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ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA E
ORÇAMENTARIA

FEVEREIRO, 2008
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SUMARIO
1. A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS..................................................................................... 7
1.1. FLUXO DE RECURSOS OU FUNDOS ............................................................................................... 7
1.2. OBTENÇÃO E ALOCAÇÃO DOS RECURSOS .................................................................................. 7
1.2.1. OBTENÇÃO DOS RECURSOS ........................................................................................................... 7
1.2.2. ALOCAÇÃO DOS RECURSOS........................................................................................................... 8
1.3. LIQUIDEZ E RENTABILIDADE ........................................................................................................ 8
1.3.1. LIQUIDEZ........................................................................................................................................... 8
1.3.2. RENTABILIDADE .............................................................................................................................. 9
1.3.3. LIQUIDEZ X RENTABILIDADE ........................................................................................................ 9
1.4. OBJETIVOS DA ADMINISTRACÃO FINANCEIRA.......................................................................... 9
1.5. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA........................................................................... 10
1.5.1. ÁREAS DE DECISÕES FINANCEIRAS............................................................................................ 10
1.5.2. ORGANIZACAO DA FUNCAO FINANCEIRA................................................................................. 10
1.6. APURAÇÃO DOS RESULTADOS ECONÔMICO E FINANCEIRO ................................................. 11
1.7. EXERCICIOS SOBRE APURAÇÃO DE RESULTADOS .................................................................. 14
2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS................................................................................................ 15
2.1. CONDIÇÕES GERAIS ...................................................................................................................... 15
2.2. BALANCO PATRIMONIAL ............................................................................................................. 15
2.2.1. ATIVO............................................................................................................................................... 16
2.2.1.1. ATIVO CIRCULANTE ...................................................................................................................... 16
2.2.1.3. ATIVO PERMANENTE..................................................................................................................... 16
2.2.2. PASSIVO........................................................................................................................................... 17
2.2.2.1. PASSIVO CIRCULANTE .................................................................................................................. 17
2.2.2.2. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO .......................................................................................................... 18
2.2.2.3. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS ................................................................................... 18
2.2.2.4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................................................. 18
2.3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ....................................................... 19
2.3.1. DETALHAMENTO DAS CONTAS E DAS APURAÇÕES DOS RESULTADOS .............................. 20
2.3.1.1. RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS................................................................................. 20
2.3.1.2. DEDUÇÕES ABATIMENTOS E IMPOSTOS.................................................................................... 20
2.3.1.3. RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS.............................................................................. 20
2.3.1.4. CUSTO DAS MERCADORIAS E SERVIÇOS VENDIDOS ............................................................... 20
2.3.1.5. LUCRO BRUTO ................................................................................................................................ 20
2.3.1.6. DESPESAS OPERACIONAIS............................................................................................................ 20
2.3.1.7. LUCRO OPERACIONAL .................................................................................................................. 21
2.3.1.8. RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS ............................................................................ 21
2.3.1.9. RESULTADO DA CORREÇÃO MONETÁRIA................................................................................. 21
2.3.1.10. LUCRO ANTES DO IMPOST0 DE RENDA...................................................................................... 21
2.3.1.11. PROVISÃO PARA O IMPOST0 DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL...................................... 22
2.3.1.12. PARTICIPAÇÕES CONTRIBUIÇÕES .............................................................................................. 22

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2.3.1.13. LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO.................................................................................................. 22


2.4. DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) .................................. 22
2.5. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO.............................................. 23
2.6. DEMONSTRÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR)................................. 24
2.7. EXERCÍCIOS SOBRE DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRAS ............................................................. 25
3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ...................................................................... 28
3.1. O PROCESSO DE ANÁLISE............................................................................................................. 28
3.1.1. BASES PARA A ANÁLISE ............................................................................................................... 28
3.2. PREPARAÇÃO DOS DADOS ........................................................................................................... 29
3.3. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL........................................................................................... 30
3.4. INDÍCES ECONÔMICO-FINANCEIROS DE ANÁLISE ................................................................... 30
3.4.1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ OU SOLVÊNCIA....................................................................................... 31
3.4.1.1. LIQUIDEZ GERAL (LG) ................................................................................................................... 31
3.4.1.2. LIQUIDEZ CORRENTE (LC)............................................................................................................ 31
3.4.1.3. LIQUIDEZ SECA (LS)....................................................................................................................... 32
3.4.1.4. LIQUIDEZ IMEDIATA (LI) .............................................................................................................. 32
3.4.1.5. CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)....................................................................................... 32
3.4.2. INDICES DE ENDÍVIDAMENTO E ESTRUTURA DE CAPITAIS ................................................... 32
3.4.2.1. ENDÍVIDAMENTO SOBRE O CAPITAL PROPRIO (Es/CP)............................................................ 33
3.4.2.2. ENDÍVIDAMENTO SOBRE 0 CAPITAL TOTAL (EsICT)................................................................ 33
3.4.2.3. COMPOSIÇÃO DO ENDÍVIDAMENTO (CE)................................................................................... 33
3.4.2.4. IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMONIO LÍQUIDO (IPL) ...................................................................... 33
3.4.2.5. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES (IRNC) ........................................................ 34
3.4.3. INDICES DE ATIVIDADE OU ROTAÇÃO (GIRO) DE RECURSOS................................................ 34
3.4.3.1. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS/PRODUTOS ACABADOS (REM/PA).............. 34
3.4.3.2. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE PRODUTOS EM PROCESSO (REPP) .......................................... 35
3.4.3.3. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MATERIAS-PRIMAS (REMP)..................................................... 35
3.4.3.4. ROTAÇÃO DO CONTAS A RECEBER (RCR).................................................................................. 35
3.4.3.5. ROTAÇÃO DE FORNECEDORES (RF)............................................................................................ 36
3.4.3.6. INTER-RELAÇÃO DOS PRAZOS MEDIOS ..................................................................................... 36
3.4.4. INDICES DE LUCRATIVIDADE E RENTABILIDADE.................................................................... 37
3.4.4.1. INDICES DE LUCRATIVIDADE ...................................................................................................... 37
3.4.4.1.1. LUCRATIVIDADE OU MARGEM BRUTA (LB% ou MB) ............................................................... 37
3.4.4.1.2. LUCRATIVIDADE OU MARGEM OPERACIONAL (LOp% ou MOp) ............................................. 38
3.4.4.1.3. LUCRATIVIDADE OU MARGEM LÍQUIDA (LL% ou ML)............................................................. 38
3.4.4.1.4. LUCRATIVIDADE MARGINAL ou MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (LM% ou MC) ..................... 38
3.4.4.1.5. INDICE DE COBERTURA DE JUROS.............................................................................................. 38
3.4.4.2. INDICE DE RENTABILIDADE......................................................................................................... 38
3.4.4.2.1. RENTABILIDADE DO PATRIMONIO LIQUIDO (R PL).................................................................. 39
3.4.4.2.2. RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL (RAT) ................................................................................. 39
3.4.4.2.3. RENTABILIDADE DO ATIVO OPEARACIONAL (RAO)................................................................ 40
3.4.4.2.4. SISTEMA DE ANALISE DUPONT ................................................................................................... 40
3.4.5. INDICES DE AVALIAÇÃO DE AÇÕES ........................................................................................... 41

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3.4.5.1. LUCRO POR AÇÃO (LPA) ............................................................................................................... 41


3.4.5.2. PREÇO/LUCRO (P/L)........................................................................................................................ 41
3.4.5.3. VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO (VPA)...................................................................................... 42
3.4.5.4. RENTABILIDADE DA AÇÃO (RDA) ............................................................................................... 42
3.4.5.5. DIVIDENDO POR AÇÃO (DPA)....................................................................................................... 42
3.4.5.6. RETORNO DE CAIXA (RDC)........................................................................................................... 42
3.4.5.7. CAIXA/RENTABILIDADE DA AÇÃO (C/RDA) .............................................................................. 42
3.5. EXERCÍCIO SOBRE ANALISE ECONOMICA E FINANCEIRA...................................................... 43
4. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO.................................................................................... 45
4.1. FORMAÇÃO E CONCEITOS DO CAPITAL DE GIRO..................................................................... 45
4.2. CICLO OPERACIONAL, FINANCEIRO E ECONÔMICO. ............................................................... 46
4.3. ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO ........................................................................................... 47
4.4. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)............................................................................... 49
4.4.1. DIMENSIONAMENTO DA NCG ...................................................................................................... 49
4.5. CONFLITO ENTRE LIQUIDEZ E RENTABILIDADE ...................................................................... 51
4.6. RELAÇÃO ENTRE EXPANSÃO DAS VENDAS E CAPITAL DE GIRO .......................................... 52
4.7. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO CALCULADO EM DIAS DE VENDAS............................ 53
4.8. EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 56
5. ELABORAÇÃO E ANALISE DO FLUXO DE CAIXA...................................................................... 57
5.1. DEMONSTRAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA................................................................................... 57
5.2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA - DFLC. ...................................................... 57
5.3. EXEMPLO DE ELABORAÇÃO DAS DESC E DFLC........................................................................ 58
5.3.1. COMPOSIÇÃO DA DFLC................................................................................................................. 58
5.4. ANALISE DA GESTAO DE CAIXA ................................................................................................. 58
5.4.1. REVELAÇÕES DA DFLC ................................................................................................................. 59
5.4.2. NOVAS DEMONSTRAÇÕES............................................................................................................ 59
5.4.3. COMENTARIOS SOBRE A GESTÃO DE CAIXA –EXEMPLO....................................................... 60
5.4.4. CONFRONTO ENTRE DOAR E DFLC ............................................................................................. 61
5.5. EXERCÍCIO: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, CAPITAL DE GIRO E FLUXO DE CAIXA..... 62
6. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................................................................... 63
6.1. ELEMENTOS ENVOLVIDOS ........................................................................................................... 63
6.1.1. VOLUME DE PRODUÇÃO E VENDAS ........................................................................................... 63
6.1.2. CONCEITO DE VARIABILIDADE DE CUSTOS/DESPESAS .......................................................... 63
6.2. DRE CONFORME CUSTEIO DIRETO OU MARGINAL .................................................................. 63
6.3. TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO ................................................................................................ 64
6.3.1. PONTOS DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO E FINANCEIRO ............................................................. 65
6.4. PONTOS DE EQULÍBRIO COM DIVERSOS PRODUTOS ............................................................... 66
6.5. HIPOTESES BASICAS PARA ANALISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO.......................................... 68
6.6. MARGEM DE SEGURANCA (MS)................................................................................................... 68
6.7. EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 69
7. ANALISE DA ALAVANCAGEM...................................................................................................... 70
7.1. ALAVANCAGEM SOBRE OS RESULTADOS ................................................................................. 70
7.1.1. ALAVANCAGEM OPERACIONAL.................................................................................................. 70

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7.1.2. ALAVANCAGEM FINANCEIRA ..................................................................................................... 71


7.1.3. ALAVANCAGEM COMBINADA..................................................................................................... 72
7.1.4. EXEMPLO DE ANALISE DA ALAVANCAGEM SOBRE OS RESULTADOS ................................. 73
7.1.5. EXERCÍCIOS .................................................................................................................................... 73
7.2. ALAVANCAGEM FINANCEIRA SOBRE O RETORNO DO CAPITAL PRÓPRIO .......................... 74
7.2.1. RECLASSIFICAÇÕES E AJUSTES................................................................................................... 75
7.2.2. CALCULO DAS RELAÇÕES ENVOLVIDAS NA ANALISE ........................................................... 76
7.2.3. EXEMPLO AMPLIADO DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA ........................................................ 77
7.3. EXERCÍCIO SOBRE O PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM .......................................... 79
8. CUSTO DE CAPITAL ....................................................................................................................... 80
8.1. CUSTO DOS EMPRESTIMOS A LONGO PRAZO - DEBENTURES ................................................ 80
8.2. CUSTO DAS AÇÕES PREFERENCIAIS ........................................................................................... 80
8.3. CUSTO DAS AÇÕES ORDINARIAS ................................................................................................ 81
8.3.1. MODELO DE AVALIAÇÃO COM CRESCIMENTO CONSTANTE (MODELO DE GORDON)....... 81
8.3.2. MODELO DE PRECIFICACAO DE ATIVOS FINANCEIROS (CAPM) ............................................ 82
8.4. CUSTO DE EMISSAO DE NOVAS AÇÕES ORDINARIAS.............................................................. 84
8.5. CUSTO DE LUCROS RETIDOS........................................................................................................ 84
8.6. CUSTO MEDIO PONDERADO DE CAPITAL ( CMePC).................................................................. 84
8.7. EXERCICIOS .................................................................................................................................... 85
9. POLÍTICA DE DIVIDENDOS ........................................................................................................... 86
9.1. ASPECTOS BASICOS DA POLÍTICA DE DIVIDENDOS ................................................................ 86
9.2. RELEVÂNCIA E IRRELEVANCIA DOS DIVIDENDOS .................................................................. 87
9.3. OUTRAS CONSIDERAÇÕES PARA A DEFINICAO DE UMA POLÍTICA DE DIVIDENDOS ........ 88
9.4. DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS NO BRASIL ............................................................................. 89
9.4.1. DIVIDENDO MÍNIMO OBRIGATÓRIO ........................................................................................... 89
9.4.2. EXEMPLO DE CALCULO DOS DIVIDENDOS A PAGAR .............................................................. 90
9.5. BONIFICAÇÕES ............................................................................................................................... 91
9.5.1. PREÇO DE MERCADO DA AÇÃO APÓS BONIFICACAO.............................................................. 92
9.5.2. DESDOBRAMENTO (SPLIT) E REAGRUPAMENTO DE AÇÕES .................................................. 92
9.5.3. VALOR DOS DIREITOS DE SUBSCRIÇÃO..................................................................................... 93
9.6. JUROS SOBRE O CAPITAL PROPRIO............................................................................................. 95
10. ANALISE DE INVESTIMENTOS ..................................................................................................... 97
10.1. CARACTERÍSTICAS DOS INVESTIMENTOS................................................................................. 97
10.2. FLUXOS DE CAIXA DOS PROJETOS.............................................................................................. 97
10.2.1. COMPONENTES BASICOS DOS FLUXOS DE CAIXA ................................................................... 98
10.3. METODOS DE AVALIAÇÃO ........................................................................................................... 99
10.4. PRAZO DE RETORNO (PAYBACK).................................................................................................. 99
10.4.1. PAYBACK ATUALIZADO OU DESCONTADO ............................................................................ 100
10.5. TAXA MEDIA DE RETORNO (TMR)............................................................................................. 101
10.6. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) .......................................................................................... 102
10.6.1. PRESSUPOSTO BASICO DA TIR................................................................................................... 103
10.6.2. PROJETO COM FINANCIAMENTO............................................................................................... 104
10.7. VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) .................................................................................................. 105

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10.7.1. INDICE DE LUCRATIVIDADE OU RENTABILIDADE (IL).......................................................... 107


10.8. INVESTIMENTOS COM ELC CONSTANTES................................................................................ 107
10.9. PROPOSTAS COM VALORES DE INVESTIMENTOS IGUAIS E TIR DIFERENTES. .................. 108
10.10. PROPOSTAS COM DIFERENTES VALORES DE INVESTIMENTOS E TIR DIFERENTES ......... 109
10.11. PROPOSTAS COM VIDAS UTEIS DIFERENTES .......................................................................... 111
10.11.1. INVESTIMENTOS COM REPETISAO............................................................................................ 111
10.11.2. INVESTIMENTOS SEM REPETICAO ............................................................................................ 114
10.11.3. METODO DO VAUE EM INVESTIMENTOS COM ELC VARIAVEIS........................................... 115
10.12. EXERCICIO .................................................................................................................................... 116
11. RISCO, RETORNO E MERCADO................................................................................................... 117
11.1. RISCO E RETORNO ESPERADO ................................................................................................... 117
11.1.1. MEDIDAS ESTATISTICAS............................................................................................................. 118
11.1.2. RELAÇÃO RISCO/RETORNO E INVESTIDOR ............................................................................. 122
11.2. RETORNO ESPERADO DE UM PORTFOLIO................................................................................ 123
11.3. DIVERSIFICAÇÃO DO RISCO....................................................................................................... 124
11.3.1. REDUÇÃO DO RISCO PELA DIVERSIFICAÇÃO ......................................................................... 124
12. BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 127

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1. A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS

Todas as atividades da empresa envolvem recursos financeiros e orientam-se


para a obtenção de lucros.

Os recursos oriundos dos proprietários e de terceiros encontram-se aplicados em


ativos necessários a operacionalização da empresa, visando a geração de lucro e o
pagamento pontual das obrigações financeiras assumidas, inclusive dos dividendos.

A função financeira consiste na gestão de recursos movimentados por todos os


setores da empresa, sendo a responsável pela obtenção dos recursos necessários e a
otimização do uso desses recursos.

Entende-se por recursos ou fundos os recursos financeiros compreendendo tanto


o numerário quanto os direitos e obrigações decorrentes de transações a credito.

1.1. FLUXO DE RECURSOS OU FUNDOS

Uma empresa requer investimentos em ativos permanentes, especialmente as


imobilizações que dão sustentação estrutural às suas operações, e em ativos
operacionais, basicamente estoques e contas a receber por vendas a prazo, necessários a
Operacionalização da empresa.

Outros recursos são necessários para atender os dispêndios com pessoal, outros
custos de fabricação e diversas despesas operacionais, bem como para manter certa
quantia em moeda exigida pelos pagamentos diários.

Todos esses recursos são financiados pelos proprietários da empresa (capital


próprio incluindo as integralizações de capital social e os lucros retidos) e por terceiros
(empréstimos e financiamentos, debêntures, leasing e créditos de fornecedores).

As receitas de vendas e/ou serviços constituem a principal fonte operacional de


recursos financeiros e de lucros, que permitem a liquidação dos compromissos e a
remuneração aos proprietários pelo investimento realizado.

1.2. OBTENÇÃO E ALOCAÇÃO DOS RECURSOS

A função financeira cabem duas atribuições básicas:


1ª) obtenção dos recursos nas melhores condições possíveis; e
2ª) alocação eficiente desses recursos

1.2.1. OBTENÇÃO DOS RECURSOS

As fontes de recursos a disposição da empresa podem ser classificadas em:


a- Recursos próprios (capital integralizado, reservas e lucros retidos) e recursos de
terceiros (dívidas contraídas);
b- Recursos permanentes (recursos próprios e dívidas de longo prazo) e recursos
temporários (dívidas de curto prazo); e
c- Recursos onerosos (provocam despesas financeiras) e recursos não onerosos.

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Deve haver adequação entre as fontes e as aplicações dos recursos em termos de prazos
e custos, como:

a- Ativos permanentes, cujo investimento e recuperado a longo prazo, devem ser


financiados com recursos permanentes;
b- Os encargos financeiros incidentes sobre empréstimos e financiamento, que
reduzem o lucro, devem ser compatíveis com o retomo esperado;
c- Os créditos junto a fornecedores envolvem custo financeiro a ser mensurável, e
podem ser de curto prazo devido a sua utilização;
d- Os recursos próprios envolvem um custo implícito que corresponde a expectativa
de lucros dos proprietários, estabelecida com base em outras aplicações possíveis.

1.2.2. ALOCAÇÃO DOS RECURSOS

Diz respeito a otimização no uso dos recursos para que se obtenha rentabilidade
satisfatória e se preserve a capacidade de pagamento dos compromissos nos
vencimentos.

Ao aplicar recursos nos ativos, espera-se que cada ativo contribua direta ou
indiretamente para a geração de receitas e, conseqüentemente, de lucros. Recursos
investidos em imobilizações paradas ou ociosas não propiciam retorno, assim como os
excessos de estoques e de contas a receber de clientes.

É comum o conflito de interesses entre a área financeira e outras áreas da


empresa que tendem a provocar a manutenção de excesso de estoques, como segurança
às atividades de compras, produção e vendas, e a concessão de prazos dilatados de
faturamento, como incentivo ao aumento das vendas.

A administração financeira atuara no sentido de evitar capacidade ociosa das


instalações e os excessos de estoques e de contas a receber, considerando o custo dos
recursos aplicados nos mesmos e os seus efeitos sobre a rentabilidade das operações.

1.3. LIQUIDEZ E RENTABILIDADE

A administração financeira envolve dois conceitos: liquidez (pagamento dos


compromissos financeiros nos vencimentos) e rentabilidade (retorno do capital
investido pelos proprietários)

1.3.1. LIQUIDEZ

As empresas não podem prescindir do credito concedido por seus fornecedores e


pelas instituições financeiras. Caso deixem de liquidar seus compromissos
pontualmente, sofrerão restrições de credito, e com isso poderão enfrentar dificuldades
na manutenção normal das operações.

A insolvência pode ocorrer devido ao excesso de imobilizações ou de estoques, a


concessão de prazos longos aos clientes, ou, ainda, a utilização de fontes de
financiamento inadequadas.

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Os estoques de matérias-primas precisam ser transformados em produtos


acabados o que demanda tempo. Os estoques de produtos acabados necessitam ser
vendidos, envolvendo mais tempo. As vendas a prazo precisam ser cobradas,
implicando mais tempo, inclusive por atrasos. Enquanto isso, existem obrigações a
pagar, como salários, impostos, fornecedores, etc.

Os descompassos entre os recebimentos e os pagamentos devem ser previstos


para que as decisões pertinentes possam ser tomadas em tempo hábil.

1.3.2. RENTABILIDADE

As atividades empresariais estão orientadas para a obtenção de lucros, os quais


relacionados com o investimento realizado, fornecem a medida da remuneração dos
recursos aplicados, denominada taxa de rentabilidade ou taxa de retorno.

A rentabilidade pode ser apurada considerando todos os recursos investidos na


empresa (próprio ou de terceiros), ou, em especial, os recursos aplicados pelos
proprietários.

O retorno obtido pelos proprietários deve ser comparado com o desejado por
eles, em função do risco assumido e das demais oportunidades oferecidas pelo mercado
para o mesmo grau de risco.

Tal risco é decorrente da possibilidade das vendas não atingirem os níveis


desejáveis, ocasionando uma redução no lucro operacional em maior proporção (risco
operacional) ou de diferença entre a taxa de rentabilidade das operações e a taxa
referente ao custo do capital de terceiros onerosos.

1.3.3. LIQUIDEZ X RENTABILIDADE

A preservação de liquidez implica a necessidade de ser mantido certo volume de


recursos sob a forma de disponibilidades, que representam fundos ociosos ou aplicados
a curtíssimo prazo a taxas reduzidas, e de recursos permanentes para o financiamento do
capital de giro não financiado pelos fornecedores, cujo retorno, também, e nulo ou
reduzido.

Tais investimentos comprometem a rentabilidade, porém, se não efetuados


comprometem a liquidez, em função da dependência da realização do capital de giro e
da maior dependência de empréstimos de curto prazo utilizados em substituição aos
recursos permanentes.

1.4. OBJETIVOS DA ADMINISTRACÃO FINANCEIRA

O objetivo primordial da administração financeira, decorrente da rentabilidade, é


a maximização da riqueza dos proprietários, representada pelo valor de mercado da
empresa, que corresponde ao valor atual de seus lucros futuros.

Entretanto, uma ressalva deve ser feita: a empresa deve obter a máxima
rentabilidade, porém sem prejudicar a sua liquidez, sob pena de comprometer a
continuidade de suas atividades.

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A maximização da riqueza envolve os seguintes aspectos:


a- Perspectiva de longo prazo: investimentos em tecnologia, novos produtos, etc.,
sacrificando a rentabilidade atual em beneficio de resultados futuros
b- Valor do dinheiro no tempo: avaliação dos projetos de investimentos com base
numa taxa mínima de retorno exigida para que o valor de mercado da empresa
não se altere;
c- Retorno do capital próprio: remuneração dos proprietários mediante dividendos
e valorização das ações;
d- Risco: o retorno deve ser compatível com o risco assumido;
e- Dividendos: distribuição regular de dividendos.

1.5. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Pode-se dizer que a administração financeira começa onde termina a


Contabilidade. Os dados brutos oferecidos pela Contabilidade devem ser transformados
em informações que permitirão ao administrador financeiro:

a- Avaliar a situação econômico-financeira da empresa;


b- Tomar decisões, corrigindo o rumo indesejado; e
c- Desenvolver planos operacionais e de investimentos.

1.5.1. ÁREAS DE DECISÕES FINANCEIRAS

Podem ser identificadas três áreas de decisões financeiras:

a- Decisões de investimentos: referem-se a administração da estrutura do ativo e a


implementação de novos projetos.
b- Decisões de financiamento: visam montar a estrutura financeira mais adequada a
operacionalização da empresa e aos novos projetos.
c- Decisões relativas à destinação do lucro: referem-se à determinação do valor a
ser distribuído e da parcela a ser retida para financiar a expansão das atividades
ou reduzir a dependência de fontes onerosas.

1.5.2. ORGANIZACAO DA FUNCAO FINANCEIRA

Normalmente é desempenhada por três executivos:

a- Diretor Financeiro: principal executivo da área financeira; formula a política


financeira global; coordena as atividades do Tesoureiro e do Controller; e
representa a empresa nos assuntos financeiros.
b- Tesoureiro: responsável pela liquidez da empresa, administra os fluxos de
recursos financeiros; e mantém relações com as instituições financeiras.
c- Controller: está constantemente preocupado com a rentabilidade; coordena a
Contabilidade; realiza a analise econômica e financeira; elabora o planejamento
e controle orçamentário.

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1.6. APURAÇÃO DOS RESULTADOS ECONÔMICO E FINANCEIRO

Tendo em vista que os objetivos da administração financeira se resumem na


rentabilidade, cuja obtenção dependem dos lucros gerados pelas atividades da empresa,
e na liquidez, cujo cumprimento depende das disponibilidades financeiras, torna-se
primordial, periodicamente, a apuração correta do resultado econômico (lucro) e do
resultado financeiro (caixa).

Esses resultados apresentam diferenças entre si, uma vez que a determinação do
lucro obedece ao regime de competência e a do resultado financeiro ao regime de caixa.

De acordo com o regime de competência as receitas e as despesas são


consideradas como realizadas em função da ocorrência do seu fator gerador e não em
função do recebimento, no caso de receita, ou do pagamento, no caso de despesa.

Diferentemente, no regime de caixa são consideradas como receitas apenas as


recebidas, constituindo entradas de caixa, e como despesas apenas as desembolsadas,
constituindo saídas de caixa.

Enquanto o lucro (resultado econômico) é apurado pela diferença entre as


receitas e as despesas, o saldo de caixa (resultado financeiro) e apurado pela diferença
entre os recebimentos e os pagamentos. Convém destacar que o resultado financeiro
incluem outras entradas como aumento de capital e empréstimos e outras saídas como
amortização de empréstimos e pagamentos resultantes da compra de ativos
imobilizados.

No processo de apuração desses resultados, bem como da situação patrimonial


da empresa, outros conceitos também estão envolvidos, sendo necessária a distinção
entre eles. Assim sendo, utilizaremos as seguintes definições:

GASTO: toda e qualquer compra ou aquisição de bens ou serviços para a


empresa, implicando em pagamento ou promessa de pagamento. Exemplos: compra de
uma maquina, compra de mercadorias, compra de materiais, gasto com pessoal, gasto
com energia, etc.

CUSTO: gasto consumido ou utilizado na produção de bens ou serviços, direta


ou indiretamente: Exemplos: custo de matéria-prima, custo de mão-de-obra, custo de
alugueis, custo de energia, etc.

DESPESA: consumo de bens ou serviços que direta ou indiretamente


contribuem para a geração de receitas. Exemplos: custo das mercadorias ou produtos
vendidos, despesas de pessoal, despesas de aluguéis, despesa de depreciação, despesa de
energia, etc. Observa-se que os custos de produção ou os gastos com a compra de
mercadorias se transformam em despesas (CPV ou CMV) quando da venda dos
produtos e/ou mercadorias e no valor correspondente apenas aos vendidos. Nos setores
administrativos e de vendas o consumo ou a utilização dos bens e serviços constituem
despesas, sem passar pela fase de custo.

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INVESTIMENTO: gasto ativado em decorrência do consumo ou utilização em


períodos futuros ou de sua vida util. Exemplos: materiais não consumidos e que
permanecem em estoque, maquinas, equipamentos, veículos, etc.

PERDA: consumo anormal e involuntário de bens ou serviços, constituindo-se


em prejuízo no período da sua ocorrência. Exemplos: materiais deteriorados, perdas
com incêndios, estoques obsoletos, mão-de-obra em greve, etc.

DESEMBOLSO: pagamento correspondente a aquisição de bens ou serviços.


Exemplos: pagamento de pessoal, pagamento aos fornecedores, etc.

RECEITA: entrada de elementos para o ativo, em dinheiro ou direitos a receber,


correspondentes, normalmente, a venda de produtos ou mercadorias e a prestação de
serviços, ocorrendo a sua realização com a entrega dos produtos ou mercadorias ou com
a prestação dos serviços aos clientes. Uma receita também pode decorrer de aplicações
financeiras e de outros ganhos eventuais.

RECEBIMENTO: entrada de dinheiro decorrente, principalmente, de receitas,


e de outros eventos como integralização de capital pelos proprietários e empréstimos
bancários.

EXEMPLO: um atelier adquiriu 100 metros de tecido por $20 o metro, sendo
40% a vista e 60% para pagamento em 30 dias, consumindo 80 metros na produção do
mês de 40 vestidos. A folha de pagamento do pessoal totalizou $3.000, sendo 60% do
setor de produção, 25% do setor de administração e 15% do setor de vendas. Outras
aquisições no total de $1.200 foram efetuadas, sendo 50% consumidas na produção,
30% no setor administrativo e 10% no setor de vendas. As vendas no mês totalizaram
30 vestidos a $180 cada, sendo 55% a vista e 45% a prazo (mês seguinte). Ainda no
mês, a empresa pagou 35% da folha de pagamento e 30% das outras aquisições e jogou
fora 2 vestido danificados e sem recuperação. Calcular o valor dos gastos, custos,
despesas, investimentos, perdas, desembolsos, receitas e recebimentos, e apurar os
resultados econômicos e financeiros.

