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As vias aéreas superiores são constituídas pelas cavidades oral, nasal, a faringe e a
laringe tendo como principais funções para a ventilação, humidificar, aquecer e filtrar o
ar inspirado.
Fazem parte das vias aéreas inferiores a traqueia, brônquios e bronquíolos. A traqueia é
revestida por muco e cílios que impulsionam as partículas estranhas em direcção à
laringe. A traqueia inicia-se na cartilagem cricoideia e termina na carina, de onde
emergem os dois brônquios principais que se subdividem em brônquios secundário, ou
lobares que se vão, por sua vez, dividir até originarem os bronquíolos (subdivisão
terminal das vias aéreas), bronquíolos terminais e bronquíolos respiratórios originando
vários ductos alveolares que terminam em agrupamentos de dezasseis a vinte alvéolos.
O espaço morto anatómico é constituído pela cavidade nasal ou oral, faringe, laringe,
traqueia, brônquios, bronquíolos e brônquios terminais correspondendo a cerca de 150
mililitros. O espaço morto fisiológico é constituído pelo espaço morto anatómico e pelo
volume de quaisquer alvéolos não funcionantes.
Fowler, em 1948 dividiu a curva de capnograma em 4 fases (I, II, III e IV).
Esta descoberta só foi aplicada nos Estados Unidos da América em 1970 por
Anestesistas para manutenção de anestesia geral. Desde 1991, a capnografia é cada vez
mais utilizada e valorizada e generalizada a outras áreas, como os cuidados intensivos.
Fase II: inicia-se a expiração e começa a surgir uma curva no sentido ascendente com o
aumento do CO2 expirado. Nesta fase existe uma mistura de ar do espaço morto
anatómico com o ar alveolar.
Fase IV: inicia-se a inspiração. A curva assume o sentido descendente até atingir o valor
mínimo do capnograma.
Para uma correcta avaliação do capnograma é necessário atender a três questões iniciais:
Utilização da Capnografia
Avaliação da Capnografia
Cada vez mais se faz valoriza a avaliação do EtCO 2 em doentes submetidos a ventilação
mecânica invasiva como reflexo da PaCO2. Mas as diferenças obtidas entre a EtCO 2 e a
PaCO2fazem muitas vezes questionar a validade desta avaliação. A subtracção entre a
PaCO2 e a EtCO2 permite-nos obter um valor que normalmente é positivo e varia entre 4
a 5 mm Hg que representa o espaço morto alveolar normal existente mesmo em pessoas
saudáveis.
Quanto menor for o valor obtido na subtracção entre a PaCO2 e EtCO2 melhor a relação
entre perfusão e ventilação. Ou seja, perante situações de ausência de espaço morto
alveolar, em que a relação entre a ventilação e a perfusão seja óptima, a EtCO 2 é
próxima da PaCO2, com o aumento do espaço morto alveolar aumenta a diferença entre
a PaCO2 e a EtCO2 proporcionalmente.
Existem outros factores que contribuem para o aumento do valor da subtracção entre a
PaCO2 e a EtCO2 tais como a diminuição do débito cardíaco, aumento da resistência
vascular pulmonar, embolia gasosa, enfisema pulmonar, hipovolémia e em idosos.
Alterações no Capnograma
Uma subida superior a 45 mm Hg na fase II, condiciona uma fase III com um nível de
CO2 elevado e prolongado que pode ser causado por hipoventilação (ventilação
espontânea) ou por ventilação inadequada (gráfico 2).
Gráfico 2: Hipoventilação
Uma subida superior a 35 mm Hg na fase II, condiciona uma fase III com um nível de
CO2 baixo que pode ser resultado de hiperventilação, embolismo pulmonar ou
hipotermia.
Gráfico 3: Hiperventilação
A presença de um declive próximo do final da fase III pode indicar destruição alveolar
significativa ou pneumotoráx.
A ausência completa de curva indica uma situação grave como apneia ou mobilização
do tubo para o esófago ou pode simplesmente indicar uma falha mecânica do
capnógrafo.
Ao contrário da oximetria de pulso que não indica a forma como é usado o oxigénio,
uma vez que mensura a quantidade de hemoglobina disponível que se encontra saturada
de oxigénio, a capnografia traduz a eliminação de CO2. A capnografia é um método
simples mas efectivo para determinar a eficiência da ventilação porque a forma como as
células estão a consumir o O2 e a eliminar o CO2 reflectem mudanças que ocorreram
apenas em dez segundos, enquanto na oximetria de pulso podem demorar vários
minutos. Alterações na perfusão e na ventilação são mais rapidamente identificadas com
o capnógrafo do que com o oxímetro.