Você está na página 1de 4

Teoria da Construção de fortificações

Tratados

Tratado das ciências bélicas FLAVIUS RENATUS (400 d.c) Obteve uma grande difusão
durante o renascimento primitivo, através de estudos da fortificações das cidades e de cerco de
fortalezas.

Tratado de ROBERTO VALTURIO (1405-75) Uma obra sobre artes bélicas estudando mais
tarde apenas do ponto filológico,baseando-se em autores da antiguidade e em elementos
religiosos (padres).

ALBERTI FILARETE e FRANCESCO DI GIORGIO consideram a construção de


fortificações como uma parte da arquitectura global, sendo Francesco considerado o mais
prestigioso arquitecto de fortificações do seu tempo, alia os principios antropométricos a
considerações praticas, devido ao desenvolvimento das técnicas de cerco, viu-se obrigado a
desenvolver soluções a nivel de engenharia para equivalerem as mesmas.

JACOPO MARIANO (IL TACOTA)(1381 -c 1433-58) Elabora obras acerca da construção


de máquinas, contendo desenhos de maquinaria bélica com grande destaque,servido ainda como
influência para Francesco e para a maquinaria do século XVI.

Durante o SÉC.XVI a arquitectura militar desenvolve-se em função da evolução da balística,


as muralhas são construídas com uma altura mais reduzida e as torres foram transformadas em
baluartes(eram utilizados como plataformas de artilharia, para cruzar fogo com os baluartes
vizinhos, impedindo o assalto inimigo às cotinas situadas entre eles).

GIOVAN BATTISTA DELLA VALLE Dedica-se a publicação de obras com grande


destaque à contrução de bastiões, para fortificar uma cidade, já que estes, adaptados à defesa do
tiro de artilharia, substituiram as torres com vantagem.

NICOLAS MACHIAVELLI (1469-1527) Publica obras sobre a arte da guerra opondo-se à


contrução de fortificações, defendendo que” com um exercito leal tornaria as fortificações
desnecessárias”, dedicando-se ao estudo de indicações sobre os acampamemtos militares dos
romanos.

Tratado sobre fortificações de ALBRECHT DÜRER dedica exclusivamente às fortificações,


o seu interesse predomina sobre a arquitectura militar, inspirado através da observação que fez
ao cerco realizado pelos turcos à fortaleza de Hohenasperg (1519), menciona a resistência
contra os mesmos.
Desenvolveu alternativas a construção de bastiões como instrumento para a protecção da
cidade,assim como descreve sistemas de fossos, muralhas, no centro encontra-se a praça-forte
(uma fortificação construída nas vias geográficas mais acessíveis ou nos pontos de passagem
mais frequentes; quer em passos de montanha, quer em promontórios junto ao mar ou passagem
obrigatórias de estradas muito frequentada)com o castelo (de planta quadrada).
Elabora uma reestruturação da área urbana agrupando oficios e afins, (ex: os ferreiros
localizam-se junto às oficinas de fundição), o palácio rural e as habitações da aristocracia
encontram-se junto ao palácio real, obtendo no seu global um aspecto funcional, convidando
também toda a população nos seus arredores a habitar dentro no castelo naqual não viveria
gente inútil.
Em aspectos económicos e sociais, cria postos de trabalho para desempregados e pobres na
construção de fortificações, evitando assim revoltas,e transformando a arquitectura militar num
sistema de criação de postos de trabalho.
Durero utiliza formas geometricas básicas (quadrada) com absoluta naturalidade, com base na
sua teoria das fortificações combina considerações práticas e a concepção utópica da “cidade
ideal”(sendo outra razão para incluir a teoria sobre a construção da fortificações na teoria da
arquitectura).

A demarcação da engenharia ou arquitectura militar face àarquitectura civil acentua-se apartir


da obra de GIOVANNI BATTISTA BELLUCCI, que se tornou num dos arquitectos mais
famosos de seu tempo, considera fundamental os conhecimentos de balistica, na contrução de
fortificações, transpondo as regras da antiga arquitectura militar, explica através da sua
experiência pessoal que o arquitecto não e capaz de cumprir com as exigências da construção
das fortificações (argumentando que o projecto deveria ficar nas mãos de um soldado de guerra
experiente de modo a pensar bem no mesmo) e so podendo ser levada a cabo por uma equipa,
considerando a estética em segundo plano e as funções práticas em primeiro.

