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Manual do Candidato
Geografia
Regina Célia Araújo
2ª Edição
atualizada e revisada
Nova Tiragem
Brasília
2007
Presidente Jeronimo Moscardo
A Fundação Alexandre Gusmão (Funag), instituída em 1971, é uma fundação pública vinculada ao Ministério das
Relações Exteriores e tem a finalidade de levar à sociedade civil informações sobre a realidade internacional e sobre
aspectos da pauta diplomática brasileira.
Sua missão é promover a sensibilização da opinião pública nacional para os temas de relações internacionais e para
a política externa brasileira.
Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais (IPRI) – tem por objetivo desenvolver e divulgar estudos e
pesquisas sobre as relações internacionais. Com esse propósito:
Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD) – cabem-lhe estudos e pesquisas sobre a história das
relações internacionais e diplomática do Brasil. Cumpre esse objetivo por meio de:
1
O IRBr considera importante ao Concurso de Admissão que os candidatos não descuidem do aperfeiçoamento no
idioma francês, uma vez que (a) será exigida proficiência de alto nível em francês no processo de formação de diplomatas
e (b) parte da bibliografia do Programa de Formação e Aperfeiçoamento – Primeira Fase (PROFA I) é constituída de
textos em francês.
FUNAG
E-mail: publicacoes@funag.gov.br
SUMÁRIO
SOCIEDADE E ESPAÇO:
O CAMPO DE REFLEXÕES
DA GEOGRAFIA
SOCIEDADE E ESPAÇO: O CAMPO DE REFLEXÕES DA GEOGRAFIA
1. O Espaço Geográfico
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SOCIEDADE E ESPAÇO: O CAMPO DE REFLEXÕES DA GEOGRAFIA
diferentes arcabouços conceituais sustentam cada uma das suas áreas. A Geografia
Econômica, por exemplo, dedica-se à análise da espacialidade dos processos e
estruturas produtivas e à formulação das mais diversas teorias de localização. A
Geografia Histórica preocupa-se com a formação dos territórios e com a história
dos espaços e dos lugares, valendo-se de métodos investigativos caros aos
historiadores. A Geografia Cultural abrange temas como a percepção do espaço na
vida cotidiana e no universo cultural, além de estudar a construção social de
identidades baseadas em lugares. A Geografia Política desvenda as complexas
relações entre os Estados e os territórios e as dimensões políticas dos fenômenos
de configuração do espaço.
3. Bibliografia
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
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UNIDADE II
A FORMAÇÃO
TERRITORIAL DO BRASIL
A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
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A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
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A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
das boiadas até as zonas mineradoras. Além do gado, os Caminhos Baianos sediavam
um intenso – apesar de rigorosamente proibido – comércio de negros, uma
mercadoria muito mais valiosa nas Minas Gerais do que nas tradicionais regiões
açucareiras da Zona da Mata.
Textos Complementares
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A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
Pelo fato de a terra não ser toda utilizada para fins comerciais, os proprietários
podiam manter um certo número de arrendatários e meeiros que moravam nas
áreas menos férteis de suas propriedades dedicando-se à economia de subsistência
e eventualmente trabalhando na plantation. Assim, apesar de ser o lucro o motivo
principal da economia, o controle sobre os escravos e homens livres e sobre a terra
era mais importante para definir o status social do proletário do que a acumulação
de riqueza1.
1
Ver VIOTTI DA COSTA, E. Da Monarquia a República: Momentos Decisivos. São Paulo: Grijaldo,
1977.
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A ocupação da terra como base do direito sobre sua posse, isto é, o direito
de facto, foi a estratégia básica na apropriação do território para além dos limites
jurídicos do Tratado de Tordesilhas, sendo posteriormente reconhecida como um
princípio legal. Essa prática se fez sob várias formas, sobretudo no interior e nas
bacias do Amazonas e do Prata, estratégicas pela navegação e por sua posição nos
extremos da colônia.
2
Ver PRADO JR. C. Formação do Brasil Contemporânea. 2. ed. São Paulo: Brasiliense. 1945.
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[BECKER, Bertha K., EGLER, Claudio A. G. Brasil uma nova potência regional
na economia mundo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994, p. 40-46.]
