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Farmacologia

12 - DISTÚRBIOS DE HUMOR E PENSAMENTO E EPILEPSIA


Depressão e Antidepressivos

 Depressão unipolar
 Não familiar, relacionada com eventos de stress e sintomas de ansiedade e
agitação – depressão reactiva;
 Familiar, não relacionados com stress e com diferente sintomatologia –
depressão endógena;

 Depressão bipolar
 Início de vida adulta;
 Oscilação entre depressão e mania;
 Fortes tendências genéticas que ainda não foram comprovadas.

Depressão
 Humor depressivo (tristeza) ou  Sentimentos de culpa ou de menor
irritabilidade (crianças e valia;
adolescentes);  Dificuldades de concentração;
 Perda do interesse ou prazer nas  Pensamentos recorrentes acerca
actividades diárias; da morte ou do suicídio ou
 Perda ou ganho de peso tentativas de suicídio.
significativo (±5%);  Sintomas emocionais
 Alteração do sono  Infelicidade, apatia e pessimismo;
(insónia/hipersónia);  Auto-estima baixa: sentimentos de
 Agitação ou depressão culpa e inadequação;
psicomotora;  Indecisão e perda de motivação;
 Fadiga ou perda de energia;

 Sintomas biológicos:
 Retardamento do pensamento e da acção;
 Perda de líbido;
 Distúrbios do sono e perda de apetite.
Depressão:
 Alcoolismo;
 Alterações na neurotransmissão cerebral;
 Doença de Parkinson;
 Doença de Addison;
 Síndroma de Cushing;
 Problemas cardíacos;
 Esclerose múltipla;
 Diabetes;
 Hipotiroidismo
 Hipopituitarismo

DEPRESSÃO – TEORIAS
Teoria das monoaminas
 Depressão – défice de monoaminas;
 Mania – excesso de monoaminas.

TEORIA DAS MONOAMINAS


Fármaco(s) Efeito em pacientes depressivos

Antidepressivos Bloqueiam a recaptação de NA e 5-

tricíclicos
Inibidores da Aumentam os depósitos de NA e 5-
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monoaminooxídase
(IMAO)
Reserpina Inibe o armazenamento de NA e 5- HT Humor ↓

α-metiltirosina Inibe síntese de NA Humor ↓ (calmante para


pacientes maníacos)

Metildopa Inibe síntese de NA Humor ↓

Electroconvulsoterapia Aumenta as respostas do Humor ↑


sistema nervoso central à NA e
Triptofano Aumenta
5-HT? a síntese de 5-HT Humor? ↑ em alguns
(5-hidroxitriptofano) estudos
ANTIDEPRESSIVO

Tratamento farmacológico da depressão


 Inibidores da recaptação de monoaminas:
 Inibidores não selectivos (NA/5-HT): antidepressivos tricíclicos (imipramina,
amitriptilina)
 Inibidores selectivos da recaptação de NA e 5-HT: venlafaxina, duloxetina e
milnaciprano;
 Inibidores Selectivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) (fluoxetina,
fluvoxamina, paroxetina, sertralina;
 Inibidores selectivos da recaptação de NA (maprotilina, reboxetina);

Inibidores da monoaminoxídase (MAO, IMAO)


 Inibidores irreversíveis não competitivos (fenelzina, tranilcipromina);
 Inibidores reversíveis selectivos para MAO-A (moclobemida);

 Compostos variados (“atípicos”) de bloqueio de receptores (mianserina,


trazodona, mirtazapina, erva de S. João - hiperforina)

MECANISMO DE ACÇÃO

 Todos influenciam a concentração de neurotransmissores na fenda sináptica,


actuando sobre a noradrenalina, dopamina e serotonina, bloqueando a recaptação
e/ou inactivação destes neurotransmissores.
 Tricíclicos e ISRS – inibição da recaptação de NA e 5-HT pelas terminações
nervosas monoaminérgicas, facilitando a transmissão;
 IMAO
 Inibição de uma ou ambas as formas de MAO cerebral, aumentando os
depósitos citosólicos de NA e 5-HT nas terminações nervosas;
 Inibição da MAO-A relaciona-se à actividade antidepressiva;
 A maioria não é selectiva, excepto a moclobemida e o pirlindol;

 “Atípicos” – não está completamente estabelecido;


 Produção de efeitos benéficos: mínimo de 2 semanas.
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
 Estrutura estreitamente relacionada com as fenotiazinas;
 Imipramina – não eficaz na esquizofrenia, mas sim na depressão.
 Prolongam a acção da noradrenalina, da dopamina e da serotonina em vários
graus, bloqueando a sua recaptação na fenda sináptica.

FARMACOCINÉTICA

 Absorção: oral;
 T1/2 longo 1 toma /dia;
 Distribuição: variável;
 Metabolização: hepática;
 Eliminação: renal.

EFEITOS ADVERSOS

 Efeitos derivados da actividade anticolinérgica: secura da boca, gosto metálico,


epigastralgias, obstipação, palpitações, retenção urinária, visão turva (efeitos fortes
com a amitriptilina e mais fracos com desipramina);
 Cardiovasculares: hipotensão ortostática, taquicardia e arritmias;
 Sedação;
 Transição brusca do estado de depressão para o de mania (doentes com psicose
maníaco-depressiva);
 Tremor fino (controlo com doses pequenas de propanolol);
 Aumento de peso (maprotilina);
 Alterações sexuais (disfunção eréctil, etc).
 Em doentes submetidos à terapêutica durante muitos meses: síndroma de arrepios,
inflamação da mucosa nasal e dores musculares (em suspensão brusca do
fármaco);
 Intoxicação aguda: mioclonias convulsões, coma, depressão respiratória, hipóxia,
hipotermia e hipotensão colapso cardio-respiratório.
INTERACÇÕES
 Interacção com depressores do SNC (especialmente álcool e anestésicos, mas
também barbitúricos, opióides, ansiolíticos, hipnóticos, sedativos, anti-
histamínicos);
 Fármacos que competem pela ligação às proteínas plasmáticas (aspirina,
fenilbutazona);
 Fármacos que alteram o metabolismo microssomático hepático (antipsicóticos,
barbitúricos, alguns esteróides);
 Anti-hipertensores (guanetidina, clonidina) – os antidepressivos tricíclicos
inibem o seu efeito hipotensor;
 Cimetidina – inibe metabolismo dos antidepressivos tricíclicos – ocorrência de
sintomas anticolinérgicos adicionais.
 Potenciação da actividade anticolinérgica: anti-histamínicos, fenotiazinas,
triexifenidil, benzotropina, meperidina;
 Bupropiom (ou bupropiona) – pode aumentar os níveis plasmáticos dos
antidepressivos tricíclicos;
 Carbamazepina – antidepressivos tricíclicos podem aumentar o seu nível –
toxicidade (vertigens, tremores, cefaleia, sonolência, náuseas e vómitos);
 Metilfenidato, hormonas tiroideias – podem aumentar os níveis plasmáticos dos
antidepressivos tricíclicos;
 Fenotiazinas – aumento dos níveis plasmáticos de ambos – aumento dos
efeitos anticolinérgicos e sedativos.
 Esparfloxacina – inibe o metabolismo dos antidepressivos tricíclicos (arritmias
cardíacas e risco de vida);
 Tabaco – aumenta o metabolismo dos antidepressivos tricíclicos;
 ISRS – aumento da toxicidade dos antidepressivos tricíclicos;
 Anfetaminas, triptofano, dextrometorfano, efedrina, fenilpropanolamina,
pseudo-efedrina, adrenalina – aumentam os níveis de 5-HT – síndrome
serotoninérgico;
 IMAOs – convulsões, hiperpirexia, morte.
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS

 Amitriptilina (ADT®, Tryptizol®)


 Amplamente usada para depressão e síndromes de dor crónica,
também para dor neuropática;
 Contra-indicações e precauções: enfarte do miocárdio recente,
arritmias, fase maníaca da doença bipolar, doença hepática grave;
 Amitriptilina + Perfenazina (Mutabon M/F/D®);
 Clomipramina (Anafranil®)
 Depressão, tratamento da doença obsessiva-compulsiva, da catalepsia
associada à narcolepsia e também usada em distúrbios de ansiedade;

 Dosulepina (Protiadene®) – depressão.


