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Reflexão social

Reivindicação para a cidade / sociedade


Bullying – o preconceito que se aflora

A palavra inglesa bullying, que quer dizer acossamento ou intimidação é cada


vez mais frequente no vocabulário de muitos brasileiros. Isto porque, este termo
comumente usado para designar uma forma de preconceito extremamente agressiva tem
se tornado realidade em muitas de nossas escolas e universidades.

A saber, o bullying é caracterizado por um comportamento agressivo e negativo,


que é executado repetidamente, comumente ocasionado em um relacionamento em que
há um desequilíbrio de poder entre os envolvidos. Pode acontecer somente de forma
verbal, através de recusa à socialização com a vítima, através de intimidações ou, nos
casos mais graves, pode chegar à violência física.

No Brasil, inúmeros e recentes casos enchem as páginas dos jornais. Em 2010,


por exemplo, a 6ª Câmara Cível do TJRS proferiu interessante julgamento acerca de um
caso envolvendo indenização pela prática de bullying pela Internet ou cyberbullying,
como também é chamado. O professor Felipe de Arruda Birck ajuizou uma ação contra
o provedor de Internet Terra e a mãe do menor responsável pelas ofensas expostas em
um fotolog (espécie de site com imagens). A relatora deferiu a favor do professor, por
entender que a prática de "bullying" é ato ilícito, já que tem a intenção de desestabilizar
psicologicamente o ofendido, culminando em abalo acima do razoável.

Tanto culmina neste fato, que mais recentemente (abril de 2011), o “Massacre
do Realengo”, no qual 12 crianças morreram por tiros em uma escola, foi atribuído, por
ex-estudantes da escola e ex-colegas do atirador, a uma vingança por bullying. Segundo
testemunhas, Wellington (o atirador) era sempre o alvo das atitudes e palavras
pejorativas, principalmente por parte das meninas. Resultado: das 12 crianças que
matou, 10 eram do sexo feminino. É importante lembrar que não estamos aqui
defendendo ou justificando o ato do homicida, mas somente ressaltando as
consequências trágicas que o bullying (neste caso somado a outros fatores psicossociais)
pode acarretar.

A questão é que vivemos em uma sociedade competitiva, onde o diferente não


tem voz nem vez. Seja ele o gordinho, o feio, o introvertido, o fanho, o deficiente, o
calvo, o que não tem carro, o que não gosta de eletrônico, o que não sabe dançar, o que
fica em casa... E nos final das contas, há que se perguntar: qual é mesmo o motivo de
tanta violência?

Não se sabe. Mas é fato que de alguma forma, seja ela expressiva ou não, a
maioria já praticou alguma forma de bullying. E você, leitor, alguma vez já foi vítima
ou autor desta prática?

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