporal desses indivíduos, bem como o atual condicionamento muscular
na formulação de um programa de treinamento de Boxe seguro, adequado e eficiente.
MATERIAIS E MÉTODOS

A amostra constou de 16 indivíduos do sexo masculino, alunos da AGT – Boxe e


Full Contact, todos praticantes de Boxe Olímpico e não competidores, com idade
variando entre 14 e 47 anos, com média de 27,3 anos. O tempo de prática dos avaliados
oscila entre 06 meses até mais de dois anos de prática, sendo que a maioria já treina
Boxe entre um e dois anos. As aulas ocorrem três vezes por semana e tem a duração de
90 minutos cada. Na tabela 1 estão os resultados da análise de faixa etária e tempo de
prática.

TABELA 1. Perfil dos praticantes avaliados em faixa etária e tempo na modalidade

FAIXA ETÁRIA MÉDIA


(%)
< 20 anos 6,25%
20 / 30 anos 81,25%
> 30 anos 12,5%
TEMPO DE PRÁTICA MÉDIA
(%)
< 1 ano 18,75%
1 – 2 anos 68,75%
> 2 anos 12,5%

Para as avaliações antropométricas se utilizou um compasso de dobras cutâneas


marca CESCORF CLÍNICO, com precisão de 1 mm As medidas dos diâmetros ósseos
foram mensuradas com um paquímetro marca SANNY, também com precisão de 1 mm
Utilizou-se do protocolo de três dobras de Guedes (1994), com a mensuração das dobras
tricipital, supra Ilíaca e abdominal. Foram tomadas três medidas de cada dobra para
cada avaliado, com um intervalo de dois segundos entre cada medida, sendo
considerada a média entre todas. Para a mensuração dos diâmetros ósseos, mediu-se o
diâmetro bi estiloide do Rádio e biepicondilar do Fêmur. Os dados obtidos foram
processados em um software Physical Test versão 2.7 da Terrazul Informática. Os
resultados das avaliações antropométricas são exibidos na tabela 2, com média, desvio-
padrão, valores maiores e menores para cada dobra avaliada e do percentual de gordura
encontrado.
TABELA 2. Resultados da avaliação antropométrica (composição corporal) – peso
(kg), altura (cm), DCT (dobra cutânea Tricipital – cm), DCSI (dobra cutânea Supra
Ilíaca – cm), DCAB (dobra cutânea Abdominal – cm) e %G (percentual de gordura
corporal).

Peso Altura DCT DCSI DCAB %G


(kg) (cm) (cm) (cm) (cm)
Média 79,6 179,1 9,86 14,8 16,33 15,31
Desvio 8,07 6,44 4,58 3,52 3,81 2,88
padrão
Maior valor 91 190 15,0 22,0 22,7 18,97
Menor valor 63,5 1,64 6,0 7,0 8,0 10,31

Para avaliação da capacidade neuromotora, optou-se por dois testes de fácil


execução e diretamente relacionados às valências físicas de força e potência envolvidas
na prática desportiva do Boxe: o teste de flexões de braço máximas em 1 minuto e o
teste de impulsão horizontal (Standing Long Jump Test). Para a execução do primeiro
explicou-se aos avaliados o padrão de execução do movimento para que as flexões
realizadas fossem consideradas válidas: iniciando-se em decúbito ventral, braços e
cotovelos em extensão total, tórax afastado do solo, quadril alinhado e joelhos em
extensão. O movimento é realizado em dois tempos, a saber: tempo 1, os cotovelos
flexionam, o tronco permanece reto e o tórax se aproxima do solo; tempo 2, os
cotovelos estendem e o avaliado retorna a posição inicial. São contabilizadas apenas as
flexões executadas corretamente durante 1 minuto. Para avaliar os resultados, utilizou-
se a tabela de POLLOCK (1993). A classificação das médias está na tabela 3.

TABELA 3. Classificação dos resultados do teste de flexões de braço segundo


tabela de POLLOCK (1993).