 Imipramina (Tofranil®)
 Depressão, enurese nocturna nas crianças;
 Titulação crescente de dose;
 Mianserina (Tolvon®)
 Depressão;
 ADR: também existe risco de leucopenia, agranulocitose e anemia
aplástica, icterícia, artrite e artralgias;
 Efeitos anticolinérgicos e cardiovasculares são menos relevantes;
 Contra-indicações e precauções: epilepsia, controlar hemo e
leucograma;
 Interacções: antiepilépticos (limiar convulsivante reduzido, acelera
metabolismo da carbamazepina, fenitoína e fenobarbital)
 Nortriptilina (Norterol®)
 Depressão, enurese nocturna em crianças;
 Longa duração, menos sedativa que os antidepressivos tricíclicos em
geral;
 Titulação crescente da dose;
 Trimipramina (Surmontil®);
 Depressão, em tudo semelhante aos antidepressivos tricíclicos.
INIBIDORES SELECTIVOS DA RECAPTAÇÃO DE NA

 Maprotilina (Ludiomil®)
 Indicações: depressão;
 Efeitos adversos e risco de sobredosagem: semelhantes aos
antidepressivos tricíclicos, efeitos anticolinérgicos menos expressivos,
sedação marcada, reduzem limiar convulsivante;
 Contra-indicações e precauções: semelhantes aos antidepressivos
tricíclicos, história de epilepsia;
 Interacções semelhantes aos antidepressivos tricíclicos.
 Reboxetina (Edronax®)
 Indicações: depressão major;
 Efeitos adversos: tonturas, insónia, redução do limiar convulsivante, efeitos
anticolinérgicos – xerostomia, obstipação, hipersudação, taquicardia,
vertigem, retenção urinária, impotência;
 Segura em sobredosagem (baixo risco de arritmias cardíacas);
 Contra-indicações e precauções: hipersensibilidade, gravidez, limiar
convulsivante é reduzida;
 Interacções: cetaconazol, álcool, IMAO;
 Mais segura e com menos efeitos adversos que os antidepressivos
tricíclicos.

INIBIDORES SELECTIVOS DE RECAPTAÇÃO


DE SEROTONINA E NORADRENALINA

 Milnaciprano (Ixel®)
 Depressão major (do adulto);
 ADR
 Frequentes: vertigens, hipersudação, ansiedade, afrontamentos, disúria;
 Raras: náuseas, vómitos, palpitações e excitação psicomotora;
 Excepcionais: síndrome serotoninérgico, aumento das transaminases e rash;
 Contra-indicações e precauções: insuficiência renal, hipertrofia prostática,
hipertensão arterial, cardiopatia, glaucoma, gravidez e aleitamento, capacidade
de manobrar veículos, adrenalina, noradrenalina, clonidina, IMAO-A;
 Interacções: IMAO, digitálicos, triptanos, levomepromazina (aumenta níveis
séricos de milnaciprano), álcool.
 Venlafaxina (Efexor®)
Depressão, ansiedade generalizada;
ADR: semelhantes aos dos ISRS, náuseas, cefaleias, insónias, sonolência,
tonturas, hipertensão, xerostomia, astenia, irritabilidade, convulsões,
aumento das transaminases e colesterol;
Contra-indicações e precauções: história de enfarte do miocárdio ou
doença cardíaca recente; epilepsia, insuficiência renal/hepática, história
de abuso de drogas;
Evitas a interrupção súbita do fármaco, efeitos de paragem comuns e
problemáticos se houver omissão de doses;
Interacções: cimetidina e medicamentos activos no SNC;
Segura em sobredosagem e supostamente de acção mais rápida e de
melhor eficácia.

 Duloxetina (Cymbalta®)
 Potente inibidor não selectivo NA/5-HT;
 Depressão, dor neuropática associada à diabetes, incontinência urinária
de stress;
ADR: semelhantes às dos ISRS, menos efeitos adversos que a
venlafaxina, sedação, tonturas, náuseas, disfunção sexual;
Contra-indicações e precauções: idosos, doença cardíaca, hipertensão,
história de convulsões, aumento da pressão intra- ocular, alterações da
coagulação ou uso concomitante de medicamentos associados a risco
de hemorragia digestiva, insuficiência renal/hepática;
Interacções: mesmas dos ISRS, fluvoxamina e ciprofloxacina (inibem
metabolismo).

OUTROS INIBIDORES DE RECAPTAÇÃO NÃO SELECTIVOS

 Hipericão/Erva de São João (Alacre®) – Hiperforina


 Discreta inibição não selectiva da recaptação de 5-HT/NA;
 Tratamento de sintomas depressivos de intensidade ligeira;
 ADR: semelhante aos ISRS, tonturas, confusão, fadiga, sedação,
sintomas gastrintestinais;
 Contra-indicações e precauções: as dos inibidores da recaptação da
serotonina, fotossensibilidade;
 Interacções: elevado risco de interacção medicamentosa (CYP3A4,
CYP2C9).

 Bupropiom (Wellbutrin XR®, Zyban®, Elontril®)


 Inibidor discreto da recaptação de dopamina e NA;
 Formulação de libertação prolongada para tratamento de depressão e
como tratamento adjuvante de programas para cessação do consumo
de nicotina;
 ADR: perda de peso, cefaleias, enxaqueca, insónia, irritabilidade,
ansiedade, tremor, hipertensão, efeitos anticolinérgicos e hipersudação;
 Crises convulsivas em sobredosagem;
 Contra-indicações: risco de convulsões é superior ao dos outros
antidepressores, insuficiência renal/hepática, história recente de enfarte
do miocárdio ou doença cardíaca instável;
 Interacções: IMAO, ritonavir (aumenta concentração plasmática de
bupropiom), tricíclicos (maior diminuição do limiar convulsivante),
carbamazepina, fosfenitoína, fenobarbital, fenitoína, rifampicina.

OUTROS ANTIDEPRESSIVOS
 Mirtazapina (Remeron Soltab®)
 Bloqueia receptores α2, 5-HT2 e 5-HT3;
 Efeitos adversos: boca seca, sedação, aumento de apetite e peso, aumento
das enzimas hepáticas, icterícia, raramente edema, hipotensão postural,
exantema, tremor, mioclonos, agranulocitose reversível, leucopenia e
agranulocitose;
 Contra-indicações e precauções: evitar interrupção abrupta, epilepsia,
alterações da função hepática e renal, hipotensão, retenção urinária,
glaucoma, psicose, doença bipolar, gravidez e aleitamento;
 Sem interacções medicamentosas importantes, são semelhantes às dos
antidepressivos tricíclicos, potencia efeito dos sedativos e hipnóticos;
 Provavelmente tem início de acção mais rápido que os outros
antidepressivos.
 Trazodona (Trazone AC®, Triticum®)
 Fraco inibidor da recaptação de 5-HT, bloqueia também receptores 5-HT2
e H1;
 Efeitos adversos: sedação, hipotensão, arritmias cardíacas, priapismo,
semelhantes às dos antidepressivos tricíclicos mas com menor acção
anticolinérgica e cardiotóxica;
 Contra-indicações e precauções: semelhantes às dos tricíclicos;
 Interacções: semelhantes às dos tricíclicos, antagoniza o efeito
anticonvulsivante dos antiepilépticos;
 Seguro em sobredosagem;
 Nefazodona e mianserina são semelhantes.

