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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

ENGENHARIA FLORESTAL
QUÍMICA ANALÍTICA

PRÁTICA 05:
INDICADOR ÁCIDO-BASE NATURAL
(FLOR DE HIBISCO)

Profª Cláudia Bejan

Alunos:
Danilo Ádney Gomes de Souza
Patricia Silveira Xavier
Satyro Barbosa da Silva
Recife, 26 de abril de 2010.

ÍNDICE

Página
1 INTRODUÇÃO 01
2 OBJETIVOS 02
2.1 OBJETIVO GERAL 02
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 02
3 METODOLOGIA 03
3.1 MATERIAIS E REAGENTES 03
3.2 PROCEDIMENTOS 04
4 DISCUSSÃO E RESULTADOS 05
5 CONCLUSÃO 08
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 09

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1 INTRODUÇÃO

Em várias ocasiões do cotidiano os seres vivos estão em contato com substâncias


de caráter ácido e alcalino. Essas substâncias são responsáveis pelo equilíbrio químico
de vários organismos vivos e para o homem, além da manutenção das necessidades
vitais, também funcionam como auxiliador em atividades corriqueiras como a limpeza
de materiais, higiene, dentre outros. Sabe-se que o ácido, partindo de uma avaliação
organoléptica, está associado ao sabor azedo, como no caso do vinagre e do limão; e
que o álcali, é caracterizado pelo sabor adstringente e no tato sensação escorregadio,
como ocorre com os saponáceos (FELTRE, 2000).
Segundo BOSQUILHA (1999), os ácidos por ionização formam H + e as bases
produzem OH-; e de acordo com a capacidade de dissociação desses íons, percebe-se
variação no grau de acidez e alcalinidade. Assim como os eletrólitos, a força de um
ácido ou uma base varia de com acordo com o grau de dissociação. Portanto, os ácidos e
as bases que se dissociam quase por completo em água são chamados respectivamente
de ácidos fortes e bases fortes; e aqueles que dissociam parcialmente são chamados de
ácidos fracos e bases fracas.
Dada a importância das medições para a ciência, o conceito de pH foi
introduzido por Sorensen em 1909, com o intuito de quantificar os valores de acidez e
basicidade de uma solução (FIORUCCI, SOARES E CAVALHEIRO, 2001). Para
tanto, usa-se a escala de pH que varia de zero (soluções muito ácidas) até 14 (soluções
muito básicas), na qual o valor pH = 7 indica uma solução neutra.
Geralmente, o pH é medido através de indicadores ácido-base, pois apresentam a
comodidade da avaliação visual, devido a grande variedade deles, mudarem de cor de
acordo com o valor do pH. Nesses indicadores a mudança de cor (de ácido para base)
usualmente é chamada de viragem do indicador, como acontece com o papel de
tornassol que fica vermelho em contato com ácidos e azul em contato com soluções
alcalinas (FELTRE,2000).
Ademais dos indicadores químicos como o papel de tornassol e a fenolftaleína,
existem os indicadores naturais como o repolho roxo, o chá preto, algumas cascas de
frutas e algumas flores, como o hibisco que foi utilizado na prática. Esses indicadores
partem do mesmo princípio que os normalmente utilizados em laboratório, pois segundo
PRADO e CORTÊS (2010) alteram a coloração das soluções e também possuem um

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determinado ponto de viragem (valor de pH em que mudam de coloração), mas com a
facilidade de serem produzidos e utilizados em ambientes domésticos a baixo custo.
A eficácia desses indicadores comumente é testada em soluções tampões.
Segundo citação de HARRIS por FIORUCCI, SOARES E CAVALHEIRO (2001), uma
solução tamponada é aquela que resiste a mudanças de pH quando ácidos ou bases são
adicionados ou quando ocorre a diluição da solução. Contudo, existe um limite para que
não haja a variação de pH, ou seja, a substância adicionada à solução deve ter menor
concentração que o volume total da solução tamponada. Exemplos de solução tampão é
o sangue dos mamíferos, que em estados normais possuem pH entre 7,35 e 7, 45 devido
a mecanismos de equilíbrio ácido-base do corpo; e a saliva (pH 6,4 a 6,9) que neutraliza
os ácidos presentes na boca, evitando o desenvolvimento de bactérias que forma a placa
bacteriana.
Mediante esses conhecimentos teóricos, foram realizadas experiências em
laboratório com flores de hibisco para produzir uma solução indicadora ácido-base e
assim observar as alterações de pH e conseqüentemente coloração (ponto de viragem do
indicador) das soluções. Para tanto, utilizou-se soluções tampões com pH entre 4 e 10, e
cinco outras soluções não tamponadas, que serviram como base para os testes de pH e
por conseguinte geraram resultados e discussões dispostos a seguir neste relatório.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:


• Elaborar indicador de pH em laboratório utilizando uma substância do cotidiano.

2.2 Objetivo Específico:


• Demonstrar que através da manipulação de elementos de uso comum presentes
no dia-a-dia é possível elaborar indicadores confiáveis de pH;
• Identificar o pH de algumas soluções, disponibilizadas em laboratório, através
do uso dos indicadores elaborados e confrontar esse resultado com o pH dessas
mesmas soluções adquirido através do uso do papel indicador;
• Construir uma tabela de pH através de cores.

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3 METODOLOGIA

3.1 MATERIAIS E REAGENTES

a) Bancada central:
• 1 béquer 50 mL com solução tampão pH 4;
• 1 béquer 50 mL com solução tampão pH 5;
• 1 béquer 50 mL com solução tampão pH 6;
• 1 béquer 50 mL com solução tampão pH 7;
• 1 béquer 50 mL com solução tampão pH 8;
• 1 béquer 50 mL com solução tampão pH 9;
• 1 béquer 50 mL com solução tampão pH 10;
• 1 béquer 50 mL com água de torneira;
• 1 béquer 50 mL com limpador de alumínio;
• 1 béquer 50 mL com suco de limão;
• 1 béquer 50 mL com vinagre branco;
• 1 béquer 50 mL com limpador de uso geral (Veja);
• 1 béquer 50 mL com refrigerante soda sprite;
• 7 pipetas volumétrica;
• 1 caneta para retro projetor;
• 13 papéis indicador de pH.

b) Bancada individual:
• 12 pétalas de papoula vermelha (flor de hibisco);
• 2 béqueres 250 mL;
• 150 mL de Água destilada;
• 1 tesoura;
• 1 bastão de vidro;
• 1chapa metálica elétrica;
• 1 suporte universal;
• 1 garra para funil;
• 1 funil simples;

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• 1 folha de papel de filtro qualy;
• 1 pipeta volumétrica;
• 1 estante para tubos de ensaio;
• 13 Tubos de ensaio;
• Caixa de lápis de cor.

3.2 PROCEDIMENTOS

a) Preparação do indicador ácido base:

1. Cortou-se com o auxílio de uma tesoura as 12 pétalas de hibisco (papoula


vermelha) em menores porções possível;
2. Transferiu-se para um béquer de 250 mL as pétalas cortadas e adicionando-se
150 mL de água destilada;
3. Colocou-se o béquer na chapa metálica elétrica e aguardou-se até o mesmo
chegar à fervura;
4. Retirou-se o béquer do aquecimento e aguardou-se seu resfriamento;
5. Filtrou-se a solução através de um funil e um filtro colocando-a em outro béquer
e descartou-se o que ficou no filtro;
6. Registrou-se na tabela-1 o pH de cada uma das 7 soluções tampão através do uso
do papel indicador;
7. Adicionou-se 1 mL de cada solução tampão em seu respectivo tubo de ensaio;
8. Adicionou-se em cada tubo de ensaio, que continha a respectiva solução tampão,
20 gotas da solução filtrada de pétalas de hibisco;
9. Registrou-se, na tabela-1 com o auxilio do lápis de cor, as respectivas cores
obtidas em cada tubo de ensaio relacionando com o pH que cada um continha.

b) Identificação do pH de cada solução disponibilizada:

1. Registrou-se, na tabela-2, o pH de cada uma das 6 soluções utilizando-se o papel


indicador;
2. Adicionou-se aleatoriamente um volume de cada solução no respectivo tubo de
ensaio;
3. Colocou-se 20 gotas do filtrado, que continha as pétalas de hibisco, em cada um
dos tubos de ensaio que continham a solução a ser estudada;

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4. Registrou-se, na tabela-2 com o auxilio do lápis de cor, as respectivas cores
obtidas em cada tubo de ensaio;
5. Comparou-se as cores obtidas nesses tubos de ensaio com os padrões das cores
registradas com a solução tampão e definiu-se o pH dessas soluções;
6. Comparou-se o pH de cada solução adquirido através do uso das pétalas de
hibisco com o pH registrado através do papel indicador.

4 DISCUSSÃO E RESULTADOS

a) Obtenção do indicador ácido base:

Após coleta das pétalas (figura 1) de hibisco (papoula vermelha) nas


proximidades do laboratório iniciou-se a preparação do indicador ácido base do mesmo
começando com o corte das pétalas em pequenas porções na bancada individual.

Figura 1: pétalas de hibisco

Colocou-se essas pétalas cortadas em um béquer e adicionou-se 150 mL de água


destilada no mesmo. Transportou-se esse béquer para a chapa metálica elétrica
aguardando que ele chegasse ao nível de fervura. Após resfriado, filtrou-se esse béquer
com o auxilio do funil e filtro qualy. O transporte desse béquer realizou-se com auxilio
de uma flanela para evitar posteriores acidentes com queimaduras. Na bancada central
realizou-se a confirmação do pH de cada uma das 7 soluções tampão com o auxilio do
papel indicador. Coletou-se, através da pipeta volumétrica individual, 1 mL de cada
solução tampão colocando-a em seu respectivo tubo de ensaio (totalizando 7 tubos de
ensaio). Transportou-se esses tubos de ensaio para a bancada individual e adicionou-se,

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com o auxilio da pipeta volumétrica, 2 mL do filtrado (figura 2) em cada um dos 7
tubos de ensaio que continham a solução tampão.
Figura 2: pétalas de hibisco filtrada

Registrou-se na tabela-1, com o uso do lápis de cor, as cores obtidas em cada


tubo de ensaio que tem seu pH definido (figura 3).
Figura 3: indicador ácido base obtido

Da esquerda para direita: pH 4 até pH 10

Tabela 1: coleta das cores do indicador de pH


TAMPÃO pH 4 pH 5 pH 6 pH 7 pH 8 pH 9 pH 10
Papel indicador 4 5 6 7 8 9 10
Cor do indicador
ácido base
natural

b) Obtenção do pH de cada solução:

Na bancada central realizou-se a obtenção do pH de cada solução através do uso


do papel indicador colocando o resultado na tabela-2, em seguida, coletou-se
aleatoriamente volumes de cada solução em seu respectivo tubo de ensaio (totalizando 6
tubos de ensaio). Transportou-se os tubos de ensaio para a bancada individual e
adicionou-se em cada um 10 gotas de filtrado das pétalas de hibisco.

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Em cada um dos 6 tubos de ensaio verificou-se a formação de uma cor (figura
4).
Figura 4: cor de cada solução após colocação do ácido base

Observou-se que o ponto de viragem no indicador foi no pH 7 já que ele


começou a modificar a coloração a partir desse ponto.

Registrou-se essas cores na tabela-2 e comparando-as com a tabela-1 definiu-se


o pH de cada solução. Comparou-se esse pH, obtido através das cores do indicador, com
o pH obtido através do papel indicador, registrou-se os comentários na própria tabela-2.

Tabela 2: comparação entre o pH obtido através do indicador ácido base e do papel indicador
pH DE ACORDO COM O
SOLUÇÃO PAPEL COR INDICADA
INDICADOR

A cor da solução difere da cor


de todos os indicadores de pH
natural. Isso ocorreu
possivelmente devido a
presença de Cloro e outros
água de torneira 6 sais na água de torneira o que
justifica sua discrepância.
Dessa forma, não seria
possível definir seu pH através
da comparação.

Houve mudança na cor porque


o produto inicial tem cor azul,
com a adição do indicador
limpador de alumínio
0 apresentou-se coloração
(cor azul) avermelhada mais intensa que
o tampão 4 indicando que a
solução tem maior acidez.