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GASTOS: compra de tecido (100m x $20) $ 2.000


folha de pagamento $ 3.000
outras aquisições $ 1.200
$ 6.200

CUSTOS: matéria-prima (80m x $20) $ 1.600


mão-de-obra ($3.000 x 60%) $ 1.800
diversos ($1.200 x 50%) $ 600
$ 4.000

CUSTO UNITARIO ($4.000/40) $ 100

DESPESAS: custo dos produtos vendidos (CPV) (30 x $ 100) $ 3.000

de vendas: pessoal ($3.000 x 15%) $ 450


diversos ($1.200 x 10%) $ 120
$ 570

administrativas: pessoal ($3.000 x 25%) $ 750


diversos ($1.200 x 30%) $ 360
$ 1.110

($ 3.000 + $ 570 + $1.110) $ 4.680

INVESTIMENTOS: estoque de matéria-prima (20m x $20) $ 400


estoque de vestidos (8 x $100) $ 800
$ 1.200

PERDAS: vestidos danificados e sem recuperação (2 x $100) $200

RESULTADO ECONOMICO: Receita (30 x $180) $ 5.400


(-) CPV (30 x $ 100) $ 3.000
Lucro bruto $ 2.400
(-) Despesas operacionais $ 1.680
(-) Perdas $ 200
Lucro operacional $ 520

RESULTADO FINANCEIRO: Recebimentos de vendas ($5.400 x 55%) $2.970


(-) Pagamentos (desembolsos)
Matéria-prima (2.000 x 40%) $ 800
Folha de pagamento ($3.000 x 35%) $1.050
Outras aquisições ($1.200 x 30%) $ 360
$2.210

Resultado financeiro ($2.970 - $2.210) $ 760

Conforme já havíamos mencionado o resultado econômico (lucro) e o financeiro


(caixa) não são iguais. Embora a empresa tenha vendido $ 5.400, ela recebeu apenas
$2.970, ficando o restante a receber. Da mesma forma, nem todos os gastos foram
consumidos ou pagos, assim como nem todos os vestidos produzidos foram vendidos,
provocando as diferenças de valores entre gastos, custos, despesas e desembolsos.

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1.7. EXERCICIOS SOBRE APURAÇÃO DE RESULTADOS

1. A empresa industrial TIRO CERTO apresenta os dados abaixo, correspondentes a um


determinado mês. Com base nos mesmos, calcular o valor dos gastos, custos e despesas,
e apresentar a demonstração do resultado econômico (DRE) e do resultado financeiro
(fluxo de caixa).
a) produção = 500 un. e vendas = 400 un. a $100 cada, sendo recebidas no mês 60%;
b) matéria-prima adquirida = 1.200kg a $10 o quilo, sendo pagos no mês 60%. O
consumo na produção foi de 1.000 kg.
c) Folha de pagamento do mês = $20.000, sendo 70% da produção, 20% da área de
vendas e 10% da administração. Foi pago no mês o valor correspondente a 40% da
folha de pagamento.
d) Diversas aquisições = $ 5.000, sendo 40% utilizadas na produção, 30% na área de
vendas, e 30% na administração. Foram pagas no mês 50% dessas aquisições.

2. A Cia Maria Mole produziu no mês 200 un. de um produto e vendeu 180 un. a $70
cada uma, sendo 40% à vista e 60% a prazo (30 dias). Adquiriu nesse mês 500m de
matéria-prima a $8 o metro, sendo 35% a vista e 65% a prazo (45 dias), consumindo-se
na produção 400m. A folha de pagamento foi de $5.000, compreendendo o setor de
produção (60%), o setor de vendas (25%) e o setor de administração (15%). Outros
gastos atingiram $2.000, dos quais 70% foram utilizados na produção, 20% no setor de
vendas e 10% no setor administrativo. No mês a empresa pagou 40% da folha de
pagamento e 70% dos outros gastos. Pede-se:
a) Calcular o valor dos gastos, custos e despesas do mês; e
b) Elaborar as demonstrações do resultado econômico (DRE) e do resultado financeiro
(fluxo de caixa) do mês.

3 - A Cia QUITUTE produziu em janeiro 400 un. de um produto e vendeu 350 un. a
$60 cada, sendo 45% a vista e 55% a prazo (30 dias). A matéria-prima adquirida no mês
foi de 1.000 kg a $10 o quilo, sendo 60% à vista e 40% a prazo (30 dias), consumindo-
se na produção 2kg por unidade. A folha de pagamento foi de $8.000, compreendendo o
setor da produção (65%), o setor de vendas (15%) e o setor administrativo (20%).
Outros gastos atingiram $4.000, dos quais 60% utilizados na produção, 25% no setor de
vendas e 15% no setor administrativo. Em janeiro a empresa pagou 40% da folha de
pagamento e 50% dos outros gastos. Pede-se:
a) Calcular o valor dos gastos, custos e despesas de janeiro;
b) Elaborar as demonstrações do resultado econômico (DRE) e do resultado financeiro
(fluxo de caixa) de janeiro.

4 - Com base nos dados da Cia SABICHAO, referentes a um determinado mês, calcular
o valor dos gastos, custos e despesas, elaborar a demonstração do resultado econômico
(DRE) e do resultado financeiro (fluxo de caixa) do mês:
a) Produção = 1.000 unidades, das quais 800 unid. foram vendidas a $300 cada, sendo
55% a vista e 45% a prazo (60 dias);
b) Matéria-prima adquirida = 3.500 m a $25 o metro, sendo 40% a vista e 60% a prazo
(45 dias). O consumo por unidade produzida foi de 3m.
c) Salários e encargos = $ 100.000, sendo 60% da produção, 25% do setor de vendas e
15% do setor administrativo. Foram pagos no mês 62,5% da folha de pagamento.
d) Diversas aquisições = $80.000, sendo 50% utilizadas na produção, 20% no setor de
vendas e 30% no setor administrativo. Foram pagas no mês 55% dessas aquisições.

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2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

2.1. CONDIÇÕES GERAIS

As sociedades por ações são obrigadas, conforme e Lei das Sociedades por Ações
(Lei nº 6.404), a elaborar e publicar as seguintes demonstrações financeiras:

a- Balanço Patrimonial;
b- Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), ou a
Demonstração das Mutações Patrimoniais;
c- Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), e
d- Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).

Como a legislação fiscal estendeu as determinações da Lei das S.A. aos demais
tipos de sociedade, todas as empresas, no Brasil, elaboram suas demonstrações
financeiras sob a forma prevista na referida Lei.
Além dessas demonstrações, existe a complementação obrigatória por meio de
Notas Explicativas e, se for o caso, de outros quadros analíticos ou demonstrações
contábeis necessárias para esclarecimentos da situação patrimonial e dos resultados do
exercício.

A companhia fechada com patrimônio líquido inferior a R$ 1.000.000, na data do


balanço, não estará obrigada a elaboração e publicação da Demonstração das Origens e
Aplicações de Recursos.

As demonstrações financeiras do exercício deverão conter os valores respectivos


do exercício, anterior, e os valores expressos em milhares de Reais.

2.2. BALANCO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é a demonstração financeira que apresenta a situação


patrimonial da empresa em determinado momento (demonstração estática).

Encontra-se dividido em 2 grandes grupos: ATIVO, que compreende os bens e


direitos, e PASSIVO, que compreende as obrigações com terceiros (Passivo Exigível) e
as obrigações com os proprietários (Patrimônio Liquido), os quais estão assim
subdivididos:

a- ATIVO: circulante, realizável a longo prazo e permanente, estando este último


subdividido em: investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.

b- PASSIVO: circulante e exigível a longo prazo, que compõem o passivo exigível,


resultados de exercícios futuros e patrimônio liquido, estando este último subdividido
em: capital, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou
prejuízos acumulados.

A partir dessa estrutura básica, e possível pormenorizar cada grupo, de acordo


com a forma de apresentação constante da pagina seguinte:

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2.2.1. ATIVO

No ativo as contas devem ser dispostas em ordem decrescente do grau de


liquidez dos elementos nelas registrados, ou seja, em primeiro lugar são apresentadas as
contas mais rapidamente conversíveis em dinheiro.

2.2.1.1. ATIVO CIRCULANTE

Engloba as disponibilidades, os direitos realizáveis em até 1 ano, estoques e


despesas antecipadas realizáveis, também, em ate 1 ano. "Realizar" em contabilidade
significa: "converter", "mudar', "transformar", e não apenas receber em dinheiro.

a- Disponibilidades: caixa, bancos conta movimento e aplicações de liquidez


imediata.

b- Direitos Realizáveis: valores a receber de clientes (duplicatas a receber, saques


de exportação) acompanhadas de suas contas redutoras (duplicatas descontadas,
saques de exportações descontadas e provisão para devedores duvidosos),
aplicações financeiras (títulos e valores mobiliários), e outros valores a receber
(títulos a receber, adiantamentos a funcionários e a terceiros sem vinculo com o
fornecimento de bens/serviços, impostos a recuperar, cheques em cobrança,
etc.).

c- Estoques: produtos acabados, mercadorias para revenda, produtos em processo,


matéria-prima materiais auxiliares e de embalagem, importações em andamento,
almoxarifado (materiais de escritório, de limpeza, etc.), e adiantamento a
fornecedores.

d- Despesas antecipadas: recursos aplicados em benefícios ou serviços que ainda


serão usufruídos no exercício seguinte: seguros, assinaturas de publicações,
anuidades, encargos financeiros relativos a duplicatas descontadas, etc. Os
encargos financeiros sobre empréstimos e financiamentos devem aparecer
subtrativamente a eles no passivo exigível.

2.2.1.2. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Integram este grupo os direitos realizáveis após o termino do exercício seguinte


(após 1 ano), assim como, independente do prazo de vencimento, os derivados de
vendas e, os adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas,
diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem
negócios usuais na exploração do objeto da mesma.

De uma forma geral, são classificáveis no realizável a longo prazo as contas da


mesma natureza das do ativo circulante, porem com o período de realização superior a 1
ano.

2.2.1.3. ATIVO PERMANENTE

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Os bens em uso por mais de um exercício social, que perdem sua utilidade por
desgaste, ação da natureza ou absolescência, classificam-se no Ativo Permanente. Esses
bens não são objeto de venda, e sim necessários para a empresa atingir a seus objetivos
de produção e comercialização. Do mesmo modo, a empresa pode ter direitos
considerados permanentes, por não haver a intenção na sua alienação, como
participações em outras empresas, imóveis não destinados ao uso, investimentos
compulsórios, etc.

Também são classificados como permanentes, as aplicações de recursos em


despesas que beneficiarão os exercícios futuros como os gastos pré-operacionais, por
exemplo, e determinados bens que, embora, não se destinem as atividades da empresa,
não são objeto de negociação como as obras de arte, imóveis para futura utilização, etc.
O Ativo permanente encontra-se subdividido em:

a- Investimentos: não se destinam às atividades da empresa: participações


permanentes em outras sociedades, obras de arte, imóveis para futura
utilização, imóveis não destinados ao uso, etc.

b- Ativo imobilizado: destinados as atividades da empresa, ou exercidas com


essa finalidade: terrenos e edificações; instalações; maquinas e
equipamentos; móveis e utensílios; veículo; ferramentas; marcas e patentes;
direitos sobre recursos minerais; benfeitorias em propriedades arrendadas;
imobilizações em andamento, etc.

c- Ativo Diferido: aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a


formação do resultado de mais de um exercício social corno: gastos de
implantação e pré-operacionais, inclusive os juros pagos ou creditados aos
acionistas antes do inicio das operações, pesquisa e desenvolvimento de
produtos e gastos de reorganização.

2.2.2. PASSIVO

No passivo classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorre


antes.

2.2.2.1. PASSIVO CIRCULANTE

É representado pelas obrigações da empresa cujo vencimento devera ocorrer


dentro do exercício social seguinte (até 1 ano). Pode ser classificado em:

a- Fornecedores: se origina das compras a prazo, no mercado nacional ou no


exterior, de matéria-prima; mercadorias destinadas a revenda; maquinas;
equipamentos, etc., não financiados por instituições financeiras, e outros
materiais.

b- Empréstimos e Financiamentos: recursos obtidos junto as instituições financeiras


para financiamento do capital de giro ou das imobilizações. Normalmente
utiliza-se a expressão "empréstimos" para os recursos tornados para a livre
aplicação pela empresa, e a expressão "financiamentos” para os destinados a
aquisição de itens do imobilizado.

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c- Obrigações Fiscais: impostos, taxas e contribuições a recolher.

d- Outras Obrigações: salários a pagar, encargos sociais a recolher, adiantamento


de clientes, juros a pagar, outras contas a pagar.

e- Provisões: encargos e riscos já conhecidos, cujos valores são calculáveis, mesmo


por estimativas como provisão para 13º salário, provisão para ferias, provisão
para gratificações e participações de empregados e administradores, provisão
para riscos, com multas ou ações judiciais, etc.

2.2.2.2. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Compreende as obrigações da empresa vencíveis a prazo superior a um ano.


Normalmente, os créditos superiores a um ano ocorrem por contratos firmados com
instituições financeiras (empréstimo e financiamentos).

Excepcionalmente podem surgir créditos de longo prazo decorrentes de


negociações com terceiros, onde se estabelecem prazos de vencimento após um ano.

2.2.2.3. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

Compreende receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a


elas correspondentes. Entretanto, somente deve englobar tais receitas menos despesas,
ou seja, resultados futuros recebidos ou faturados antecipadamente, para os quais não
haja qualquer tipo de obrigação de devolução por parte da empresa.

EXEMPLO: aluguel recebido antecipadamente, mas cujo contrato estabeleça que não
haverá reembolso, mesmo que o locatário devolva antes o imóvel.
Quando os valores recebidos envolverem uma contraprestação futura, são
classificados no passivo exigível como, por exemplo, adiantamentos recebidos de
clientes por conta de fornecimento de bens ou serviços.

2.2.2.4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

No balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos


exigíveis e resultados de exercícios futuros representa o patrimônio líquido, que é o
valor contábil que pertence aos acionistas sócios.

O patrimônio líquido é dividido em:

a- Capital Social: representa os valores recebidos pela empresa, provenientes dos


proprietários ou dos resultados gerados pela empresa (transferências das contas de reservas
e lucros acumulados), e que estão formalmente incorporados ao Capital. O valor do capital
que deve constar do patrimônio líquido é o realizado, ou seja, o total efetivamente
integralizado pelos proprietários. Dessa forma, se existir parcela do capital não
integralizada, a empresa apresentará a conta de Capital Social Subscrito e a conta devedora
de capital a integralizar, sendo que o líquido entre ambas representa o capital realizado.

b- Reservas de Capital: referem-se a acréscimos patrimoniais que não transitaram pelo


resultado como receitas:

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− Correção monetária do capital realizado enquanto não capitalizado;


− Ágio na emissão de ações; valor excedente em relação ao valor nominal;
− Doação de bens e subvenções concedida pelo governo à empresa para investimento.

c- Reservas de Reavaliação: acréscimos de valor atribuído a elementos do ativo acima dos


índices de correção monetária.

d- Reservas de Lucros: lucros obtidos pela empresa e retidos com finalidade específicas:
− Reserva legal: constituída na base de 5% do lucro liquido do exercício, até seu valor
atingir a 20% do capital social realizado, ou até a sua soma as reservas de capital,
exceto a correção monetária, atingir a 30% do capital social realizado.
− Reservas estatutárias: constituídas por determinação estatutária e com finalidades
específicas.
− Reservas para contingências: constituída para compensar, em exercícios futuros, a
diminuição do lucro decorrente da perda julgada anterior.
− Reservas de lucros a realizar: constituída para reter parcela de lucros ainda não realizada
financeiramente.
− Reserva de lucros para expansão: constituída para atender a projeto de investimento.

e- Lucros ou Prejuízos Acumulados: saldo restante dos lucros ou prejuízos após as


destinações para reservas de lucros e dividendos distribuídos.

f- Ações em Tesouraria: ações da empresa adquiridas pela própria empresa, cujo valor deverá
ser destacado como dedução da conta patrimônio líquido que registrar a origem dos
recursos aplicados na sua aquisição.

2.3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

Essa demonstração sintetiza as operações da empresa no exercício, demonstradas


na forma dedutiva, destacando os resultados nos diversos níveis de apuração ate a
obtenção do resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo), que será transferido para
lucros ou prejuízos acumulados.

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem como estrutura básica a


seguinte:

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVICO
(-) Deduções, Abatimentos e Impostos

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS


(-) Custos das Mercadorias e Serviços Vendidos

LUCRO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
Despesas com Vendas
Despesas Gerais e Administrativas
Encargos Financeiros Líquidos
Outras Receitas e Despesas Operacionais

LUCRO OPERACIONAL
+ Receitas não Operacionais
(-) Despesas não Operacionais
+ ou - Resultado da Correção Monetária (eliminado em 1996)

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LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL


(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Participações e Contribuições
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Lucro por Ação do Capital Social

2.3.1. DETALHAMENTO DAS CONTAS E DAS APURAÇÕES DOS


RESULTADOS

2.3.1.1. RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS

Refere-se ao valor das vendas de bens e serviços, a vista e a prazo, realizadas no


mercado interno ou no exterior.

2.3.1.2. DEDUÇÕES ABATIMENTOS E IMPOSTOS

As deduções referem-se às vendas devolvidas ou canceladas.

Aos abatimentos referem-se aos descontos concedidos aos clientes posteriormente


a entrega dos produtos, por defeitos de qualidade ou danos sofridos no transporte, etc.
Não incluem os descontos dados no momento da venda, que são uma redução direta nas
notas fiscais, e também os descontos por pagamentos antecipados que representam
despesas financeiras.

Caso a empresa registra as vendas brutas pelos preços normais, e debita os


descontos concedidos em conta específica, tal conta deve figurar como redução das
vendas brutas.

Os impostos referem-se aos incidentes sobre vendas e serviços (IPI, ICMS, ISS,
PIS Sobre Faturamento, COFINS, etc.)

2.3.1.3. RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS

Consiste na parcela da receita bruta após a subtração das deduções, abatimentos


e impostos. Representa a principal fonte de recursos e de lucros gerados pelas
operações.

2.3.1.4. CUSTO DAS MERCADORIAS E SERVIÇOS VENDIDOS

Corresponde aos custos decorrentes da produção (indústria) ou da compra de


mercadorias (comércio) relativos aos produtos ou mercadorias vendidas. No caso de
serviços prestados, corresponde aos custos apropriados pela sua ocorrência.

2.3.1.5. LUCRO BRUTO

Representa a diferença entre a Receita Liquida de Vendas e Serviços e o Custo


das Mercadorias e Serviços Vendidos.

2.3.1.6. DESPESAS OPERACIONAIS

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Compreendem as despesas necessárias para a empresa funcionar, isto é, vender


administrar e financiar suas atividades. Os resultados líquidos das atividades acessórias
da empresa são também consideradas operacionais. Essas despesas estão assim
classificadas:

a- Despesas com Vendas: representam as despesas necessárias para as vendas, bem


como as de promoção e distribuição dos produtos no mercado, e ainda, os riscos
assumidos pela venda (garantias e provisão para devedores duvidosos).

b- Despesas Gerais e Administrativas: compreendem as despesas incorridas para a


direção e execução das atividades administrativas, bem como as despesas gerais
que beneficiam os negócios da empresa.

c- Encargos Financeiros Líquidos: representam a diferença entre as despesas


financeiras (remuneração para terceiros que financiam a empresa) e as receitas
financeiras (rendimentos obtidos nas diferentes modalidades de aplicações
financeiras).

d- Outras Receitas e Despesas Operacionais: são oriundas das atividades acessórias


do objeto social da empresa como resultado das participações em outras
sociedades, vendas de sucatas, renda de alugueis, etc.

2.3.1.7. LUCRO OPERACIONAL

Refere-se ao que sobra após subtrair do lucro as despesas operacionais e


adicionar as outras receitas operacionais.

Essa apuração parcial não corresponde ao conceito correto do lucro operacional


que deveria espelhar o resultado gerado pela atividade básica da empresa. Deste modo,
além da exclusão das despesas e receitas financeiras (este assunto ainda gera muita
polêmica) outras despesas e receitas também deveriam ser excluídas por não estarem
associadas à atividade básica da empresa.

2.3.1.8. RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS

São constituídas basicamente de ganhos e perdas de capital relativos à venda ou


baixa de elementos que integram o Ativo Permanente.

2.3.1.9. RESULTADO DA CORREÇÃO MONETÁRIA

Corresponde às contrapartidas da correção monetária do Ativo Permanente e do


Patrimônio Líquido. O saldo devedor constitui uma despesa dedutível para fins de
imposto de renda e o saldo credor será uma receita tributável. Tal correção foi
eliminada, a partir de 1996, pela Lei 9249/95.

2.3.1.10. LUCRO ANTES DO IMPOST0 DE RENDA

Refere-se ao resultado após a dedução de todas as despesas e a inclusão das


demais receitas.

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2.3.1.11. PROVISÃO PARA O IMPOST0 DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO


SOCIAL

Corresponde aos valores do imposto de renda e da contribuição social a serem


provisionados, pois poderão ter pequenas diferenças com que finalmente serão
declarados e pagos no exercício seguinte.

2.3.1.12. PARTICIPAÇÕES CONTRIBUIÇÕES

Representam para a empresa despesas proporcionais ao lucro, em virtude de


participações de debêntures, empregados, administradores e de partes beneficiárias, bem
como de contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados.

Essas participações e contribuições são estabelecidas no Estatuto Social da


empresa e seus valores são determinados sucessivamente, e na ordem mencionada
acima, com base nos lucros remanescentes depois de deduzida a participação
anteriormente calculada. Caso haja prejuízos acumulados, eles serão deduzidos do lucro
liquido após o imposto de renda, resultando no valor inicial para o cálculo das
participações.

2.3.1.13. LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Constitui o resultado final após todas as deduções, e que será transferido para a
conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

A legislação determina que seja, na demonstração do resultado, indicado quanto


de lucro obtido pertence a cada espécie e classe de ação.

2.4. DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS


(DLPA)

Essa demonstração (DLPA) evidencia o lucro do período, a sua distribuição e a


movimentação ocorrida no saldo dos lucros ou prejuízos acumulados.

Partindo do saldo no inicio do exercício, por meio de ajustes, acréscimos e


subtrações, chega-se ao saldo final que aparecera no Balanço Patrimonial.

No caso da empresa publicar a Demonstração das Mutações do Patrimônio


Líquido, não será necessária a publicação da Demonstração de Lucro ou Prejuízo
Acumulados, pois esta estará contida naquela.

A DLPA tem como forma de apresentação a seguinte:

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS


SALDO NO INÍCIO DO PERÍODO
+ ou - Ajustes de exercícios anteriores
(-) Incorporação ao capital
+ Correção Monetária (eliminada em 1996)

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+ Reversões de Reservas
+ Lucro liquido do exercício
PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO LUCRO
(-) Transferências para as reservas
(-) Dividendos propostos
SALDO NO FIM DO PERÍODO

a- Ajustes de exercícios anteriores: s%o decorrentes de efeitos da mudança de


critérios contábeis, ou de erros cometidos em exercícios anteriores, como
mudança no critério de avaliação de estoques e erros na contagem de estoques.
b- Incorporação ao capital: parcela do lucro destinada ao aumento de capital.
c- Correção Monetária: correção do saldo inicial em função do efeito inflacionário.
Reversão de Reservas: retorno das reservas de lucros constituídas e que não são
mais necessárias ou cujos fatos que as originaram já ocorreram.
d- Lucro Líquido do Exercício: Valor apurado na Demonstração do Resultado do
Exercício.
e- Transferências para as reservas: são as apropriações do lucro feitas para a
formação das reservas de lucros, como a reserva legal, as reservas estatutárias,
etc.
f- Dividendos propostos: valor proposto a ser distribuído aos acionistas, devendo
constar o montante do dividendo por ação do capital social. Tal informação,
alternativamente, poderia ser dada através de Nota Explicativa.

2.5. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Demonstra as variações ocorridas durante o exercício em cada uma das contas


integrantes do Patrimônio Liquido. Indica o fluxo de uma conta para outra bem como a
origem e o valor de dada acréscimo ou diminuição no Patrimônio Liquido durante o
exercício.

Essa demonstração não e obrigatória, mas caso ela seja elaborada e publicada
pela companhia, fica dispensada a publicação da Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados, uma vez que esta está contida naquela.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido tem como forma de


apresentação a seguinte:

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2.6. DEMONSTRÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


(DOAR)

Apresenta de uma forma ordenada e sumaria as informações relativas as operações de


financiamento e investimento da empresa durante o exercício, e evidencia as alterações
na posição financeira da empresa.

Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos e os investimentos


pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui não e
simplesmente o de dinheiro, pois abrange um conceito mais amplo: capital circulante
liquido (CCL) que representa a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo
Circulante.

DESCRIÇÃO DAS ORIGENS: podem ser agrupadas em:


− Das próprias operações: lucro do exercício
− Dos acionistas: aumentos de capital integralizados
− De terceiros: empréstimos pagáveis a longo prazo
vendas de bens do ativo permanente
transformação de realizável a longo prazo em ativo circulante

DESCRIÇÃO DAS APLICAÇÕES: podem ser agrupadas em:


− Das próprias operações: prejuízo do exercício
− Inversões permanentes: aquisição de bens do ativo permanente
aplicação de recursos no ativo diferido -
− Reduções do exigível a longo prazo: Pagamento de empréstimos
transferência para o passivo circulante
− Distribuição de dividendos

ORIGENS E APLICAÇÕES QUE NAO AFETAM O CCL.


− Aquisição de bens do ativo permanente pagáveis a longo prazo;
− Conversões de empréstimos a longo prazo em capital;
− Integralização de capital em bens do ativo permanente;
− Vendas de bens do ativo permanente recebíveis a longo prazo;

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A DOAR tem como forma de apresentação a seguinte:

2.7. EXERCÍCIOS SOBRE DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRAS

1- Com base nos saldos das contas 31.12.X, a seguir relacionadas, elaborar o Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício:
Emprest. e financiam. (venct° X+2) 360 Despesas pré-operacionais 300 Capital 720
Provisão para devedores duvidosos 30 Imposto sobre vendas 600 Vendas brutas 3.000
Prejuízo na venda de imobilizado 100 Despesas administrativas 360 Estoques 630
Despesas do exercício seguinte 150 Outras obrigações (venct° X+1) 210 Imobilizações 1.200
Emprest. bancários (venct° X+1) 720 Obrigações fiscais (venct° X+1) 270 Clientes 750
Invest. temporários (venct° X+2) 300 Lucros acumulados (final) 120 C.M.V. 1.100
Provisão para Imp.Renda (devedor) 90 Despesas financeiras 90 Desp. Vendas 400
Depreciação/amortização acumulados 600 Outras desp. operacionais 50 Reservas 300

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2- Elaborar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício com


base nos saldos finais em 31.12 das seguintes contas:
Fornecedores 800 Maquinas e equipamentos 3.000 Provisão para I.Renda exercicio 200
Vendas brutas 4.000 Despesas administrativas 410 Provisão para devedores duvidosos 40
Caixa 100 ICMS sobre vendas 680 Impostos a pagar (inclui o I.R.) 350
C.M.V. 2.020 Contas a receber (1) 800 Lucro na venda imobilizado 50
Capital 1.500 Titulos a receber (2) 600 Seguros a apropriar (1) 200
Mercadorias 940 Despesas financeiras 140 Emprestimo e financiamento (1) 700
Reservas 500 Dividendos a pagar 150 Lucros acumulados (final) 400
Despesas de vendas 300 Depreciação acumulada 600 Emprestimo e financiamentos (2) 600
Obs.: (1) prazo inferior a 1 ano (2) = prazo superior a 1 ano

3- Elaborar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício com


base nos saldos finais em 31 .I2 das seguintes contas:
Estoques 260 Depreciação acumulada 160 Emprestimo e financiamentos (2) 120
Capital 240 Despesas de vendas 150 Lucro na venda imobilizado 20
Vendas brutas 1.000 Impostos sobre vendas 200 Gastos c/ pesquisa e desenvolvimento 100
Clientes (1) 250 Emprestimos bancários (1) 240 Resultado c/ correção monetária (3) 50
Reservas 100 Despesas financeiras 30 Provisão p/ devedores duvidosos 10
C.M.V. 370 Obrigações fiscais (1) 90 Aplicações financeiras (2) 100
Veiculos 400 Amortização acumulada 40 Provisão para lmposto Renda (3) 30
Contas a pagar (1) 70 Despesas administrativas 120 Lucros acumulados (final) 40
Obs.: (1) prazo inferior a 1 ano (2) prazo superior a 1 ano (3) saldo devedor

4- A empresa K.LOTE apresenta os dados a seguir relacionados, referentes ao exercício


encerrado:
Compra de imobilizações a vista = $1.000 Contratação de empréstimos a longo prazo = $500
Saldo inicial de lucros acumulados = $300 Amortização empréstimo de curto prazo = $560
Lucro liquido do exercício = $800 Aumento de capital com imobilizado = $640
Depreciação do exercício = $200 Reservas a serem constituídas = $400
Dividendos a distribuir = $600 Vendas de mercadorias = $5.000
Pede-se : a- elaborar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados
b- elaborar a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos)

5- A empresa K.PIVARA apresenta os dados a seguir relacionados, referentes ao


exercício encerrado:
Aumento de capital em dinheiro = $15 Lucro liquido do exercício = $20
Amortização empréstimos de longo prazo = $25 Dividendos a distribuir = $35
Ajuste de exercícios anteriores no lucro = ($ 5) Venda do imobilizado A vista = $50
Reservas a serem constituídas = $15 Lucro na venda imobilizado = $13
Amortização de dívidas de curto prazo = $12 Depreciação do exercício = $8
Saldo inicial de lucros acumulados = $60 Reversão de reservas = $10
Contratação de empréstimos curto prazo = $18 Vendas de produtos = $200

Obs.: para fins de elaboração da DOAR, o ajuste de exercícios anteriores no lucro foi efetuado nos saldos
iniciais das contas envolvidas
Pede-se : a) elaborar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados
b- elaborar a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos)

6- O Balanço Patrimonial de uma empresa apresenta os seguintes dados: ativo


permanente = $ 1.000, capital próprio = $ 1.200 e capital de terceiros = $ 800. Sabendo-
se que o passivo circulante = $ 500 e que o realizável a longo prazo e igual ao exigível a
longo prazo, calcular o valor do ativo circulante.