USO CLÍNICO
 Depressão endógena moderada a grave:
 Características psicomotoras como insónia (amitriptilina) ou falta de
apetite;
 Trazodona tem efeitos anticolinérgicos menos acentuados;

 Pânico e distúrbios relacionados (clomipramina);


 Dor neuropática;
 Tratamento por curto prazo de enurese nocturna em crianças;
 Início de acção lento
 Tratamento: 4-6 semanas;
 Após remissão continuar o tratamento por 4 meses (mínimo);
 Causam cardiotoxicidade grave (arritmias) em sobredosagem: avaliar o risco de
suicídio.
INIBIDORES SELECTIVOS DA
RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS)

 Citalopram (Zitolex®);
 Escitalopram (Cipralex®);
 Fluoxetina (Psipax®, Prozac®);
 Fluvoxamina (Dumyrox®);
 Paroxetina (Paxetil®, Seroxat®);
 Sertralina (Zoloft®);
 Vantagem: não apresentam efeitos anticolinérgicos e cardiovasculares;
 Vários distúrbios psiquiátricos: depressão, ansiedade, ataques de pânico,
obsessão-compulsão.

FARMACOCINÉTICA
 Bem absorvidos;
 T1/2 15-24h (fluoxetina: 24-96h);
 3 a 4 semanas para se verificarem efeitos benéficos;
 Paroxetina e fluoxetina não são usadas em combinação com antidepressivos
tricíclicos.

EFEITOS ADVERSOS

 Anorexia, perda de peso;


 Náuseas, diarreia;
 Cefaleias;
 Insónia;
 Alterações sexuais (↓ líbido, disfunção eréctil);
 Inibem o metabolismo de outros fármaco risco de interacções;
 “Síndrome da serotonina” (tremores, hipertermia, colapso cardiovascular);
 Não recomendado para pacientes com idade inferior a 18 anos – excitação,
insónia, agressividade.

INTERACÇÕES
Antidepressivos tricíclicos – toxicidade (arritmias, crises convulsivas e
estimulação do SNC);
Lítio – fluoxetina, citalopram e fluvoxamina aumentam os níveis de lítio e podem
provocar neurotoxicidade;
IMAO (intervalo de 14 dias ou 5 semanas com fluoxetina) – reacções graves,
excitação, sudorese profusa, rigidez, convulsões, hiperpirexia, morte;
Haloperidol – fluoxetina e fluvoxamina aumentam os seus níveis e frequência de
efeitos extrapiramidais;
Fenitoína, fenobarbital – alterações de metabolismo;
Carbamazepina – fluoxetina e fluvoxamina podem aumentar as suas
concentrações – sinas de toxicidade (vertigens, tremores, cefaleia, sonolência,
náuseas e vómitos).
Alprazolam – fluoxetina, fluvoxamina e sertralina prolongam a sua actividade;
Propranolol, metaprolol – fluvoxamina e citalopram inibem o seu metabolismo –
monitorizar bradicardia e hipotensão;
Cimetidina – inibe o metabolismo da paroxetina e sertralina;
 Varfarina – fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram e fluvoxamina podem
aumentar os seus efeitos anticoagulantes – petéquias, sangramento nasal ou
gengival, vómitos com sangue;
 Tabaco – aumenta o metabolismo da fluvoxamina;
 Anfetaminas, triptofano, dextrometorfano, efedrina, fenilpropanolamina, pseudo-
efedrina, adrenalina – aumentam os níveis de 5-HT – síndrome
serotoninérgico.

ISRS

 Citalopram
 Tratamento da doença depressiva, de alteração do pânico com ou sem
agorafobia;
 ADR: sudação, tremor, cefaleias, tonturas, visão turva, sonolência, insónia,
agitação, náuseas, xerostomia, obstipação, diarreia, palpitação, astenia;

 Estacilopram
 Depressão, ansiedade generalizada, perturbação do pânico com ou sem
agorafobia;
 ADR: Alterações gastrintestinais, hipersensibilidade, ansiedade,
irritabilidade, disfunção sexual, convulsões, doença do movimento e
síndrome maligno dos neurolépticos;
 Contra-indicações e precauções: fase maníaca, alterações hepáticas e
renais, gravidez e aleitamento, doença cardíaca e epilepsia, aumento do
risco de suicídio;
 Interacções: outros seratoninérgicos, IMAO, alguns antagonistas β
(carvedilol, metoprolol, propranolol, timolol).
 Fluoxetina

 Depressão, bulimia nervosa, doença obsessiva-compulsiva;


 ADR: alterações gastrintestinais, hipersensibilidade, xerostomia, ansiedade,
irritabilidade, disfunção sexual, convulsões, doenças do movimento e síndrome
maligno dos neurolépticos;
 Contra-indicações e precauções: fase maníaca, alterações hepáticas e renais,
gravidez e aleitamento, doença cardíaca e epilepsia, aumento do risco de
suicídio;
 Interacções: anticoagulantes (efeito potenciado), antagoniza efeito do
antiepilépticos, clozapina e sertindol (aumento das suas concentrações
plasmáticas), risco de toxicidade com agonistas 5- HT1, aumentos da
toxicidade do lítio, tramadol (risco de convulsões).

 Fluvoxamina

 Depressão, doença obsessiva-compulsiva;


 ADR: alterações gastrintestinais, hipersensibilidade, xerostomia,
ansiedade, irritabilidade, disfunção sexual convulsões, doenças do
movimento e síndrome maligno dos neurolépticos, galactorreia;
 Contra-indicações e precauções: risco de aumento das concentrações de
teofilina e aminofilina;
 Evitar interrupção brusca do tratamento;
 Interacções: teofilina e aminofilina (aumento das suas concentrações),
antagoniza acção dos antiepilépticos, terfenadina (risco de arritmias).

 Paroxetina
 Depressão, doença obsessiva-compulsiva, ansiedade generalizada,
perturbações de pânico;
 ADR: alterações gastrintestinais, hipersensibilidade, xerostomia, ansiedade,
irritabilidade, disfunção sexual , convulsões, doenças do movimento e
síndrome maligno dos neurolépticos, efeitos extrapiramidais (particularmente a
discinésia oromandibular);
 Fase inicial do tratamento de perturbação do pânico: pode haver agravamento
da sintomatologia;
 Evitar interrupção brusca do tratamento;
 Interacções: cimetidina, digoxina (reduz níveis plasmáticos).

 Sertralina
 Depressão;
 ADR: alterações gastrintestinais, hipersensibilidade, xerostomia, ansiedade,
irritabilidade, disfunção sexual, convulsões, doenças do movimento e
síndrome maligno dos neurolépticos;
 Contra-indicações e precauções: fase maníaca, alterações hepáticas e
renais, gravidez e aleitamento, doença cardíaca, epilepsia, aumento do
risco de suicídio;
 Evitar interrupção brusca do tratamento;
 Interacções: potencia efeitos dos anticoagulantes, antagoniza efeito dos
antiepilépticos, aumenta concentrações plasmáticas de clozapina e
sertindol, risco de toxicidade com agonistas 5-HT1, aumento da toxicidade
do lítio, aumento de risco de convulsões com tramadol.

INIBIDORES DA MAO
 Depressões atípicas;
 Situações de pânico/fobias;
 Perturbação obsessiva-compulsiva;
 Inibidores da MAO-A: Moclobemida (Aurorix®, Zorix®), Pirlindol
(Implementor®);
 Fenelzina, tranilcipromina, iproniazida, isocarboxazida.
 Bloqueio da inactivação metabólica dos neurotransmissores noradrenalina,
dopamina e serotonina pela MAO, nos neurónios cerebrais pré-sinápticos.

