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O Princípio da vedação da Dupla Punição e do Duplo Processo Pelo

Mesmo Fato – ne bis in idem. O princípio significa que não se pode processar
alguém duas vezes com base no mesmo fato, impingindo-lhe dupla punição.
Veda-se, assim, a duplicidade de processo que teve por base o mesmo fato.
Essa vedação decorre da aplicação do princípio da segurança jurídica,
assegurada por outros diversos princípios, tais como: irretroatividade da lei,
coisa julgada, respeito aos direitos adquiridos, respeito ao ato jurídico perfeito,
outorga de ampla defesa e contraditório aos acusados em geral, ficção do
conhecimento obrigatório da lei, prévia lei para a configuração de crimes e
transgressões e cominação de penas, declarações de direitos e garantias
individuais, justiça social, devido processo legal, independência do Poder
Judiciário, vedação de tribunais de exceção, vedação de julgamentos parciais,
vedação da dupla punição, entre outros.
Segundo esse princípio, o mérito da decisão, não visa impedir a dupla
punição pelo mesmo crime, mas tem o condão de obstar o prosseguimento de
outro processo pelo mesmo fato. Visa-se garantir a força da decisão judicial,
isto é, a sentença absolutória.
Sendo o réu absolvido, mesmo que surjam novas provas e evidente da
culpa do réu, não poderá existir nova imputação criminosa. Não se trata de
impunidade, mas da aplicação de garantias individuais, constantes do art. 5º da
Constituição da República, onde está a se defender a pessoa, cujo esteio é o
princípio da dignidade humana.
Dessa forma, se não há possibilidade de processar novamente quem já
foi absolvido, ainda que surjam novas provas, é lógico que não se admite que o
agente seja punido outra vez pelo mesmo delito.

Logo, quanto ao questionamento, se o Magistrado agiu ou não de forma


correta, entendo que o Magistrado agiu corretamente. Tendo em vista, que o
indivíduo não pode ser punido outro vez pelo mesmo delito, mesmo que haja
provas. Estamos diante de uma anterior absolvição por esse fato, aplicando-se
assim o princípio da segurança jurídica, de forma que, o uso do processo
criminal precisa ter limitação.
Bibliografia:
NUCCI, GUILHERME DE SOUZA NUCCI. Princípios Constitucionais
Penais e Processuais Penais. São Paulo. Editora Revista dos Tribunais,
2010. p. 380-4.

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