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7- Pelo Balanço Patrimonial de uma empresa extrai-se os seguintes dados: capital


próprio = $3.600, capital de terceiros = $2.400, realizável a longo prazo = $600 e
exigível a longo prazo = $ 1.000. Sabendo-se que o ativo circulante e igual ao passivo
circulante, calcular o valor do ativo permanente.

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3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A análise das demonstrações financeiras constitui um instrumento valioso para


pessoas físicas e jurídicas relacionadas a empresa, como acionistas, fornecedores,
instituições financeiras, clientes e outros.

Para a administração interna da empresa, a análise tem como objetivo


fundamental avaliar o seu desempenho geral, tanto em relação ao passado, refletido nas
demonstrações financeiras, como em relação ao futuro, evidenciadas no orçamento
financeiro.

Para o analista externo, os objetivos são mais específicos, variando segundo seja
sua posição de credor ou investidor.

3.1. O PROCESSO DE ANÁLISE

A análise das demonstrações financeiras tem como objetivo extrair dessas


demonstrações informações para a tomada de decisões. Essas demonstrações fornecem
uma serie de dados sobre a empresa que serão transformadas em informações pelo
processo de análise.

A distinção entre dado e informação pode ser entendida no seguinte exemplo: o


valor da dívida de uma empresa (passivo exigível) é um dado, que não leva a nenhuma
decisão, enquanto que a conclusão de que essa dívida é excessiva ou não, e de que a
empresa pode não pagá-la e informação.

As etapas que compreendem o processo de análise pode ser visualizado na figura


a seguir apresentada.

A análise das demonstrações financeiras abrangem dois aspectos:

a- Estático: estudo da situação num determinado momento e


b- Dinâmico: estudo da evolução da situação comparando diversos períodos

A verificação do nível de endívidamento, por exemplo, de uma empresa no


presente momento e uma análise estática. Se a verificação abranger diversos períodos,
comparando-se um período com outro, a análise e dinâmica.

3.1.1. BASES PARA A ANÁLISE

O processo de análise se utiliza das demonstrações financeiras e, quando


desenvolvido dentro da empresa, dos relatórios e documentos internos. Para conclusões
mais satisfatórias os resultados devem ser comparados com índices padrões que podem
ser:

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a- Históricos: índices que demonstram a evolução no tempo, e


b- Setoriais: índices referentes aos concorrentes, as medias de mercado e ao
setor de atividade.

Mediante as ponderações das informações obtidas chega-se a um diagnóstico,


com base no qual tomam-se as decisões pertinentes.

Esse processo de tomada de decisões pode ser ilustrado conforme a seguinte


figura:

3.2. PREPARAÇÃO DOS DADOS

Para a realização de uma correta análise das demonstrações financeiras e


fundamental a ocorrência de um procedimento preliminar denominado de preparação
dos dados, e que compreende:

a- Classificação apropriada dos dados,


b- Associação lógica dos dados e
c- Conversão em medidas de avaliação.

Inicialmente deve-se verificar, com base nos princípios e procedimentos


contábeis, se as contas estão classificadas corretamente, a fim de evitar distorções nas
conclusões da análise.

Por outro lado, há a necessidade de reclassificação de determinadas contas,


especificamente, as seguintes:

a- Duplicatas descontadas, que por sua natureza constituem um passivo


oneroso, devendo ser transferida para o Passivo Circulante.
b- Receitas e despesas financeiras, que, embora a Lei das S.A. tenha
classificado como operacionais, são consideradas por diversos autores como
não-operacionais.

A apuração das informações, a serem utilizadas na elaboração dos diagnósticos,


deve-se processar confrontando dados com relações coerentes. Ao analisar, por
exemplo, a capacidade de pagar as obrigações de curto prazo, deve-se associar o
Passivo Circulante, que engloba essas obrigações, com o Ativo Circulante, ou seja, com
os recursos que se realizam no curto prazo.

A análise comparativa de componentes patrimoniais ou de resultado somente


será exeqüível se os valores monetários forem convertidos em medidas de avaliação, a
saber:

a- Quocientes, sob a forma de índices ou percentuais.


b- Diferenças absolutas (subtração entre valores)

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3.3. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

A análise vertical e horizontal destina-se, fundamentalmente, a avaliação das


tendências, mediante comparações com valores afins de uma mesma demonstração e
evoluções no tempo dos itens componentes das demonstrações.

ANÁLISE VERTICAL: comparação relativa entre valores afins numa mesma


demonstração (estrutura de composição dos itens). Calcula-se o percentual de cada item
componente da demonstração em relação a um valor-base, que no Balanço Patrimonial
e o total do Ativo, e na DRE e a receita líquida.

ANÁLISE HORIZONTAL: avaliação da evolução de cada item componente da


demonstração ao longo de períodos sucessivos, normalmente, em relação a
demonstração anterior, podendo, também, ser em relação a uma demonstração básica,
geralmente a mais antiga da sucessão.

EXEMPLO na Demonstração do Resultado do Exercício

ANO 1 ANO 2
DRE
VALOR AV VALOR AV AH
VENDAS BRUTAS 2.500 125% 3.480 128% 53,6%
(-) IMPOSTOS VENDAS 400 20% 600 20% 50%
(-) DEVOLUÇÕES VENDAS 100 5% 240 8% 140%
VENDAS LÍQUIDAS 2.000 100% 3.000 100% 50%
(-) CMV 1.200 60% 1.710 57% 42,5%
LUCRO BRUTO 800 40% 1.290 43% 61,3%
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 500 25% 900 30% 80%
LUCRO OPERACIONAL 300 15% 390 13% 30%

3.4. INDÍCES ECONÔMICO-FINANCEIROS DE ANÁLISE

A técnica, mais comumente empregada de analise, baseia-se na apuração de


índices econômico-financeiros, resultantes da quantificação, mediante quociente
(podendo ser transformados em %), das inter-relações entre os saldos das contas ou
grupos de contas do Balanço Patrimonial e da DRE.

Foram criados diversos índices para a avaliação das empresas, agrupados de


acordo com a finalidade da analise. Esses grupos de índices estão relacionados a
capacidade da pagamento das obrigações, ao grau de endívidamento e estrutura de
capitais, a gestão operacional de determinados recursos, a lucratividade, e a
rentabilidade da empresa e de seus acionistas.

A utilização de um único índice restringe a avaliação à interpretação de seu


significado, constituindo uma informação favorável ou não para a empresa, apenas se
comparada a um referencial.

O poder de analise se amplia à medida que se considera um conjunto de índices,


permitindo, assim, a elaboração de algum tipo de diagnóstico sobre a empresa.

Entretanto, para um diagnóstico mais completo, tornam-se necessárias


comparações dos índices apurados com:

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a- índices de mesma natureza da própria empresa, referentes a períodos


passados (analise de tendências) ou aos previstos no orçamento anual;
b- índices correspondentes de outras empresas; e
c- índices - médios do setor de atividade ao qua1 pertence.

Para melhor compreensão do significado dos índices, os mesmos estão divididos


em grupos homogêneos de analise, a saber:

a- liquidez ou solvência,
b- endívidamento e estrutura de capitais,
c- atividade ou rotação (giro) de recursos,
d- lucratividade e rentabilidade e
e- avaliação de ações.

3.4.1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ OU SOLVÊNCIA

Visam medir a capacidade de pagamento das obrigações assumidas junto a


terceiros.

Convém destacar que esses índices não medem a efetiva capacidade de liquidar
os compromissos nos vencimentos, pois não são extraídos do fluxo de caixa, onde se
comparam as entradas com as saídas de clientes.

Interpretação: quanto maiores os índices, maiores as condições de ter


capacidade de pagar suas dívidas, portanto, melhores.

3.4.1.1. LIQUIDEZ GERAL (LG)

Mede a capacidade de pagar as obrigações de curto e longo prazo com os


recursos (ativos) realizáveis a longo prazo.

Indica quanto a empresa possui de ativos realizáveis para cada R$ 1,00 de dívida
total. Espera-se que esse índice seja superior a 1, significando existir uma folga na
liquidez total.

3.4.1.2. LIQUIDEZ CORRENTE (LC)

Mede a capacidade de pagar as obrigações de curto prazo (correntes) com os


recursos (ativos) realizáveis a curto prazo.

Indica quanto a empresa possui de ativos realizáveis a curto prazo para cada R$
1,00 de dívida de curto prazo. índice maior que 1 indica folga na liquidez de curto
prazo.

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3.4.1.3. LIQUIDEZ SECA (LS)

Mede a capacidade de pagar as obrigações de curto prazo com recursos (ativos)


realizáveis a curto prazo de maior liquidez, ou seja, excluindo os estoques (realização
mais demorada) e as despesas antecipadas (não apresentam valores a receber e sim
serviços e benefícios a receber)

Indica quanto a empresa possui de ativos mais rapidamente realizáveis para cada
R$ 1,00 de dívida de curto prazo. Índice menor que 1 indica necessidade de realização
dos estoques.

3.4.1.4. LIQUIDEZ IMEDIATA (LI)

Mede a capacidade de pagar as obrigações correntes com os ativos disponíveis.

Indica quanto a empresa possui de disponível para cada R$1,00 de dívida de curto
prazo. Tem pouca relevância na pratica, por ser uma medida muito rígida.

3.4.1.5. CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)

Assim como o índice de liquidez corrente, mede a capacidade de pagar as obrigações de


curto prazo com os recursos (ativos) realizáveis a curto prazo.

Indica o excesso ou insuficiência de recursos (ativos) realizáveis a curto prazo em


relação as obrigações de curto prazo. Um resultado maior que zero indica existir folga
na liquidez corrente.

3.4.2. INDICES DE ENDÍVIDAMENTO E ESTRUTURA DE CAPITAIS

Indicam a composição das fontes de recursos utilizados, evidenciando a forma pela qual
os recursos de terceiros são usados, a sua participação em relação ao capital próprio, e o
grau de comprometimento financeiro perante os credores.

Interpretação: quanto maiores, piores, pois maior e a dependência de capitais de


terceiros e, portanto, maiores as preocupações com a exigibilidade de pagamento, e
menor a liberdade de decisões financeiras em função de maior comprometimento
financeiro.

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3.4.2.1. ENDÍVIDAMENTO SOBRE O CAPITAL PROPRIO (Es/CP)

Também denominado de RELAÇÃO CAPITAL DE TERCEIROSICAPITAL


PRÓPRIO, mede o nível de endívidamento em relação ao capital próprio investido.

Indica quanto a empresa possui de capitais de terceiros (dívidas) para cada R$ 1,00 de
capital próprio investido. Quanto maior, maior e a dependência de capitais de terceiros.
Índice maior que 1 indica que a empresa possui mais capital de terceiros do que o
próprio.

3.4.2.2. ENDÍVIDAMENTO SOBRE 0 CAPITAL TOTAL (EsICT)

Também denominado de RELAÇÃO CAPITAL DE TERCEIROS/CAPITAL TOTAL,


mede o nível de endívidamento em relação ao capital total aplicado (Ativo ou Passivo
total).

Indica quanto a empresa possui de capital de terceiros (dívidas) para cada R$ 1,00 de
capital total aplicado. Quanto maior, maior e a dependência de capital de terceiros.
Índice maior que 0,5 indica que a empresa possui mais capital de terceiros do que
próprio.

3.4.2.3. COMPOSIÇÃO DO ENDÍVIDAMENTO (CE)

Mede a proporção de capital de terceiros de curto prazo em relação ao total de capital de


terceiros utilizados.

Indica qual o percentual das dívidas de curto prazo em relação as dívidas totais
contraídas. Quanto maior, maior a necessidade de gerar recursos para pagamento no
curto prazo índice maior que 0,5 indica que a empresa possui mais dívidas de curto
prazo do que de longo prazo.

3.4.2.4. IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMONIO LÍQUIDO (IPL)

Mede o quanto de recursos próprios foi aplicado em ativos permanentes, cuja maturação
financeira e longa (retorno mais demorado).

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Indica quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$1,00 de capital
próprio existente. Índice maior que 1 indica que o capital próprio foi insuficiente para
financiar os ativos permanentes, tendo que recorrer a capitais de terceiros.

3.4.2.5. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES (IRNC)

Mede o quanto de recursos próprios mais recursos de terceiros de longo prazo foi
aplicado em ativos permanentes.

Indica quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$ 1,00 de recursos
não correntes existentes. Índice maior que 1 indica os recursos não correntes existentes
foram insuficientes para financiar os ativos permanentes, tendo que recorrer a capitais
de terceiros de curto prazo, o que compromete a liquidez da empresa.

3.4.3. INDICES DE ATIVIDADE OU ROTAÇÃO (GIRO) DE RECURSOS

Medem o numero de vezes que elementos patrimoniais (estoques, contas a receber e


fornecedores) se renovam durante determinado período de tempo (normalmente 1 ano),
e conseqüentemente, o tempo de permanência dos mesmos.

Em conjunto, os índices de rotação visam a mensuração da duração do ciclo


operacional, que envolve desde a aquisição de matéria-prima ou mercadorias ate o
recebimento das vendas. Do ciclo operacional extrai-se o ciclo financeiro ou de caixa,
fundamental para a determinação da necessidade de capital de giro.

3.4.3.1. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MERCADORIAS/PRODUTOS


ACABADOS (REM/PA)

Mede quantas vezes o estoque de mercadorias/produtos acabados se renovou, em media,


no período, em função das vendas e das compras, no caso de mercadorias (comércio) e
da produção, no caso de produtos acabados (indústria)

O prazo médio de estocagem (PME) indica o tempo, em media, em que as


mercadorias/produtos acabados permanecem estocados.

Obs.: o prazo médio pode ser medido em meses, bastando substituir 360 dias por 12
meses.

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Interpretação: quanto maior a rotação (giro), menor o prazo médio, e, portanto melhor,
pois exige menos investimentos em capital de giro, capacidade de armazenamento,
custos/despesas operacionais e riscos de perda com produtos perecíveis ou obsoletos.

3.4.3.2. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE PRODUTOS EM PROCESSO (REPP)

Mede quantas vezes o estoque de produtos em fabricação (inacabados) se renovou em


media, no período, em função da produção.

O prazo médio de estocagem (PME) indica o tempo, em media, que os produtos em


processo permanecem estocados, ate serem transformados em produtos acabados.

Interpretação: a mesma do índice anterior.

3.4.3.3. ROTAÇÃO DOS ESTOQUES DE MATERIAS-PRIMAS (REMP)

Mede quantas vezes o estoque de matérias-primas se renovou em media, no período, em


função do consumo na produção e das compras.

O prazo médio de estocagem (PME) indica o tempo, em media, que as matérias-primas


permanecem estocadas.

Interpretação: a mesma do índice anterior

3.4.3.4. ROTAÇÃO DO CONTAS A RECEBER (RCR)

Mede quantas vezes os valores a receber se renovaram, em media, no período, em


função das vendas a prazo e dos recebimentos.

O prazo médio de recebimento (PMR) indica o tempo, em media, que decorre entre a
realização das vendas a prazo e o seu recebimento.

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Interpretação: quanto maior a rotação (giro), menor o prazo médio, melhor, pois mais
rapidamente ocorrem os recebimentos, propiciando disponibilidade de caixa para o
atendimento de compromissos financeiros e aplicações de sobras.

3.4.3.5. ROTAÇÃO DE FORNECEDORES (RF)

Mede quantas vezes os valores a pagar a fornecedores se renovaram, em media, no


período, em função das compras a prazo e dos pagamentos.

O prazo médio de pagamento (PMP) indica o tempo, em media, que decorre entre a
realização das compras a prazo e o seu pagamento.

Interpretação: quanto maior, menor o prazo médio, pior, pois mais rapidamente ocorrem
os pagamentos aos fornecedores, exigindo disponibilidade de caixa.

3.4.3.6. INTER-RELAÇÃO DOS PRAZOS MEDIOS

A partir dos prazos médios abordados nos itens anteriores (3.4.3.1 a 3.4.3.5) pode-se
calcular outros dois indicadores utilizados para avaliar a eficiência da gestão do capital
de giro, a saber:

CICLO OPERACIONAL: representa o período de tempo decorrido entre a compra de


mercadorias (no comercio) ou a compra de matérias-primas (na indústria) e o
recebimento das vendas. Durante esse período são investidos recursos nas atividades
operacionais da empresa, sem que ocorram entradas de caixa por recebimentos das
vendas.

Do momento da compra de mercadorias, ou de matérias-primas, ate a data do


pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa se preocupar com o financiamento
das operações, que esta sendo efetuado pelos fornecedores.

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CICLO FINANCEIRO (OU DE CAIXA): representa o período de tempo decorrido


entre o pagamento aos fornecedores e o recebimento das vendas. Durante esse período a
empresa devera providenciar o financiamento das necessidades financeiras exigidas
pelas operações.

Quanto maior o ciclo financeiro, mais. recursos próprios e/ou de terceiros (exceto
fornecedores) estarão temporariamente sendo utilizados para o financiamento das
atividades operacionais, provocando custos de financiamento e afetando a rentabilidade.

Graficamente, duas possíveis situações, referentes a empresa comerciais, estão


ilustradas a seguir:

Na situação 1 os fornecedores financiam as operações durante parte do período de


estocagem, e na situação 2 financiam todo o período de estocagem e parte do prazo de
recebimento. A situação 2 é melhor, pois o período de utilização de recursos, exceto de
fornecedores, e menor.

3.4.4. INDICES DE LUCRATIVIDADE E RENTABILIDADE

Visam medir o rendimento obtido pela empresa em um determinado período de tempo.


Baseiam-se no valor de receita auferida elou no capital investido na atividade
econômica da empresa.

3.4.4.1. INDICES DE LUCRATIVIDADE

Medem a eficiência da empresa em gerar lucros pela realização de receitas. Esses


índices já são calculados quando se efetua a analise vertical na DRE.

Interpretação: quanto maior a lucratividade, maior e a proporção de lucro nas vendas, e,


portanto, melhor.

3.4.4.1.1. LUCRATIVIDADE OU MARGEM BRUTA (LB% ou MB)

Indica a porcentagem de lucro (lucro bruto) na receita liquida, após a dedução do custo
dos produtos/mercadorias vendidos e/ou dos serviços prestados.

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3.4.4.1.2. LUCRATIVIDADE OU MARGEM OPERACIONAL (LOp% ou MOp)

Indica a porcentagem de lucro (lucro operacional) na receita liquida após a dedução das
despesas operacionais. Representa o "lucro bruto" ganho sobre cada R$ 1,00 de receita,
pois considera apenas o lucro das operações, sem a interferência de capitais de terceiros
onerosos (juros) e do governo (impostos sobre o lucro).

3.4.4.1.3. LUCRATIVIDADE OU MARGEM LÍQUIDA (LL% ou ML)

Indica a porcentagem de lucro (lucro liquido) na receita líquida após a dedução de todas
as despesas e computados os resultados não operacionais, a provisão para o imposto de
renda e contribuição social e as participações e contribuições.

3.4.4.1.4. LUCRATIVIDADE MARGINAL ou MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO


(LM% ou MC)

Indica a porcentagem de lucro (lucro marginal) na receita líquida após a dedução de


todas as despesas variáveis.

3.4.4.1.5. INDICE DE COBERTURA DE JUROS

Mede a capacidade do lucro operacional (antes dos juros) de cobrir as despesas


financeiras.

Interpretação: quanto maior o índice, melhor, pois maior e a capacidade da empresa em


absorver as despesas financeiras e gerar lucro liquido.

3.4.4.2. INDICE DE RENTABILIDADE

Medem o rendimento (retorno) dos recursos aplicados na empresa durante determinado


tempo.

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Interpretação: quanto maior a rentabilidade, maior e a remuneração dos recursos


investidos na empresa, e, portanto melhor.

3.4.4.2.1. RENTABILIDADE DO PATRIMONIO LIQUIDO (R PL)

Mede o retorno dos recursos aplicados na empresa pelos seus proprietários.

Essa formula, a fim de ampliar o poder de analise, pode ser desmembrada (Formula
DuPont) em:

ou seja: Lucratividade Liquida x Giro do Patrimônio Liquido.

Quanto maior a lucratividade e/ou o giro, maior a rentabilidade dos proprietários.

O Giro do Patrimônio liquido mede a eficiência com a qual a empresa usa o capital
próprio para gerar receita. Indica o número de vezes que o capital próprio foi utilizado
em função da receita realizada, em determinado período. Pode, também, ser traduzido
em quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de capital próprio investido.

3.4.4.2.2. RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL (RAT)

Mede o retorno dos recursos aplicados pela empresa em seus ativos.

A formula simples também pode ser desmembrada (Fórmula DuPont), obtendo-se:

ou seja: Lucratividade Liquida x Giro do Ativo Total

O Giro do Ativo Total mede a eficiência com a qua1 a empresa usa seus ativos para
gerar receita. Indica quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total.

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3.4.4.2.3. RENTABILIDADE DO ATIVO OPEARACIONAL (RAO)

Mede o retorno dos recursos aplicados pela empresa ou ativos operacionais, ou seja,
naqueles que realmente se destinam a operacionalização da empresa, a saber: Ativo
Circulante, Ativo Imobilizado e Ativo Diferido.

Por coerência o lucro considerado na analise e o lucro operacional, decorrente das


operações da empresa.

A formula simples também pode ser desmembrada (Formula DuPont), obtendo-se:

ou seja: Lucratividade Operacional x Giro do Ativo Operacional.

O Giro do Ativo Operacional mede a eficiência com a qual a empresa usa seus ativos
operacionais para gerar receita. Indica quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de
investimento em ativos operacionais.

3.4.4.2.4. SISTEMA DE ANALISE DUPONT

Desenvolvido pela DuPont Corporation, o sistema faz, em primeiro lugar, uma ligação
entre a lucratividade liquida (LL%) e o giro do ativo total, obtendo-se a rentabilidade do
ativo total (RAT).

Em segundo lugar, o sistema relaciona o RAT com o RPL, sendo este calculado pela
multiplicação do RAT pelo multiplicador de alavancagem financeira (MAF).

O MAF é obtido pelo quociente entre o total de ativos e o patrimônio liquido, e reflete o
impacto da alavancagem sobre o retorno dos proprietários pelo uso de capitais de
terceiros.

Quanto maior a participação de capital de terceiros, menor a de capital próprio e,


portanto, maior o MAF, elevando o retorno do capital próprio.

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A vantagem do sistema DuPont e que ele divide a rentabilidade do patrimônio liquido


em três partes:

1ª - Lucratividade Liquida: eficiência em gerar lucro liquido pela realização de receitas


2ª - Giro do Ativo Total: eficiência do uso dos ativos em gerar receitas.
3ª - MAF: alavancagem da retomo dos proprietários pelo uso de capitais de terceiros.

3.4.5. INDICES DE AVALIAÇÃO DE AÇÕES

Tem como objetivo avaliar os reflexos do desempenho da empresa sobre suas ações.

3.4.5.1. LUCRO POR AÇÃO (LPA)

Indica quanto do lucro liquido compete a cada ação. Deve-se observar que este índice
não revela o quanto cada acionista ira efetivamente receber.

Interpretação: quanto maior, melhor, pois significa uma geração de mais lucros por
ação, que devera refletir favoravelmente na distribuição dos dividendos aos acionistas.

3.4.5.2. PREÇO/LUCRO (P/L)

Indica o numero de períodos que o investidor levara para recuperar o capital aplicado,
mantendo-se o lucro por ação do ultimo período nos períodos futuros.

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Interpretação: quanto menor, melhor, pois a recuperação do capital investido ocorrera


mais rapidamente. Entretanto, como o lucro por ação, de modo geral, não e
integralmente distribuído, o índice não indica, efetivamente, o período de recuperação.

3.4.5.3. VALOR PATRIMONIAL DA AÇÃO (VPA)

Indica quanto do patrimônio liquido caberia a cada ação, ou seja, após a realização de
todos os ativos e a liquidação de todas as dívidas.

Interpretação: quanto maior, melhor, pois caberia ao acionista uma parcela de valor
maior do patrimônio liquido.

3.4.5.4. RENTABILIDADE DA AÇÃO (RDA)

Mede o percentual de rentabilidade do investidor obtido no período (normalmente 1


ano).

Interpretação: quanto maior, melhor para o acionista, pois maior e a sua rentabilidade.

3.4.5.5. DIVIDENDO POR AÇÃO (DPA)

Indica quanto foi distribuído de dividendo por ação aos proprietários

Interpretação: Quanto maior, melhor para o acionista, pois maior é a sua remuneração.

3.4.5.6. RETORNO DE CAIXA (RDC)

Mede a recuperação financeira dos investidores proporcionada pelos dividendos.

Interpretação: quanto maior, melhor para o acionista, pois mais rápida será a
recuperação do valor investido.

3.4.5.7. CAIXA/RENTABILIDADE DA AÇÃO (C/RDA)

Mede o quanto do lucro e reembolsado pelo investidor.

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Interpretação: quanto maior, melhor para o acionista, pois maior e a proporção do lucro
reembolsado por meio de dividendos

Uma derivada da formula acima é a seguinte:

3.5. EXERCÍCIO SOBRE ANALISE ECONOMICA E FINANCEIRA

Dados sobre balanço19x0: Estoque = R$150, Contas a Receber R$ 500; Fornecedores =


R$230. Ativo total = R$1.800; Ativo Operacional = R$ 1.600; Patrimônio Liquido =
R$680

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PEDE-SE: a- analisar a empresa utilizando a analise vertical e horizontal


b- analisar a empresa utilizando os índices econômico-financeiros.

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4. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

A administração do capital de giro compreende um processo de tomada de


decisões permanente, que tem como objetivo principal a manutenção da liquidez da
empresa, ou seja, o pagamento pontual dos compromissos de curto prazo. Entretanto,
essas decisões também afetam, de forma conflitante, a rentabilidade da empresa,
exigindo a obtenção de um equilíbrio entre uma liquidez adequada e uma rentabilidade
satisfatória.

4.1. FORMAÇÃO E CONCEITOS DO CAPITAL DE GIRO

O termo GIRO refere-se aos recursos de curto prazo (circulantes ou correntes)


que serão convertidos em caixa no prazo de ate um ano.

O CAPITAL DE GIRO é representado pelo ativo circulante, compreendendo,


fundamentalmente, o disponível, valores a receber e estoques. Representa, num sentido
mais amplo, os recursos necessários para financiar as operações da empresa, desde a
aquisição de matérias primas (indústria) ou de mercadorias (comércio) ate o
recebimento das vendas dos produtos ou mercadorias.

O capital de giro pode ser dividido em permanente (volume mínimo para manter
a empresa em condições de funcionamento) e em sazonal (necessidades adicionais que
variam durante o período)

O CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (CCL) é a diferença entre o ativo circulante


(AC) e o passivo circulante (PC), representando a "folga financeira" da empresa para
pagamento de suas obrigações de curto prazo.

Por outro lado, o CCL representa os recursos de longo prazo (ELP = exigível a
longo prazo) e permanentes (PL = patrimônio liquido) que financiam os ativos
circulantes, ou seja, a parcela que exceder a necessária para financiar o realizável a
longo prazo (RLP) mais o ativo permanente (AP).

EXEMPLO: Uma empresa possui ativos permanentes (AP) = R$10.000 e necessita de


ativos circulantes (AC) = R$15.000. 0s passivos circulantes de R$11.000 indicam a
necessidade de complementação do financiamento dos ativos com recursos de longo
prazo e permanentes na ordem de R$14.000, dos quais R$8.000 foram atendidos por
capital próprio, e R$6.000 por capital de terceiros de longo prazo. Tal estrutura de
capitais pode ser esquematizada assim:

BALANCO PATRIMONIAL
AC = 15.000 PC = 11.000 ou
CCL ELP = 6.000
AP = 10.000 PL = 8.000

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Os recursos de longo prazo (ELP) mais os permanentes (PL) ultrapassaram o


necessário para financiar o AP em R$4.000, permitindo sua utilização para também
financiar o capital de giro (AC). O excedente desses recursos, denominados n5o
correntes, constituem o CCL.

Os passivos circulantes devem ser pagos no vencimento, através dos recursos de


curto prazo que se converterão em dinheiro. Já os recursos não correntes, em parte não
precisam ser pagos (capital próprio), e em parte só no longo prazo (ELP). Ao
permanecerem no ativo circulante, proporcionam a empresa determinada "folga
financeira".

Um CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO NEGATIVO –passivos circulantes maiores


que os ativos circulantes – representa insuficiência de recursos permanentes (PL) e de
longo prazo (ELP) para financiar os recursos aplicados no longo prazo (RLP e AP),
sendo necessário recorrer a capital de terceiros de curto prazo para complementação.

EXEMPLO: considerando o exemplo anterior, e supondo o mesmo PL= R$8.000 e


ELP= 0, foi necessário um PC= R$17.000. A estrutura de capitais ficaria esquematizada
da seguinte forma:

BALANCO PATRIMONIAL
ou
AC = 15.000 PC = 17.000
CCL
AP = 10.000
PL = 8.000

Neste caso os recursos de curto prazo são insuficientes para pagar as obrigações de
curto prazo, comprometendo a liquidez.

CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO é um outro conceito adotado de capital de giro,


apurado pela diferença entre o capital próprio e as aplicações em ativos permanentes e
realizáveis a longo prazo, representando o quanto de recursos próprio esta financiando o
ativo circulante.

4.2. CICLO OPERACIONAL, FINANCEIRO E ECONÔMICO.

Os ativos circulantes se caracterizam pela conversão de seus elementos em


outros do mesmo grupo, e conseqüentes reconversões, ate a transformação em dinheiro,
que será utilizado para pagar os compromissos financeiros assumidos. Exemplificando:
as mercadorias ao serem adquiridas formam o estoque; os estoques ao serem vendidos
transformam-se em caixa (vendas à vista) ou em valores a receber (vendas a prazo); os
valores a receber ao serem recebidos transformam-se em disponível; através das
disponibilidades pagam-se as obrigações; e assim repete-se o ciclo.

O CICLO OPERACIONAL se inicia na aquisição de matéria prima (indústria)


ou na compra de mercadorias (comércio) e se finaliza no recebimento pela venda do
produto acabado (indústria) ou mercadoria (comércio). Ele incorpora seqüencialmente

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as fases operacionais: produção (ou compras), vendas e recebimentos, conforme


ilustração a seguir.

PME (MP): prazo médio de estocagem de matéria prima.