MAO
 MAO-A
 5-HT;
 Principal alvo dos antidepressivos;
 MAO-B
 Feniletilamina;
 Inibida pela selegilina – usada na doença de Parkinson;
 Duas funções principais:
 Regulação a concentração intraneuronal livre de NA/5-HT;
 Activação de aminas endógenas e ingeridas.
EFEITOS FARMACOLÓGICOS

 Aumento rápido e sustentado de 5-HT, NA e dopamina;


 Coração, fígado, intestino, plasma;
 Aumento imediato da actividade motora, excitação e euforia durante alguns
dias;
 Efeito antidepressivo tardio.

EFEITOS ADVERSOS
 Hipotensão;
 Aumento do apetite – aumento do peso;
 Hipersensibilização hepática: icterícia do tipo obstrutiva (colestática);
 SNC: tremores, insónia, agitação, alucinações;
 Secura das mucosas da boca, orofaringe e nariz;
 Obstipação e retenção urinária;
 Sobredosagem: agitação, hiperreflexia, hiperpirexia e convulsões;
 Moclobemida: náuseas, insónias, agitação, interacções menos graves e não
provoca “cheese effect”.
INTERACÇÕES

Apresentam incompatibilidade farmacológica com inúmeros medicamentos


(antidepressivos tricíclicos, opióides, fármacos simpaticomiméticos);
Em associação com alimentos ricos em tiramina (queijos curados, vinho tinto,
cerveja, bananas, fígado de aves, salmão, chocolate, café e chá) crises
hipertensivas (“cheese effect”);
Recomenda-se um intervalo mínimo de 14 dias entre a suspensão de um inibidor
da MAO e outro antidepressor;
IMAO e antidepressivos tricíclicos – crise hipertensiva, excitação,
hiperactividade;
IMAO e ISRS – síndroma da serotonina (inquietação, irritabilidade, tremor,
transpiração, hiperreflexia).
Fármacos que potenciam os efeitos tóxicos (dextrometorfano, carbamazepina,
ciclobenzaprina, metilfenidato, triptofano, sulfonamidas, anfetaminas, efedrina,
metildopa, fenilpropanolamina, levodopa, nefazodona, adrenalina,
noradrenalina);
Anestésicos gerais, diuréticos, anti-hipertensores – os IMAO podem potenciar os
seus efeitos hipotensores;
Insulina, antidiabéticos orais – IMAO possuem efeito antiglicémico aditivo em
combinação com insulina e sulfonilureias;
Meperidina – juntamente com IMAO pode levar a hiperpirexia, inquietação,
hipertensão, hipotensão, convulsões e coma.

INIBIDORES DA MAO-A
 Moclobemida
 Depressão;
 ADR: alterações de sono, tonturas, náuseas, cefaleias, agitação, estados
confusionais, aumentam das transaminases (raramente);
 Contra-indicações e precauções: estados confusionais agudos,
feocromocitoma;
 Interacções: opiáceos, ibuprofeno, levodopa, anorexígenos, agonistas 5-
HT1.

 Pirlindol
o Depressão;
o ADR: náuseas, vómitos, cefaleias, taquicardia, alterações do sono,
trémulo, hipotensão;
o Contra-indicações e precauções: epilepsia, gravidez, insuficiência
hepática ou renal;
o Interacções: simpaticomiméticos, anti-hipertensores, levodopa.

OUTROS ANTIDEPRESSIVOS

 Agonistas dos receptores da melatonina


 Agomelatina (Valdoxan®);
 Tratamento de episódios de depressão major em adultos;
 Contra-indicações e precauções: hipersensibilidade aos componentes,
disfunção hepática, inibidores potentes do CYP1A2 (fluvoxamina,
ciprofloxacina), monitorização laboratorial das transaminases séricas;

 Oxitriptano (Cincofarm®)
 Depressão/enxaqueca – não existem dados suficientes;
 ADR: gastralgias, fores abdominais e pré-cordiais, xerostomia, anorexia,
náuseas, vómitos, obstipação, flatulência, taquicardia, extrasístoles,
vertigens, cefaleias, lipotímias, tremores, mialgias;
 Contra-indicações e precauções: idoso, insuficiente renal, anestesia;
 Interacções: IMAO não selectivos, ISRS, lítio (risco de toxicidade
cerebral), ergotamina (risco de vasoconstrição).

 Tianeptina (Stablon®)
 Mecanismo seratoninérgico:
 Depressão;
 Efeitos adversos: gastralgias, dores abdominais, xerostomia, anorexia,
náuseas, vómitos, obstipação, flatulência, taquicardia, extrasístoles, pré-
cordialgia, vertigens, cefaleias, lipotímias, tremores, mialgias, lombalgias;
 Contra-indicações e precauções: idoso, insuficiente renal, anestesia;
 Interacções: IMAO não selectivo

Doença Bipolar e Estabilizantes de Humor

ESTABILIZADORES DE HUMOR
 Usados profilaticamente na doença bipolar;
 Impedem as oscilações de humor;
 Reduzem a fase de depressão e a fase de mania;
 Administrados por longos períodos;
 Tempo de latência;
 Em crise aguda: só na redução da mania;
 Lítio, carbamazepina, ácido valpróico e gabapentina;
 Outros fármacos (ex: antipsicóticos).
LÍTIO (PRIADEL®)

 Tratamento e profilaxia da mania, doença bipolar e depressão recorrente, no


comportamento agressivo ou automutilante;
 Janela terapêutica estreita e T1/2 longo;
 Monitorização – dose ajustada de acordo com a concentração plasmática;
 Mecanismo de acção ainda não é totalmente compreendido;
 ADR: alterações gastrintestinais, náuseas, sede e poliúria, poldipsia, lesão
tubular renal, hipotiroidismo, tremor fino, fraqueza, aumento de peso, edema,
confusão mental e teratogénese;
 Sobredosagem: visão turva, aumento das perturbações gastrintestinais,
fraqueza muscular, agravamento das alterações do SNC, confusão,
convulsões, arritmias cardíacas, coma e morte.
 Contra-indicações e precauções: litémia medida regularmente, monitorização da
função tiroidea, adequada ingestão de líquidos e sódio, insuficiência renal, doença
cardíaca, doenças endócrinas com alterações do equilíbrio do sódio, aleitamento,
idosos, tratamento com diuréticos, miastenia gravis, cirurgia;
 Interacções
 Nível de sódio plasmático reduzido (diuréticos, dietas com baixo teor de sódio,
pessoas que realizem actividades que produzem sudorese excessiva e
prolongada);
 Metildopa – monitorizar sinais de toxicidade de lítio (náuseas, vómitos, dor
abdominal, letargia, dificuldades na fala, tonturas, tremores);
 Indometacina, piroxicam – reduzem a excreção renal de lítio – acumulação até
níveis tóxicos;
 IECAs, analgésicos, anti-hipertensores, cisaprida, diuréticos, agonistas 5-HT1,
metoclopramida, domperidona, relaxantes musculares, parassimpaticomiméticos,
teofilina.
DISTÚRBIOS DE HUMOR E PENSAMENTO E EPILEPSIA

Distúrbios do Pensamento e Antipsicóticos

ANTIPSICÓTICOS

 Esquizofrenia;

 Psicoses orgânicas;

 Fase maníaca da doença maníaco – depressiva.

SINTOMAS DE ESQUIZOFRENIA

Positivos

 Formas anormais de pensamento;

 Agitação, agressividade;

 Alterações nos processos associativos;

 Comportamentos bizarros;

 Desorganização conceptual;

 Delírios/ilusões;

 Excitação;

 Sensação de perseguição;

 Grandiosidade;

 Alucinações;

 Insónia;
 Desconfiança.