1
Trata-se da questão nº 2 da 1ª Fase da primeira prova de 1995-1996, que exibia dois mapas temáticos
de ocupação do território do Brasil colonial, referentes aos séculos XVI e XVII. Esses mapas
apresentavam, além da linha do Meridiano de Tordesilhas, a linha das fronteiras atuais do Brasil. O
traçado das fronteiras atuais não continha qualquer indício que pudesse distingui-lo daquele do Meridiano,
produzindo a sensação da convivência de dois limites distintos no mesmo tempo histórico. O mais
notável é que a questão enfocava precisamente o processo de ocupação do espaço geográfico: a ideologia
subjacente faz crer que as manchas de povoamento a ocidente de Tordesilhas buscavam já, no século
XVII, alcançar o perímetro da pátria preexistente.
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2
o Meridiano de Tordesilhas não foi delimitado. e nem poderia ser, nos termos vagos do tratado e na
base dos conhecimentos da época. Tentativas de delimitação foram feitas pelos mapas do catalão Jaime
Ferrer (1495), de Cantino (1502), de Enciso (1518), dos peritos de Badajós (1524), de Diogo Ribeiro
(1529) e de Oviedo (1545), com traçados bastante distantes entre si. Apenas muito mais tarde, no
século XVIII, através dos padres Diogo Soares e Domingos Capassi, a arte cartográfica conseguiria fixar
com razoável precisão as longitudes e determinar o traçado aproximado da linha divisória.
3
Há um problema suplementar na formulação de Raffestin. Ao insistir exclusivamente na temática da
quantidade de informação presente em cada etapa. acaba sendo obscurecida a diferença de qualidade
entre elas (a menos que, num jogo de palavras pretensamente profundo, se invoque a transubstanciação
da quantidade em qualidade...). Historicamente, a demarcação de fronteiras pertence. como regra, ao
domínio dos séculos XIX e XX, e reflete um grau de controle sobre o espaço de que só dispõem os
Estados contemporâneos. A delimitação, como vimos, constitui processo característico de uma fase
anterior, de transição, quando se forjam os Estados nacionais.
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4
FOUCHER, Michel. Fronts et Frontières. Paris: Fayard. 1991. p. 15.
5
No seu sentido filosófico, em francês, dyade designa a reunião de dois princípios que se completam e
antagonizam reciprocamente. Em Biologia, o termo se aplica a um par de cromossomos, um masculino
e outro feminino. Em português, díade remete também ao grupo de dois, caracterizado pela
complementaridade e antagonismo.
6
Op. Cit, pg. 49. O termo foi cunhado a partir da raiz grega horoi – da qual se originou “horizonte” em
línguas latinas – que servia para designar os limites políticos do território da cidade.
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1
A expressão “arquipélago econômico” foi utilizada por Lea Goldestein e Manuel Seabra para caracterizar
o período agrário-exportador da economia brasileira. Segundo eles, nesse período “não existia, de fato,
uma divisão regional interna do trabalho em dimensão nacional. As diversas regiões se ligavam diretamente
a centros do capitalismo mundial. Tinham em comum a valorização do setor externo, realizando um
‘crescimento para fora’.” In: GOLDESNTEIN. Lea e SEABRA, Manuel. Divisão Territorial do Brasil
e Nova Regionalização. Revista do Departamento de Geografia (1), São Paulo, FFLCH-USP, 1982.
2
O geógrafo Demétrio Magnoli atribui a dinâmica urbanizadora característica do complexo cafeeiro
paulista à existência de um circuito local de reprodução do capital, que se desenvolveria à sombra do
circuito internacionalizado: “O circuito cafeeiro local- a sua magnitude e o seu desenvolvimento -está
em função das características do mercado local gerado pela crescente diferenciação interna da sociedade
cafeeira e pela monetização de parte dos rendimentos dos trabalhadores rurais. Contudo, a existência
desse circuito local dinamiza novas relações sociais, originadas pelo efeito multiplicador da constituição
de atividades urbanas comerciais, industriais e de serviços. Assim. a pequena cidade cafeeira não apenas
responde a necessidades objetivas do complexo capitalista (sendo, por isso, um elemento constitutivo
desse complexo) como responde ainda às necessidades próprias da vida urbana”. 1n: MAGNOLI.
Demétrio. Agroindústria e Urbanização: o Caso de Guariba, Dissertação de Mestrado. Departamento
de Geografia da USP. 1990, p. 13-19.