PMF: prazo médio de produção ou fabricação.
PME (PIM): prazo médio de estocagem de produtos/mercadorias.
PMR: prazo médio de recebimento.

A soma desses prazos constitui o ciclo operacional, período em que não ocorrem
entradas de recursos financeiros, necessitando-se de capital para financiá-lo.

O CICLO FINANCEIRO (CAIXA) abrange o período compreendido entre o


desembolso de caixa no pagamento a fornecedores e o recebimento pela venda dos
produtos/mercadorias, representando o tempo em que a empresa necessita efetivamente
de financiamento.

O CICLO ECONÔMICO envolve desde a compra da matéria prima ou de


mercadorias ate a venda dos produtos acabados ou das mercadorias, n5o levando em
conta os reflexos de caixa.

Ciclo operacional = PME(MP) + PMF + PME(PA) + PMR


Ciclo econômico = Ciclo operacional –PMR
Ciclo financeiro = Ciclo operacional –PMP (prazo médio de pagamento)

4.3. ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO

Se os níveis de produção/compras mercadorias e de vendas fossem constantes, a


administração do capital de giro ficaria facilitada em função de fluxos regulares de
recebimentos e de pagamentos. Entretanto, muitas empresas sofrem a interferência de
fatores sazonais, provocando oscilações nos seus ativos circulantes. O volume mínimo
necessário para atender as atividades (capital de giro permanente) deve ser financiado
por recursos permanentes (PL) e de longo prazo (ELP), enquanto que o volume sazonal,
compreendido entre o mínimo e o máximo necessário, depende da estratégia de
financiamento adotada: agressiva, conservadora ou intermediaria.

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EXEMPLO: Necessidades de recursos conforme tabela e gráfico a seguir apresentados:

ATIVOS ATIVOS NECESSIDADES DE RECURSOS


ATIVOS TOTAIS
PERMANENTES CIRCULANTES PERMANENTES SAZONAIS
A B C=A+B D E = C –D
Jan. 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000
Fev. 10.000 5.000 15.000 12.000 3.000
Mar. 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000
Abr. 10.000 3.000 13.000 12.000 1.000
Mai. 10.000 2.000 12.000 12.000 0
Jun. 10.000 3.000 13.000 12.000 1.000
Jul. 10.000 3.000 13.000 12.000 1.000
Ago. 10.000 5.000 15.000 12.000 3.000
Set. 10.000 6.000 16.000 12.000 4.000
Out. 10.000 5.000 15.000 12.000 3.000
Nov. 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000
Dez. 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000
MEDIA 10.000 4.000 14.000 12.000 2.000

A = CCL da alternativa agressiva = 12.000 (PP) -10.000 (AP) = 2.000


I = CCL da alternativa intermediaria = 14.000 (PP) -10.000 (AP) = 4.000
C = CCL da alternativa conservadora = 16.000 (PP) -10.000 (AP) = 6.000

Para o cálculo dos custos financeiros anuais de cada alternativa serão utilizadas
as taxas de 25% a.a. para os recursos permanentes e 15% a.a. para os recursos
temporários que correspondem ao custo médio ponderado dos passivos onerosos e não
onerosos.

ALTERNATIVA ALTERNATIVA ALTERNATIVA


MÉDIAS MENSAIS
AGRESSIVA CONSERVADORA INTERMEDIARIA
a- Recursos permanentes 12.000 16.000 14.000
b- Recursos temporários 2.000 0 417 (1)
c- Recursos totais (a+b) 14.000 16.000 14.417
d- Ativos totais 14.000 14.000 14.000
e- Sobras de recursos (c-d) 0 2.000 417 (2)
f- CCL (a- ativos permanentes) 2.000 6.000 4.000

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CUSTOS FINANCEIROS
g- Recursos permanentes (25% x a) 3.000 4.000 3.500
h- Recursos temporários (15% x b)-(15% x e) 300 (300) (3) 0 (3)
i- Custos totais (g + h) 3.300 3.700 3.500

(1) Necessidades adicionais de fev(l.000) + ago(1.000) + set(2.000) + out(1.000) = 5.000/12 = 417


(2) Sobras de abr(1.000) + mai(2.000) + jun(1.000) + jul(1.000) = 5.000/12 = 417
(3) As sobras são aplicadas a mesma taxa de 15% dos recursos temporários e os rendimentos abatidos dos
juros sobre os recursos temporários.

Na alternativa agressiva a empresa mantém recursos permanentes no volume


exato ao necessário para financiar os ativos permanentes e os ativos circulantes mínimos
(R$10.000+R$2.000 = R$12.000), devendo as necessidades sazonais (média de
R$2.000) serem financiadas com recursos temporários (curto prazo). E uma política que
permite maior rentabilidade devido aos menores custos financeiros dos recursos
utilizados e a minimização das aplicações em ativos circulantes que pela natureza
constituem recursos de baixo retorno. Por outro lado e uma estratégia arriscada em
termos de liquidez, em função do CCL ser restrito ao nível mínimo de suas necessidades
e depender de créditos junto aos fornecedores e instituições financeiras.

Na alternativa conservadora a empresa mantém recursos permanentes no nível


máximo das necessidades (R$16.000) para financiar os ativos permanentes (R$10.000)
e os ativos circulantes (máximo = R$ 6.000), não sendo necessário a utilização de
recursos temporários. Por outro lado, haveria sobra de recursos em todos os meses,
exceto no referente ao de pico (setembro), que poderia ser aplicada no mercado
financeiro, porém, a taxas inferiores a dos recursos permanentes. É uma política que
permite maior liquidez e flexibilidade no uso de créditos junto a fornecedores e
instituições financeiras, mas propicia menor rentabilidade em função de maiores custos
financeiros e maiores aplicações em ativos circulantes (de retorno reduzido).

Na alternativa intermediaria procura-se manter um certo equilíbrio em relação


aos objetivos de rentabilidade e de liquidez.

4.4. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)

Para a avaliação das necessidades de capital de giro torna-se imprescindível a


classificação dos ativos e passivos em permanentes, operacionais e financeiros.

Ativos permanentes (AP) = realizável a longo prazo (RLP) + ativo permanente (AP)
Ativos circulantes operacionais (ACO) = decorrentes da operacionalização da empresa: valores a
receber, estoques, adiantamentos e despesas do exercício
seguinte
Ativos circulantes financeiros (ACF) = caixa, bancos e aplicações financeiras
Passivos permanentes (PP) = exigível a longo prazo (ELP) + patrimônio liquid0 (PL)
Passivos circulantes operacionais (PCO) = decorrentes das atividades da empresa: fornecedores,
salários e encargos a pagar, impostos a pagar,
adiantamento de clientes e contas a pagar
Passivos circulantes financeiros (PCF) = empréstimos bancários, financiamentos, duplicatas
descontadas (curto prazo)

4.4.1. DIMENSIONAMENTO DA NCG

A necessidade de capital de giro (NCG) e determinada pela diferença entre os


ativos operacionais (ACO) e os passivos operacionais (PCO).

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ou

Quando ACO > PCO, situação mais comum, há uma NCG para a qual a empresa
devera encontrar as fontes adequadas de financiamento. Se ACO = PCO, a empresa não
tem necessidade de financiamento para o giro. Se ACO < PCO, sobram recursos das
atividades operacionais, que podem ser aplicados no mercado financeiro ou na expansão
da empresa.

A necessidade total de financiamento permanente (NTFP) é determinada pela


soma da necessidade de investimentos permanentes (IP) que compreendem o ativo
permanente (AP) e o realizável a longo prazo (RLP), com a NCG.

ou

Essa necessidade deve ser financiada basicamente por passivos permanentes,


que compreendem o ELP e o PL (PP = ELP + PL), visando o equilíbrio financeiro da
empresa. Se o total dos passivos permanentes superar a NTFP, a empresa disporá de um
saldo disponível (SD) positivo, ou seja, sobras de recursos financeiros funcionando
como reserva para fazer frente a eventuais expansões do capital de giro. Pode ser
calculado das seguintes formas:

ou ou
ou

Exemplos de estruturas patrimoniais:

EMPRESA “A” EMPRESA “B”


Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Circulante Passivo Circulante
Financeiro $40 Financeiro $30 Financeiro $30 Financeiro $ 50
Operacional $90 Operacional $90 Operacional $50 Operacional $40
Subtotal $130 Subtotal $110 Subtotal $80 Subtotal $90
Ativo Permanente $70 Passivo Permanente $90 Ativo Permanente $120 Passivo Permanente $110
Total $200 Total $200 Total $200 Total $200

CCL = 130 (AC) -110 (PC) = 20 CCL = 80 (AC) -90 (PC) = -10
NCG = 90 (ACO) -80 (PCO) = 10 NCG = 50 (ACO) -40 (PCO) = 10
NTFP = 70 (AP) + 10 (NCG) = 80 NTFP = 120 (AP) + 10 (NCG) = 1301
SD = 90 (PP) -80 (NTFP) = 10 SD = 110 (PP) -130 (NTFP) = -20
Ou SD = 40 (ACF) -30 (PCF) = 10 ou 30 (ACF) -50 (PCF) = -20

A empresa “A” está financeiramente equilibrada, possuindo uma "folga


financeira" de $20 (CCL), uma vez que os recursos permanentes (PP = ELP + PL)
financiam os ativos permanentes e ainda sobra $20 aplicado em capital de giro. Como
esses recursos permanentes também superam a NTFP (AP + NCG), a empresa possui
um saldo disponível (SD) de R$10 para ser utilizado em eventuais necessidades
adicionais de capital de giro.

A empresa "B" apresenta uma situação de liquidez comprometida (CCL = -


R$10) uma vez que os recursos permanentes (PP) não são suficientes para suprir os
ativos permanentes, sendo necessário recorrer a recursos de terceiros de curto prazo.
Como esses recursos permanentes são insuficientes para atender a NTFP, a empresa
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possui SD = -20 (negativo), indicando a recorrência a passivos permanentes financeiros


(PCF).

Como o SD também pode ser calculado pela diferença entre o CCL e a NCG, a
medida que a NCG supera o CCL, o SD torna-se negativo, ficando a atividade
operacional mais dependente de passivos financeiros.

4.5. CONFLITO ENTRE LIQUIDEZ E RENTABILIDADE

Enquanto os ativos permanentes proporcionam a estrutura para o


desenvolvimento da atividade precípua da empresa (ex: produção na indústria) e de seu
volume, cuja receita traz os lucros, os ativos circulantes constituem aplicações de
recursos de baixa rentabilidade, mas necessária à execução das atividades operacionais
da empresa. Pode-se dizer que os ativos permanentes “criam riquezas” e os ativos
circulantes são “um ma1 necessário”.

Quanto maior o CCL, mais ampla e a “folga financeira” e menor o risco de


insolvência. Entretanto, essa maior segurança de liquidez implica em investimentos
maiores em ativos de baixa rentabilidade, e acarreta um custo de oportunidade mais
elevado do capital de giro investido, pressionando negativamente a rentabilidade dos
recursos aplicados.

Quanto menor o CCL, mais elevado e o risco de insolvência, porém, maior tende
a ser a rentabilidade dos recursos aplicados, ao reduzir a aplicação em ativos de menor
rentabilidade (ativos circulantes).

EXEMPLO: Supor as estruturas patrimoniais e respectivas DRE a seguir


apresentadas e os custos financeiros de 25% a.a. para os empréstimos de curto prazo e
de 30% a.a. para o ELP.

BALANÇOS PATRIMONIAIS D.R.E.


ATIVO A B C PASSIVO A B C AeB C
Ativo Circulante Passivo Circulante Vendas 1.200 1.200
Caixa 80 80 80 Fornecedores 90 90 90 (-) CMV 720 720
Contas a Receber 100 100 100 Diversos a Pagar 20 20 20 Lucro Bruto 480 480
Estoques 120 80 120 Empréstimo Bancário 80 80 120 (-) D. Oper. 250 250
Subtotal 300 260 300 Subtotal 190 190 230 LAJIR 230 230
Exig. a Longo Prazo 100 100 100 (-) D. Financ. 50 (1) 60 (2)
Ativo Permanente 450 450 450 Patrimônio Líquido 460 420 420 LAIR 180 170
(-) I.R. (40%) 72 68
TOTAL ATIVO 750 710 750 TOTAL PASSIVO 750 710 750
Lucro Líquido 108 102
(1) 80 x 25% + 100 x 30% = 50; (2) 120 x 25% + 100 x 30% = 60; RCP = rentabilidade do capital próprio

A B C
CCL = 300 - 190 = 110 CCL = 260 - 190 = 70 < 110 CCL = 300 - 230 = 70 < 110
RCP = 108/460 = 23,5% RCP = 108/420 = 25,7% > 23,5% RCP = 102/420 = 24,3% > 23,5%

A alternativa “A” apresenta um CCL maior e uma menor rentabilidade,


enquanto a “B”e a “C”apresentam CCL menores e rentabilidades maiores, em função
da redução nos ativos circulantes, diminuindo o capital próprio (B), ou utilizando
recursos de terceiros de curto prazo (C), cujos custos são menores, em substituição ao
capital próprio, propiciando maior rentabilidade.

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4.6. RELAÇÃO ENTRE EXPANSÃO DAS VENDAS E CAPITAL DE GIRO

As empresas podem promover uma expansão em sua capacidade de produção


(compras) e vendas, a fim de obter, através de economia de escalas, redução da
capacidade ociosa e diluição dos custos e despesas fixos, aumentando, assim, seus
lucros.

Essa expansão deve ser acompanhada de maior volume de investimentos em


capital de giro (estoques e contas a receber, basicamente). Caso isso não aconteça,
ocorre o que se chama de overtrading, ou seja, expansão no volume de atividades sem o
devido lastro de recursos para financiar as necessidades adicionais de capital de giro. A
NCG cresce, superando o CCL, provocando um SD negativo.

EXEMPLO: Supor crescimento anual de 100% no volume de vendas e duas situações


de crescimento do CCL e NCG conforme estrutura patrimonial apresentada para cada
uma.

SITUAÇÃO 1 - Crescimento proporcional do CCL e da NCG


ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 1 ANO 2 ANO 3
ACF 150 300 600 PCF 100 200 400
ACO 600 1.200 2.400 PCO 400 800 1.600
AC 750 1.500 3.000 PC 500 1.000 2.000
RLP + AP 750 1.500 3.000 ELP + PL 1.000 2.000 4.000
ATIVO TOTAL 1.500 3.000 6.000 PASSIVO TOTAL 1.500 3.000 6.000

ANO 1 ANO 2 ANO 3


CCL1 = 750 –500 = 250 CCL2 = 1.500 –1.000 = 500 CCL3 = 3.000 –2.000 = 1.000
NCG1 = 600 –400 = 200 NCG2 = 1.200 –800 = 400 NCG3 = 2.400 –1.600 = 800
SD1 = 150 –100 = 50 SD2 = 300 –200 = 100 SD3 = 600 –400 = 200
ou SD1 = 250 –200 = 50 ou SD2 = 500 –400 = 100 ou SD3 = 1.000 –800 = 200

A situação permaneceu a mesma uma vez que a estrutura patrimonial, o CCL, a


NCG e o SD aumentaram na mesma proporção (100%), ou seja, o crescimento dos
recursos permanentes (ELP + PL) acompanhou o crescimento das NCG.

SITUAÇÃO 2 - Crescimento menor do CCL em relação da NCG


ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 1 ANO 2 ANO 3
ACF 150 300 600 PCF 100 300 (+200%) 700 (+133%)
ACO 600 1.200 2.400 PCO 400 800 (+100%) 1.600 (+100%)
AC 750 1.500 3.000 PC 500 1.100 (+120%) 2.000 (+109%)
RLP + AP 750 1.500 3.000 ELP + PL 1.000 2.000 (+90%) 4.000 (+95%)
ATIVO 1.500 3.000 6.000 PASSIVO 1.500 3.000 (+1000%) 6.000 (+100%)
TOTAL TOTAL

ANO 1 ANO 2 ANO 3


CCL1 = 750 –500 = 250 CCL2 = 1.500 –1.000 = 400 (+60%) CCL3 = 3.000 –2.300 = 700 (+75%)
NCG1 = 600 –400 = 200 NCG2 = 1.200 –800 = 400 (+100%) NCG3 = 2.400 –1.600 = 800 (+100%)
SD1 = 150 –100 = 50 SD2 = 300 –300 = 0 SD3 = 600 –700 = 100
ou SD1 = 250 –200 = 50 ou SD2 = 400 –400 = 0 ou SD3 = 700 –800 = 100
A reserva financeira do 1º ano (SD=50) foi utilizada no 2º ano uma vez que os recursos
permanentes cresceram só 90%, financiando menos o capital de giro provocando um

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crescimento no CCL de apenas 60%. Como a NCG cresceu proporcionalmente ao


volume de atividade (100%), ela se igualou ao CCL, zerando o SD.

No 3º ano a NCG cresceu os mesmos 100% e o CCL apenas 75%, uma vez que o
crescimento dos recursos permanentes (95%) foi, novamente, inferior ao da NCG,
provocando, agora, um SD negativo (-100).

A situação 2 de overtrading provoca o denominado “efeito tesoura”, visualizado no


gráfico a seguir, em que o crescimento expressivo das vendas não e acompanhado pelo
adequado suporte de recursos para atender as necessidades de capital de giro, tendo que
recorrer a passivos financeiros de curto prazo, tornando suas atividades dependentes da
manutenção destes passivos.

4.7. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO CALCULADO EM DIAS DE


VENDAS

Durante o ciclo operacional da empresa, ha um período –ciclo financeiro (caixa) – em


que há uma necessidade permanente de recursos para cobrir os investimentos
operacionais não financiados pelos respectivos passivos (operacionais), denominada
necessidade de capital de giro (NCG).

O ciclo financeiro (caixa) possui um comportamento segmentado, que cresce a medida


que os custos e despesas vão-se acumulando em cada fase operacional, cujos prazos
médios são calculados com base em valores específicos a cada um.

Assim, o ciclo operacional deve ser representado por uma linha em escala, mostrando os
acréscimos de investimentos necessários, a medida que custos e despesas vão
ocorrendo, conforme gráfico a seguir:

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Como o ciclo financeiro (caixa) é o período de tempo em que a empresa precisa de


recursos para financiar o capital de giro (ativo circulante), verifica-se que existem vários
pequenos ciclos, com diferentes níveis de financiamentos necessários, que devem ser
somados ao inicialmente calculado.

Para se calcular um valor mais preciso da NCG, em função dos diversos prazos médios,
deve-se traduzi-los em uma base comum. Para tal esses prazos médios são convertidos
em prazos médios equivalentes, relacionando-os com as vendas, obtendo-se um ciclo
financeiro (caixa) equivalente.

EXEMPLO:Uma empresa industrial apresenta os seguintes dados trimestrais:

a) Vendas = R$10.800 e contas a receber m6dio = R$3.600


b) Produção: duração =1 dia; estoque médio de prod. acabados = R$1.350; CPV =
R$8.100
c) Matéria-prima: consumo = R$4.500; estoque médio = R$750; compras = R$4.500;
fornecedores médio = R$2.250
d) MOD e CIF = R$3.600; MOD/CIF a pagar médio = R$600.
e) Despesas operacionais = R$2.250; despesas operacionais a pagar médio = R$375

ATIVOS E PASSIVOS OPERACIONAIS MENSAIS E RESPECTIVOS PRAZOS


MEDIOS

VALOR PRAZO MEDIO


Contas a receber
Estoques produtos acabados R$3.600 30 dias = (3.600+10.800) x 90d
Estoques matéria-prima R$1.350 15 dias = (1.350+8.100) x 90d
ATIVO CIRCULANTE R$ 750 15 dias = (750+4.500=consumo) x 90d
OPERACIONAL R$5.700 60 dias
Fornecedores R$2.250 45 dias = (2.250+4.500=compras) 90d
MOD/CIF a pagar R$ 600 15 dias = (600+3.600) x 90d
Despesas operacionais a pagar R$ 375 15 dias = (375+2.250) x 90d
PASSIVO CIRCULANTE R$3.225 75 dias
OPERACIONAL R$2.475
NCG = ACO - PCO

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FÓRMULAS :
PM Recebimento= (Ctas. Rec. Médio + Vendas a prazo) x dias
PM Estocagem Prod. Acab. = (Estoque Médio + CPV) x dias
PM Estocagem Mat. Prima = (Estoque Médio + consumo) x dias
PM Pagto.. Fornecedores = (Fornecedores Médio + 'compras) x dias
PM Pagto.. MOD/CIF = (MOD/CIF a pagar Médio + MOD/CIF do período) x dias
PM Pagto. Desp. Operac. = (Desp. Oper. a pagar Médio + Desp. Operac. do período) x dias

CALCULO DOS PRAZOS MEDIOS EQUIVALENTES A VENDAS

Os prazos médios são multiplicados pelas porcentagens correspondentes ao valor de


cada item no período considerado em relação ao valor das vendas no mesmo período.

PM Recebimento = 30d x (10.800/10.800) = 30d x 100% = 30,000 dias


PME (Prod. acab.) = 15d x (8.100/10.800) = 15d x 75% = 11,250 dias
PME (Mat. prima) = 15d x (4.500/10.800) = 15d x 41,67% = 6,250 dias
Subtotal = 47,500 dias
PMP Fornecedores = 45 x (4.500x10.800) = 45d x 41.67% = 18,750 dias
PMP MOD/CIF = 15 x (3.600/10.800) = 15dx 33,33% = 5,000 dias
PMP D. Operac. = 15 x (2.250/10.800) = 15d x 20,83% = 3,125 dias
Subtotal = 26,875 dias
NCG = 20,625 dias

Comprovação: 20,625 x R$120 (vendas diárias) = R$2.475

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4.8. EXERCÍCIOS

1. Uma indústria possui os seguintes prazos médios: estocagem de matéria prima = 30 dias,
de pagamentos de fornecedores = 45 dias, de fabricação = 10 dias, de estocagem de produtos
acabados = 15 dias e de recebimento = 30 dias. Calcular o ciclo operacional e o ciclo financeiro,
e representá-los na reta do tempo.

2. Uma empresa possui ativos permanentes = R$5.000 e ativos circulantes mensais durante o
ano de: R$2.000 em 1 mês, R$2.500 em 2 meses; R$2.600 em 1 mês; R$3.000 em 4 meses;
R$3.500 em 2 meses; R$3.400 em 1 mês; e R$4.000 em 1 mês. Os custos financeiros dos
recursos permanentes são de 30% a.a. e dos recursos temporários de 18% a.a. Calcular o CCL e
os custos financeiros das alternativas: agressiva, conservadora e intermediaria, considerando que
possíveis sobras de recursos podem ser aplicados a 15% a.a.

3. Analisar as estratégias de financiamento do capital de giro das empresas X e Y, através do


cálculo do CCL, NCG e SD, considerando as suas estruturas patrimoniais:

ATIVOS X Y PASSIVOS X Y
Circulantes financeiros 200 150 Circulantes financeiros 150 250
Circulantes Circulantes
350 250 300 200
operacionais operacionais
Permanentes 450 600 Permanentes 550 550
TOTAL 1.000 1.000 TOTAL 1.000 1.000

4. Com base no Balanço Patrimonial a seguir apresentado, e considerando o LAJIR = R$.246,


I.R = 40% e os custos financeiros de 20% a.a. dos passivos financeiros de curto prazo e de 25%
a.a. dos empréstimos de longo prazo, pede-se:
a) a redução do capital próprio em decorrência da redução nos ativos operacionais que elevaria a
rentabilidade do capital próprio para 24% e as implicações na liquidez.
b) a rentabilidade do capital próprio substituindo R$120 de capital próprio por passivos
financeiros e as implicações na liquidez.

BALANCO PATRIMONIAL
Ativos financeiros 100 Passivos financeiros 80
Ativos operacionais 500 Passivos operacionais 400
Ativos permanentes 600 Exigível a longo prazo 120
Patrimônio liquido 600
Total ativo 1.200 Total passivo 1.200

5. Comentar as implicae6es na liquidez da empresa provocadas por uma expansão das vendas,
e o respectivo gráfico do “efeito tesoura”, considerando as mutações estruturais ocorridas nos
anos a seguir apresentados:

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 1 ANO 2 ANO 3


ACF 50 90 160 PCF 40 110 230
ACO 200 360 640 PCO 160 290 520
RLP + AP 250 450 800 ELP + PL 300 500 850
TOTAL 500 900 1.600 TOTAL 500 900 1.600

6. Calcular a NCG em dias de vendas considerando os seguintes dados quadrimestrais:


a) Vendas= R$14.400: contas a receber médio= R$3.600
b) Produção=diária; estoque médio produtos acabados= R$2.700; CPV= R$10.800
c) Matéria-prima: consumo= R$6.000; estoque médio= R$1.500; compras= R$6.000;
fornecedores médio = R$2.250
d) MOD e CIF= R$4.800; MOD/CIF a pagar médio = R$600
e) Despesas operacionais= R$3.000; despesas operacionais a pagar médio= R$375.

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5. ELABORAÇÃO E ANALISE DO FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa, apesar de constituir uma demonstração financeira


importantíssima para o administrador, não e divulgado pela empresa, por não haver
exigência legal.

Para qualquer tipo e tamanho de empresa, o Fluxo de Caixa e imprescindível


para a analise da liquidez (pagamento pontual das obrigações).

Como fluxo significa movimento, o fluxo de caixa corresponde ao movimento


financeiro ou de caixa (dinheiro).

Os principais objetivos do Fluxo de Caixa são:


a- analisar a disponibilidade monetária atual e, principalmente a futura, a fim
de evitar situações de insolvência;
b- aplicar o excedente momentâneo dos recursos financeiros;
c- avaliar ao longo do tempo as decisões tomadas com reflexos financeiros;
d- decidir sobre políticas de recebimentos e pagamentos, e
e- avaliar o retorno de alternativas de investimentos.

5.1. DEMONSTRAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA

Conforme a utilidade desejada, podem ser elaboradas duas demonstrações:


Demonstração das Entradas e Saídas de Caixa -DESC.
Demonstração do Fluxo Liquido de Caixa -DFLC.

A DESC confronta as entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos) de caixa,


evidenciando as sobras (superávit) ou faltas (déficit) de caixa, a fim de possibilitar, com
antecedência, decisões de aplicar (no caso do superávit) ou tomar recursos financeiros
(no caso do déficit). Portanto e voltada para o futuro, devendo abranger a dia-a-dia
porem, também e utilizada com dados passados para fins de subsidiar o planejamento
financeiro e de comparação entre o real e as previsões de caixa.

A DFLC permite a analise das causas da posição de caixa, decorrente do impacto de


diversas variáveis, como nível de estocagem, prazos de recebimentos e de pagamentos,
alterações no nível de atividades, investimentos, aportes de capital, tomadas ou
amortizações de empréstimos, distribuição de dividendos, etc.

Enquanto a DESC e um instrumento operacional do dia-a-dia, a DFLC e um


instrumento de analise.

5.2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA - DFLC.

A DFLC e elaborada a partir das demonstrações contábeis, de forma a permitir uma


serie de relações e avaliações referentes a capacidade de pagamento da empresa e a
administração financeira.

Dentre as principais informações extraídas da DFLC destacam-se as referentes a:

a- autofinanciamento das operações;

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b- dependência de empréstimos bancários de curto prazo;


c- amortização dos empréstimos contraídos;
d- geração de recursos para manter e expandir o nível de investimentos;
e- causa das alterações na situaq2o financeira da empresa;
f- utilização do lucro gerado pelas operações;
g- distribuição de dividendos;
h- adequação do nível em tesouraria (ativos circulantes financeiros);
i- utilização dos empréstimos contraídos; e
j- habilidade dos administradores na obtenção dos recursos adequados a
aplicações.

5.3. EXEMPLO DE ELABORAÇÃO DAS DESC E DFLC.

5.3.1. COMPOSIÇÃO DA DFLC

GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA: e o resultado do exercício, ajustado por despesas não


desembolsáveis, e mostra o montante de caixa gerado pelas atividades comerciais, ou
seja, as operacionais envolvidas na apuração do resultado econômico

GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA: a diferença entre os ativos circulantes


operacionais e os passivos circulantes operacionais constitui a NCG (necessidade de
capital de giro). Somando-se a variação negativa da NCG ou subtraindo a variação
positiva da NCG, que significa o caixa gerado pelas atividades operacionais incluindo
as aplicações e fontes de recursos operacionais.

GERAÇÃO CORRENTE DE CAIXA: e resultante da soma da variação dos


empréstimos de curto prazo a geração operacional de caixa, e significa o caixa gerado
pelas atividades de curto prazo.

GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA: resultante da soma ou subtração das variações dos


itens permanentes (ativos permanentes e patrimônio liquido) e dos itens não correntes
(realizáveis e exigíveis a longo prazo) a geração corrente de caixa. As variações
positivas dos ativos permanentes são subtraídas e as negativas são somadas. As
variações positivas dos passivos permanentes são somadas e as negativas diminuídas.
Significa o caixa gerado no período.

5.4. ANALISE DA GESTAO DE CAIXA

O uso da DESC para períodos já realizados requer cautela, uma vez que as entradas e as
saídas de caixa sempre se igualam. No caso de insuficiência de caixa, compromissos
deixam de ser pagos, ou, empréstimos são tomados, fazendo com que as entradas e
saídas de caixa sejam equivalentes, e, portanto, dificultando a visualização dos
desempenhos ineficientes.

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No caso da DESC para períodos futuros (previstos), essas restrições são diminuídas a
medida que se evidenciam os déficits financeiros (saldos negativos de caixa) em
decorrência de insuficiências de caixa.

A DFLC constitui instrumento de analise mais adequado, ao mostrar se a empresa esta


gerando recursos para atender suas atividades operacionais, se pode pagar os
empréstimos de curto prazo, e se sobram recursos para investimentos Ou amortização
de financiamento a longo prazo. Para isso, a analise deve ser efetuada item a item da
demonstração.

5.4.1. REVELAÇÕES DA DFLC

O quadro a seguir mostra o significado de cada item da demonstração, o que revela e


suas utilizações:

5.4.2. NOVAS DEMONSTRAÇÕES

Para suprir a carência da DFLC quanto a movimentação no exercício dos itens não
correntes, do CCL e do capital de giro próprio (CGP), foram montadas duas
demonstrações, apresentadas a seguir, denominadas: Demonstração do Capital de Giro
(DCG) e Demonstração da Movimentação do Capital de Giro (DMCG).