Negativos

 Anergia;

 Anedonia;

 Alogia;

 Comportamento anti-social;

 Défice de atenção;

 Dificuldade de comunicação;

 Dificuldade com abstracções;

 Afastamento social passivo;

 Desleixo, com perda de hábitos de higiene;

 Pobreza na interacção;

 Pobreza de discurso.

TEORIA D O P A M I N É R G I C A (1965)

 “A esquizofrenia está associada a uma hiperactividade

dopaminérgica”;

 “Os fármacos antipsicóticos exercem o seu efeito por

reduzirem a actividade dopaminérgica”;

 Hiperactividade da dopamina/subactividade do glutamato e

envolvimento da 5-HT.

ANTIPSICÓTICOS

 De primeira geração ou “típicos”;


 De segunda geração ou “atípicos”.

 Benzodiazepinas; Bloqueadores adrenérgicos β;

Antiparkinsonianos;

 Anticolinérgicos.

CARACTERÍSTICAS COMUNS

 Acção antipsicótica;

 Aquietação;

 Neutralidade afectiva e emocional;

 Redução da expressão corporal e das emoções;

 Indiferença ao meio ambiente;

 Maior lentidão de raciocínio, com conservação da qualidade

intelectual.

CARACTERÍSTICAS COMUNS

 Terapia combinada com benzodiazepinas – permite

diminuição da dose de antipsicótico;

 Diminuição da agitação psicomotora e insónia – 1 semana;

 Redução das alucinações, ilusões e distúrbios de pensamento

– 6 a 8 semanas;

 O aumento súbito da dose não reduz o tempo de resposta

terapêutica;

 Após resolução de episódio psicótico – decisão sobre

continuação de terapêutica (psicose e efeitos adversos);

 Psicoses tratadas com doses mais baixas que as iniciais –


doses de manutenção;

 Assegurar que o medicamento foi administrado.

ANTIPSICÓTICOS “TÍPICOS” E “ATÍPICOS”

 Perfil do receptor;

 Incidência de efeitos adversos extrapiramidais;

 Eficácia (especificamente da clozapina) no grupo de

pacientes “resistentes ao tratamento”;

 Eficácia contra sintomas negativos.

ANTIPSICÓTICOS

 “Típicos”: 1ª geração

 Bloqueio D2: área mesolímbica, estriatal, hipotálamo-hipófise;

 Cloropromazina, Tioridazina, Trifluoperazina, Haloperidol,

Flupentixol, Clopentoxol, Zuclopentixol, Sulpirida, Pimozida, Flufenazina,

etc;

 “Atípicos”: 2ª geração

 < potência D2, > margem terapêutica;

 afinidade para D2 mesolímbico;

 Algum antagonismo de 5-HT2.

ANTIPSICÓTICOS “ATÍPICOS”
 Não dopaminérgicos (baixa afinidade para D2)

 Clozapina;

 Olanzapina;

 Quetiapina;

 Afinidade para 5-HT > D


2

 Risperidona;

 Zotepina;

 Sertindol;

 Ziprasidona

 Risperidona

 Selectividade para D2/D3

 Amissulprida;

 gonistas parciais de D
A 2

 Aripiprazol;

 Bifeprunox.

 Amissulprida

Efeitos adversos

 Sintomas extra piramidais (distúrbios de movimento agudos e

crónicos)

 Distonia aguda

 Movimentos espasmódicos, protusão da língua,

posicionamento dos olhos para trás, espasmos da mandíbula ou


torção do pescoço;

 Injecção IM de difenidramina, benzatropina, diazepam ou

lorazepam;

 Sintomas parkinsonianos

 Tremor, rigidez facial, fraqueza, perda da função motora;

 Benzatropina, difenidramina.

 Sintomas extra piramidais (distúrbios de movimento agudos e

crónicos)

 Acatísia

 “Incapacidade de se manter quieto”;

 Anticolinérgicos, benzodiazepinas, bloqueadores

adrenérgicos β, clonidina;

 Discinésia tardia

 Movimentos hipercinéticos, persistentes, anormais e

involuntários;

 Sinais precoces são reversíveis, depois tornam-se

irreversíveis;

 Prevenção;

 Excepção: clozapina.

 Síndrome neuroléptico maligno (SNM) (0,5-1,4%)

 Febre, sintomas extrapiramidais severos, taquicardia,

hipertensão lábil, incontinência, alteração da consciência, coma;

 Bromocriptina ou amantadina + dantroleno;

 Hiperprolactinemia;

 Sintomas anticolinérgicos (boca seca, obstipação, visão

turva, confusão);

 Antieméticos e sedativos;
 Aumento de peso;

 Hipotensão postural.

ANTIPSICÓTICOS “TÍPICOS”

®
 Cloropromazina (Largactil )

 Fenotiazina indicada para esquizofrenia e outras

psicoses, náuseas e vómitos graves, ansiedade grave, alterações do

comportamento, porfiria aguda intermitente, soluços intratáveis e

tratamento adjuvante do tétano;

 ADR: semelhantes aos antipsicóticos gerais, efeitos

extrapiramidais, sedação e hipotensão, aumento da prolactina

(ginecomastia), hipotermia, efeitos anticolinérgicos, reacções de

hipersensibilidade, icterícia obstrutiva, agranulocitose, íleo paralítico,

síndrome maligno dos neurolépticos e morte súbita;

 Contra-indicações e precauções: gerais;

hipersensibilidade às fenotiazinas, síndrome de abstinência alcoólica,

coma, depressão da medula óssea, gravidez e aleitamento, crianças

< 6 meses, precaução na agitação com depressão, epilepsia;

o Interacções: fenobarbital, anestésicos gerais;

o Flufenazina e trifluoperazina são semelhantes mas não causam

icterícia, causam menor hipotensão e mais efeitos extrapiramidais.

®
 Ciamemazina (Tercian )

 Tratamento sintomáticos das psicoses;


 ADR, contra-indicações e interacções gerais;

®
 Levomepromazina (Nozinan )

 Tratamento sintomático das psicoses;

 ADR, contra-indicações e interacções gerais;

 Tioridazina

 Fenotiazina;

 Efeitos extrapiramidais (mais baixos), sedação e hipotensão;

 Outros: como a cloropromazina, mas não causa icterícia, no

entanto retirada devido a efeitos cardíacos;

 Flufenazina

 Esquizofrenia e outras psicoses;

 ADR, contra-indicações e interacções semelhantes às dos

antipsicóticos em geral.

®
 Haloperidol (Haldol )

 Butirofenona indicada para esquizofrenia e outras psicoses,

assim como para tiques e síndrome de Gilles de la Tourette;

 ADR: gerais e semelhantes aos da cloropromazina, mas não

causa icterícia e tem menores efeitos anticolinérgicos, efeitos

extrapiramidais de incidência elevada, hipotensão;

 Interacções: gerais, metildopa (demência);

 Amplamente usado mas com fortes efeitos extrapiramidais;


®
 Pimozida (Orap Forte )

 Difenilbutilpiperidina, utilizada no síndrome de Gilles de la

Tourette;

 ADR, contra-indicações e interacções gerais;

 Precaução na doença cardíaca devido ao risco de

prolongamento QT, insuficiência renal/hepática.

®
 Melperona (Bunil )

 Tratamento sintomático das psicoses;

 ADR, contra-indicações e interacções gerais;

 Sulpirida (Dogmatil®)

 Tratamento sintomático das psicoses;

 ADR, contra-indicações e interacções gerais;

®
 Tiaprida (Tiapridal )

 Tratamento sintomático das psicoses;

 ADR, contra-indicações e interacções gerais.