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Apresenta coloração vermelho
alaranjado turva mais intenso,
o que era esperado visto que
com a diminuição do pH mais
ácido é solução e com isso a
suco de limão 2 intensidade do vermelho,
como base no observado nas
soluções tampões. A cor turva
se deve ao próprio suco de
limão apresentar opacidade.
Não aferiu-se o pH abaixo de
4 nas soluções tampões.
Porém como verificou-se que
vinagre branco 3 a intensidade do vermelho
aumentava proporcionalmente
a força do ácido, concluiu-se
que ele chegaria a esse pH.
Como aferiu-se somente até o
pH 10 com as soluções
tampões não podemos
confirmar que a coloração a
limpador de uso geral
11 partir do pH 11 fica
(VEJA) esverdeada, mas segue a
tendência de quanto mais forte
a base mais intensa a
coloração.

Apresentou a mesma
coloração que a solução
refrigerante (Sprite) 4
tampão de pH4, confirmando
a eficácia do indicador.

5 CONCLUSÃO

A partir da prática indicador ácido-base natural, observou- se que as flores do


hibisco podem gerar uma indicador confiável, pois quando testado nas soluções
tampões, verificou-se o ponto de viragem num pH específico (pH 7), que apresentou
coloração intermediária levemente marrom. Constatou-se ainda, que as soluções ácidas
apresentaram coloração vermelho, variando a intensidade de acordo com o grau de
acidez. Sendo assim, os ácidos fortes apresentaram tonalidade de vermelho mais intenso
e os fracos vermelho menos intenso chegando a uma coloração rosada. O mesmo
ocorreu para as soluções alcalinas: as bases mais fortes apresentaram tonalidade amarela
mais intensa e as bases mais fracas coloração amarela menos intensa.
Porém nas soluções não tamponadas verificou-se uma discrepância de coloração,
quando o indicador foi adicionado a solução água de torneira, pois ficou com uma

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coloração azul acinzentada, quando deveria apresentar coloração levemente marrom,
sendo a água uma substância que paira a neutralidade. Nas demais soluções não
tamponadas, observou-se a tendência de aumento da intensidade das colorações
vermelha e amarela, quanto mais, respectivamente, ácidas e básicas eram as soluções; e
de diminuição da intensidade das colorações quanto menos ácidas e básicas eram as
soluções.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Site: http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/indicador-
acidobase-natural, Acesso em 25 de Abril de 2010.

Site: http://fisicoquimicacvg.tripod.com/experiencias_para_fazer_em_casa.htm. Acesso


em: 22 de Abril de 2010.

BOSQUILHA, Gláucia Elaine. Minimanual compacto de química: teoria e prática.


São Paulo: Rideel, 1999.

FELTRE, Ricardo. Química Geral vol. 1. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna,
2000.

FELTRE, Ricardo. Química Geral vol. 2. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna,
2000.

Site: http://fisicoquimicacvg.tripod.com/experiencias_para_fazer_em_casa.htm. Acesso


em: 22 de Abril de 2010.

FIORUCCI, Antônio Rogério; SOARES, Márlon Hebert Flora; CAVALHEIRO, Éder


Tadeu Gomes. Conceitos científicos em destaque - Conceito de solução tampão.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc13/v13a04.pdf. Acesso em: 29 de
Abril de 2010.

NASCIMENTO, Valberes B. Química geral experimental / Valberes B. Nascimento.


2º ed. rev. Recife: EDUFRPE, 2008.

Kauffman, G. B.; Adams, M. L.; Educ. Chem. 1990, 36.

PRADO, Andréa Cedro; Côrtes, Carlos Eduardo da silva. Experimentos de titulação


ácido-base utilizando indicadores naturais e materiais de baixo custo. Disponível
em: http://sec.sbq.org.br/cdrom/30ra/resumos/T1379-1.pdf. Acesso em: 29 de Abril de
2010.

Sardelha, Antônio; Mateus, Edegar. Química fundamental. Editora Ática, 6 edição,


São Paulo, 1985, p. 49.

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