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5.4.3. COMENTARIOS SOBRE A GESTÃO DE CAIXA –EXEMPLO

Pelo DESC:
Os pagamentos totalizaram R$ 8.960, dos quais 69% referem-se a fornecedores (6.185).
Sem computar os financiamentos de longo prazo de R$ 160, os recursos seriam
insuficientes (déficit de R$40), porem seriam cobertos pelo saldo inicial de R$ 100.

Pelo DFLC:
O resultado do exercício foi um prejuízo de R$500, porem ajustado pelas despesas não
desembolsáveis (depreciação), provocou uma geração bruta de caixa de R$100.

A NCG reduziu-se em R$285 (13,6% em relação ao ano X0) propiciando um aumento


de caixa e uma geração operacional de caixa de R$ 385 (R$ 285 + R$ 100). Embora os
valores a receber decorrentes das vendas a prazo aumentaram em R$ 230, foram
compensados pela redução nos estoques de R$ 215 e pelo aumento de financiamentos
pelos fornecedores de R$300.

Com a geração operacional de caixa seria possível amortizar 96% dos empréstimos de
curto prazo de R$ 400, ou financiar 97% dos investimentos líquido em ativos
permanentes de R$ 395 (necessidades menos os aportes de capital pelos proprietários
diminuídos dos dividendos pagos).

Optou-se em amortizar R$ 30 dos empréstimos de curto prazo e o restante (R$ 355)


financiar 9O0/0 dos investimentos líquidos, não sobrando recursos para amortizar os
financiamentos de longo prazo de R$ 500. Estes foram incrementados em R$ 160,
desnecessários, uma vez que o saldo inicial de caixa de R$ 100 seria possível cobrir o
déficit de R$40 (geração corrente de caixa de R$355 menos os investimentos líquidos
de R$395) e resultar R$60 de saldo final.

Com os financiamentos a longo de R$ 160, a geração liquida de caixa foi de R$ 120


(R$160 -R$ 40 de déficit), elevando-se o saldo final de caixa para R$ 220 (inicial de R$
100 + R$ 120).

Pela DCG e DMCG:


Como houve redução da NCG (R$285), não foi necessário ampliar o seu financiamento
com recursos permanentes (próprio mais de longo prazo). Ao contrario, eles se
reduziram em R$135 (redução do C.C.L.), redução essa aumentada para R$165 com a
amortização de R$ 30 de empréstimos de curto prazo. A soma da redução do CCL com
a amortização do empréstimo de curto prazo diminuiu as disponibilidades financeiras,
aumentadas pela redução da NCG.

A causa principal da diminuição dos financiamentos permanentes foi o prejuízo do


exercício de R$500, agravado pelo pagamento de R$200 de dividendos e amenizada
com o ingresso de R$ 150 de capital próprio, resultando numa redução do patrimônio
líquido de R$ 550.

Essa redução foi compensada pelo decréscimo do ativo permanente em função da


depreciação ter sido maior que a aquisição de novos ativos (R$ 600 - R$ 345 = R$ 255),
representado prejuízo econômico e não financeiro, e pelo financiamento de longo prazo
de R$160.

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Assim, a variação do saldo de tesouraria foi de R$ 120 (R$ 285 de redução da NCG
menos R$165 de redução do financiamento permanente).

5.4.4. CONFRONTO ENTRE DOAR E DFLC

Inicialmente a DOAR é reproduzida em linguagem compatível com a DFLC, a fim de


compará-las entre si: colocando-as lado a lado pode-se verificar as diferenças entre elas
e que, como a DFLC compreende todos os dados da DOAR mais a variação da NCG e
empréstimos de curto prazo, ela e mais completa.

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5.5. EXERCÍCIO: DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, CAPITAL DE GIRO


E FLUXO DE CAIXA

A seguir estão relacionadas as contas patrimoniais e respectivos saldos finais em 31 de


dezembro dos anos 1 e 2, referentes a uma empresa comercial.

Durante o ano 2 ocorreram os seguintes fatos:


a) as vendas brutas totalizaram R$ 6.500, as devoluções e descontos de vendas R$ 200
e os impostos sobre vendas R$1.300 (ICMS, PIS e COFINS)
b) o custo das mercadorias vendidas (CMV) foi de R$ 3.000, incidindo sobre as
compras 19% de IPI e 7% de ICMS
c) as despesas operacionais totais foram de R$ 1.580, compreendendo as comerciais e
administrativas = R$ 1.420 (incluindo R$ 100 de depreciação) e as financeiras =
R$160;
d) no inicio do ano foi vendido por R$ 80, a vista, um ativo imobilizado contabilizado
no valor de R$ 125 e com depreciação acumulada = R$25;
e) os impostos sobre a renda correspondem a 40% do lucro antes do imposto de renda;
f) o aumento de capital foi de R$200, sendo R$ 150 integralizados em dinheiro e R$
50 com lucros acumulados;
g) as reservas de lucros constituídas no final do ano foram de R$ 30 e os dividendos a
serem distribuídos no valor de R$ 180.

I - Com base nos dados fornecidos, elaborar as demonstrações financeiras: Balanço


Patrimonial dos Anos 1 e 2, Demonstração do Resultado do Ano 2, Demonstração das
Mutações do Patrimônio Liquido do Ano 2, e Demonstração das Origens e Aplicações
de Recursos do Ano 2.

II - Analisar a situação da empresa quanto ao capital de giro; calcular a NCG em dias de


vendas e elaborar o gráfico do "efeito tesoura", considerando, também, os seguintes
dados:
a) para o Ano 0 : CCL = R$230, NCG = R$180, e SD = R$50
b) para o Ano 1 : vendas brutas menos devoluções e descontos = R$ 5.000; total de
impostos a pagar = R$ 960; CMV = R$2.400; compras = R$ 2.700; despesas
administrativas e comerciais (sem depreciação) = R$ 1.000; e dividendos a distribuir =
R$80

III - Elaborar as demonstrações do fluxo de caixa (DESC e DFLC) do Ano 2, bem como
da demonstração do Capital de Giro - DCG e Demonstração da Movimentação do
Capital de Giro - DMCG, e analisar os resultados

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6. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

A analise do ponto de equilíbrio possibilita verificar as alterações no lucro provocadas


por variações nas receitas, custos e despesas.

Contabilmente, o ponto de equilíbrio e o volume de vendas onde o lucro será zero.


Acima do ponto de equilíbrio o volume de vendas proporciona lucros crescentes e
abaixo prejuízos cada vez maiores.

6.1. ELEMENTOS ENVOLVIDOS

Os elementos envolvidos na analise do ponto de equilíbrio são:


a) quantidades vendidas e respectivos preços
b) custos e despesas fixas e variáveis.

6.1.1. VOLUME DE PRODUÇÃO E VENDAS

O ponto de equilíbrio, conhecido por analise das relações custo-volume-lucro, não leva
em conta a formação de estoques, pressupondo que toda a produção é vendida no
período.

6.1.2. CONCEITO DE VARIABILIDADE DE CUSTOS/DESPESAS

De acordo com o conceito de variabilidade, os custos/despesas podem ser classificados


em: fixos, variáveis e semi-variáveis.

Fixos: permanecem constantes dentro de certo intervalo de tempo (mês),


independentemente das variações no volume de produção e vendas. Exemplo: alugueis,
salários e encargos de modo geral, materiais de escritório, iluminação, depreciação, etc.

Variáveis: aumentam e diminuem diretamente proporcional as alterações no volume de


produção e vendas. Exemplo: matérias-primas, mão-de-obra direta, comissões de
vendas, energia industrial, impostos sobre vendas, custo de mercadorias vendidas, etc.

Semi-variáveis: não são fixos porque variam, porem não são variáveis por não variarem
na mesma proporção. Contem uma parte fixa e outra variável, que devem ser separadas
e incluídas nas categorias anteriores, para efeito de analise do ponto de equilíbrio.
Exemplo: salário de vendedores, energia da fabrica, etc.

6.2. DRE CONFORME CUSTEIO DIRETO OU MARGINAL

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A diferença entre o preço de venda (p) e o custo/despesa variável unitário (v) e


denominada lucro marginal unitário ou margem de contribuição unitária (LMU).

6.3. TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO

A analise do ponto de equilíbrio pode ser efetuada em relação ao lucro operacional


(LAJI) ou ao lucro antes do imposto de renda (LAIR), obtendo-se respectivamente os
pontos de equilíbrio operacional e contábil (total).

Ponto de equilíbrio operacional (PEO): corresponde a quantidade de vendas (q) que


proporciona um LAJI igual a zero, ou seja, em que as receitas totais se igualam as
despesas operacionais, excluindo as despesas financeiras. Assim:

Como , onde

O PEO pode ser calculado em valor de vendas, substituindo-se o lucro marginal unitário
(LMU) pela lucratividade marginal (% do lucro marginal em relação ao valor de
vendas), e multiplicando-se por "p" os 2 membros da igualdade: , temos:

, onde

Ponto de equilíbrio contábil ou total (PEC): corresponde a quantidade de vendas (q)


que proporciona um LAIR igual a zero, ou seja, em que as receitas totais se igualam as
despesas totais, incluindo as operacionais e as financeiras. Assim, e considerando DFO
+ DFF = DFT

Como , onde

O PEC pode ser calculado em valor de vendas, substituindo-se o lucro marginal unitário
(LMU) pela lucratividade marginal (% do lucro marginal em relação ao valor de
vendas). Multiplicando-se por "p" os 2 membros da igualdade: ,temos:

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onde

EXEMPLO: Uma empresa vende um produto por R$100. Os custos/despesas variáveis


por unidade são de R$60, as despesas fixas operacionais = R$8.000 e as despesas
financeiras = R$2.000. Calcular o PEO e PEC

6.3.1. PONTOS DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO E FINANCEIRO

Considerando o retorno do capital próprio desejado pelos proprietários, as empresas


devem operar com lucro, necessitando atingir um determinado nível de vendas, que
corresponde ao ponto de equilíbrio econômico.

Ponto de equilíbrio econômico (PEE): corresponde a quantidade ou valor de vendas


que proporciona um determinado lucro (LAIR) desejado, ou seja, em que as receitas
totais são iguais as despesas totais mais o lucro desejado. Assim:

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Como , onde

Analogamente, , onde

EXEMPLO: Considerando o exemplo anterior e um lucro liquido desejado de R$1.320,


calcular o PEE (Imposto de renda = 40%)

Outros pontos de equilíbrio, denominados financeiros, podem ser calculados:

Ponto de equilíbrio financeiro parcial (PEFP): corresponde à quantidade ou valor de


vendas em que as receitas totais são iguais as despesas desembolsáveis totais. Assim, de
forma análoga aos cálculos anteriores temos:

, onde

Ponto de equilíbrio financeiro total (PEFT): idem ao anterior, porém somando as


despesas desembolsáveis totais as amortizações de empréstimos. Portanto:

, onde

EXEMPLO: Considerando o exemplo anterior, alem de despesas não desembolsáveis de


R$1.600 (depreciação) e amortização de empréstimos de R$2.400, calcular os pontos de
equilíbrio financeiros.

6.4. PONTOS DE EQULÍBRIO COM DIVERSOS PRODUTOS

A determinação dos pontos de equilíbrio somente será valida se:

a) todos os produtos possuem lucros marginais unitários iguais; ou


b) todos os produtos possuem a mesma lucratividade marginal; ou
c) a participação de cada produto nas vendas totais permanece constante.

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Situação a: Se os produtos apresentarem o mesmo lucro marginal unitário, o cálculo do


ponto de equilíbrio poderá ser efetuado como se fosse um 6nico produto.

EXEMPLO: Dois produtos, A e B, possuem o mesmo lucro marginal unitário = R$10.


As despesas fixas totais são iguais a R$10.000.

Qualquer composição de vendas que resulte em 1.000 unidades representa o ponto de


equilíbrio, uma vez que os lucros marginais unitários são iguais.

Situação b: Se os produtos apresentarem lucros marginais unitários diferentes, mas


taxas de lucratividade marginal iguais, o ponto de equilíbrio poderá será calculado, em
valor de vendas, como se fosse um único produto.

EXEMPLO: Dois produtos, A e B, possuem lucratividade marginal = 40%. As despesas


fixas totais são iguais a R$10.000.

Qualquer composição de vendas que resulte em R$ 25.000 representa o ponto de


equilíbrio, uma vez que as lucratividades marginais são iguais.

Situação c: Se os produtos apresentarem lucros marginais unitários e lucratividades


marginais diferentes, o ponto de equilíbrio poderá será calculado, em quantidade ou em
valor de vendas, considerando o lucro marginal unitário ou a lucratividade marginal
médios ponderados. Portanto esse cálculo só será valido se a participação de cada
produto nas vendas totais for constante.

EXEMPLO: Dois produtos, A e B, possuem lucros marginais unitários = R$7 e R$9,


respectivamente, sendo vendidos na proporção de 1 para 2, ao mesmo preço de venda
unitário de R$20 . As despesas fixas totais são iguais a R$13.800.

Ou

Qualquer alteração na composição de vendas entre A e B modifica o ponto de


equilíbrio. Supondo uma participação nas vendas de 50% de cada produto, o ponto de
equilíbrio se modifica para:

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Ou

6.5. HIPOTESES BASICAS PARA ANALISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

A análise do ponto de equilíbrio somente e valida considerando as seguintes hipóteses:


a) o preço de venda não se altera com modificações no volume de vendas;
b) o nível geral de preços permanece constante;
c) o conceito de variabilidade dos custos e despesas é valido;
d) a eficiência e a produtividade permanecem constantes;
e) ha um intervalo relevante de validade da analise, fora do qual os custos e despesas se
alteram.

6.6. MARGEM DE SEGURANCA (MS)

A margem de segurança corresponde a redução nas vendas reais para atingir o ponto de
equilíbrio contábil. Embora possa ser medida pela diferença, em quantidades ou em
valor, entre as vendas reais e as vendas no ponto de equilíbrio, normalmente e calculada
em percentual, que representa a redução máxima nas vendas para não se operar com
prejuízo.

EXEMPLO: Uma empresa vende mensalmente 500 unidades a R$20 cada uma, com
uma lucratividade marginal de 45%. As despesas fixas totais são iguais a R$3.600.
Calcular a margem de segurança.

Portanto uma redução nas vendas de R$2.000, ou de 100 unidades ou de 20% faz com
que a empresa atinja o ponto de equilíbrio. Uma redução superior implicara em
prejuízo.

Observação: o conceito e calculo da margem de segurança podem ser utilizados para


todos os pontos de equilíbrio abordados.

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6.7. EXERCÍCIOS

1. Uma empresa vende um produto por R$70 a unidade, sendo as despesas variáveis
por unidade iguais a R$40 e as despesas fixas totais R$24.000 por mês, das quais
R$3.000 são despesas financeiras. Calcular os pontos de equilíbrio operacional e
contábil ou total.
2. As vendas mensais de uma empresa são de R$15.000 e as despesas fixas totais de
R$4.200. As mercadorias são vendidas por R$ 50 cada, com uma lucratividade marginal
de 35%. Pede-se:
a) Calculo e gráfico do ponto de equilíbrio contábil em valor e em quantidade;
b) Se as vendas fossem de R$ 18.000 mensais, qua1 deveria ser a lucratividade
marginal para obter lucro líquido = R$936?(Imposto de renda = 40%)

3. O gráfico representa o ponto de equilíbrio de uma empresa que vende 500 unidades
por mês a R$60 cada uma, cujas despesas variáveis são de R$40 reais por unidade e as
despesas fixas totais de R$8.000 mensais. Pede-se:

a) Calcular o ponto de equilíbrio contábil e indicá-lo no gráfico;


b) Calcular o LAIR e assinalar o segmento que o representa no gráfico;
c) Calcular a MS e assinalar no gráfico os segmentos que a representam.

4. Uma empresa apresenta os seguintes dados mensais: vendas = 2.000 un. a R$50
cada; despesas variáveis = R$35 cada; despesas fixas totais = R$24.000, sendo
R$20.400 administrativas e comerciais, e R$3.600 financeiras. As despesas
administrativas e comerciais incluem R$6.000 de depreciação. Amortização de
empréstimos = R$3.000, e imposto de renda = 40%. Pede-se:
a) Calcular os pontos de equilíbrio operacional e contábil e representá-los graficamente;
b) Calcular os pontos de equilíbrio financeiros;
c) Qual o volume de vendas que permitiria um lucro liquido = R$4.140.
5. Um produto e vendido por R$160 a unidade, com lucratividade marginal de 37,5%.
As despesas fixas totais são iguais a R$60.000 e o lucro líquido desejado e de R$ 3.600,
considerando o imposto de renda de 40%. Pede-se:
a) O volume de vendas para obter o lucro desejado.
b) Supondo que as vendas mensais atinjam apenas 1.000 unidades, qua1 a redução nas
despesas fixas totais para se obter o lucro desejado?
c) Supondo manter as mesmas despesas fixas totais, qua1 a lucratividade marginal que
possibilitaria obter o lucro desejado vendendo 1.000 unidades?
6. Uma empresa vende 3 produtos (A, B e C) por R$ 30, R$ 40 e R$ 20 cada um,
respectivamente. As despesas fixas totais são de R$ 15.300 e as lucratividades
marginais de: A = 30%; B = 35% e C = 40%. As vendas, em quantidade, são
constituídas, em media, de 40% de A, 30% de B e 30% de C. Pede-se:
a) Calcular o ponto de equilíbrio contábil em quantidade e em valor;
b) Recalcular o ponto de equilíbrio contábil, caso as participações nas vendas fossem:
A= 30%; B = 30% e C = 40%
c) Recalcular o ponto de equilíbrio contábil, caso as participações nas vendas fossem:
A= 30%; B = 40% e C = 30%.

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7. ANALISE DA ALAVANCAGEM

Alterações nos níveis de receitas provocam nos resultados das empresas modificações
relevantes, em função da estrutura de despesas existentes, especificamente, das despesas
fixas. Aumento nas receitas ocasiona uma elevação, proporcionalmente maior nos
resultados, assim como o inverso ocorrera, se houver uma redução nas vendas.

Analogamente, o retorno do capital próprio pode ser aumentado, ou diminuído, em


função do custo e volume do capital de terceiros oneroso (empréstimos e
financiamentos) utilizado pela empresa. Custos inferiores ao retorno propiciado pela
empresa (sem considerar o uso de capitais de terceiros onerosos) elevam o retorno dos
proprietários, assim como custos superiores o reduzem. O grau de alteração no retorno
dos proprietários será proporcional ao volume de capital de terceiros oneroso aplicado
na empresa.

Ao estudo desses efeitos denominamos, genericamente, de alavancagem, e


especificamente, de acordo com o objeto de analise, de alavancagem sobre os resultados
e alavancagem sobre o retomo do capital próprio.

7.1. ALAVANCAGEM SOBRE OS RESULTADOS

A analise da alavancagem sobre os resultados se baseia na mesma relação entre as


despesas e o volume de vendas, abordada na analise do ponto de equilíbrio, valendo,
portanto, as observações e limitações.

A alavancagem sobre os resultados ocorre em função da maior ou menor absorção das


despesas fixas pelo volume de vendas, resultando, respectivamente, em aumentos ou
diminuições, proporcionalmente maiores nos lucros.

Considerando a separação das despesas fixas operacionais das despesas financeiras, que
decorrem do uso ou não de empréstimos e financiamentos, a analise desta alavancagem
se processa em três estágios, com as seguintes denominações: alavancagem operacional,
alavancagem financeira e alavancagem combinada.

7.1.1. ALAVANCAGEM OPERACIONAL

A alavancagem operacional considera apenas as despesas fixas operacionais, que


constituem o apoio da alavanca, sobre a qua1 incide a força exercida pela alteração nas
receitas, resultando no acréscimo ou decréscimo no lucro operacional (LAJI = lucro
antes dos juros e do imposto de renda).

Os efeitos da alavancagem operacional, portanto, resultam da existência das despesas


operacionais fixas, que permanecem constantes dentro de certos intervalos de variação
das vendas. Um aumento nas vendas propiciam maior diluição das despesas fixas, e,
conseqüentemente, aumento, em maiores proporções, no LAJI. No caso inverso, uma
redução nas vendas propiciara reduções maiores no LAJI, que transformara em prejuízo
se a redução nas vendas ultrapassarem o ponto de equilíbrio operacional (PEO)

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Grau de alavancagem operacional (GAO): mede os efeitos provocados sobre o LAJI


por variações nas vendas, tendo como base um nível especifico de vendas. Pode ser
calculado pelas seguintes formulas:

ou

ou ainda

Onde: q = quantidade de vendas


p = preço unitário de vendas
v = despesa variável unitária
DFO = despesas fixas operacionais

Risco do negocio: esta re\acionado com as alterações do LAJI, uma vez que qualquer
variação positiva ou negativa nas vendas provocara um acréscimo ou decréscimo GAO
vezes no LAJI. No caso de decréscimo, o lucro marginal poderá ser insuficiente para
cobrir as despesas fixas operacionais, comprometendo a rentabilidade e a liquidez da
empresa. Quanto maior o GAO, maior o risco do negocio, pois a empresa estaria
operando próximo do ponto de equilíbrio operacional (PEO).

7.1.2. ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Os empréstimos e financiamentos contraídos pela empresa ocasionam, periodicamente,


de acordo com o regime de competência, despesas financeiras, que são fixas, pois
dependem da composição das fontes de financiamento e não do nível de produção
vendas.

A ocorrência de despesas financeiras fixas faz com que as alterações do LAJI


correspondam variações, proporcionalmente, maiores no LAIR (lucro antes do imposto
de renda), e, conseqüentemente, no LL (lucro liquido), uma vez que o IR (imposto de
renda) é função (%) do LAIR.

Assim, alavancagem financeira pode ser definida como a capacidade de utilização das
despesas financeiras fixas para maximizar os efeitos das variações do LAJI no LAIR ou
no lucro liquido. Se o LAJI aumentar o LAIR e o LL aumentarão mais ainda, porém se
o LAJI diminuir, a redução no resultado serão mais acentuadas, podendo transformar o
lucro liquido em prejuízo.

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Grau de alavancagem financeira (GAF): mede os efeitos provocados sobre o LAIR e


o lucro liquido pelas variações ocorridas no LAJI, sendo este o ponto de referência para
o cálculo das variações, considerando um nível especifico de vendas associado as
despesas operacionais. Pode ser calculado pelas seguintes formulas:

Ou

Risco financeiro: esta relacionado com a incapacidade do LAJI cobrir as despesas


financeiras. Um GAF próximo a 1 indica pouca influencia das despesas financeiras na
apuração do LAIR e do LL. Um GAF elevado indica a ocorrência de despesas
financeiras expressivas, implicando em maior risco financeiro para a empresa. No caso
do LAJI diminuir, em função de redução nas vendas, alem do resultado poder se
converter em prejuízo, a liquidez poderá ficar comprometida, pois os recursos gerados
pelas operações da empresa não serão suficientes para pagar os compromissos
assumidos.

7.1.3. ALAVANCAGEM COMBINADA

Todas as empresas estão sujeitas a alavancagem operacional em função de incorrerem


em despesas operacionais fixas, e quase todas, por apresentarem despesas financeiras,
não estão imunes a alavancagem financeira. Assim sendo, na pratica as empresas estão
sujeitas aos efeitos conjugados dessas alavancagens, denominadas de alavancagem
combinada ou total.

A alavancagem combinada pode ser interpretada como a capacidade de utilização das


despesas fixas totais – operacionais e financeiras – para maximizar o efeito das
variações nas vendas sobre o LAIR e o lucro liquido.

Grau de alavancagem combinada (GAC): mede os efeitos das despesas fixas totais
sobre o LAIR e o lucro liquido, por variações nas vendas. Pode ser calculado pelas
seguintes fórmulas:

Ou

Ou

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7.1.4. EXEMPLO DE ANALISE DA ALAVANCAGEM SOBRE OS


RESULTADOS

O aumento de 10% no volume de vendas provocou um aumento no LAJI de 40% ou


seja, 10% x 4 (GAO). O LAJI aumentando em 40% ocasionou um aumento no LAIR e
no LL de 60%, ou seja, 40% x 1,5 (GAF). Combinando os efeitos, o aumento de 10%
nas vendas refletiu em um aumento de 60% no LAIR e no LL, ou seja, 10% x 6 (GAC).

Considerando a redução no volume de vendas de l0%, verifica-se os efeitos contrários.


O LAJI sofreu um decréscimo de 40%, ou seja (-10%) x 4 (GAO), e o LAIR e o LL de
60%, ou seja (-40%) x 1,5 (GAF) ou, combinando os efeitos, (-10%) x 6 (GAC).

Com base nesses graus de alavancagem, uma redução nas vendas de 16,67%
provocariam no LAJI um decréscimo de 66,7%, ou seja, (-16,67%) x 4 (GAO), e no
LAIR e no LL de 100%, ou seja, (-66,7%) x 1,5 (GAF) ou, combinando os efeitos, (-
16,67%) x 6 (GAC). Uma redução nas vendas superior a 16,67% provocara prejuízo
liquido.

7.1.5. EXERCÍCIOS

1. Uma empresa vende mensalmente 900 unidades a $10 cada uma, com urna
lucratividade marginal de 40%. As despesas fixas operacionais são de $ 2.160
por mês, e as financeiras de $540. Supondo o imposto de renda = 40%, pede-se:
a- Calcular os graus de alavancagem e explicar o significado de cada um;
b- O impacto nos resultados provocados por um aumento no volume de vendas de
15%;
c- Idem, por uma redução no volume de vendas de 25%.

2. A DRE de uma empresa comercial apresenta os seguintes dados mensais: vendas


liquidas = $80.000; CMV = $38.000; despesas operacionais (sem as financeiras)
= $30.000, sendo $6.000 variáveis e $24.000 fixas; despesas financeiras =
$4.800; e imposto de renda = 40%. Pede-se:
a- Calcular os graus de alavancagem e explicar os efeitos nos resultados no caso da
redução de 20% no volume vendas.

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b- Caso as vendas mensais se estabilizem em $70.000, qua1 a redução nas despesas


operacionais fixas e nas despesas financeiras, para que a empresa mantenha os
mesmos graus de alavancagem anteriores.

7.2. ALAVANCAGEM FINANCEIRA SOBRE O RETORNO DO CAPITAL


PRÓPRIO

Uma outra forma de alavancagem pode ser calculada, no sentido de permitir a avaliação
dos elementos que interferem na composição da taxa de retorno dos recursos investidos
pelos proprietários, denominada alavancagem financeira sobre o retorno do capital
próprio.

A partir da taxa de retorno dos recursos investidos nos ativos, da taxa de custo dos
passivos onerosos e da taxa de retorno do capital próprio, pode-se avaliar com que
eficácia foram utilizados os recursos aplicados nos ativos, quanto custaram os recursos
oriundos de empréstimos e financiamentos, e se os proprietários foram ou não
beneficiados.

Grau de alavancagem financeira (GAF): mede o efeito da utilização de capitais de


terceiros onerosos sobre o retorno do capital pr6prio. Pode ser calculado pelas seguintes
formulas:

Onde:

Ou

onde: RAT = retorno sobre o ativo total


CPO = custo passivo oneroso
PO = passivo oneroso
PL = patrimônio liquido

O CPO é calculado pelo quociente entre as despesas financeiras liquidas (despesas


financeiras menos a respectiva redução do imposto de renda) e o passivo oneroso.

DFinL = Despesas financeiras (1 - taxa do imposto de renda)


Se o GAF = 1, não houve alteração no retorno sobre o capital próprio
Se o GAF >1, o uso de empréstimos e financiamentos propiciou um ganho, aumentando
o retorno sobre o capital próprio, por apresentar um custo menor que o retorno
proporcionado pelos ativos.

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Se o GAF <1, o uso de empréstimos e financiamentos acarretou uma perda, diminuindo


o retorno sobre o capital próprio, por apresentar um custo maior que o retorno
proporcionado pelos ativos.

Exemplo simplificado: supor três situações distintas de resultados, em função do custo


do capital de terceiros oneroso, comparadas com uma situação base em que todo capital
e próprio (sem capital de 3° oneroso), e considerando a estrutura de capitais da empresa
constituída de $1.000 de capital próprio e $1.000 de passivo oneroso (capita1 de
terceiros oneroso). A soma dos dois capitais resulta no ativo total (AT) = $2.000.

Situação 1: como o CPO (6%) foi menor que o RAT (12%), o retomo do capital próprio
foi multiplicado por 1,5 (GAF), passando de 12% (sem cap. de 3º oneroso) para 18%.
Situação2: como o CPO (12%)foi igual ao RAT (12%), o retomo do capital próprio não
se alterou.
Situação3: como o CPO (18%) foi maior que o RAT (12%), o retorno do capital
próprio foi reduzido para a metade (GAF = 0,5), passando de 12%(sem cap. de 3°
oneroso) para 6%.

Observação: à medida que se utiliza mais ou menos capital de terceiros onerosos, o grau
de alteração no retorno do capital próprio (situações 1 e 3) aumenta ou diminui,
respectivamente.

7.2.1. RECLASSIFICAÇÕES E AJUSTES

Para se processar uma analise da alavancagem financeira mais realística, deve-se


inicialmente refinar os dados apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do
resultado do exercício, para, em seguida, se calcular corretamente as taxas de retorno e
do custo do passivo oneroso.

Reclassificação das contas patrimoniais

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a- O saldo das duplicatas descontadas deve ser agregado aos empréstimos e


financiamentos, formando o valor total do passivo oneroso causador das
despesas financeiras;
b- O valor médio mantido como reciprocidade bancaria deve ser deduzido das
disponibilidades e dos passivos onerosos, a fim de eliminar parcela ociosa do
ativo, e reduzir o saldo do passivo oneroso para o cálculo mais realista de seu
custo.
c- Os passivos não onerosos devem ser subtraídos dos ativos circulantes, pois
normalmente, constituem fontes de financiamento de curto prazo do capital de
giro.