®
 Flupentixol (Fluanxol )

 Esquizofrenia e outras psicoses, depressão;

 ADR: gerais; efeitos extrapiramidais frequentes, sedação e

hipotensão, aumento da prolactina (ginecomastia) e agitação;


 Contra-indicações e precauções: doentes agitados, estados

confusionais e porfiria;

 Clopentixol é semelhante;

®
 Zuclopentixol (Cisordinol )

 Tratamento sintomático das psicoses na fase aguda (acetato

de zuclopentixol, IM) e esquizofrenia e outras psicoses (cloridrato de

zuclopentixol, via oral);

 ADR, contra-indicações e interacções gerais.

ANTIPSICÓTICOS “ATÍPICOS”

Principais problemas

 Aumento de peso e outros distúrbios metabólicos – diabetes

tipo II, cetoacidose diabética e hipertrigliceridemia (ex.:

clozapina e olanzapina);

 Agranulocitose (clozapina);

 Prolongamento do intervalo QT (vários).

® ®
 Amissulprida (Socian , Amitrex )

 Esquizofrenia (sintomas positivos e negativos);

 ADR: gerias, insónia, ansiedade, agitação, sonolência,


alterações gastrintestinais, hiperprolactinemia, bradicardia, crises

convulsivas e prolongamento QT;

 Contra-indicações e precauções: insuficiência renal, idosos,

gravidez e aleitamento, feocromocitoma, tumores secretores de

prolactina;

 Aripiprazol (Abilify®)

 Tratamento da esquizofrenia;

 ADR: gerias, irrequietude, insónia, acatísia, tremor,

sonolência, cefaleias, visão turva, dispepsia, náuseas, vómitos,

obstipação, fadiga;

 T1/2 longo (~3 dias);

 Interacções: gerais, inibidores potentes do CYP3A4

(cetoconazol), indutores do CYP3A4 (carbamazepina).

®
 Clozapina (Leponex )

 Dibenzodiazepina, indicada para esquizofrenia resistente a

outros antipsicóticos, sintomas positivos e negativos;

 Sem efeitos extrapiramidais;

 ADR: gerais, sedação, hipotensão, risco de agranulocitose

(hemogramas regulares), crises convulsivas, salivação, efeitos

anticolinérgicos, aumento de peso;


 Dose deve ser reduzida se houver insuficiência renal;

 Olanzepina (Zyprexa®)

 Esquizofrenia e outras psicoses;

 ADR: gerias, menos efeitos anticolinérgicos;

 Interacções: gerais, potencia efeito dos anti-hipertensores,

álcool, carbamazepina, omeprazol, rifampicina (aumentam o

metabolismo), fluvoxamina (diminuem metabolismo).

®
 Quetiapina (Seroquel )

 Esquizofrenia e outras psicoses;


 ADR: efeitos extrapiramidais, sedação, hipotensão ortostática,

taquicardia, agitação, boca seca, aumento de peso, tonturas,

obstipação, xerostomia, dispepsia, aumento das transaminases,

síndrome maligno dos neurolépticos (raro), discinésia tardia (raro);

 Contra-indicações e precauções: vigilância de hipotiroidismo,

patologia cardiovascular e cataratas, gravidez e aleitamento;

 Interacções: co-administração de fenitoína aumenta

eliminação de quetiapina, carbamazepina, oxcarbazepina,

rifampicina, fenobarbital (também aumentam eliminação), cimetidina

(reduz eliminação), lorazepam (quetiapina reduz a sua eliminação).

®
 Paliperidona (Invega )

 Esquizofrenia;

 ADR: prolongamento do intervalo QT, síndrome maligno dos

neurolépticos, discinésias tardias, hiperglicemia, hipotensão

ortostática;

 Contra-indicações e precauções: hipersensibilidade à

substância activa, excipientes ou à risperidona, potencial para

obstrução intestinal devido à não deformabilidade do comprimido;

 Interacções: farmacodinâmicas com outros medicamentos de

acção central, carbamazepina (acelera depuração renal).

®
 Risperidona (Risperdal )

 Esquizofrenia e outras psicoses, potencial eficácia nos

sintomas negativos;

 ADR: gerais, efeitos extrapiramidais (dose alta), sedação e


hipotensão, aumento de peso;

 Interacções: gerais, carbamazepina (reduz níveis de

risperidona), clozapina (aumenta níveis de risperidona);

 Sertindol (Serdolect®)

 Tratamento da esquizofrenia, potencial eficácia nos sintomas

negativos;

 ADR: gerais, efeitos extrapiramidais, sedação e hipotensão,

arritmias ventriculares, aumento de peso, congestão nasal;

 T1/2 longo (~3 dias);

 Contra-indicações e precauções: gerias, risco de

prolongamento QT – monitorização com ECG antes e durante

tratamento.

®
 Ziprasidona (Zeldox )

 Esquizofrenia, agitação em doentes esquizofrénicos

(injectável);

 ADR: taquicardia, hipotensão postural, hipertensão, sinais

extrapiramidais, sonolência, cefaleias, acatísia, distonia, confusão,

vertigem, ataxia, rash, sudação, alterações da visão, náuseas,

obstipação, dispepsia, sialorreia, diarreia, dismenorreia, aumento do

peso corporal;

 Contra-indicações e precauções: hipersensibilidade, enfarte

de miocárdio recente, insuficiência cardíaca descompensada,

prorrogamento de intervalo QT e arritmias quando administrado com

outros medicamentos com o mesmo efeito;


 Interacções: medicamentos que prolongam o intervalo QT,

álcool, potencia efeitos dos anti-hipertensores, carbamazepina (reduz

níveis), antagoniza os agonistas da dopamina, inibidores do CYP3A4.

®
 Zotepina (Zoleptil )

 Esquizofrenia;

 ADR: aumento de peso é muito frequente, sedação muito

frequente, obstipação, astenia, boca seca, acatísia, sintomas

extrapiramidais, alteração das transaminases (raros), níveis de ácido

úrico podem descer;

 Contra-indicações e precauções: epilepsia (zotepina diminui

limiar convulsivante);

 Interacções: benzodiazepinas (aumentam níveis séricos de

zotepina), potenciais com imipramina, prociclidina, norfluoxetina,

cetoconazol.

INTERACÇÕES

 Barbitúricos;

 Anti-histamínicos;

 Analgésicos;

 Anestésicos;

 Tranquilizantes, sedativos e hipnóticos;

 Insulina, hipoglicemiantes.

 Agonistas da dopamina;
 Carbamazepina ((+) haloperidol, olanzepina, risperidona,

ziprasidona);

 Cimetidina ((-) quetiapina);

 Fenitoína ((+) quetiapina, tioridazina, haloperidol);

 Guanetidina;

 Bloqueadores adrenérgicos β;

 Venlafaxina ((-) haloperidol).

USO CLÍNICO

 Emergências comportamentais

 Antipsicóticos clássicos (cloropromazina, haloperidol)

podem controlar rapidamente estados psicóticos hiperactivos;

 Dose IM é mais baixa que a dose oral – efeito de primeira

passagem;

 Esquizofrenia

 Antipsicóticos de primeira geração;

 Antipsicóticos de segunda geração são usados se os

sintomas extrapiramidais forem problemáticos, se o controlo dos

sintomas for inadequado ou para pacientes com diagnóstico recente.

EPILEPSIA

 Crises súbitas e espontâneas associadas à descarga

anormal, excessiva e transitória de células nervosas.


CLASSIFICAÇÃO DA EPILEPSIA

 Parcial (focal)

 Simples;

 Complexa;

 Generalizada

 Tónico-clónica (grande mal);

 Ausência (pequeno mal);

 Mioclónica;

 Convulsões febris (crianças);

 Estado epiléptico.