Classificação Percentual dos


avaliados
Abaixo média Zero
Média 12,5%
Acima da média 62,5%
Excelente 25%
A tabela de POLLOCK admite uma variação na
classificação de acordo com a faixa etária do
avaliado

De forma semelhante foi realizado o teste de impulsão horizontal (Standing Long


Jump Test). Uma fita crepe de cor branca de 30 cm de comprimento foi afixada ao solo,
marcando o ponto zero ou de saída do avaliado. Também foi demonstrada a todos a
técnica correta da execução do salto: parado, em pé, com os pés paralelos, de frente para
a área de teste, saltando o máximo que puder para frente ao ouvir a voz de comando
“já”. O movimento livre dos braços e tronco na impulsão e dos joelhos semi-fletidos é
permitido. O resultado é medido em centímetros, considerando a maior distância
retilínea entre o ponto zero e onde ocorreu o primeiro toque do pé do avaliado no solo.
São feitas três tentativas para cada avaliado e computa-se o melhor dos três resultados
obtidos. Para a classificação dos resultados utilizou-se a tabela de ROCHA E CALDAS
(1978). A classificação das médias do teste de impulsão vertical está na tabela 4.

TABELA 4. Classificação das médias obtidas no teste de impulsão horizontal


(Standing Long Jump Test)

CLASSIFICAÇÃO RESULTADO % AVALIADOS


FRACO > 2,30 6,25%
REGULAR 2,30-2,49 6,25%
BOM 2,49-2,69 62,5%
MUITO BOM 2,69 -2,89 25%
EXCELENTE <2,89 Zero

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na literatura é possível encontrar muitas estimativas de percentual de gordura para


atletas de esportes de luta, inclusive boxeadores; no entanto, o uso de diversas
metodologias e equações torna inviável a comparação simples e direta desses valores.
Para mero parâmetro de referência, encontraram-se valores variando entre 9 e 11% para
atletas de lutas de domínio (Judô, Jiu-Jitsu e Luta Olímpica) 9,10 e valores por volta de
7% para boxeadores11.
O praticante não atleta não deve se guiar por esses valores como meta do seu
treinamento; a realidade da rotina do atleta, bem como seu objetivo final, é muito
diferente da rotina e dos objetivos do praticante não competitivo. O próprio treinamento,
em se tratando de volume e intensidade, os procedimentos nutricionais, os hábitos
cotidianos são absolutamente diferentes para esses indivíduos não atletas. Contudo, a
estrutura, os métodos e as rotinas de treinamento são, em termos de estrutura temporal e
de organização, muito semelhantes, diferindo apenas na quantidade e intensidade do
trabalho de sparing (luta simulada). Para os indivíduos praticantes de atividade física
não atletas, a literatura também oferece uma variada gama de estimativas para valores
adequados de composição corporal, de acordo com metodologia empregada, faixa
etária, etnia e localização geográfica dos avaliados. Em uma análise da composição
corporal para indivíduos entre 18 e 50 anos, foram encontrados para homens entre 18 e
24 anos os valores de 16±7% (o valor esperado era 10%); para homens entre 25 e 29
anos os valores foram de 19±7% (o valor esperado era 15%) e para homens acima dos
30 anos o valor encontrado foi de 24±6% (valor esperado de 18%)12.

Utilizando como referência os valores atribuídos por MCARDLE (1992) de 15 a


20% de eutrofia para indivíduos acima de 18 anos, pode-se estabelecer a relação
seguinte, com se pode ver na tabela a seguir:

TABELA 5. Classificação do percentual de gordura dos avaliados segundo tabela


de MCARDLE (1992)

Valores Frequência Percentual


propostos por
Mcardle
(1992)
>15% 4 25%
15-20 12 75%
<20% Zero Zero
Deve-se considerar que esses valores não levam em consideração outros fatores,
como somatotipo, e que a mensuração do percentual de gordura por dobras cutâneas,
embora cientificamente validada, tem uma correlação menor de acuidade quando
comparado com outros métodos, como a BIA e a pesagem hidrostática13.