Separação do cálculo do imposto de renda

a- Inicialmente o imposto de renda deve ser calculado sobre o lucro operacional


(sem despesas financeiras), e dele subtraído, para se obter o lucro liquido gerado
pelas atividades da empresa (LL s/ DF), mediante o uso de seus ativos, como se
não houvesse capital de terceiros oneroso. Esse lucro liquido será utilizado no
calculo do RAT.
b- As despesas financeiras, por serem dedutíveis, provocam redução do imposto de
renda que seria devido caso elas não ocorressem. Assim, o valor do custo do
passivo oneroso será o valor das despesas financeiras subtraído do respectivo
imposto de renda (DFinL)
c- O lucro liquido (LL) que ira remunerar o patrimônio liquido (RPL) será o
calculado computando-se as despesas financeiras ocorridas em decorrência do
uso de passivo oneroso.

Ajustes nos saldos patrimoniais iniciais

Os saldos iniciais do ativo total (AT), do passivo oneroso (PO) e do patrimônio liquido
(PL) devem ser ajustados a fim de se obter os valores corretos a serem relacionados com
o LLs/DF, DFinL e LL.

Para tanto, é necessário computar as alterações ocorridas nos referidos saldos


patrimoniais, ponderando esses valores pelo tempo de permanência durante o período
considerado, a saber:

a- O passivo oneroso (PO) será acrescido por novos empréstimos e financiamentos


e subtraídos pelas amortizações. Os juros a pagar incorporados ao passivo
devem ser desconsiderados, a fim de não deturpar os cálculos.
b- O patrimônio liquido (PL) será acrescido por integralizações de capital e
subtraído pela distribuição de dividendos intermediários. Não devem ser
consideradas as alterações decorrentes do resultado do exercício.
c- O ativo total (AT) reflete as alterações no passivo oneroso e no patrimônio
liquido mencionados (AT=PO+PL).

7.2.2. CALCULO DAS RELAÇÕES ENVOLVIDAS NA ANALISE

Após as devidas reclassificações e ajustes efetuam-se os cálculos a seguir apresentados:

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Grau de alavancagem financeira (GAF): baseado nas considerações efetuadas, passa a


ser calculado pelas seguintes formulas, devidamente ajustadas:

Onde

Ou

7.2.3. EXEMPLO AMPLIADO DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Observações:
a) os empréstimos bancários foram contraídos no meio do ano 2;
b) os financiamentos de longo prazo foram obtidos no inicio do ano 2;
c) no ano 1 não ocorreram integralizações de capital e nem pagamento de
dividendos extras,
d) no inicio do ano 2 ocorreu um aumento de capital de $1.000, em dinheiro.

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AJUSTES DOS SALDOS INICIAIS


Passivo oneroso ajustado:
ANO1 = $2.000 + $600 = $2.600 (manutenção dos empréstimos e financiamentos)
ANO2 = $2.600 + $1.500 x 0.50 (contraído no meio do ano) + $2.000 (inicio do ano) =
$5.350

Patrimônio liquido ajustado:


ANO1 = $5.000 (não houve integralizações e nem dividendos extras)
ANO2 = $6.000 + $1.000 (integralização de capital no inicio do ano) = $7.000

Ativo total ajustado:


ANO1 = $2.600 (POA) + $5.000 (PLA) = $7.600
ANO2 = $5.350 (POA) + $7.000 (PLA) = $12.350

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7.3. EXERCÍCIO SOBRE O PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM

3 –INFORMAÇÕES ADICIONAIS
a- Os empréstimos e financiamentos foram contraídos no inicio de abril do ano 2.
b- No meio do ano 2 os proprietários integralizaram $4.000 de capital
c- Os custos variáveis de produção correspondem a 35% do valor de venda liquida, e os
custos fixos anuais totalizam $12.300.
d- As despesas operacionais incluem: financeiras de $4.000, variáveis de $2.100 e fixas de
$5.400
e- IPI = 20%; ICMS + PIS + CONFINS = 16%
PEDE-SE:
a) Calcular os pontos de equilíbrio: operacional, contábil ou global e econômico
(lucro liquido desejado = $3.000) e representá-los graficamente
b) Calcular os graus de alavancagem sobre os resultados e utilizá-los para explicar
os efeitos de uma redução nas vendas de 15%.
c) Analisar o impacto na rentabilidade, provocado pelo uso do capital de terceiros
oneroso, utilizando os cálculos de alavancagem financeira sobre o retomo do
capital próprio.

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8. CUSTO DE CAPITAL

Os investimentos em ativos fixos (permanentes) devem ser financiados com recursos


permanentes que integram a estrutura de capital da empresa, formada por:

• Empréstimos a longo prazo;


• Colocação de ações no mercado;
• Lucros não distribuídos aos acionistas;

O custo de capital corresponde a media ponderada das taxas de custo das diversas fontes
de financiamento a longo prazo que integram a estrutura de capital da empresa.

O custo de capital e usado para selecionar investimentos de capital que aumentem o


valor do acionista. E a taxa de retorno que uma empresa deve obter sobre seus projetos
de investimentos para manter o valor de mercado de suas ações. Ele também pode ser
considerado como a taxa a de retorno exigida pelos fornecedores de capital do mercado.

8.1. CUSTO DOS EMPRESTIMOS A LONGO PRAZO - DEBENTURES

Vamos supor a emissão de certa quantidade de debêntures, a serem resgatados em 5


anos, envolvendo os seguintes valores unitários:

O deságio é conseqüência da imposição do mercado que considerou insuficientes os


12,6% anuais de juros. Ao aplicar $900 e não $1.000, os juros passaram a representar,
para os aplicadores, 14% a.a. ($126 + $900).

O custo anual da emissão para a empresa corresponderá a taxa de desconto que aplicada
ao fluxo de pagamentos anuais de juros, incluindo o valor de resgate de $ 1.000 no final
do 5° ano, resultara no valor atual de 840 (valor efetivamente recebido pela empresa).

Como as despesas financeiras são dedutíveis do imposto de renda, devemos multiplicar


os 19,61% por (1 - ir), onde ir corresponde a alíquota do imposto de renda incidente
sobre o lucro tributável. Se ir = 40%, o custo liquido será igual a 19,61%x (1 -0,40) =
11,766% a.a.

8.2. CUSTO DAS AÇÕES PREFERENCIAIS

As ações preferenciais poderão ter direito apenas a um dividendo fixo anual, sem
nenhuma outra participação sobre o lucro remanescente que pertencera aos acionistas
ordinários. Não ha incidência do imposto de renda, pois os dividendos saem do lucro
liquido.

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Valor de colocação da ação preferencial no mercado = $1000


(-) Despesas com o lançamento das ações (6% de $1.000) = $ 60
Valor liquido recebido pela empresa ($ 1.000 -$60) = $ 940
Dividendo preferencial fixo por ação (I3% de $1.000) =$ 130
Custo anual das ações preferenciais ( $130 + $940) 13,83%

O custo da ação preferencial e o quociente entre o dividendo da ago preferencial e o


valor liquido recebido pela empresa pela colocação das ações preferenciais. O valor
liquido representa o valor de lançamento menos as despesas correspondentes.

8.3. CUSTO DAS AÇÕES ORDINARIAS

Baseia-se nas seguintes suposições:

1. O valor da aq3o no mercado corresponde ao valor atual dos seus dividendos


futuros que deverão ser pagos por um período de tempo ilimitado.
2. A taxa de crescimento dos lucros e dividendos será constante, num período de
tempo infinito.
3. A taxa de desconto utilizada para calcular o valor atual dos dividendos futuros
refletira o grau de risco a empresa pelos investidores.

O custo da ação ordinária e, normalmente, a taxa utilizada para descontar os dividendos


previstos, sendo função do retorno livre de risco, ajustada de acordo como o risco da
empresa.

Existem duas técnicas para medir o custo da ação ordinária:

1. O modelo de avaliação com crescimento constante nos lucros e dividendos


(Modelo de Gordon); e
2. O modelo de precificação de ativos financeiros, também conhecido como CAPM
(Capital Asset Pricing Model).

8.3.1. MODELO DE AVALIAÇÃO COM CRESCIMENTO CONSTANTE


(MODELO DE GORDON)

O modelo de Gordon baseia-se na premissa de que o valor de uma ação e igual ao valor
presente do fluxo de todos os dividendos futuros, os quais, se presume, crescem a uma
taxa constante, ao longo de um período de tempo infinito.

O modelo básico de avaliação de ações, que considera o crescimento zero dos


dividendos (dividendos constantes), tem como cálculo do valor da ação a seguinte
equação.

, onde

Po= valor da ação ordinária


Di = dividendo esperado no final do ano t
Ks= retorno exigido da ação (custo da ação)

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Como o modelo de crescimento zero presume dividendos constantes, a equação anterior


fica reduzida a:

, onde e, portanto

Com o crescimento constante dos dividendos a uma taxa g, o valor da ação ordinária
passa a ser calculado da seguinte forma:

Simplificando a equação e , onde:

Po= valor da ação ordinária


Dt = dividendo esperado no final do ano 1
ks= taxa de retorno exigida sobre a ação
g = taxa de crescimento constante dos dividendos

EXEMPLO: Calcular o custo da ação ordinária, sabendo-se que o valor de


mercado=$100, o dividendo previsto para o ano 1=$15; e a taxa de crescimento anual
verificada nos últimos anos = 3%.

8.3.2. MODELO DE PRECIFICACAO DE ATIVOS FINANCEIROS (CAPM)

O risco de ativos financeiros pode ser decomposto em dois elementos: risco


diversificável e risco não diversificável.

RISCO DIVERSIFICAVEL ou NAO SISTEMATICO: representa a parcela do risco


que pode ser eliminada pela diversificação. Decorre de eventos que afetam cada
empresa de maneira especifica, tais como greves, ações judiciais, alterações na
legislação, perda de clientes importantes, etc.

RISCO NAO DIVERSIFICAVEL OU SISTEMATICO: decorre de fatores que afetam


todas as empresas, tais como inflação, incidentes internacionais e eventos políticos.
Pode ser avaliado em relação ao risco de uma carteira diversificada de todos os ativos
financeiros, comumente chamada de carteira do mercado, ou simplesmente o mercado.

O modelo CAPM liga o risco sistemático de um ativo ao retorno de todos os ativos que
compõem a carteira de mercado. A medida do grau de conformidade de retorno de um
ativo com o retorno do mercado e dada pelo índice de risco não diversificável,
denominado COEFICIENTE BETA, que representa um índice do grau de alteração do
retorno de um ativo, em resposta a uma mudança no retorno do mercado.

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Pode-se calcular o coeficiente beta de um ativo analisando os seus retornos históricos


em relação aos retornos do mercado, baseado num amplo índice de todos os ativos com
risco. Como o índice global e de difícil mensuração, costuma-se utilizar o retorno médio
de uma amostra de ativos.

Estatisticamente, beta é a covariância do retorno de um titulo individual com o da


carteira que representa o mercado, dividida pela variância do retorno dessa carteira.

O modelo CAPM descreve o relacionamento entre a taxa exigida pelos investidores ou


custo da ação ordinária (ks) e os riscos não diversificáveis da empresa representados
pelo coeficiente beta, como segue:

ks = Rf + b. (km -Rf), onde :


ks = retorno exigido para o ativo (custo de ações ordinárias)
Rf = taxa de retorno exigido do ativo livre de risco, que geralmente é mensurada pelo
retorno sobre os títulos governamentais.
b = coeficiente beta
km =taxa media de retorno do mercado.

Dessa forma, pode-se distinguir duas partes: a taxa livre de risco = Rf e o prêmio de
risco = b(km -Rf). A diferença é chamada de prêmio de risco do mercado, que ajustado
com o beta correspondente resulta no premio de risco do ativo.

Como o coeficiente beta quantifica o grau de reação do ativo ao comportamento do


mercado, temos:

Beta = 2,0: a ação apresenta um risco sistemático maior do que o do mercado. Se o


mercado desvalorizar 10%, a ação desvalorizara o dobro da desvalorização do mercado.
O mesmo acontecera no caso de valorização.

Beta = 1,0: o comportamento da ação e igual ao do mercado.


Beta = 0,5: o risco sistemático da ação corresponde a metade daquele apresentado pela
ação. Valoriza ou desvaloriza menos que a carteira de mercado. (50%)

EXEMPLO: a empresa apresenta um coeficiente beta de 1,5; a taxa livre de risco e de


6% e a taxa media de retorno do mercado e de 14%. 0 custo da ação (retorno esperado)
será de:

O prêmio de risco do mercado e de 8%, ou seja, 14% -6% e o prêmio de risco da ação
de 12%, ou seja, 1,5 x 8% .

No caso de uma desvalorização do mercado de 10% teremos:


• redução do mercado de 14% para 12,6%, ou seja, de 1,4% (10% de 14%)
• custo da ação = ks = 6% x 1,5(12,6% -6%) = 6% + 9,9% → ks = 15,9%
• portanto, a redução da ação será de 18% para 15,9% , ou seja, de 2,1% (1,5 x
1,4%)

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8.4. CUSTO DE EMISSAO DE NOVAS AÇÕES ORDINARIAS

O modelo de GORDON permite computar diretamente o custo de colocação das novas


ações no mercado, constituído pelas comissões pagas a instituição financeira que
promove o lançamento, outras despesas e pela diferença entre a cotação atual e o preço
de lançamento, através da seguinte formula:

, onde:

kn = custo para a empresa da nova emissão


f = taxa de deságio e despesas
Dl = dividendo por ação esperado no ano 1
Po = preço corrente da ação
g = taxa anual de crescimento nos lucros e dividendos

EXEMPLO: o mesmo utilizado para ilustrar o modelo de Gordon, acrescentando a taxa


de deságio = 10% do preço corrente da ação e $7 de despesas e comissões.

8.5. CUSTO DE LUCROS RETIDOS

Os lucros retidos correspondem a parcela do lucro liquido que não foi distribuída. A
retenção de lucros e vista como uma aplicação dos recursos nas atividades da empresa a
uma taxa de retorno compatível com a de mercado, portanto, corresponde ao custo de
oportunidade suportado pelos acionistas.

Para a empresa a retenção corresponde a uma nova emissão de ações ordinárias


integralizada instantaneamente e sem nenhuma despesa de colocação. Assim, o custo
dos lucros retidos e igual ao custo das ações ordinárias já visto anteriormente (kr = ks)

8.6. CUSTO MEDIO PONDERADO DE CAPITAL ( CMePC)

O CMePC reflete o futuro custo médio esperado dos recursos da empresa, a longo
prazo. E encontrado ponderando-se o custo de cada tipo especifico de capital por sua
proporção na estrutura de capital da empresa, de tal forma que a soma dos pesos
corresponda a 1,0 ou a 100%, conforme exemplo a seguir:

CUSTO CUSTO
CAPITAIS PESOS (%)
ANUAL (%) PONDERADO (%)
Empréstimos a longo prazo
20 13 2,6
(debêntures)
Ações preferenciais 35 16 5,6
Ações ordinárias 30 18 5,4
Lucros retidos 15 18 2,7
100 16,3

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O custo de capital constitui uma função do montante de financiamento e da composição


das fontes dos recursos. Alterando o volume de financiamentos ou a proporção das
fontes, devem-se calcular as novas taxas especificas de custo e o novo custo médio
ponderado de capital.

8.7. EXERCICIOS

1. Uma empresa emitiu $500.000 de debêntures (valor nominal), a serem


resgatados em 5 anos, com um deságio na colocação de 6% e despesas com a
emissão de 8%. Os juros anuais estabelecidos foram de 10%. Calcular o custo
anual dos debêntures para a empresa antes e após o imposto de renda = 40%.

2. Com relação ao exercício 7.1, supondo que o custo máximo desejado dos
debêntures fosse de 7,5% a.a., após o imposto de renda, qua1 deveria ser a taxa
anual de juros estabelecida para remunerar os debenturistas?

3. Ações preferenciais, no montante de $200.000, foram colocadas no mercado


com dividendos estabelecidos em 13% a.a. As despesas com lançamento das
ações foram de $15.000. Calcular o custo anual das ações.

4. Calcular o custo da ação ordinária de uma empresa, considerando um valor de


mercado =$150, dividendo previsto para o primeiro ano de $21 e a taxa de
crescimento de 2% a.a.

5. Com base no exercício anterior (7.4) calcular o valor do dividendo previsto para
o 1° ano, caso se desejasse um custo da ao = 15% a.a.

6. Calcular o custo da ação ordinária de uma empresa, considerando a taxa livre de


risco = 8% a.a., o retorno médio de mercado = 13% a.a. e o coeficiente beta = 2.
Assinalar o prêmio de risco do mercado e o premio de risco da ação.

7. Uma desvalorização do mercado de 15% provocaria que redução no retorno da


ação, considerando os dados do exercício 7.6?

8. Uma empresa pretende emitir novas ações ordinárias de valor nominal = $100,
com um deságio de 5% e despesas de lançamento de 7% sobre o valor nominal.
O dividendo esperado para o 1° ano = $13,20, com uma taxa de crescimento
constante = 2,5% a.a. Calcular o custo dessa emissão.

9. Calcular o custo médio ponderado de capital de urna empresa, cuja estrutura da


capitais e respectivos custos anuais estio apresentados a seguir:

Ações Empréstimo
Ações ordinárias Debêntures
preferenciais s
Valor do capital $200.000 $100.000 $150.000 $50.000
Custo anual 22% 20% 18% 16%

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9. POLÍTICA DE DIVIDENDOS

Uma das principais decisões financeiras a ser tomada pelas empresas refere-se a
definição de urna política de distribuição de dividendos.

Para a definição de urna política mais adequada de dividendos, e necessário o


conhecimento da legislação brasileira, notadamente no que concerne ao dividendo
mínimo e obrigatório.

9.1. ASPECTOS BASICOS DA POLÍTICA DE DIVIDENDOS

O estabelecimento de urna política de dividendos torna-se mais complexa,


fundamentalmente, no momento em que a empresa abre seu capital como reflexo de seu
crescimento. Nessa nova posição, as decisões relativas aos dividendos não são mais
tomadas por um reduzido numero de proprietários; deve-se buscar um consenso mais
amplo que envolva as inúmeras e diferentes expectativas do mercado acionário.

A definição de uma política de dividendos envolve basicamente urna decisão sobre o


lucro liquido da empresa:

- rete-lo, visando ao reinvestimento em sua própria atividade; ou


- distribuí-lo, sob a forma de dividendos em dinheiro aos acionistas.

Em resumo, o que se procura definir e a porcentagem do lucro liquido a ser distribuída


aos acionistas, que constitui o índice de payout de uma empresa:

Quanto maior for esse índice, menor será a proporção de recursos próprios, provenientes
da retenção de lucros, utilizada pela empresa em sua atividade. Baixos índices de payout
significam elevada importância a opção de reter lucros como fonte de financiamento.

Conseqüentemente, pode-se admitir que a opção entre reter (reaplicar) e distribuir os


lucros pode ser vista como urna decisão de financiamento de urna empresa, quer para as
suas atividades como para os programas de investimentos.

Entretanto, existem alguns critérios básicos que podem orientar a política de dividendos
como decisão de financiamento. Assim, as decisões de reter ou distribuir lucros devem
estar condicionadas as seguintes observações:

- os acionistas concordarão em postergar o recebimento de dividendos, se as


oportunidades de investimentos na atividade da empresa prometerem um retorno acima
da taxa mínima exigida, isto e, quando o valor presente dos dividendos futuros for
maior que o valor presente dos rendimentos oriundos de aplicações externas dos
dividendos que seriam recebidos no momento atual.
- maior rentabilidade por aplicações externas, fora do âmbito da atividade da empresa,
os acionistas optarão por receber os dividendos.

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Outros fatores, ainda, poderão influenciar na decisão de payout de urna empresa, como:
as condições de liquidez para o pagamento dos dividendos; a eventual preferência dos
acionistas por dividendos correntes ao invés de dividendos futuros (risco); a necessidade
de retenção de lucros ao adotar o critério de preços por reposição etc.

Uma política de dividendos considerada ótima é aquela que conjuga, da melhor forma
possível, o volume a ser retido pela empresa (e reinvestido) e aquele a ser distribuído.

Uma maneira de avaliar o acerto de uma política de dividendos e estudar a evolução da


cotação das ações da empresa em Bolsa de Valores. Se alterações na política de
dividendos provocar queda no valor de suas ações no mercado secundário, elas podem
significar indícios de avaliação negativa dos acionistas, o que implica em revisar as
alterações processadas. Em caso contrario, a política fixada estará de acordo com as
expectativas dos acionistas.

Em suma, uma política de dividendos deve ser traçada, em última analise, visando à
maximização da riqueza (patrimônio) dos acionistas. Teoricamente, a decisão de reter
os lucros deve ser tomada somente quando as oportunidades de investimentos nos
negócios da empresa forem economicamente mais atraentes do que as alternativas a
disposição os acionistas. Em caso contrario, os resultados retidos serão considerados
ociosos, e devem ser distribuídos aos acionistas.

9.2. RELEVÂNCIA E IRRELEVANCIA DOS DIVIDENDOS

Um aspecto bastante controvertido na área de finanças refere-se a se os dividendos são


ou não relevantes para os acionistas de uma empresa, influenciando ou não o preço de
mercado de suas ações.

No Brasil, de acordo com Assaf Neto, a aplicação pratica de modelos e estudos


publicados é desprezada pelas empresas e pouco usada pelos investidores em geral. A
par dessa situação precária, alia-se, ainda, a legislação vigente no pais que estabelece o
pagamento de um dividendo mínimo obrigatório, e não permite que essa decisão flua
livremente por meio de decisões da administração da empresa e de seus acionistas.

Basicamente, podem ser apontadas duas grandes correntes de pensamento com relação a
relevância ou irrelevância da distribuição dos dividendos:

- a tese defendida por Modigliani e Miller e seus seguidores, supõem que a fixação do
índice de payout da empresa não afeta a riqueza dos seus proprietários, o que torna a
retenção ou distribuição dos lucros irrelevantes para o objetivo de maximização do
patrimônio dos acionistas.
-os adeptos dos argumentos contrários a corrente liderada Modigliani e Miller,
acreditam que os acionistas se preocupam com a forma pelo quais os lucros são
repartidos (retidos ou distribuídos) afetando o preço de mercado da ação.

Os principais argumentos favoráveis a relevância dos dividendos para a determinação


da riqueza dos acionistas são:

- como a retenção dos lucros baseia-se na expectativa futura de maiores dividendos, e a


opção de distribuição envolve a certeza de seu recebimento no presente, os acionistas

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são levados a atribuir diferentes graus de risco a essas decisões, afetando o valor de
mercado das ações. Como forma de eliminar maiores riscos, os acionistas poderão optar
por dividendos correntes.
- a preferência por uma política de estabilidade na distribuição de dividendos pode levar
a um crescimento no valor das ações, em razão dessa pratica reduzir o risco do
acionista.
-a presença de custos de corretagem nas negociações que envolvam ações no mercado
de capitais pode trazer duas conseqüências à política de dividendos. Por um lado,
poderá tornar-se oneroso para um acionista vender ações quando necessitar de algum
financiamento, sendo preferível receber os dividendos em dinheiro. Por outro lado, a
retenção de lucros como forma de financiamento próprio da empresa costuma ser mais
barata que a emissão de novas ações, devido as despesas de emissão. Em conseqüência,
uma distribuição de dividendos acima de certos limites poderá trazer custos adicionais
na captação suplementar de recursos no mercado acionário.
-a tributação brasileira incide sobre os resultados decorrentes da venda das ações com
base na alíquota de 20%, enquanto que os dividendos recebidos não estão sujeitos ao
imposto de renda.

9.3. OUTRAS CONSIDERAÇÕES PARA A DEFINICAO DE UMA


POLÍTICA DE DIVIDENDOS

Ao definir sua política mais adequada de dividendos, a empresa deve levar em


consideração o estudo de alguns aspectos adicionais, dentre eles:

• Alternativas de investimentos: quando as alternativas de aplicações de recursos


em ativos forem suficientemente rentáveis (maiores que os acionistas poderiam
auferir em outras aplicações), a retenção de lucros para reinvestimento pode ser
justificada. Em caso contrario, os lucros devem ser distribuídos.

• Liquidez: as empresas em boa situação econômica (rentáveis) podem apresentar


limitações financeiras em pagar os dividendos, devidos, por exemplo, a um alto
grau de imobilização se seus recursos. Maior distribuição de dividendos, sem a
devida cobertura de financiamentos, pode comprometer a liquidez da empresa.

• Fontes externas de financiamento: quanto melhores forem as condições de


acesso da empresa a fontes alternativas de financiamento (empréstimos
bancários, emissão de debêntures etc.), maior será o seu potencial em distribuir
dividendos.

• Investimentos circulantes: crescentes necessidades de investimentos


circulantes, aliados a elevados custos dos recursos de terceiros onerosos, levam a
empresa a sacrificar o volume de dividendos como forma mais rápida e barata de
financiar suas necessidades de capital de giro.

• Inflação: a necessidade de repor os valores monetários dos investimentos


circulantes corroídos pela inflação restringem o valor da distribuição de
dividendos. Por outro lado, as decisões de dividendos baseadas nos resultados
contábeis legais, expressos em valores nominais, poderão distorcer o
desempenho da empresa, principalmente se o lucro distribuído for maior que o
seu valor real (deduzido dos efeitos inflacionários).

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9.4. DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS NO BRASIL

A legislação societária no Brasil diz que as ações preferenciais podem ter direito a
preferência a um dividendo mínimo ou a um dividendo fixo, que podem ser cumulativos
ou não. Cumulativos são os que, se não pagos num exercício por falta de lucro,
acumulam-se para pagamento futuro assim que houver resultado positivo suficiente. Os
não acumulativos só são pagos nos exercícios em que ha resultado suficiente.

Dividendo preferencial fixo: não usual no Brasil, ao contrario de outros países, implica
que o acionista não tem direito a participar dos lucros remanescentes após o pagamento
desse dividendo fixo. E normalmente definido em unidades por ação, automaticamente
corrigível a cada ano.

Dividendo preferencial mínimo: muito utilizado no Brasil, é um valor que pode, a


critério da empresa, ser aumentado em cada ano, podendo ou não ser determinado como
o preferencial fixo, ou fixado com base em um percentual sobre o valor nominal da
ação, ou sobre o valor total do capital preferencial.

A definição de dividendo preferencial é dada pelo estatuto da sociedade anônima, com


atenção à lei das S.A (Lei n° 8404), como por exemplo ao § 2° de sue artigo 17.
“Salvo disposição em contrario do estatuto, o dividendo prioritário não é acumulativo, a
ação com dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes e a ação com
dividendo mínimo participa dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as
ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo”

O pagamento do dividendo preferencial fixo ou mínimo e uma exigibilidade violenta,


desde que exista lucro. Somente a Reserva Legal pode impedir o pagamento. Jamais
outras reservas podem ser criadas em detrimento desses dividendos preferenciais, e não
importando se o lucro é formado com ou sem a conseqüente disponibilidade de caixa.

9.4.1. DIVIDENDO MÍNIMO OBRIGATÓRIO

A Lei das S.A., no artigo 202, trata do dividendo mínimo obrigatório que se caracteriza
como valido para todos os acionistas, ou seja, estende-se aos ordinários. Essa lei
determina que o estatuto da própria sociedade por ações e quem estabelece qual a
parcela do lucro que se converte em dividendo obrigatório.

A lei, via esse mesmo artigo, determina que se o estatuto for omisso, ou não atender à
precisão e minúcia dispostas na legislação, fica determinada a seguinte formula: metade
do lucro liquido do exercício, após os seguintes ajustes:

• menos a importância destinada a reserva legal


• menos a destinada as reservas para contingências
• menos a destinada a reserva de lucros a realizar
• mais a importância revertida de reservas para contingências
• mais a importância revertida de lucros a realizar.

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Se o estatuto da companhia for omisso com relação à distribuição de dividendos e a


assembléia de acionistas decidir disciplinar norma sobre a matéria, o dividendo
obrigatório não poderá ser inferior a 25% do lucro liquido ajustado.

Uma companhia fechada pode simplesmente não distribuir o dividendo obrigatório, ou


distribuir o dividendo obrigatório, ou distribuir um valor inferior ao mínimo estatuído,
desde que todos os acionistas presentes a assembléia geral ordinária concordem com
isso.

O dividendo pode deixar de ser obrigatório se os órgãos da administração informarem à


assembléia geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia
(aberta ou fechada). Eles serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos
por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim que
o permitir a situação financeira da companhia.

Novamente salienta-se que todas as situações assinaladas e que implicam em redução ou


não pagamento dos dividendos, não se aplicam aos acionistas preferenciais, cujo direito
de receber os dividendos fixos ou mínimos, inclusive os atrasados, se cumulativos,
continua valido.

9.4.2. EXEMPLO DE CALCULO DOS DIVIDENDOS A PAGAR

O dividendo mínimo obrigatório definido no estatuto de uma companhia é de 25% do


lucro liquido ajustado, e seu capital de R$5.000.000 é composto de:

Ações Capital
40.000 ações preferenciais com dividendo mínimo de 8% a.a. de seu capital R$ 2.000.000
60.000 ações ordinárias R$ 3.000.000

O lucro liquido do exercício foi de R$700.000; as reservas constituídas no exercício


foram: reserva legal =R$35.000, reserva para contingências = R$200.000 e reservas de
lucros a realizar = R$305,000; e a reversão de reservas de lucros a realizar foi de
R$200.000.
1- Calculo do lucro liquido ajustado
Lucro liquido do exercício R$ 700.000
(-) Reserva legal constituída R$ 35.000
(-) Reserva para contingência constituída R$ 200.000
(-) Reserva de lucros a realizar constituída R$ 305.000
+ Reversão de reserva de lucros a realizar R$ 200.000
Lucro liquido ajustado R$ 360.000

2- Calculo do dividendo mínimo obrigatório


25% de R$360.000 (lucro liquido ajustado) R$ 90.000
sendo:
40% para as preferenciais R$ 36.000
60% para as ordinárias R$ 54.000

3- Calculo do dividendo total mínimo


Para os acionistas preferenciais: 8% de
R$160.000
R$2.000.000
Para os acionistas ordinários: R$ 54.000
Dividendo total mínimo: R$214.000

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Como as preferenciais têm um mínimo pre-estabelecido maior que o calculado,


prevalece aquele (R$ 160.000 e não R$ 36.000). Logo, só ha a obrigatoriedade de
dividendos para os acionistas ordinários, conforme calculado (R$54.000).

9.5. BONIFICAÇÕES

A bonificação e representada normalmente pela distribuição de novas ações aos atuais


proprietários (acionistas) de uma empresa. Essas ações são emitidas na incorporação,
autorizada pela assembléia dos acionistas, de reservas ao capital social da empresa.