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3
“As regiões naturais constituem a melhor base para uma divisão regional prática, sobretudo para fins
estatísticos e especialmente para uma divisão permanente que permita a comparação de dados de
diferentes épocas. As regiões humanas, particularmente as econômicas, pela sua instabilidade, não
fornecem base conveniente para tal comparação no tempo; constituem, porém, uma boa divisão para
estudo do país numa dada época, quando mais importar a comparação no espaço, de umas partes com
as outras. No caso de uma divisão para fins didáticos deve ser sempre considerada como básica a divisão
em regiões naturais”. GUIMARÃES, Fábio M.S. Divisão Regional do Brasil. In: Revista Brasileira de
Geografia – IBGE. Abril-Junho de 1941.
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Textos Complementares
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Dominada em grande parte (84%) por floresta densa de mata alta, a região
registra vastas extensões de mata de cipó, mata aberta de bambu, matas serranas e
mata seca, além de florestas de várzea, igapó e manguezais. Possui ainda áreas de
savana, campinas e cerca de 700 mil Km2 de cerrado. No geral, esses ecossistemas
têm em comum, além da diversidade e extensão territorial, a fragilidade e a delicadeza
de seu equilíbrio. “No ambiente terrestre – afirma a Sudam/PNUD1 – o ciclo de
nutrientes é essencialmente baseado na cadeia trófica com pequena participação
do substrato inorgânico, fazendo com que a modificação da cobertura vegetal possa
ser, portanto, desastrosa: e o ambiente aquático, essencialmente lótico, embora
com as águas correndo em baixas velocidades, se modificado pela implantação de
barramentos artificiais, pode também sofrer irremediáveis degradações.”
1
Sudam/PNUD – Avaliação da política de investimentos do FINAM. Belém. 1990. (Mimeogr.).
2
Essa delimitação espacial não corresponde à regionalização utilizada no processo de planejamento,
que utiliza o conceito de Amazônia Legal, à qual correspondem as instituições de planejamento e
instrumentos fiscais-financeiros regionais. A Amazônia Legal acrescenta, aos sete estados referidos,
parte do Estado do Maranhão, correspondente à Pré-Amazônia maranhense, o Estado do Mato Grosso,
em grande parte dominado pela Hiléia, e o recém-criado Estado do Tocantins (incluído, antes de 1988,
como parte do Estado de Goiás).
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3
Sudam/SDR - Sustainable development of the Amazon - development strategy and investiment
alternatives. Belém, 1992.
4
Ver BECKER, Benha K. - Estudo geopolítico contemporâneo da Amazônia. Sudam/BASA/Suframa/
PNUD -Macrocenários da Amazônia, 1989. (Mimeogr.).
40
A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
contigüidade da floresta, juntamente com seu amplo sistema fluvial, a região Norte
une vários subsistemas ecológicos da América Latina. A dimensão territorial da
Amazônia brasileira lhe confere um estatuto de quase-continente, com a floresta
amazônica compondo um grande maciço natural concentrado no território brasileiro
(Sudam/MIR)5.
5
Sudam/MIR -Plano de desenvolvimento da Amazônia: 1994/97. Belém, 1993. (Mimeogr.).
41
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1
LIMA, Policarpo. KATZ, Fred. Economia do Nordeste: tendências recentes das áreas dinâmicas.
1993. (Mimeogr.).
42
A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
Quanto aos seus impactos, vale registrar que, em 1990, o pólo petroquímico
de Camaçari, sozinho, contribuiu com 13,6% da receita tributária do Estado da
Bahia, sendo de 32,8% o seu peso na receita do ICMS gerado pela indústria de
transformação.
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2
Ver GALVO, Olímpio. Impactos da irrigação sobre os setores urbanos nas regiões de Juazeiro e
Petrolina. Texto para discussão n. 226. Recife. CME/PIMES/UFPE, 1990. (Mimeogr.).
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3
Ver SANTOS FILHO, Milton. O processo de urbanização do oeste baiano. Recife: Sudene, 1989.
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revelam com grande evidência, constituindo um Nordeste que não existia há poucas
décadas.
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4
ANDRADE, Manuel Correia. A Terra e o homem no Nordeste, São Paulo: Atlas, 1986.