Com relação aos testes de capacidade neuromotora, ficou claro o alto nível de
desempenho no teste de flexão de braços, deduzindo-se uma grande correlação entre as
valências e grupamentos musculares avaliadas no teste e aquelas solicitadas no
treinamento da modalidade. No teste de impulsão horizontal detectou-se que os
avaliados se encontram em um nível médio de condicionamento de potência, que pode
ser atribuído a uma menor solicitação de membros inferiores no treinamento e também
ao período de treino no início do ano, caracterizando-se por baixa intensidade e grande
volume.

CONCLUSÃO

Embora as referências encontradas na literatura em relação à composição corporal


variem muito e sejam relacionadas essencialmente à atletas, pode-se aferir com
segurança que os praticantes avaliados estão dentro de um padrão de normalidade em se
tratando de sua composição corporal. O valor médio encontrado (15,31%) situa-se
próximo do limite inferior dos valores mencionados por MCARDLE (1992). Mais: de
acordo com os dados da tabela 5, 25% dos avaliados tem uma margem de possível
aumento da massa gorda, sem comprometimento da normalidade. Pode-se deduzir,
através desses dados, que a prática regular do Boxe tem um efeito benéfico na
composição corporal, reduzindo e mantendo em níveis adequados os estoques de
gordura corporal. Contudo, para uma verdadeira comprovação dessa hipótese, seria
ideal uma nova avaliação desses mesmos indivíduos em um período não inferior de três
meses, para uma comparação entre os dados.

Igualmente, percebeu-se um desempenho acima da média nos testes de capacidade


neuromuscular. No teste de flexão de braços percebeu-se a grande aptidão muscular de
membros superiores dos praticantes, relacionada à alta solicitação muscular desses
segmentos corporais no treinamento de Boxe. No teste de impulsão horizontal percebeu-
se uma média aceitável de desempenho, inferior porém ao teste de flexão de braços, ao
que podemos atribuir um menor envolvimento de membros inferiores no treinamento de
Boxe e ao período de treinamento em que os praticantes e encontram, caracterizado por
cargas de baixa intensidade e alto volume. Para uma confirmação dessa afirmação,
também seria interessante uma nova aplicação do teste em um período não inferior de
três meses.

REFERÊNCIAS

1. The Internacional Boxing Association. Lausanne, Suíça: 2010. Disponível em http://www.aiba.org/

2. Idem, 2010.

3. LUCENA, M. ;MIRANDA, E. ;ASANO, R.; NETO, J. Métodos e estratégias utilizadas para perda de peso pré-

competição em lutadores de Boxe. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 3, n. 13, p. 42-49,

Janeiro/Fevereiro, 2009.

4. Idem, 2009.

5. RODRIGUES,M.;SILVA,S.;MONTEIRO,W.;FARINATTI,P. Estimativa da gordura corporal através de

equipamentos de bioimpedância, dobras cutâneas e pesagem hidrostática. Revista Brasileira de Medicina

do Esporte, v.7, n.4, p.125-131, 2001.

6. Paiva,l. Pronto pra guerra – preparação física específica para luta e superação.1a. edição. Manaus: editora

OMP, 2009.

7. Idem, 2009.

8. REMEDIOS, R. Power Training. 1a. edição. São Paulo; Universo dos Livros, 2010.

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http://www.portalsaudebrasil.com/artigospsb/esporte020.pdf

10. GLANER,M.;BRITO,C. Gordura corporal em judocas: validação cruzada da equação de Lohman. Revista

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11. Paiva,l. Pronto pra guerra – preparação física específica para luta e superação.1a. edição. Manaus: editora

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12. MARTINS,A.; MAMEDE,M.;OLIVEIRA,M.;GUIMARÃES,J.;OLIVEIRA,F. Análise da composição corporal e do

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142,2001.

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