A participação do acionista mantêm inalterada, em termos relativos, podendo ele dispor,


no entanto, de um volume físico maior de ações em sua carteira.

EXEMPLO:
Capital social (500.000 ações x R$ 10) R$ 5.000.000
Reservas R$ 3.000.000
Lucros acumulados R$ 2.000.000
Patrimônio Liquido R$10.000.000

Incorporando-se 100% dos lucros acumulados, representando uma bonificação de 40%,


deverão ser emitidas 200.000 novas ações (R$2.000.000 ÷ R$ 10) e distribuídas
gratuitamente aos acionistas. O Patrimônio liquido para ter a seguinte composição:

Capital social (700.000 ações x R$ 10) R$ 7.000.000


Reservas R$ 3.000.000
Patrimônio Liquido R$10.000.000

A empresa pode decidir alterar o valor nominal de suas ações de modo que o aumento
do capital social seja formalizado sem a emissão de novas ações. Nessa situação, os
acionistas deverão apresentar as cautelas de suas ações (ou trocar por novas) para que se
identifique o novo valor nominal.

No exemplo, o valor nominal devera ser alterado de R$10 para R$14 por ação, ou
seja, (R$ 5.000.000 + R$ 2.000.000) ÷ 500.000 ações = R$ 14, e passara a apresentar a
seguinte composição:

Capital social (500.000 ações x R$ 14) R$ 7.000.000


Reservas R$ 3.000.000
Patrimônio Liquido R$10.000.000

Na hipótese, ainda, de as ações não apresentarem valor nominal, a incorporação de


reservas ao capital social não modifica o numero de ações existentes (permanecem
500.000 ações)

O patrimônio liquido, como pode ser observado, não sofre alteração em seu montante,
por incorporação de reservas de lucros. No entanto, ao não modificar o valor nominal da
ação, o LPA (lucro por ação) e o VPA (valor patrimonial da ação) reduzem-se
proporcionalmente, em função de um maior numero de ações. Supondo um lucro
liquido de R$3.500.000, tem-se:

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Antes da incorporação Após incorporação


LPA R$ 3.500.000 ÷ 500.000 = R$ 7 R$ 3.500.000 ÷700.000 = R$ 5
R$ 10.000.000 ÷ 700.000 =
VPA R$10.000.000 ÷ 500.000 = R$20
R$14,29

Não se emitindo novas ações para bonificação, o LPA e o VPA não sofrerão
modificações em seus valores. Com a emissão de novas ações o LPA e o VPA
diminuem, porem não altera o valor do patrimônio do acionista, compensado pelo seu
recebimento de novas ações.

9.5.1. PREÇO DE MERCADO DA AÇÃO APÓS BONIFICACAO

Após a distribuição de bonificações, a tendência esperada e a de uma queda no preço de


mercado da ação, em razão da maior diluição dos dividendos e do VPA.

Teoricamente, a queda no preço de mercado e proporcional ao maior numero de ações


emitidas. Supondo, no exemplo anterior, que o preço de mercado da ação seja de R$15,
antes da bonificação, esse valor, após 40% de bonificação, passara para seu preço de
equilíbrio de R$ 10,71 (R$ 15 ÷ 1,40), ou seja:

onde: PE= preço de equilíbrio (teórico de mercado)


PM= preço de mercado antes da bonificação
b = percentual de bonificação

O valor do patrimônio do acionista, avaliado a preços de mercado não será alterado pelo
preço do equilíbrio.

Patrimônio antes da bonificação = 500.000 x R$ 15 = R$7.500.000


Patrimônio após a bonificação = 700.000 x R$10,71 = R$7.500.000

9.5.2. DESDOBRAMENTO (SPLIT) E REAGRUPAMENTO DE AÇÕES

As empresas podem elevar o seu capital social por incorporação de reservas, sem a
emissão de novas ações. Essa pratica, no entanto, pode impor restrições nas negociações
de suas ações no mercado, em função da elevação da cotação e da reduzida quantidade
física em circulação.

Como forma de solucionar esse problema, as empresas podem optar pelo


desdobramento de suas ações por meio de urna redução equivalente no valor nominal,
conhecida por split.

EXEMPLO: supor cotação media de R$80 cada ação, de valor nominal igual a R$60
por ação.

Split: desmembramento de cada ação em 60 ações de valor nominal igual a R$ 1


cada uma.

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Com essa medida, a quantidade de ações negociadas eleva-se muito e seu preço de
mercado sofre urna redução paralela, de forma que atrairia psicologicamente um
número cada vez maior de investidores.

O split não deve ser confundido com bonificação em ações, que e fruto de um aumento
de capital por incorporação de reservas, enquanto o desdobramento e urna forma de
reduzir o preço de mercado das ações, mediante alterações em seu valor nominal e na
quantidade física emitida, no sentido de melhorar a sua liquidez no mercado.

No que se refere ao preço teórico de equilíbrio de mercado de urna ação, após o split, e
de se esperar que se atinja determinado valor de mod0 a não afetar o patrimônio do
acionista.

No exemplo considerado, supondo 100.000 ações tem-se:

Patrimônio do acionista antes do split : 100.000x $ 80 = $8.000.000


Patrimônio do acionista após o split: (100.000 x 60) x $80/60= $8.000.000

Intuitivamente, o preço de equilíbrio (teórico de mercado) de uma ação, pode ser


calculado mediante a seguinte formula:

onde: PE = preço de equilíbrio (teórico)


PM= preço de mercado antes do split
n = n° de ações de cada ação desmembrada

A bonificação em ações e o split só fazem sentido tecnicamente quando o valor de


urna ação atinge preços tão altos que dificulta sua negociação em pequenas quantidades.

9.5.3. VALOR DOS DIREITOS DE SUBSCRIÇÃO

O valor teórico de mercado de uma ação, após ter seu portador exercido seu direito de
subscrição, e obtido pela seguinte formula:

onde: PE = preço de equilíbrio (teórico)


PM= preço de mercado da ação antes da subscrição
L = percentual de subscrição
Ps = preço de subscrição da ação.

EXEMPLO: Preço de mercado de uma ação = $3,00; subscrição de 25%, ou seja, uma
nova ação para cada 4 ações antigas, ao preço unitário de $2,50. 0 preço de equilíbrio de
mercado seria:

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Esse valor representa o preço de equilíbrio da ação, o qual manterá inalterado o


patrimônio do acionista, expresso em valor de mercado, após o exercício da subscrição.

Comprovação desse valor para o acionista que possuía, por exemplo, 5.000 ações:

Patrimônio do acionista antes da subscrição:


Capital ordinário: 5.000 ações x $3 = $15.000
Recursos para subscrição: 5.000 x 0,25 x $2,50 = $ 3.125
= $18.125
Patrimônio do acionista após a subscrição:
Capital ordinário: 5.000 x 1,251 x $2,90 = $18.125

O valor teórico de um direito de subscrição negociável no mercado e obtido da seguinte


forma:

, onde: PD = preço do direito de subscrição

Utilizando-se o mesmo exemplo anterior tem-se:

Esse resultado representa o preço de direito de subscrição de uma nova ação para quatro
ações antigas possuídas. O preço de direito de cada ação antiga é de $0,10, ou seja,
$0,40 ÷ 4, o que justifica o preço de equilíbrio PE = $3,00 -$0,10 = $2,90.

Pode-se demonstrar que o patrimônio do acionista não se altera, com a opção pela venda
dos direitos de subscrição da seguinte forma:

Patrimônio do acionista antes da venda do direito:


Capital ordinário: 5.000 ações x $3 = $15.000

Patrimônio do acionista após a venda do direito:


Capital ordinário: 5.000 x $2,90 = $14.500
Direitos 5.000 x 0,25 x $0,40 = $ 500
= $15.000

O preço do direito (PD) pode também ser calculado da seguinte forma:

Substituindo-se com os dados do exemplo considerado, chega-se ao mesmo resultado,


ou seja:

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9.6. JUROS SOBRE O CAPITAL PROPRIO

Essa remuneração foi criada pela Lei 9249/95 que, no seu art. 9°, faculta as empresas
deduzir da base de cálculo do imposto de renda, a titulo de remuneração do capital
próprio, os juros pagos ou creditados a titular, sócio ou acionista, limitados a Taxa de
Juros de Longo Prazo -TJLP.

Assim, esses juros possuem certos privilégios fiscais: as empresas poderão deduzi-los
de seu lucro real (tributável), promovendo uma economia de imposto de renda. Pela
legislação vigente o valor desses juros e deduzido do resultado do exercício, e, portanto,
dedutível do IR.

Para o seu cálculo, conforme a lei, e aplicada a TJLP sobre o patrimônio liquido anterior
da empresa, excluído o saldo da conta de reservas de reavaliação, e seu valor total
máximo não poderá exceder 50% entre o maior dos seguintes valores.

a) lucro liquido antes do IR do exercício e antes dos referidos juros


b) lucros acumulados de exercícios anteriores.

A apuração desses juros e opção de cada empresa, não se constituindo numa obrigação.
Quando calculada e paga aos acionistas, essa remuneração é entendida como se fosse
dividendo para efeitos de cálculo do dividendo mínimo obrigatório. Em outras palavras,
são descontados do montante de dividendos obrigatórios devidos.

Por orientação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), os juros, quando


descontados do resultado do exercício, devem ser revertidos no final da DRE
(Demonstração do Resultado do Exercício).

EXEMPLO: Patrimônio liquido = $120.000; Lucros Acumulados = $120.000; lucros


antes dos juros/capital próprio = $24.000; IR + CS = 40%; TJLP = 15% a.a.

• Juros s/patrimônio liquido = 15% x $120.000 = $18.000


• Limites:
50% do lucro antes dos juros e IRICS = 50% x $24.000 = $12.000
50% dos lucros acumulados = 50% x $20.000 = $10.000

O limite para os juros sobre o capital próprio é de $12.000, definido pelo valor maior
entre as duas alternativas de calculo do limite.

Apurando-se o lucro liquido com e sem os juros sobre o capital próprio, calculados pela
TJLP, obtem-se os seguintes resultados.

DRE RESUMIDA COM TJLP SEM TJLP


Lucro antes dos juros s/ capital próprio $24.000 $24.000
(-) Juros s/ capital próprio $ 12.000 -
LAIR $ 12.000 $24.000
(-) IR/CS (40%) $4.800 $9.600

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Lucro liquido $7.200 $14.400


+ Juros s/ capital próprio $12.000 -
Lucro liquido ajustado $19.200 $14.400

Considerando os juros sobre capital próprio integrais como custo de oportunidade, o


resultado econômico agregado seria de $1.200:

Lucro liquido ajustado (com TJLP) = $ 19.200


(-) Juros s/ capital próprio integrais = $ 18.000
Resultado econômico = $ 1.200

Se fosse considerada a remuneração do capital próprio computado na DRE, limitada


conforme a lei, o resultado econômico se elevaria para $ 7.200 ($ 19.200 -$ 12.000),
pelo uso parcial dos juros, revelando um valor falso para fins de analise.

A decisão de distribuir esses juros ao final de cada exercício determina, ainda, a


incidência do IRRF a ser descontado dos acionistas. Com isso a carga tributaria total do
lucro gerado pela empresa para os acionistas seria de $6.600.

IR e CS sobre o lucro do exercício = $4.800


+ IRRF (supor 15%) = 15% x $12.000 = $1.800
Total da tributação = $6.600

Assim sendo, pode-se fazer um comparativo dos resultados para os acionistas, com ou
sem juros sobre o capital próprio.

RENDIMENTOS DOS ACIONISTAS


COM TJLP SEM TJLP
Distribuição de juros s/ o capital próprio $12.000 -
(-) IRRF (15%) $ 1.800 -
+ Dividendos (100% do lucro) $ 7.200 $ 14.400
Rendimento total $ 17.400 $ 14.400
O ganho adicional verificado com TJLP, deve-se a redução do IR e CS, pela dedução
dos juros sobre o capital próprio deduzido da sua base de calculo, subtraído do IRRF, ou
seja:

Redução no IR e CS = 40% de $12.000 (deduzidos) = $4.800


(-) IRRF (1 5% x $12.000) = $1.800
Ganho adicional = $3.000

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10. ANALISE DE INVESTIMENTOS

10.1. CARACTERÍSTICAS DOS INVESTIMENTOS

Os investimentos a longo prazo, denominados de gastos de capital, são aqueles cujos


benefícios abrangem mais de um ano. Distinguem-se dos gastos operacionais, cujos
benefícios se limitam ao curto prazo (1ano).

Exceções costumam ocorrer na pratica, como os gastos com propaganda e com


treinamento de pessoal, considerados gastos operacionais, mas que podem ter os seus
benefícios prolongados alem de um ano.

Influenciam, também, na classificação dos investimentos as características e o valor dos


mesmos. Ativos permanentes que não estejam relacionados a projetos relevantes e cujo
valor seja inferior a certos limites, não são tratados como gastos de capital, como
moveis e utensílios de escritório, etc. Nestes casos, serão incluídos no orçamento anual
de investimentos, mediante o preenchimento de formulários próprios, indicando o mês
da compra, preço, condições de pagamento e as justificativas de sua necessidade.

As propostas de investimentos em gastos de capital, tratadas como projetos, que farão


parte do orçamento de capital, devem incluir, as especificações técnicas, cronograma,
justificativas, e os valores envolvidos com a sua implementação. Devem ser
apresentados de forma integrada, como por exemplo a implantação de nova linha de
produção, ou uma nova fabrica.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS DE GASTOS DE CAPITAL (em função de sua


natureza)

a) Propostas independentes - não interferem nas demais, como por exemplo:


substituição de maquinários e lançamento de novo produto.
b) Propostas mutuamente exclusivas - possuem o mesmo objetivo, porem a
realização de uma elimina as outras, como a expansão de uma fabrica ou a
aquisição de outra empresa.
c) Propostas colidentes - embora sejam mutuamente exclusivas, possuem objetivos
diferentes, como a utilização de uma área por dois setores diferentes da empresa.
Propostas contingentes -a realização de uma depende da realização de outra(s),
como a produção de novo produto e a campanha publicitária para o seu
lançamento.

Os investimentos em gastos de capital envolvem:

a) benefícios não monetários que são avaliados subjetivamente;


b) aspectos monetários que devem ser quantificados tecnicamente; e
c) riscos que precisam ser avaliados.

10.2. FLUXOS DE CAIXA DOS PROJETOS

O ponto de partida da analise de investimentos e a previsão dos fluxos de pagamentos e


de recebimentos, distribuídos durante a vida útil do projeto, de fundamental importância
para a validade das conclusões decorrentes da aplicação dos métodos de analise.

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Na estimativa do fluxo de caixa devem ser considerados apenas os pagamentos e


recebimentos adicionais decorrentes do projeto, resultando os denominados fluxos de
caixa incrementais, que são o objetivo da avaliação.

Normalmente são considerados nesses fluxos apenas os valores de natureza operacional,


embora existam abordagens que incluem as despesas financeiras e as amortizações dos
empréstimos e financiamentos, originando um fluxo de caixa residual.

10.2.1. COMPONENTES BASICOS DOS FLUXOS DE CAIXA

Os componentes básicos dos fluxos de caixa dos projetos com padrão convencional
incluem:

a) investimento inicial: custo do ativo instalado, incluindo os custos de instalação,


subtraído do resultado liquido (após o imposto de renda) da venda do ativo a ser
substituído, e somado ou subtraído da variação do capital circulante liquido.

Determinação do valor do investimento inicial


Custo do novo ativo a ser instalado =
Custo de aquisição do ativo
+ Custo de instalação
(-) Resultado liquido da venda do ativo substituído =
Resultado da venda do ativo substituído
+ ou - Imposto de renda sobre o resultado
+ Variação no capital circulante liquido =
Ativos circulantes
- Passivos circulantes
Investimento inicial

b) Entradas liquidas de caixa (ELC): receitas subtraídas das despesas


desembolsáveis e do imposto de renda.

Calculo das ELC com base na Demonstração do Resultado


Receita decorrente do projeto
(-) Despesas desembolsáveis
(-) Depreciação/amortização
Lucro antes do imposto de renda
(-) Imposto de renda
Lucro liquido
+ Depreciação/amortização
Entrada liquida de caixa

c) Valor residual: valor resultante do encerramento e da liquidação de um projeto


ao final de sua vida útil, constituído, basicamente, do resultado liquido da venda
do ativo, somado ou subtraído da variação do capital circulante liquido,
recuperado no final do projeto.

Determinação do valor residual


Resultado liquido da venda do ativo

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± Variação do capital circulante liquido


Valor residual

Outros fatos devem ser considerados na elaboração dos fluxos de caixa, como:

a) Custos de oportunidade: benefícios que a empresa poderia obter em seu melhor


uso alternativo, como por exemplo, um imóvel que poderia ser vendido ou
alugado, devendo ser incluídos como fluxos de saídas.
b) No lançamento de um novo produto concorrente com outros tradicionais da
empresa, as reduções das receitas destes últimos, caso ocorram, devem ser
diminuídas das receitas do novo produto.

10.3. METODOS DE AVALIAÇÃO

Os métodos mais divulgados para a avaliação de investimentos são:

a) Prazo de retorno (payback)


b) Taxa media de retorno (TMR)
c) Taxa interna de retorno (TIR)
d) Valor atua liquido (VAL)

Os dois primeiros, embora simples, são bastante limitados, enquanto os outros (TIR e
VAL) são mais precisos, uma vez que consideram o valor do dinheiro no tempo, mas
também apresentam limitações.

No desenvolvimento dos métodos de avaliação serão consideradas as seguintes


hipóteses:

a) os valores previstos para os diversos períodos possuem o mesmo poder de


compra da moeda;
b) os pagamentos e recebimentos ocorrerão no final de cada período, excetuando-se
o investimento inicial;
c) inexistência de incerteza nas previsões dos fluxos de caixa; e
d) as propostas apresentam o mesmo nível de risco.

10.4. PRAZO DE RETORNO (PAYBACK)

O payback determina o tempo necessário para recuperar o investimento por meio das
entradas liquidas de caixa geradas pelo projeto. Quanto mais rápida for a recuperação,
melhor será o projeto. O cálculo do payback é simples, podendo ser efetuado de duas
formas:

a) se as ELC forem constantes, basta dividir o valor do investimento pelas ELC.

b) se as ELC forem variáveis, estas deverão ser acumuladas ate atingir o valor do
investimento, apurando-se o prazo de retorno.

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EXEMPLO: As propostas A, B e C de investimentos apresentam os seguintes dados:

Propositalmente, as três propostas exemplificadas apresentam o mesmo payback,


levando à conclusão de que é indiferente a escolha de uma ou de outra, o que não e
verdade. O fluxo das ELC da proposta C, considerando o valor do dinheiro no tempo,
demonstra ser melhor que o das demais propostas.

Uma outra deficiência esta no fato de não considerar os fluxos de caixa após o período
de retomo. Uma proposta pode apresentar ELC durante um período mais prolongado
que outras após o payback, e não ser escolhida como a melhor.

10.4.1. PAYBACK ATUALIZADO OU DESCONTADO

Alguns executivos, para contornar as deficiências apontadas, utilizam uma variante do


método, denominada payback atualizado ou descontado, que se utiliza dos fluxos de
caixa descontados a uma determinada taxa. Essa taxa pode representar o custo de capital
para a empresa, ou a rentabilidade mínima desejada, em função do risco assumido.

O payback atualizado pode ser calculado de duas formas:

a) Do mesmo modo já descrito para o payback tradicional (item anterior)


b) Dividindo-se o valor atual do investimento pelos valor atual das entradas
liquidas de caixa (ELC), obtendo-se um índice e não uma medida de tempo.
Quanto menor o índice melhor.

EXEMPLO: o mesmo do item anterior, considerando uma taxa de desconto = 8% a.a.

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Payback atualizado:
a) como medida de tempo: A e B não recuperam o investimento em 5 anos (B e pior)
C = 4 anos e 9,5 meses*
* A completar no 5° ano = 12.000-10.381 = 1.619
n° meses do 5° ano = (1.619 ÷ 2.042) x 12 meses = 9,5 meses

c) como índice:

, (as ELC não cobrem os custos do capital investido)

, (idem a A, porém pior, pois o índice é maior)

, (melhor, pois as ELC cobrem os custos do capital investido)

10.5. TAXA MEDIA DE RETORNO (TMR)

O calculo da taxa media de retorno pode ser efetuado de diversas formas. Pode ser
determinada pelo quociente entre o lucro liquido médio anual estimado e o valor médio
do investimento durante a sua vida util. O investimento médio e obtido pela divisão de
seu valor por 2, considerando o uso da depreciação linear.

Outra forma de se determinar a taxa media de retorno e considerar como denominador o


valor total do investimento. Assim temos:

Conhecendo-se a TMR do investimento, basta compará-la com a taxa mínima de


retorno desejada para decidir pela aprovação ou não do empreendimento.

Como o método e deficiente por considerar valores contábeis e não fluxos de caixa, a
TMR pode ser calculada pela divisão da entrada liquida de caixa (ELC) media anual
pelo valor de investimento total, ou seja:

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Esta outra forma, também, é deficiente por não considerar o valor do dinheiro no tempo.

EXEMPLO: Os projetos de investimentos X, Y e Z apresentam os seguintes dados e


respectivas TMR, calculadas conforme os critérios abordados.

Fica a duvida de qua1 taxa media de retomo utilizar. Qualquer uma delas pode ser
escolhida, desde que seja comparada com uma taxa mínima de retorno desejada,
definida com base no mesmo critério da TMR escolhida.

Propositalmente, os três projetos exemplificados apresentam as mesmas TMR,


significando que e indiferente a escolha de um ou de outro, o que não e verdade. O
projeto Z apresenta um fluxo de ELC melhor que o dos outros projetos, se
considerarmos o valor do dinheiro no tempo.

10.6. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

O método da taxa interna de retorno (TIR) consiste no calculo da taxa de desconto que
iguala, normalmente na data de inicio do investimento, as entradas com as saídas de
caixa. Tal cálculo requer o conhecimento do(s) dispêndio(s) de capital (saídas de caixa)
e dos fluxos de caixa incrementais gerados exclusivamente pelo investimento (entradas
liquidas de caixa = ELC). Se houver valor residual do investimento, ele será somado a
ultima ELC.

As ELC são calculadas subtraindo das receitas (entradas de caixa) as despesas


desembolsáveis (saídas de caixa) nos períodos que compreendem o prazo considerado
na avaliação do investimento (5 anos, 10 anos, 15 anos, etc.), apuradas com base na
projeção da demonstração do resultado (DRE) proporcionada pelo empreendimento.

A aceitação ou rejeição de determinada proposta de investimento e decidida em função


da rentabilidade mínima desejada. Se a TIR for igual ou maior que a rentabilidade
mínima, aceita-se a proposta; se a TIR for menor, rejeita-se a proposta.

EXEMPLO 1: Investimento de R$1.000 no inicio e ELC de R$300, R$500; R$400 e


R$200, respectivamente, nos 4 anos considerados na avaliação do empreendimento.

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, TIR por tentativa e erro 3

TIR = 15,839%a.a.

EXEMPLO 2: O mesmo, sendo o investimento desembolsado R$400 no inicio e R$600


após 1 ano.

TIR = 22,05% a.a.

O empreendimento passou a ser melhor em função do parcelamento do valor do


investimento (R$600 após 1 ano). .

10.6.1. PRESSUPOSTO BASICO DA TIR

O método da TIR pressupõe que a taxa calculada somente será verdadeira se todos os
fluxos intermediários de caixa forem reinvestidos a própria taxa até o final da vida do
projeto (prazo considerado).

Calculando-se o montante no final do 4° ano (exemplo 1), a 15,839% a.a. (TIR), para o
valor investido e para as ELC, tem-se o mesmo resultado.

M4 (Investimento a TIR) = 1.000 (1+0,1 5839)4 = 1.800,61

M4 (ELC reinvestidas) = 300(1+0,1 5839)3 +500(1+0,15839)2 +400(1+0,15839) +200=


1.800,61

No caso de serem reinvestidos a uma taxa menor, a taxa de retorno se reduzira, como
pode ser verificado tomando-se o exemplo, e considerando urna taxa de reinvestimento
de 12% a.a.

M4 (ELC reinvestidas) = 300(1+0,12)3+500(1+0,12)2+400(1+0,12)+200= 1.696,68 < 1.800,61

Taxa de retorno RECALCULADA → 1.696,68 = 1.000(1+i)4 → i = 14,13% a.a. < 15,839%


a.a.

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M4(Investimento a 12% a.a) = 1.000(1+0,12)4 = 1.573,32 < 1.696,68, demonstrando que o


projeto ainda é mais rentável.

10.6.2. PROJETO COM FINANCIAMENTO

Se os fluxos intermediários forem reinvestidos a uma taxa menor, o retorno gerado pelo
investimento poderá ser insuficiente para cobrir compromissos financeiros assumidos
como, por exemplo, um empréstimo.

Admitindo-se que o empreendimento do EXEMPLO 1 seja totalmente financiado por


terceiros, através de um empréstimo com juros iguais a TIR de 15,839% a.a., pagos
anualmente e amortizado no final do 4O.an0, ele não ira gerar nenhum resultado para. O
investidor. Apenas gerara recursos para amortizar seguir:

Calculando-se o montante no final do 4° ano dos fluxos residuais de caixa tem-se:

No final do 4° ano o valor acumulado dos fluxos residuais de caixa reinvestidos foi o
necessário apenas para amortizar o financiamento (R$1.000). Qualquer outra taxa de
reaplicação inferior a 15,839% a.a. não produzira o montante suficiente para liquidar o
debito contraído.

Se a taxa do financiamento for inferior a TIR, o empreendimento propiciara um ganho


ao empreendedor, como exemplificado a seguir, desde que a taxa de reinvestimento ou
de reaplicação não seja inferior, o suficiente para comprometer a amortização do
financiamento.

Supor, ainda considerando o EXEMPLO 1, uma taxa de juros de 12% a.a. e uma taxa de
reinvestimento (ir) = 14% a.a.

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Valor do ganho obtido = 1.159,73 –1.000,00 = 159,73

Considerando o mesmo EXEMPLO 1, porem, com taxa de reaplicação =10% a.a,


insuficiente para propiciar o montante necessário para amortizar 0 financiamento, a
juros de 14% a.a.

Mesmo com uma TIR= 15,839% a.a, o reinvestimento dos fluxos residuais de caixa
resultara, no fim do 4° ano, em um montante de R$ 994,56, insuficientes para amortizar
R$ 1.000,00.

O calculo da taxa mínima de reaplicação pode ser efetuado da mesma forma que o da
TIR. O VAL dos fluxos residuais tem que ser igual a zero. Com base no último exemplo
temos:

Portanto, para uma taxa de juros = 14% a.a., a taxa de reaplicação deverá ser, no
mínimo, de 10,33257% a.a. No exemplo, a ir= 10% a.a será insuficiente para permitir a
amortização do financiamento.

10.7. VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL)

O valor atual liquido (VAL) e obtido pela diferença entre o valor atual das ELC e o
valor atual do investimento, calculados com base na definição de uma taxa mínima

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desejada, também chamada de taxa mínima de atratividade (TMA). Se houver valor


residual ou capital circulante liquido a recuperar, referentes ao investimento, eles serão
somados a ultima ELC.

A aceitação ou rejeição do empreendimento depende do VAL. Se VAL positivo, aceita-


se o projeto, pois a sua TIR e maior que a TMA, e se VAL negativo, rejeita-se o projeto,
pois a sua TIR e menor que a TMA.

EXEMPLO 1: o mesmo da TIR, considerando TMA= 13% a.a. e outra TMA= 17% a.a.

A COMPROVAÇÃO quanto a aprovação ou rejeição do empreendimento pode ser


efetuada comparando-se os valores dos montantes, no fim do período considerado, das
ELC e do valor investido. A melhor alternativa (aplicar no empreendimento ou no
mercado financeiro) e a que apresentar um montante maior.

M(investimento) = l.000(1+0,13)4 = 1.630,47 < 1.723,32 (o empreendimento é melhor)

M(investimento) = l.000(1+0,17)4 = 1.873,89 > 1.832,93(o mercado financeiro é


melhor)

EXEMPLO 2: o mesmo da TIR, considerando TMA= 20% a.a. e outra TMA= 25% a.a.

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A comprovação dos resultados pode ser efetuada de forma igual a do exemplo anterior.

10.7.1. INDICE DE LUCRATIVIDADE OU RENTABILIDADE (IL)

Em certas circunstâncias, o VAL não fornece uma solução adequada para a comparação
de diversas propostas com valores de investimentos e prazos de duração diferentes.

O índice de lucratividade (IL) fornece uma medida de retorno esperado por unidade
monetária investida, sendo obtido pela divisão do valor atual das ELC pelo valor atual
das saídas referentes ao investimento.

EXEMPLO: Supor TMA= 10% a.a. e duas propostas (A e B) conforme tabela a seguir:

Efetuando-se os cálculos dos VA e dos IL para cada proposta e respectivos índices de


lucratividade de (IL), obtem-se:

A proposta B apresenta VAL maior, porem, em termos de eficiência na utilização dos


recursos investidos, apresenta IL menor que o da proposta A, na qua1 para cada R$1,00
investido seriam obtidos R$1,12, enquanto na B R$1,10 (menor).

10.8. INVESTIMENTOS COM ELC CONSTANTES

Quando as ELC forem constantes, a TIR e o VAL serão calculados utilizando-se da


seguinte formula de valor atual:

A TIR será calculada por tentativa e erro ate que o valor atual do fluxo das ELC se
iguala ao valor atual dos desembolsos provocados pelo investimento, ou seja:

ou

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O VAL será obtido pela diferença entre os valores atuais das ELC e do investimento, ou
seja:

EXEMPLO: Investimento =R$1.000 (no inicio); ELC=$350 por ano; n=4 anos e TMA=
12%a.a

10.9. PROPOSTAS COM VALORES DE INVESTIMENTOS IGUAIS E TIR


DIFERENTES.

Quando houver dois investimentos mutuamente exclusivos, a aplicação dos métodos


poderá produzir resultados conflitantes para as decisões, em função das taxas de
reinvestimentos a serem consideradas para os fluxos intermediários de caixa, conforme
demonstrado no exemplo a seguir.