5
MELO, Mário Lacerda de. Os Agrestes. In: Estudos Regionais. Recife: SUDENE, n° 3,1980.
6
Ver GRAZIANO DA SILVA, José (coord.) A irrigação e a problemática fundiária do Nordeste.
Campinas: Instituto de Economia, PRON1, 1989.
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1
MUELLER, Charles Curt. O Centro-Oeste: evolução, situação atual e perspectivas de desenvolvimento
sustentável. In: VELLOSO, João Paulo dos (org.). A ecologia e o novo padrão de desenvolvimento no
Brasil. São Paulo: Nobel, 1992.
2
A idéia de fronteira é utilizada em sentido amplo, aproximando-se da definição estabelecida por
Sawyer, como sendo uma área potencial que oferece condições para a expansão da atividade agropecuária
(funcionamento de mercados específicos, sistemas de transportes adequados e disponibilidade de
terras a serem ocupadas). Ver: SAWYER. Donald. Ocupación y desocupación de la frontera agrícola
en el Brasil: un ensayo de interpretación estructural y espacial. Madrid: Naciones Unidas/CIFCA-
CEPAL-PNUMA, 1983.
50
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3
KAGEYAMA. Ângela. Modernização, produtividade e emprego na agricultura -uma análise regional.
Campinas, 1986. (Mimeogr.).
51
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4
Ver AGUIAR, Maria de Nazaré (arg.). A Questão da produção e-do abastecimento alimentar no
Brasil: um diagnóstico macro com cortes regionais. Brasília: IPEA/IPLAN; PNUD, 1988.
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5
ANDRADE, Manuel Correia de. Modernização e pobreza. Recife, no pretc. 1994.
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1
Lúcio Kowarick e Milton Campanário analisam o crescimento e a importância industrial da Região
Metropolitana de São Paulo a partir deste prisma: “Os investimentos diretos das empresas
multinacionais feitos, via de regra, com grande apoio no capital doméstico, particularmente de origem
estatal, na forma de financiamento direto, provisão de infra-estrutura, incentivos fiscais, e outras
medidas altamente atrativas. Essa associação provou ser bastante custosa em termos de gastos
públicos e pressão inflacionária. De fato, ao criar condições gerais e infra-estrutura necessárias para
o pleno funcionamento do capital industrial no setor transnacionalizado de consumo durável, o
Estado investiu pesado em energia, transportes e insumos básicos, concentrando estes recursos,
especialmente, na região liderada pela cidade de São Paulo. Cresce, assim, o peso relativo deste
núcleo urbano não só enquanto espaço receptor de investimentos diretos estrangeiros, mas também
como espaço construído capaz de fazer circular o valor ali criado.” KOWARICK, Lúcio (org.) São
Paulo, Metrópole do Subdesenvolvimento Industrializado. In: As Lutas Sociais e a Cidade. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1988.
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A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
específicas. Com isso, nova hierarquia se impõe entre lugares, hierarquia com nova
qualidade, com base em diferenciação muitas vezes maior do que ontem, entre os
diversos pontos do território.
1
CORDEIRO. Helena K. Os principais pontos de controle da economia transacional no espaço brasileiro,
Boletim de Geografia Teorética. Rio Claro, anos 16-17, n. 31-34,1987. p. 153-196.
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No caso brasileiro, vale a pena insistir sobre essa diferença pois em ambos
os momentos a metrópole é a mesma: São Paulo. Nas condições de passagem de
uma fase a outra, somente a metrópole industrial tem condições para instalar novas
condições de comando, beneficiando-se dessas precondições para mudar
qualitativamente. A metrópole informacional assenta sobre a metrópole industrial,
mas já não é a mesma metrópole. Prova de que sua força não depende da indústria
é que aumenta seu poder organizador ao mesmo tempo em que se nota uma
desconcentração da atividade fabril. O fato é que estamos diante do fenômeno de
uma metrópole onipresente, capaz, ao mesmo tempo, pelos seus vetores
hegemônicos, de desorganizar e reorganizar, ao seu talento e em seu proveito, as
atividades periféricas e impondo novas questões para o processo de desenvolvimento
regional.