ANTIEPILÉPTICOS – MECANISMO DE ACÇÃO

 Redução da excitabilidade das membranas celulares

(bloqueio de canais de sódio – fenitoína, carbamazepina, ácido

valpróico, lamotrigina);

 Potenciação da inibição sináptica mediada pelo GABA

(fenobarbital, benzodiazepinas, vigabatrina, tiagabina);

 Inibição dos canais de cálcio (etossuximida (tipo T),

gabapentina (tipo L));

 Outros mecanismos para fármacos mais recentes – por

elucidar (levetiracetam, zonisamida);

 Fármacos que bloqueiam receptores do glutamato – eficazes

em animais mas inadequados para uso clínico.


ANTIEPILÉPTICOS

 Hidantoínas (fenitoína);

 Carbamazepina;

 Ácido valpróico;

 Suximidas (etossuximida);

 Gabapentina;

 Primidona, oxcarbazepina, lamotrigina, zonisamida;

 Felbamato, topiramato;

 Vigabatrina, tiagabina.

 Barbitúricos (fenobarbital);

 Benzodiazepinas (clonazepam, clorazepato, diazepam,

lorazepam, nitrazepam, clobazam);

TRATAMENTO DA EPILEPSIA

 Monoterapia;

 Escolher o fármaco com melhor relação benefício-risco;

 Titulação da dose (controlo das crises/sinais de intolerância) e

doseamentos dos níveis plasmáticos;

 Em caso de não controlar a situação, escolher um segundo

fármaco (titulação do segundo/descontinuação do primeiro);

 Falha da monoterapia: associações medicamentosas;

 Não interromper bruscamente a medicação.

HIDANTOÍNAS

®
 Fenitoína (Hidantina )

 Interfere com a condutância iónica, tem biodisponibilidade


variável;

 Tem alta eficácia no tratamento de crises de grande mal

epiléptico, mas pode ser usada em todos os tipos de crises

(parciais e tónico-clónicas, excepto ausência), também na

nevralgia do trigémeo;

 Contra-indicações e precauções: disfunção hepática, porfiria,

gravidez (é teratogénica);

Efeitos adversos

 Gastrintestinais (náuseas, ↑ do peristaltismo intestinal);

 Hiperplasia da mucosa gengival;

 Reacções cutâneas (eritema ou prurido);

 Neurológicos (diplopia, neurites periféricas);

 Hirsutismo (raro) , alterações hematológicas e hepáticas,

ataxia, vertigens e síndrome semelhante ao lúpus

eritematoso.

INTERACÇÕES

 Aumento dos efeitos tóxicos e terapêuticos

 Varfarina;

 Metronidazol;

 Amiodarona;

 Isoniazida;

 Cloranfenicol;

 Omeprazol;

 Ticlopidina;
 Cimetidina, etc.

 Diminuem os efeitos terapêuticos e tóxicos

 Barbitúricos;

 Ácido fólico e antiácidos;

 Teofilina;

 Rifampicina;

 Sucralfato, etc;

 Disopiramida, Quinidina, Mexiletina;

 Prednisolona, Dexametasona;

 Contraceptivos orais;

 Teofilina;

 Cetoconazol;

 Ciclosporina.

®
CARBAMAZEPINA (TEGRETOL )

 Interfere com a condutância iónica, pode ser usado

em todos os tipos de crises excepto na ausência;

 utilizado também como estabilizador do humor nas

psicoses maníaco-depressivas e na nevralgia do trigémeo;

 Biodisponibilidade variável com as características do

doente;
 Indutor do CP450;

 Oxcarbazepina é semelhante, ainda com menores

efeitos adversos;
Efeitos adversos

 Diplopia e ataxia;

 Distúrbios gastrintestinais e cardiovasculares;

 Tonturas, sonolência e retenção hídrica;

 Alterações hematológicas (neutropenia, anemia

aplástica, agranulocitose);

 Rash cutâneo;

 Sintomas anticolinérgicos (agravamento de glaucoma,

síndromes confusionais em idosos).

Interacções

 Cimetidina;

 Diltiazem;

 Eritromicina;

 Isoniazida;

 Outros anti-epilépticos;

 Verapamil, eritromicina, nefazodona;

 Anticoagulantes;

 Anticonceptivos orais.

® ®
ÁCIDO VALPRÓICO (DIPLEXIL , DEPAKINE )

 Estrutura diferente de qualquer outro medicamento

utilizado no tratamento da patologia convulsiva;

 Indicado para epilepsia: em monoterapia ou como

terapêutica adjuvante no tratamento de crises parciais


complexas, ausências ou crises de tipo misto, também

acção sobre humor nas psicoses maníaco-depressivas, útil

na profilaxia das enxaquecas;

 Mecanismo da acção semelhante ao da fenitoína e

inibe a GABA transaminase;

 Absorção oral;

®
 Valproato semisódico (Diplexil-R ).

Efeitos adversos

 Náuseas, vómitos, mal-estar gástrico;

 Sedação, sonolência, tonturas e tremores;

 Raramente: discrasias sanguíneas e hepatotoxicidade;

Interacções

 Hipnóticos, analgésicos, ansiolíticos e álcool;

 Fenobarbital, fenitoína;

 Ácido acetilsalicílico, dipiridamol, varfarina – risco de

hemorragia;

 Clonazepam – precipita crises de ausências;

 Salicilatos, cimetidina – aumentam níveis do ácido

valpróico;

 Coloestiramina – reduz absorção do ácido valpróico.

SUXIMIDAS

 Etossuximida, fensuximida, metsuximida;


 Crises de ausência, pode exacerbar crises tónico-

clónicas;

 Interferem com a condutância do cálcio;

 Boas características farmacocinéticas;

 ADR: perturbações gastrintestinais e cardíacas,

fadiga, náuseas, anorexia, letargia, sonolência, alterações

de humor e cefaleias;

 Trimetadiona é semelhante à etossuximida.

® ®
FENOBARBITAL (LUMINALETAS , LUMINAL )

 Todos os tipos de crises, excepto ausências, estado e

mal epiléptico, ansiolítico, hipnótico, medicação pré-

anestésica;

 Efeitos adversos: muitas manifestações no SNC,

sedação, depressão, tolerância, dependência;

 Forte indução de enzimas microssomais – risco de

interacções;

 Contra-indicações e precauções: porfiria, disfunção

hepática, doença respiratória com dispneia ou obstrução

evidente;

®
Primidona (Mysoline ) é farmacologicamente semelhante e é

convertida em fenobarbital no organismo (quase não é utilizada pois

não tem vantagens e tem maior risco de reacções de

hipersensibilidade).
BENZODIAZEPINAS

 Clonazepam, clobazam, diazepam;

 Epilepsia, estado de mal epiléptico, mioclonos;

 Diazepam usado intravenosamente para controlar

estado de mal epiléptico;

 Efeitos adversos: sedação, síndrome de abstinência.