EXEMPLO: Avaliação de duas propostas, (A e B), mutuamente exclusivas, com os


seguintes dados:

De acordo com a taxa de reinvestimento os VAL das propostas variam, conforme


demonstrado a seguir.

Quando a taxa de reinvestimento for de 8,49% a.a. (taxa de interseção), ambas as


propostas apresentarão o mesmo VAL, portanto a aceitação de uma ou de outra será

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indiferente. Se a taxa for inferior a 8,49% a.a., a proposta B proporcionara maior VAL,
e, portanto, será melhor. Se a taxa for superior a 8,49% a.a., a proposta A passara a ser
melhor por apresentar VAL maior.

A apuração da taxa de intersecção pode ser efetuada mediante o cálculo (por tentativa e
erro) da taxa que anula o VAL das diferenças entre as ELC das duas propostas.
Portanto:

A comprovação dos resultados, utilizando-se diversas TMA ou taxas de reaplicação,


pode ser obtida pelo calculo dos montantes, no final do período considerado, das ELC
correspondentes a cada proposta e do investimento, se aplicado no mercado financeiro.
A tabela que se segue apresenta os montantes, considerando as mesmas TMA ou taxas
de reinvestimento utilizadas no calculo dos VAL, para a elaboração do gráfico da taxa
de intersecção.

Podemos observar que a 8,49% a.a. os montantes de A e B são iguais. A taxa menor, a
proposta B e melhor (maior montante), e a taxas maiores a proposta B e melhor. A taxas
superiores a TIR, o mercado financeiro constitui a melhor opção.

Apenas para exemplificar, apresentamos a seguir os cálculos dos montantes para a taxa
de 5% a.a, cuja formula e a mesma para as demais taxas.

10.10. PROPOSTAS COM DIFERENTES VALORES DE INVESTIMENTOS E


TIR DIFERENTES

Resultados conflitantes poderão também ocorrer quando os valores dos investimentos


mutuamente exclusivos forem diferentes.

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Supondo que a proposta A do exemplo anterior esteja sendo avaliada com uma proposta
C, cujos dados estão apresentados na Tabela a seguir, e considerando uma taxa de
reinvestimento = 10% a.a.

Pelo método da TIR a proposta A seria a escolhida (TIR maior) e pelo VAL a proposta
B seria a escolhida (VAL maior). A escolha da melhor proposta vai depender do retorno
do investimento incremental, ou seja, aplicando-se R$1.000 em "A", os R$500 restante
deverão ser aplicados a uma taxa que propicie, no total, um retorno melhor do que se
aplicar apenas na proposta C.

O calculo dessa taxa, denominada TAXA DE FISCHER, e efetuado com base na


diferença dos fluxos de caixa entre as duas propostas (3ª linha da tabela anterior), ou
seja:

De acordo com a taxa de reinvestimento os VAL das propostas variam, conforme


demonstrado a seguir:

Taxa de reinvestimento menor que 10,8721% (exemplo: 8% a.a.)

MA = 300(1,08)3 + 500(1,08)2 + 400(1,08) + 200 = 1.593,11


M(C-A) = 500(1,08)4 = 680,24
= 2.273,35
MC = 300(1,08)3 + 600(1,08)2 + 700(1,08) + 500 = 2.333,75 (MELHOR)

Taxa de reinvestimento = 10,8721% (Taxa de Fischer)

MA = 300(1,108721)3 + 500(1,108721)2 + 400(1,108721) + 200 = 1.666,99


M(C-A) = 500(1,108721)4 = 755,54
= 2.422,53
MC = 300(1,108721)3 + 600(1,108721)2 + 700(1,108721) + 500 = 2.422,53 (IGUAIS)

Taxa de reinvestimento maior que 10,8721 % (exemplo: 12% a.a.)

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MA = 300(1,12)3+ 500(1,12)2 + 400(1,12) + 200 = 1.696,68


M(C-A) = 500(1,12)4 = 786,76
= 2.483,44 (MELHOR)
MC = 300(1,12)3 + 600(1,12)2 + 700(1,12) + 500 = 2.458,12

No caso dos fluxos intermediários de caixa serem reinvestidos a urna taxa menor que
10,8721% (Taxa de Fischer) e melhor aplicar na proposta C. No caso da taxa de
reinvestimento ser maior que 10,8721%, e melhor aplicar R$1.000 na proposta “A” e
R$500 em outra alternativa à taxa de reinvestimento. Quando essa taxa for igual a de
Fischer, as propostas apresentarão o mesmo resultado, sendo, por esse critério,
indiferente a escolha de uma ou de outra.

10.11. PROPOSTAS COM VIDAS UTEIS DIFERENTES

Quando os empreendimentos apresentam vidas úteis diferentes, as decis6es requerem


uma analise mais apropriada, devendo se distinguir os investimentos com repetição e os
sem repetição.

10.11.1. INVESTIMENTOS COM REPETISAO

Supondo duas propostas de investimento a TMA = 12% a.a.: “X”e “Y”sendo:

Proposta “X”: investimento inicial de R$500 e ELC anual = R$310 por 2 anos
Proposta “Y”: investimento inicial de R$400 e ELC anual = R$180 por 3 anos
Para a análise de viabilidade dessas propostas podem ser utilizadas duas alternativas:

PRIMEIRA ALTERNATIVA: igualar os prazos, considerando que os investimentos


podem repetir-se indefinidamente (caso da substituição de equipamentos normais de
produção). Assim, o investimento “X” se repetiria 2 vezes enquanto o “Y” apenas 1,
igualando o prazo total em 6 anos.

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O VAL de “X”é maior que o de “Y”, porém a TIR de “Y”e maior que a de “X”. Como
os valores de investimento são diferentes, deve-se observar, também, as considerações
efetuadas nos itens 2.1 e 5.

SEGUNDA ALTERNATIVA: utilização do METODO DO VALOR ANUAL


UNIFORME EQUIVALENTE (VAUE), que consiste em calcular o valor anual
equivalente ao fluxo de caixa do investimento, a TMA para o prazo considerado, será
que haja a necessidade de padronizar os prazos das propostas. Calcula-se
primeiramente, o VAL do fluxo de caixa do investimento, como já visto, e depois,
utiliza-o na seguinte formula.

O VAUE representa o valor anual proporcionado a maior (se positivo) ou a menor (se
negativo) pelo investimento proposto, em relação a uma aplicação qualquer do valor do
investimento a TMA. Quanto maior o VAUE, melhor o projeto de investimento.

PROPOSTA "X": Investimento inicial de R$500 e ELC= R$310 por 2 anos.

(valor anual proporcionado a maior pelo investimento)

A proposta X permite um ganho anual de $14,15, em relação a uma aplicação qualquer


do valor do investimento a TMA.

PROPOSTA "Y": Investimento inicial de R$400 e ELC= R$180 por 3 anos.

(valor anual proporcionado


a maior pelo investimento)

A proposta Y, permite um ganho anual de $13,46, em relação a uma aplicação qualquer


do valor do investimento a TMA.

Portanto o VAUE de “X”é maior do que o VAUE de “Y”. (R$14,15 > R$13,46)

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OUTRA FORMA DE SE CALCULAR O VAUE é através da diferença entre o valor


anual equivalente ao fluxo das ELC e o valor anual equivalente as saídas dos
investimentos, devendo o primeiro ser maior que o segundo, indicando que o
investimento propiciara maior retorno do que se aplicado a T.M.A.

PROPOSTA “X”:

Valor anual equivalente das ELC = 310 (neste caso já está calculado, pois as ELC são
constantes)

Valor anual equivalente do investimento = (caso o valor do

investimento fosse aplicado à TAM)

VAUE = 310 - 295,85 → VAUE = 14,15 (valor anual proporcionado a maior pelo
investimento)

PROPOSTA "Y":

Valor anual equivalentes das ELC = 180 (neste caso já esta calculado, pois as ELC são
constantes)

Valor anual equivalente do investimento = (caso o valor do

investimento fosse aplicado à TAM)

VAUE = 180 - 166,54 → VAUE = 13,46 (valor anual proporcionado a maior pelo
investimento)

Portanto, os VAUE encontrados para “X” e “Y” são os mesmos calculados na


alternativa anterior, que mostram que a proposta “X”e melhor que a proposta “Y”.

A Taxa de Fischer é obtida pelo calculo do VAL da diferença dos fluxos de caixa das
propostas, com os prazos igualados. A taxa é apurada por tentativa e erro até que o VAL
seja igual a zero.

No exemplo considerado, a diferença entre os valores do investimento X e Y e de $100,


e as diferenças entre as ELC dos mesmos são:

1° ano = 310-180 = 130 4° ano (310-500)-180 = -370


2° ano = (310-500)-180 = -370 5° ano 310-180 = 130
3° ano =310-(180-400) = 530 6° ano 310-180 = 130

COMPROVAÇÃO:

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Portanto, VAUE de "X" = VAUE de "Y" = 11,53

10.11.2. INVESTIMENTOS SEM REPETICAO

Supondo as duas propostas de investimentos apresentadas no item 11.1, porem sem a


possibilidade dos investimentos se repetirem, elas podem ser avaliadas através do
cálculo do VAL, onde se pressupõe que na diferença dos prazos entre elas, os recursos
estarão aplicados a T.M.A.

COMPROVAÇÃO pelo calculo do montante:

M3 (ELC Y) = 180(1+0,12)2 + 180(1+0,12) + 180 = 607,39


M3 (X-Y) = 100(1+0,12)3 = 140,49
= 747,88 (melhor)
M3 (ELC X) = 310(1+0,12)2 + 310(1+0,12) = 736,06

Aplicando-se $400 na proposta Y e $100 no mercado financeiro a TMA de 12% a.a., o


resultado e melhor do que aplicar $500 na proposta X.

As propostas também podem ser avaliadas pelo VAUE, transformando-se o fluxo de


caixa de 2 anos para o equivalente a 3 anos. Para tal, efetuam-se os seguintes cálculos:

a) cálculo do valor atual das ELC(X)

b) cálculo do valor anual equivalente do VA(X) para 3 anos

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c) cálculo do valor anual equivalente ao investimento (X)

d) cálculo doVAUE(X)

e) comparação com o VAUE (Y) = 13,46 (já calculado no item anterior)

Sob esta condição sem repetição, a proposta Y e melhor que a X, tanto pelo método
VAL (R$32,33>R$23,92), como pelo VAUE (R$13,46 > R$9,96)

10.11.3. METODO DO VAUE EM INVESTIMENTOS COM ELC VARIAVEIS

Quando o investimento produzir ELC variáveis o calculo do VAUE será efetuado


obedecendo aos passos a seguir apresentados, considerando o EXEMPLO 1,
apresentado no item 6, e a TMA = 13% a.a.

Investimento:
a) Calculo do valor atual (VA) das ELC a taxa de 13% a.a. (TMA)

b) Calculo do valor anual equivalente ao valor atual das ELC, para os 4 anos

Valor anual equivalente ao VA das ELC =

c) Calculo do valor anual equivalente ao valor dos investimentos, para os 4 anos

Valor anual equivalente ao VA do Investimento =

d) Calculo do VAUE: VAUE =

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10.12. EXERCICIO

1. Um projeto de investimento com vida útil de 3 anos, apresenta os seguintes dados:


a) valor dos ativos imobilizados a adquirir = $90.000 (desembolso no inicio)
b) resultado liquido da venda dos ativos substituídos = $20.000
c) aumento no capital circulante liquido = $10.000
d) lucro antes do imposto de renda (40%): 1°ano=$5.000; 2°ano=$7.500; 3°ano=$6.000
e) depreciação anual considerada = $30.000
f) resultado liquido da venda, no fim da vida útil, dos imobilizados a adquirir = $5.720
Pede-se: I- Calcular o payback e o payback descontado a TMA = 18%a.a
II- Calcular a taxa media de retorno
III- Calcular a TIR, o VAL e o IL, considerando a TMA = 18%a.a
IV- Supondo uma taxa de reinvestimento = 15% a.a, recalcular a TIR

2. Um empreendimento implicara no investimento de R$10.000, sendo 40% desembolsados


no inicio e o restante após 1 ano. As entradas liquidas de caixa (ELC) previstas para os 3
anos de duração do empreendimento são: 1°ano=R$4.000; 2°ano=R$5.000 e
3°ano=R$3.457. Pede-se:
a) Calcular a TIR e o VAL, considerando a TMA = 15%a.a.
b) Calcular o índice de lucratividade (lL) considerando a TMA = 15% a.a.
c) Supondo uma taxa de reinvestimento dos fluxos de caixa igual a 12% a.a., calcular a nova
TIR e comentar o resultado.

3. Um projeto prevê investimento de R$8.000 no inicio, dos quais R$3.000 serão


financiados a juros de 15% a.a., pagos no final de cada ano e amortizados no final do
ultimo ano. As ELC previstas, sem considerar os juros e amortizações do empréstimo,
para os 3 anos de vida do empreendimento são: 1°ano= R$3.000; 2°ano= R$4.000;
3°ano= R$3.811. Pede-se:
a) Calcular a TIR e o VAL a TMA = 12% a.a., sem considerar o empréstimo.
b) Calcular a TIR e o VAL a TMA = 12%, considerando o empréstimo.
c) Calcular a TIR e o VAL a TMA = 12%, considerando juros do empréstimo a 18% a.a.

4. Dois projetos, mutuamente exclusivos, apresentam os seguintes dados:

INVESTIMENTO ELC
PROJETO
(NO INICIO) 1° ANO 2° ANO 3° ANO
A R$6.000 2.000 3.000 3.709
B R$6.000 3.415 3.000 2.000

a) Avaliar os projetos pela TIR, pelo VAL e IL considerando urna TMA= 14% a.a.
b) Quais as conclusões no caso da taxa de reinvestimento ser de 12% a.a.?
c) E se a taxa de reinvestimento for de 8% a.a.?
d) Qual a taxa de reinvestimento que torna os dois projetos indiferentes quanto ao retorno?

5. Dois projetos, mutuamente exclusivos, apresentam os seguintes dados:

INVESTIMENTO ELC
PROJETO
(NO INICIO) 1° ANO 2° ANO 3° ANO
C R$12.000 4.000 6.000 7.418
D R$8.000 4.500 4.000 2.949

a) Calcular a TIR, o VAL e o IL, considerando a TMA= 15% a.a.


b) Quais as conclusões no caso da taxa de reinvestimento ser de 13% a.a.?
c) Calcular a Taxa de Fischer e comentar sobre o resultado.

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11. RISCO, RETORNO E MERCADO

As decisões financeiras, por estarem fundamentalmente voltadas para o futuro, devem


considerar a variável incerteza no estudo das operações do mercado financeiro.

Toda vez que a incerteza associada a verificação de determinado evento possa ser
quantificada por meio de urna distribuição de probabilidades dos diversos resultados
previstos, diz-se que a decisão esta sendo tomada sob urna situação de risco.

O risco pode ser entendido de diversas formas, a saber:

• possibilidade da ocorrência de prejuízo financeiro;


• incerteza de urna decisão mediante prováveis resultados;
• medida estatística da amplitude entre os resultados;
• medida estatística do desvio padrão do resultado médio esperado;
• medida estatística da dispersão relativa (coeficiente de variação) de ativos que
diferem nos retornos esperados.

11.1. RISCO E RETORNO ESPERADO

O conceito de risco pode ser entendido de diversas maneiras, dependendo do contexto


da pessoa que o esta avaliando, como risco aéreo, para uma companhia seguradora;
risco de contrair urna doença; risco de insucesso do negocio; etc. O risco é interpretado
pelo nível de incerteza associado a um acontecimento.

A avaliação de urna empresa delimita-se aos componentes de seu risco total:


econômico e financeiro. As causas do risco econômico são de natureza conjuntural
(alterações na economia, tecnologia, etc.), de mercado (crescimento da concorrência,
gosto do consumidor, etc.) e da própria gestão da empresa (vendas, custos, despesas,
investimentos, etc.). O risco financeiro esta mais relacionado com a estrutura de capitais
(endívidamento) e sua capacidade de pagamento.

Assim sendo, pode-se concluir que o risco total de qualquer ativo e definido pela sua
parte sistemática (risco sistemático ou conjuntural) e não-sistemática (risco próprio do
ativo).

O risco sistemático e inerente a todos os ativos negociados no mercado, sendo


determinado por eventos de natureza política, econômica e social. Embora cada ativo se
comporta de forma diferente diante da situação conjuntural estabelecida, não ha como
se evitar totalmente o risco sistemático, dai também ser denominado de risco não-
diversificável.

O risco não-sistemático é intrínseco de cada ativo, podendo ser eliminado por


investimento em diversos ativos com correlação negativa entre si, dai também ser
denominado de risco diversificável.

Tendo em vista que qualquer investidor pode criar um portfolio de ativos que vai
eliminar virtualmente todo risco diversificável, o único risco relevante e o risco não-
diversificável.

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A mensuração do risco de um investimento processa-se geralmente por meio de critérios


probabilísticos, o qual consistem em atribuir probabilidades (objetivas e subjetivas) aos
possíveis resultados do investimento. Assim, e delineada urna distribuição de
probabilidades dos resultados esperados, e mensuradas suas principais medidas de
dispersão e avaliação de risco.

A probabilidade objetiva pode ser definida a partir de series históricas de dados e


informações, freqüências relativas observadas e experiência acumulada no passado. A
probabilidade subjetiva, por seu lado, tem como base o conhecimento, a experiência, a
intuição e, ate mesmo, um certo grau de crença.

Nesse ambiente, o risco pode ser interpretado pelos desvios previsíveis dos fluxos de
caixa resultantes de urna decisão de investimento. Sua principal medida estatística e a
variabilidade dos resultados esperados de caixa em relação a media (desvio-padrão), o
retorno esperado esta vinculado aos fluxos incertos de caixa do investimento, sendo
determinado pela ponderação entre os valores financeiros esperados e suas respectivas
probabilidades de ocorrência.

11.1.1. MEDIDAS ESTATISTICAS.

Estatisticamente o risco pode ser avaliado por diversas medidas, dentre as quais
destacamos:

É urna abordagem comportamental para avaliar o risco, a qua1 usa inúmeras estimativas
de retorno possíveis par se obter urna percepção da variabilidade entre os resultados.
Envolve a estimativa dos retornos pessimistas, dos mais prováveis e dos otimistas,
medindo-se o risco pela medida estatística da AMPLITUDE, encontrada pela diferença
entre os resultados otimistas e pessimistas. Quanto maior a amplitude, maior a
variabilidade ou o risco.

EXEMPLO: Dois investimentos de mesmo valor, com as respectivas taxas de retorno


esperadas estão apresentadas a seguir:

Taxa de retorno
Investimento
Pessimista Mais prováveis Otimistas Amplitude
A 12% 15% 18% 18% - 12% = 6%
B 8% 15% 22% 22% - 8% = 14%

Embora os investimentos apresentem a mesma taxa de retorno mais provável, o B e


mais arriscado por possuir uma amplitude maior.

• PROBABILIDADE

Pode ser usada para urna avaliação mais exata do risco de um ativo. PROBABILIDADE
é a possibilidade de ocorrência.

A DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE relaciona as probabilidades a seus


respectivos resultados. Para os investimentos A e B, com base em dados históricos, as
probabilidades de ocorrência dos resultados pessimista, mais provável e otimista são de
25%, 50% e 25%, respectivamente.

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O tipo mais simples de distribuição de probabilidades é o diagrama de barras que mostra


apenas um numero limitado de coordenadas de probabilidade de resultados. No caso de
grande numero de coordenadas pode-se desenvolver urna distribuição continua de
probabilidades como na figura a seguir.

Embora os investimentos A e B tenham os mesmos retornos mais prováveis (15%), a


distribuição dos retornos para o B apresenta uma dispersão maior que de A, sendo,
portanto, o B mais arriscado.

• DESVIO PADRÃO (δ)

É o indicador mais comum do risco de um investimento, o qual mede a dispersão em


torno do valor esperado. O VALOR ESPERADO DE UM RETORNO (k), é o retorno
mais provável de um investimento, calculado pela formula :

O calculo do DESVIO PADRÃO (δ) dos retornos e efetuado através da formula:

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O quadro a seguir apresenta o cálculo dos desvios padrões de A e B, onde se evidencia


um maior risco de "B" (δB = 4,95% contra δA = 2,12% de A)

Investimento A ki k ki-k (ki-k)2 Pri (ki-k)2xPri


Pessimista 12% 15% -3% 9% 25% 2,25%
Mais provável 15% 15% 0 0 50% 0
Otimista 18% 15% 3% 9% 25% 2,25%
Total 4,5%
Investimento B
Pessimista 8% 15% -7% 49% 25% 12,25%
Mais provável 15% 15% 0 0 50% 0
Otimista 22% 15% 7% 49% 25% 12,25%
Total 24,5%

• DISTRIBUICAO NORMAL DE PROBABILIDADE

É aquela que se assemelha a uma curva em forma de sino. Ela e simétrica, o que
significa que os valores se distribuem igualmente dos dois lados da media.

Para uma distribuição normal de probabilidade, as localizações dos possíveis resultados,


entre os desvios padrões a partir do valor esperado, são:

68% dos possíveis resultados → entre ± 1 desvio padrão


95% dos possíveis resultados → entre ± 2 desvio padrão
99% dos possíveis resultados → entre ± 3 desvio padrão

Supondo que as distribuições de probabilidade de retorno A e B sejam normais, temos:

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• COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (CV)

É uma medida de DISPERSAO RELATIVA usada na comparação de risco de ativos


que diferem nos retornos esperados. Expressa o desvio padrão em forma de
porcentagem dos retornos esperados. Quanto maior o CV maior será o risco. E obtido
pela formula:

Os investimentos A e B possuem respectivamente os seguintes coeficientes de variação:

Portanto, B e mais arriscado que A conclusão já obtida pelo desvio padrão, uma vez que
ambos os investimentos tem o mesmo retorno esperado. A verdadeira utilidade do CV
esta na comparação dos investimentos que tem DIFERENTES RETORNOS
ESPERADOS, como exemplificado a seguir:

O investimento C e mais arriscado que D uma vez que seu CV é maior. Se a escolha se
baseasse no desvio padrão, o C seria o elegido, por possuir menor desvio padrão (6%
contra 80%). Como o CV leva em consideração também o retorno esperado, a analise se
baseia na dispersão relativa (proporcional), a qua1 aponta o D como o escolhido.
(0,5%<0,6%)

EXERCICIOS

1-Considerando os retornos e os riscos esperados dos 5 projetos elencados a seguir, qual


o projeto mais arriscado? E qua1 o menos arriscado?

A B C D E
Retorno esperado 25% 15% 20% 18% 22%
Desvio-padrão 5% 3% 3,5% 4% 4%

2. Uma empresa avalia o risco, pela medida estatística da amplitude, de cada um dos
cinco projetos que esta analisando. As estimativas pessimistas, mais prováveis e
otimistas dos retornos anuais estão apresentadas a seguir. Qual o projeto mais arriscado?
E qua1 o menos arriscado?

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Taxas anuais de retomo %


Estimativas
Projeto A Projeto B Projeto C Projeto D Projeto E
Pessimistas 14 6 10 11 12
Mais prováveis 16 16 16 16 16
Otimistas 18 22 25 19 22

3. Com base nos dados a seguir apresentados referentes a um projeto de investimento,


calcular a amplitude, o desvio-padrão e o coeficiente de variação.

Estimativas
Resultados
Pessimista Mais prováveis Otimistas
Retorno 12% 18% 24%
Probabilidade 30% 50% 20%

11.1.2. RELAÇÃO RISCO/RETORNO E INVESTIDOR

A postura de um investidor em relação ao risco e pessoal, não se encontrando uma


resposta única para todas as situações. A preocupação maior nas decisões de
investimento em situação de incerteza e expressar as preferências do investidor em
relação ao conflito risco/retorno inerente a toda alternativa financeira.

A teoria da preferência tem por objetivo básico revelar como um investidor se posiciona
diante de investimentos que apresentam diferentes combinações de risco e retorno.

A escala de preferência do investidor é representada pela denominada curva de


indiferença. Essa curva e compreendida como um reflexo da atitude que um investidor
assume diante do risco de uma aplicação e do retorno proporcionado, e envolve
inúmeras combinações igualmente desejáveis, conforme figura a seguir:

O critério de decisão restringe-se a ativos que respeitem a relação estabelecida pela


curva de indiferença. E como se fosse uma fronteira que separa as situações preferidas
pelo investidor daquelas não desejadas.

A quantidade de curvas de indiferença de um investidor e praticamente ilimitada.


Convencionalmente, o mapa das curvas e apresentado de acordo com uma ordem de
preferência, sendo as mais distantes preferíveis anteriores.

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Os pontos localizados sobre a curva R2 são preferíveis aos da curva R1; os pontos da
curva R3 são preferíveis aos da R2; e assim por diante.

EXEMPLO ILUSTRATIVO: Admitindo-se para um determinado investidor as


oportunidades de investimentos A, B e C, identificados nas curvas de indiferença
conforme figura a seguir:

Para o investidor com grau de aversão ao risco, a alternativa "A" e a preferida, pois se
encontra situada na curva de indiferença mais alta, onde o retomo esperado e maior em
relação a curva de baixo, para um mesmo nível de risco.

O investimento “B”é descartado, pois apresenta risco maior e menor retomo esperado.
O investimento “C”, ao contrario, tem retorno esperado maior, porem risco também
mais elevado. A escolha entre “A”e “C”dependera da aceitação do maior risco ou não,
para obter um maior retorno.

11.2. RETORNO ESPERADO DE UM PORTFOLIO

A teoria do portfolio trata essencialmente da composição de urna carteira ótima de


ativos, tendo por objetivo principal maximizar o grau de satisfação do investidor pela
relação risco/retorno.

O retorno esperado de carteira composta por mais de um ativo e definido pela media
ponderada do retorno de cada ativo em relação a sua participação no total da carteira.

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onde:

EXEMPLO: Supondo uma carteira composta por duas ações (A e B) com retornos
esperados de A = 20% e B = 40%, as quais apresentam, respectivamente, 40% e 60% da
carteira, calcular o retorno esperado da carteira.

11.3. DIVERSIFICAÇÃO DO RISCO

O risco de um ativo qualquer pode ser mensurado pela variabilidade dos retornos
projetados em torno do retorno esperado, ou seja, pelo grau de dispersão dos retornos
em relação à media (desvio padrão).

Por meio da diversificação é possível reduzir o risco da carteira, combinando ativos com
correlações negativas, lembrando que o risco total e constituído do risco diversificável,
que pode ser totalmente ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira, e do
risco sistemático (não-diversificável), que não pode ser eliminado.

Graficamente, o conceito de diversificação pode ser representado pela figura a seguir


apresentada, que relaciona o risco (desvio padrão) da carteira com a quantidade de
ativos inseridos na carteira.

11.3.1. REDUÇÃO DO RISCO PELA DIVERSIFICAÇÃO

EXEMPLO: Admitindo-se os retornos dos ativos X e Y para os cenários considerados


conforme a seguinte tabela:

Cenários Probabilidades Retorno de X Retorno de Y


Otimista 30% 20 4
Provável 40% 14 12
Pessimista 30% 2 18

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RETORNO ESPERADO DOS ATIVOS


Ativos/Resultados Otimista Provável Pessimista Total
ATIVO X
Retorno (1) 20% 14% 2%
Probabilidade (2) 30% 40% 30%
Retorno esperado (1) x (2) 6% 5,6% 0,6% 12,2

ATIVO Y
Retorno (1) 4% 12% 18%
Probabilidade (2) 30% 40% 30%
Retorno esperado (1) x (2) 1,2% 4,8% 5,4% 11,4

ki k ki-k (ki-k)2 Pri (ki-k)2xPri


ATIVO X
Otimista 20% 12,2% 7,8% 60,84% 30% 18,252%
Provável 14% 12,2% 1,8% 3,24% 40% 1,296%
Pessimista 2% 12,2% -10,2% 104,04% 30% 31,212%
50,76%
ATIVO Y
Otimista 4% 11,4% -7,4% 54,76% 30% 16,428%
Provável 12% 11,4% 0,6% 0,36% 40% 0,144%
Pessimista 18% 11,4% 6,6% 43.56% 30% 13,068
29,64%

Supondo a mesma quantia investida nos dois ativos, o risco da carteira e calculado com
base no retorno esperado ponderado.

CENARIO RETORNO ESPERADO DA CARTElRA = ki Pri k


Otimista (20% x 50%) + ( 4% x 50) = 12% 30% 3,6
Provável (14%x 50%) + (12% x 50) = 13% 40% 5,2
Pessimista ( 2%x50%)+(18%ç50)= 10% 30% 3,0
Retorno esperado ponderado = 11,8

Desvio padrão de carteira:

Como podemos observar a correlação negativa entre os dois ativos proporcionou uma
redução no risco da carteira (portfolio)

FEVEREIRO, 2008
H H
F-XC A N GE F-XC A N GE
PD PD

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
PROF. ANDREY XAVIER
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u-tr a c k c u-tr a c k

EXERCÍCIO: Calcular o risco. de uma carteira de ações, e de cada uma de suas ações
(A, B e C) com base nos dados constantes da tabela apresentada a seguir e considerando
a participação de cada uma no valor total de A = 25%; B = 35% e C = 40%.

Cenários Probabilidades Retorno de Retorno de Retorno de


A B C
Pessimista 20% 8% 6% 18%
Provável 50% 10% 12% 14%
Otimista 30% 14% 16% 6%

FEVEREIRO, 2008
H H
F-XC A N GE F-XC A N GE
PD PD

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
PROF. ANDREY XAVIER
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u-tr a c k c u-tr a c k

12. BIBLIOGRAFIA

ASSAF, A. N., SILVA, C.A.T. Administração do capital de giro. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1998.
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003.
BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas,
1998.
CASAROTTO FILHO, N., KOPITTKE, B. H. Analise de investimentos: matemática
financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. 8. ed. São
Paulo: Atlas, 1998.
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. Porto Alegre: Bookman, 2001.
IUDÍCIBUS, S., MARTINS, E., GELBECK, E. R. Manual de contabilidade das
sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARTINS, E., ASSAF NETO, A. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1996.
MATARAZZO, D. C. Analise financeira de balanços. 5, ed. São Paulo: Atlas, 1998.
SANVICENT, A. Z. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

FEVEREIRO, 2008

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