2
Ainda que o peso da atividade industrial seja muito expressivo na aglomeração paulistana, se a
compararmos com o resto do País, não é essa função metropolitana que atualmente assegura a São Paulo
papel diretor na dinâmica espacial brasileira. Esse papel é, por causa de suas atividades quaternárias de
criação e controle, praticamente sem competidor no País, pois agora são os fluxos de informação que
hierarquizam o sistema urbano. O papel de comando é devido a essas forças superiores de produção
não-material, elas próprias sendo conseqüência da integração crescente do País a novas condições da
vida internacional. O locus dessas atividades privilegiadas, tão diferentes da produção industrial, tem,
todavia, muito que ver com o fato de que essa mesma aglomeração paulistana era e continua sendo um
centro importante de uma atividade fabril complexa. Foi a partir dessa base que a capital industrial se
transformou em capital informacional acumulando em períodos consecutivos papel metropolitano
crescente.
3
Ver GERTEL, Sérgio. A informatização e o processo urbano no Brasil. In: Relatório de pesquisa para
a Finep. 1986.
GERTEL, Sérgio. O Computador no território brasileiro. In: COLÓQUIO DE GEOGRAFIA BRASIL-
ARGENTINA-URUGUAI. Universidade de São Paulo. set. 1988. (Mimeogr.).
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4. O Processo de Industrialização e as
Tendências Atuais da Localização da Indústria no Brasil
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capital foi transferida para Brasília, a participação fluminense já tinha caído para
16%, e hoje ela não chega a 10%.
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Belo Horizonte nasceu em 1897, como cidade planejada. Sua origem está
ligada a um projeto estratégico das elites mineiras, destinado a reverter o processo
de decadência econômica de Minas Gerais.
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1
Ver MARKUSEN, Ann et alli. High Tech America: the what, now, where and why of the sunrises
industries. Boston: Allen & Unwin,1986.
2
Ver SCOTT, Aj., STORPER, M. (ed.). Production, work, territory: the geographical anatomy of
industrial capitalism. Boston: Allen & Unwin. 1986.
3
Negri e Pacheco questionam esse argumento, alegando que o processo de desconcentração atinge a
maioria das regiões brasileiras. Ver NEGRI, BARJAS e PACHECO, Carlos Américo. Mudança tecnológica
e desenvolvimento regional nos anos 90. Campinas: Unicamp, 1993. (Mimeogr.).
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4
MEDEIROS. José Avelino et alli. Pólos, parques e incubadoras: a busca da modernização e da
competitivídade. Brasília: CNPq; IBICT. SENAI, 1992.
5
TAPIA, Jorge Ruben Biton. Os pólos tecnológicos no Estado de São Paulo: uma avaliação crítica.
Campinas, [s.n.], 1993.
72
A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
Outro caso que merece destaque é São José dos Campos, sede de várias
grandes empresas multinacionais que ali encontraram uma alternativa locacional em
razão da sua localização no eixo Rio-São Paulo, das facilidades da região, da sua
proximidade ao Porto de São Sebastião e do clima ameno das montanhas de Campos
de Jordão. A cidade possui ainda a sede do Centro Técnico Aeroespacial (CTA),
instalada na década dos 40, e a do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), que
transformou São José dos Campos em uma das cidades mais avançadas no ensino de
engenharia do País. As pesquisas do CTA e de seus institutos coligados desembocaram
na criação da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), em 1969. Além das
instituições de pesquisa ligadas ao setor militar, no início da década de 1960 foi criado
o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), ligado ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que, além das pesquisas
correspondentes, criou também os cursos de mestrado e doutorado em áreas afins.
Com base nas instituições de ensino e pesquisa locais, foi instalado na cidade
um conjunto de atividades industriais, especialmente na linha de armamentos. Esse
fato permitiu que o emprego industrial em São José dos Campos subisse de 17 mil
para 48 mil entre 1970 e 1980, continuando a crescer até 1987.
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A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
Em São Paulo, sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul, encontra-se um complexo econômico agropecuário moderno,
vinculado às necessidades industriais e altamente dependente de fluxos financeiros.
O Centro-Oeste e as franjas meridionais e orientais da Amazônia são espaços de
expansão da agropecuária moderna e cada vez mais integrados aos mercados do
Centro-Sul. O desenvolvimento agrícola dessas áreas é reflexo do transbordamento
da economia rural dos estados do Sul e de São Paulo.