FRANCESCO DE MARCHI Continua através do caminho iniciado por Bellucci, oscilando


entre o urbanistica e a construção de fortificações, dirige-se ao leitor como bellucci (com
linguagem de soldado)considerando também que um soldado experiente em artilharia é crucial
na planificação de fortificações.
Na projecção de de uma cidade fortaleza como trabalho de equipa o arquitecto deve consultar as
pessoas especializadas em cada sector:
Arquitecto – desenha e realiza os planos
Soldado – determina a localização e a sua forma
Médico – aspectos climatológicos e a qualidade da alimentação
Agricultor – abastecimento de alimentos etc...
Também se refere ás categorias estéticas através do enquadramento geográfico( a arte
manifesta-se sobre a planificação e esta não se submete necessariamente ao terreno).
Tentando conceguir uma coincidência entre os aapectos funcionais e os estéticos (os arquitectos
e os soldados engenhosos podem criar uma obra funcional e bela, para a comodidade do lugar
que ira obedecer à arte.
(Sendo a favor da argumentação a orientação do engenheiro, e cujo trabalho substitui o trabalho
do arquitecto em determinadas áreas da sua actividade,a nível teórico teve como consequência a
acelaração da dissociação entre a arquitectura civil e a militar.

Tratado de GIROLAMO MAGGI e JACOMO FUSTO CASTRIOTTO estuda os aspectos


técnicos da construção de fortificações em um conceito humanista, expõe um planeamento em
que a estrutura social resulta ser o argumento mais importante do que propriamente a
arquitectura militar.
Criticam as formas de cidade de planta quadrada e triângular optando pela planta circular com
muralhas curvas considerando-as mais resistentes,criando um projecto de uma cidade circular
com um sistema radial de de ruas e com uma fortificação ortogonal.

GALASSO ALGHISI Na sua obra argumenta que a construção das fortificações depende do
artilharia, acabando com o formalismo geométrico,renega as construções quadradas com
balauartes com ângulos agudos admitindo apenas o circulo como forma básica para um
projecto.
GALEAZZO ALESSI Os seus estudos centram-se na forma circular como base da
planificação.

BONAIUTO LORINI Este tratado centra-se em outros aspectos práticos para cálculo de
tempo, dinheiro para a reestruturação e modernização de fortificações antiquadas.

A medida que as fortalezas militares perdem o interesse no decorrer do século XVII


também acontece o mesmo com os tratados .

DANIEL SPECKLE Escreve um tratado com grande motivação nacionalista, com realismo
acentuado.
Na primeira parte estuda a construção de fortificações, na segunda parte as paisagens e na
terceira o equipamento das fotificações.Para Spectkle a matematica a geometria a mecânica e
os conhecimentos artesanais constituem os fundamentos da arquitectura militar.
Não separa o urbanismo e a arquitectura militar, na sua opinião a capacidade defensiva aumenta
conforme o número de balauartes, seguindo a tradição de todos os arquitectos da segunda
metade do séc.XVI, no entanto apresenta um sistema rigoroso radial, com a igreja o palacio real
e o palácio municipal, o poder religioso político e económico aparecem concentrados neste
centro, o exército tem os seus quarteis junto as balauartes,(dando mais valor ao direito civil do
que ao militar.

No séc.XVI a construção francesa de fortificações seguia os modelos italianos.

JEAN ERRARD Elaborou um tratado similar ao de Speckle,na primeira parte fala de


problemas gerais da arquitectura militar, na segunda formas complexas poligoniais,na terceira a
complexilidade da forma irregular e na quarta fortificações concebidas conforme as condições
do terreno.

CLAUDE FLAMAND Publicou um tratado sobre fortificações, a sua obra tem como temas a
geometria a construção de fortalezas e o cerco das mesmas.

JACQUES PERRET Publicou uma obra de projectos para cidades ideais de estrutura radial e
octogonal ,o conceito arquitectónico de Perret é baseado em formas geométricas dando a maior
importância ao aspecto formal e prático da cidade.
Em aspectos de arquitectura demonstrava o interesse mais lúdico que construtivo elaborando
edificios sem muros interiores e sistemas de suporte, demonstrava projectos poucos elaborados.

No século XVII os textos de arquitectura militar são realizados por matemáticos dos filósofos e
teólogos.
Por um lado surge uma teoria dissociada da prática, que não é mais que um jogo de formas, por
outro lado surgem livros de normalizações escritos por militares, que por vezes também
mencionavam em termos de urbanismo.

Você também pode gostar