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Manguezal

O Manguezal, também chamado de Mangue, é um ecossistema costeiro, de transição


entre os ambientes terrestre e marinho, uma zona úmida característica de regiões
tropicais e subtropicais.

Associado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e


reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou
diretamente expostos à linha da costa, está sujeito ao regime das marés, sendo dominado
por espécies vegetais típicas, às quais se associam outros componentes vegetais e
animais.

Ao contrário do que acontece nas praias arenosas e nas dunas, a cobertura vegetal do
manguezal instala-se em substratos de vasa de formação recente, de pequena
declividade, sob a ação diária das marés de água salgada ou, pelo menos, salobra.

Devem-se distinguir os termos "manguezal" (ecossistema) de "mangue", termo comum


dado às espécies vegetais características desses habitats.

Características
O solo

O solo do manguezal caracteriza-se por ser úmido, salgado, lodoso, pobre em oxigênio e
muito rico em nutrientes. Por possuir grande quantidade de matéria orgânica em
decomposição, por vezes apresenta odor característico, mais acentuado se houver
poluição. Essa matéria orgânica serve de alimento à base de uma extensa cadeia
alimentar, como por exemplo, crustáceos e algumas espécies de peixes. O solo do
manguezal serve como habitat para diversas espécies, como caranguejos.

Vegetação

Em virtude do solo salino e da deficiência de oxigênio, nos manguezais predominam os


vegetais halófilos, em formações de vegetação litorânea ou em formações lodosas. As
suas longas raízes permitem a sustentação das árvores no solo lodoso.

Os manguezais são encontrados ao longo de todo o litoral brasileiro, onde as principais


espécies de árvores típicas deste bioma são:
 Rhizophora mangle (mangue-vermelho) - próprio de solos lodosos, com raízes
aéreas;
 Laguncularia racemosa (mangue-branco) - encontrado em terrenos mais altos,
de solo mais firme, associado a formações arenosas;
 Avicennia schaueriana (mangue-preto, canoé)
 Conocarpus erectus (mangue-de-botão)

A espécie Laguncularia racemosa merece destaque por ser a única espécie típica de
mangue encontrada no Arquipélago de Fernando de Noronha, num único manguezal
localizado na Baía do Sueste.

No Indo-Pacífico, as árvores típicas do mangal são a Rhyzofora mucronata (mangal


vermelho), a Avicenia marina (mangal branco), a Brughiera gymnorhyza e o Ceriops
tagal.

A fauna

A biodiversidade dos manguezais se traduz em significativa fonte de alimentos para as


populações humanas. Nesses ecossistemas se alimentam e reproduzem mamíferos, aves,
peixes, moluscos e crustáceos, entendidos os recursos pesqueiros como indispensáveis à
subsistência tradicional das populações das zonas costeiras.

Importância
Os manguezais desempenham importante papel como exportador de matéria orgânica
para os estuários, contribuindo para a produtividade primária na zona costeira. Por essa
razão, constituem-se em ecossistemas complexos e dos mais férteis e diversificados do
planeta. A sua biodiversidade faz com que essas áreas se constituam em grandes
"berçários" naturais, tanto para as espécies típicas desses ambientes, como para animais,
aves, peixes, moluscos e crustáceos, que aqui encontram as condições ideais para
reprodução, eclosão, criadouro e abrigo, quer tenham valor ecológico ou econômico.

Com relação à pesca, os manguezais produzem mais de 95% do alimento que o homem
captura no mar. Por essa razão, a sua manutenção é vital para a subsistência das
comunidades pesqueiras que vivem em seu entorno.

Com relação à dinâmica dos solos, a vegetação dos manguezais serve para fixar os
solos, impedindo a erosão e, ao mesmo tempo, estabilizando a linha de costa.

As raízes do mangue funcionam como filtros na retenção dos sedimentos. Constituem


ainda importante banco genético para a recuperação de áreas degradadas, por exemplo,
como aquelas por metais pesados.

A destruição dos manguezais gera grandes prejuízos, inclusive para economia, direta ou
indiretamente, uma vez que são perdidas importantes frações ecológicas desempenhadas
por esses ecossistemas. Entre os problemas mais observados destacam-se o
desmatamento e o aterro de manguezais para dar lugar a portos, estradas, agricultura,
carcinocultura estuarina, invasões urbanas e industriais, derramamento de petróleo,
lançamento de esgotos, lixo, poluentes industriais, agrotóxicos, assim como a pesca
predatória, onde é muito comum a captura do caranguejo-ucá durante a época de
reprodução, ou seja nas "andadas", quando torna-se presa fácil. É preciso conhecer e
respeitar os ciclos naturais dos manguezais para que o uso sustentado de seus recursos
seja possível.
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