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ou caatingas e numa baixa densidade de animais. Nos vales dos rios e junto às
estradas aparecem zonas de lavouras camponesas em pequenos estabelecimentos.
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A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
impulsionador de uma reforma agrária no Brasil, neste final de milênio (se isso fosse
possível), não seria igual ao que teria sido no fim dos anos 50 ou na primeira metade
dos anos 60. Até porque grande parte do capital humano da agricultura foi dilapidado
ou destruído nos últimos 30 ou 40 anos. Muitos dos melhores agricultores já deixaram
o campo ou foram reduzidos a simples safristas. E aos que resistiram não é oferecida
formação profissional adequada aos desafios do século XXI.
Ainda assim, pensar que uma verdadeira reforma agrária já não teria
importância econômica contraria a principal lição das reformas desse tipo bem-
sucedidas: nenhuma outra política governamental é tão redistributiva. Até o Banco
Mundial reconhece hoje essa vantagem especial. Foi a reforma agrária que transferiu
aos agricultores de Taiwan o equivalente a 13% do produto interno bruto de 1952 e
aumentou em 33% a renda per capita dos agricultores da Coréia do Sul. Dizer que
“a reforma agrária será anacrônica do ponto de vista econômico-desenvolvimentista”
só faz sentido para quem supõe que o Brasil pode se desenvolver sem uma drástica
desconcentração da riqueza. O pior é que essa suposição é muito comum, inclusive
entre os que falam e escrevem a favor da redução das desigualdades.
Ações pós-democratização
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ano). Número equivalente de famí1ias foi assentado só por governos estaduais nos
primeiros 10 anos de redemocratização, enquanto o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) atendeu pouco mais. Ou seja, entre 1985 e
1994 quadruplicou a possibilidade de uma família sem-terra ser assentada,
desempenho que dará mais um grande salto se as metas do atual governo forem
cumpridas (figura 1).
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agrícolas, que cresciam 1,1 % ao ano nos anos 80, passaram a diminuir 0,9% ao
ano entre 1992 e 1995.
Se o atual governo conseguir assentar 70 mil famílias por ano, estará mais
que compensando a desocupação estimada. Mas o que significa esse saldo positivo
de 20 ou 30 mil famílias por ano em um universo de mais de 6 milhões de famílias?
O que significa esse saldo positivo de 20 ou 30 mil lotes familiares de alguns poucos
hectares (ha) em uma estrutura agrária na qual os 530 mil empregadores concentram
mais de 75% das terras agrícolas? Apesar da pobreza das estatísticas disponíveis,
pode-se montar, sem grande margem de erro, um perfil da estrutura agrária brasileira.
O saldo positivo de 20 a 30 mil lotes, com área média em tomo de 7 ha, retiraria de
150 mil a 200 mil ha por ano dos 300 milhões de ha detidos por 500 mil fazendeiros
e os acrescentaria aos 95 milhões de ha em posse das 3,5 milhões de famílias que
trabalham por conta própria. É uma gota no oceano.
A agricultura familiar
Nos Estados Unidos, essa opção foi até anterior. Na primeira metade do
século XIX prevaleceu a opinião conservadora: as terras públicas eram vendidas
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
em grandes glebas, a preços altos e pagas à vista. Imensos domínios foram comprados
em leilões por muitos especuladores. Mas aos poucos a atribuição de terras foi
liberalizada, em processo doloroso e cheio de idas e vindas. Durante a Guerra Civil
(1861-1865), quando a rebelião dos estados sulistas deu maioria parlamentar ao
jovem Partido Republicano, surgiu a famosa Homestead Law, que visava distribuir
lotes de 160 acres a famílias de colonos.
82
A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
razoáveis de renda bruta e, mesmo assim, bem abaixo dos registrados nas outras
regiões. Já no Norte e no Centro-Oeste, apesar dos bons níveis de renda bruta, a
agricultura familiar ainda revelava a incipiência natural da dinâmica da fronteira. Ou
seja, o caráter ‘comercial’ da agricultura familiar era mais evidente nas regiões Sul e
Sudeste.
84
A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
É muito cedo para avaliar o Pronaf, que mal começou a ser implantado.