®
 Lamotrigina (Lamictal )

o Acção nos canais de sódio mas também inibe libertação de

glutamato;

o Monoterapia (idade > 12 anos) ou tratamento

adjuvante de crises parciais, crises tónico-clónicas

primária ou secundariamente generalizadas, crises

associadas à síndrome de Lennox-Gastaut;

o ADR: exantemas graves que incluem a

síndrome de Stevens-Johnson e necrose tóxica da

epiderme, febre, mal-estar, síndroma gripal,

sonolência, raramente disfunção hepática,

leucopenia, trombocitopenia, rash, diplopia,

tonturas, insónia, cefaleias, tremor, vómitos;

o Interacções com depressores do SNC

(sedação exacerbada), ácido valpróico, fenobarbital,

fenitoína, primidona, carbamazepina;

o Contra-indicações e precauções: monitorização

de função renal, hepática e coagulação,

hipersensibilidade.
®
Zonisamida (Zonegran )

 Canais de sódio

 Utilização em crises parciais, com ou sem

generalização secundária;

 ADR: graves de base imunológica, que são

associadas a medicamentos contendo um grupo

sulfonamida (erupção cutânea, reacções alérgicas e

graves perturbações hematológicas incluindo anemia

aplástica), sedação (discreta), supressão do apetite e

perda de peso, diplopia, tonturas, ataxia, agitação,

irritabilidade, confusão e depressão;

 Contra-indicações e precauções:

hipersensibilidade, erupção cutânea, insuficiência

renal ou hepática;

 Interacções com depressores do SNC

(sedação exacerbada), fenobarbital, fenitoína,

primidona, carbamazepina, digoxina, quinidina,

rifampicina.

®
 Felbamato (Taloxa )

 Inibição dos receptores NMDA, indicado para terapêutica

adjuvante na síndrome de Lennox-Gastaut em indivíduos com

idade superior a 4 anos resistentes ou intolerantes a outros

antiepilépticos;

 Para casos graves (risco de reacção idiossincrática);

 Poucos efeitos adversos agudos mas pode causar anemia


aplástica e lesão hepática grave (reacções idiossincráticas

raras) – avaliação risco-benefício, náuseas, vómitos,

anorexia, tonturas;

 Contra-indicações e precauções: discrasias sanguíneas,

insuficiência hepática ou hipersensibilidade conhecida ao

felbamato;

 Interacções: carbamazepina, fenitoína, ácido valpróico (as

suas concentrações plasmáticas aumentam).

®
 Topiramato (Topamax )

 Bloqueio dos canais de Na+? Potenciação dos efeitos do

GABA?

 Bloqueio dos receptores AMPA? - Mecanismo

desconhecido;

 Tratamento adjuvante das crises parciais com ou sem

generalização secundária insatisfatoriamente controladas

com outros antiepilépticos, crises associadas com a

síndrome de Lennox.Gastaut, crises tónico-clónicas

generalizadas primárias, acção sobre o humor em psicoses

maníaco-depressivas;

 ADR: dor abdominal, náuseas, anorexia, alterações do

gosto, diminuição da capacidade de concentração e

memória, confusão, perturbação do discurso, labilidade

emocional, perturbações do humor e depressão, alterações

do comportamento, ataxia, alterações da marcha,


parestesias, tonturas, sedação, astenia, alterações da

visão, diplopia, nistagmo, sintomas psicóticos,

agressividade, leucopenia, malformação fetal;

 Contra-indicações e precauções: evitar interrupção brusca,

assegurar hidratação do doente, gravidez e aleitamento,

insuficiência renal/hepática;

 Interacções: aumenta concentrações de fenitoína e interage

com os outros antiepilépticos, aumenta metabolismo dos


1
contraceptivos orais.

®
 Vigabatrina (Sabril )

 Inibição do metabolismo e captação do GABA, indicada como

terapêutica adjuvante nas epilepsias de difícil controlo, em

monoterapia no tratamento da síndrome de West, parece ser

eficaz em pacientes resistentes a outros fármacos;

 ADR: sedação, fadiga, tonturas, nervosismo, alterações

comportamentais e de humor (ocasionalmente psicose), falhas no

campo visual;

 Contra-indicações e precauções: insuficiência renal, idosos,

controlar campos visuais;

 Interacções: reduz as concentrações de fenitoína, fenobarbital e

primidona.
®
 Tiagabina (Gabitril )

 Inibição da captação do GABA, indicado para tratamento

adjuvante das crises epilépticas parciais;

 ADR: tonturas, astenia, sonolência ou insónia, tremor,

ansiedade, alteração da cognição, ataxia, confusão,

amnésia, parestesias, depressão, agressividade (mais

frequentes), dor abdominal, náuseas, vómitos, diarreia,

faringite, excepcionalmente síndrome de Stevens-Johnson;

 Contra-indicações e precauções: doença hepática;

 Interacções: carbamazepina, fenobarbital, fenitoína e outros

indutores das enzimas hepáticas (aumentam eliminação),

ácido valpróico reduz a ligação da tiagabina às proteínas

plasmáticas e a tiagabina aumenta as concentrações

plasmáticas de ácido valpróico, interacção

farmacodinâmica com depressores do SNC.

 Gabapentina (Neurontin®)

 Inibição do metabolismo do GABA, indicada como terapêutica

adjuvante no tratamento das crises parciais com ou sem

generalização em adultos, dor neuropática;

 ADR: sonolência, fadiga, tonturas, ataxia, nistagmo, rinite,

diplopia, ambliopia e tremor;

 Contra-indicações e precauções: insuficiência renal;

 Interacções: depressores do SNC (sedação exagerada),

antiácidos e cimetidina, anticonceptivos orais.


®
 Pregabalina (Lyrica )

 Terapêutica adjuvante no tratamento das crises parciais com

ou sem generalização em adultos, dor neuropática, síndrome

de ansiedade generalizada;

 ADR: fadiga, edema, aumento de peso, sonolência, tonturas,

vertigem, visão turva, impotência, euforia, irritabilidade;

 Rufinamida (Inovelon®)

 Tratamento adjuvante das crises epilépticas associadas com

síndrome de Lennox-Gataut em crianças com 4 anos de idade

ou superior;

 ADR: estado de mal, tonturas, anorexia, astenia, sonolência

ou insónia, tremor, ansiedade, ataxia, confusão, amnésia,

parestesias (mais frequentes), dor abdominal, náuseas,

vómitos, alterações do trânsito intestinal, dispepsia, faringite;

 Contra-indicações e precauções: síndromes QT curto;

 Interacções: valproato, fenitoína.

®
 Levetiracetam (Keppra )

 Tratamento adjuvante das crises parciais com ou sem

generalização;

 Contra-indicações e precauções: precaução nos idosos e

insuficientes renais;

 Interacções: álcool, não tem interacção farmacocinética

com outros antiepilépticos;


® ®
Oxcarbazepina (Proaxen , Zigabal )

 Tratamento em monoterapia ou adjuvante das crises

parciais;

 ADR: risco de hiponatrémia (monitorização), alterações

cardíacas (monitorização), porfiria, insuficiência

hepática/renal;

 Contra-indicações e precauções: monitorização de

hiponatrémia em doentes em risco, monitorização de

doentes com insuficiência cardíaca;

 Interacções: fenitoína, fenobarbital (aumentam

concentrações), valproato, carbamazepina (diminuem

concentrações).

®
 Acetato de eslicarbazepina (Zebinix )

 Tratamento adjuvante em doentes adultos com crises

epilépticas parciais, com ou sem generalização secundária;

 ADR: tonturas, sonolência, erupção cutânea, hiponatremia,

prolongamento do intervalo PR;

 Contra-indicações e precauções: hipersensibilidade,

bloqueio auriculo-ventricular;

 Interacções: contraceptivos orais, varfarina.

USO CLÍNICO

 Crises tónico-clónicas
 Carbamazepina (eficácia: risco favorável), fenitoína, ácido

valpróico;

 Preferível uso de um único fármaco (evita interacções);

 Fármacos mais recentes: vigabatrina, lamotrigina,

felbamato, gabapentina;

 Crises parciais (focais): carbamazepina, ácido valpróico

(primeira linha), clonazepam e fenitoína (alternativas);

 Crises de ausência: etossuximida e ácido valpróico;

 Crises mioclónicas: diazepam IV ou via rectal;

 Dor neuropática: carbamazepina, gabapentina;

 Estabilização de humor em distúrbio afectivo uni ou bipolar:

carbamazepina, ácido valpróico.

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