Mas ele certamente pode abrir novas oportunidades de expansão e/ou reconversão
produtiva para o maior número possível de imóveis familiares com chances de
consolidação. No entanto, no âmbito das políticas agrícolas e agrária, desenvolver
a agricultura familiar exigirá que o Pronaf seja aprofundado e ampliado em três
domínios prioritários: educacional, fundiário e creditício.
Para que esse tipo de ordenamento agrário seja eficaz, os governos federal
e estaduais devem ter papel estritamente normativo. As decisões operacionais devem
ser tomadas em nível intermunicipal, com participação ativa das organizações civis
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
locais. Ou seja, a evolução agrária de uma microrregião deve ser controlada pela
sociedade, através de organizações locais (governamentais e não-governamentais).
Mas para isso é imprescindível que tais iniciativas tenham legitimidade e sejam
realmente capazes de intervir no mercado de terras rurais.
[VEIGA, José Eli da. Terra dividida – os equívocos da política agrária. In: Ciência
Hoje, SBPC, agosto de 1998, p. 26-31.]
6. Exemplos de Questões
Concurso de 1997
√ “Há décadas, o Estado de São Paulo responde por cerca de 45% do valor da
transformação industrial gerado no Brasil, o que expressa o grande nível de
concentração da atividade no território nacional. Sabe- se, também, que a
produção de café foi a grande responsável pelo povoamento e estruturação
territorial dessa unidade da Federação. Relacione os dois fatos.”
Concurso de 1998
86
A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
Concurso de 1999
7. Bibliografia
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
87
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
CASTRO, Iná Elias de et alli (org). Redescobrindo o Brasil: 500 anos depois.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
CORREA, Roberto L. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática,
1987.
MAGNOLI, Demétrio. O Corpo da Pátria. São Paulo: Moderna/Edusp,
1997.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. A Agricultura Camponesa no Brasil. São Paulo:
Contexto, 1992.
88
UNIDADE III
O BRASIL NO CONTEXTO
GEOPOLÍTICO MUNDIAL
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
Texto Complementar
Ao se aproximar dos 500 anos, o Brasil vive crise inédita, que não só aumenta
para seu povo a carga acumulada de sofrimentos herdada de episódios anteriores, mas
pela primeira vez é percebida de fora como ameaça à estabilidade da economia-mundo.
95
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
Se não faltam, portanto, precedentes para o garrote que nos sufoca, o que
haveria de novo na sombra que se projeta sobre as comemorações do V Centenário
do Descobrimento?
É esse o aspecto que nos interessa explorar aqui: até que ponto a integração
do Brasil na economia globalizada condiciona, facilita ou dificulta a integração do
96
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
98
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
Mas, se ainda uma vez a revolução científica e tecnológica está na raiz desta
nova etapa, seu efeito integrador foi acelerado por uma ruptura política decisiva. A
queda do muro de Berlim, a desintegração da União Soviética, a liquidação dos
regimes comunistas na Europa Central e Oriental, a unificação da Alemanha, são
acontecimentos que põem fim à heterogeneidade ideológica introduzida pela
Revolução Bolchevista de 1917 e criam clima favorável à crescente convergência
em termos de legitimidade política e de formas de organização social e econômica.
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
passado, como Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, que hoje se mostram mais
aptos a produzir setores empresariais modernos.
103
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
México com os EUA no âmbito do Nafta, favorecendo, até agora, muito mais os
Estados da fronteira (a média de salários de Nuevo León é 3 vezes maior que a de
Chiapas, a expectativa de vida no norte é de 20 anos mais que no sul, o consumo
per capita na Baja Califórnia é 5 vezes superior ao de Oaxaca) do que os do sul,
em boa parte excluídos desses benefícios.
O que se pode reter desses exemplos é que variam muito, segundo os países,
o grau de essencialidade e as implicações da inserção na economia global. Cidades-
Estado como Hong Kong ou Cingapura, para as quais o comércio exterior representa
150 por cento ou mais do PIB, pequenos países abertos e tradicionalmente
especializados na intermediação comercial como a Holanda e a Bélgica, não têm
outra opção. Ninguém, contudo, pretenderia que idêntica prioridade fosse válida para
os “países-monstros” da classificação de George Kennan (ver Around the Cragged
Hill), isto é, os Estados que somam a um território continental uma população gigante.
A rigor, são apenas cinco, EUA, China, Índia, Rússia, Brasil, aos quais tenciona juntar-
se a União Européia à medida que estende sua unificação a domínios essenciais como
a política exterior e a de defesa. A característica comum de todas essas economias é
que elas haurem sua força basicamente de poderoso mercado interno, as exportações
para terceiros raramente representando mais de 12 a 15 por cento do PIB (isso é
válido até para União Européia se considerarmos o comércio intra-europeu como
doméstico, o que ele é, pois não mais enfrenta barreiras) (...).
104
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
Mas, como ele mesmo admite: “Um sistema econômico nacional não é outra
coisa senão a prevalência de critérios políticos que permitem superar a rigidez da
lógica econômica na busca do bem-estar coletivo”. É aqui precisamente que reside
a vantagem comparativa dos estados gigantes, verdadeiros micro-universos, mais
capazes que outros países menores de fazer prevalecer sua vontade política sobre
a lógica de custos das transnacionais, utilizando para isso o poder dos seus imensos
mercados internos. Desde, é claro, que exista essa vontade política a serviço de um
projeto de nação.
105
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
direitos, uma redistribuição de renda social, de modo que atinja a sociedade no seu
todo, eleve o padrão da vida e crie número crescente de ocupações e atividades...”
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
Texto Complementar
1
MAYER, F. Agrarismo e Industrialismo. Buenos Aires, 1926. Fritz Mayer foi o pseudônimo de
Octávio Brandão, de tradição anarquista, que contribuiu desde 1922 para a implantação e crescimento
do PCB e apontava a presença esmagadora de latifundiários no aparelho de Estado brasileiro na década
de 1920 e a necessidade de reforma agrária para a industrialização.
2
SIMONSEN, R. Evolução industrial do Brasil e outros estudos. São Paulo: Cia Ed. Nacional, Edusp,
1973. Edição organizada por E. Carone. Simonsen foi fundador da CIESP (1928) e da FIESP e o líder
industrial de maior prestígio no Brasil nas décadas de 30 e 40.
111
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
3
PRADO JR., C. História do Brasil, São Paulo: Brasiliense, 1945. Escrita originalmente para o Fondo
de Cultura Económíca (México).
4
RANGEL, I. Dualidade Básica da Economia Brasileira. Rio de Janeiro: ISEB, 1957 cujas idéias foram
aplicadas no PAIM, G. Industrialização e Economia Natural. Rio de Janeiro: ISEB, 1957. FURTADO,
C. 1959. Formação Econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Fundo Cultura. Rangel e Furtado
publicaram vários outros textos.
5
CARDOSO, F. H. “Condições sociais da industrialização em São Paulo” (Ver Brasiliense n. 38. 1960.)
e IANNI, O. “Fatores humanos da industrialização no Brasil: Ver Brasiliense n° 30. 1960, procuraram
apontar os fatores sociais da emersão do mercado interno e dos capitais para a industrialização, pouco
abordados por C. Furtado.
112
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
O Mercosul estende-se por um vasto espaço geográfico, que vai das áreas
frias e secas das altas latitudes patagônicas ao domínio equatorial amazônico. Agrupa
quatro parceiros extremamente díspares, sob os pontos de vista demográfico e
econômico: o Brasil e a Argentina são potências latino-americanas, enquanto o
Uruguai e o Paraguai são economias fortemente dependentes dos seus vizinhos.
114
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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Textos Complementares
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
bom para qualquer país, por exemplo, ter uma política cambial estável, não
importando que isso seja uma decisão absolutamente individual ou a decorrência
de compromissos assumidos num processo de integração.
121
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
1995, após três anos e meio de negociações – o de União Aduaneira – , foi atingido
pelos membros originários da União Européia, não em quarenta, mas em cerca de
onze anos a partir da assinatura do Tratado de Roma. Com efeito, os seis países
signatários do Tratado de Roma, de 1957, já haviam, em 1968, eliminado as barreiras
ao seu comércio recíproco e adotado uma Tarifa Externa Comum – em ambos os
casos com algumas exceções, como também ocorre no Mercosul.
Por outra parte, não se pode pensar que o Mercosul surgiu do nada. Na
verdade, como veremos, o Mercosul está alicerçado sobre um longo processo de
integração latino-americana, iniciado em 1960, e sobre as iniciativas de integração
bilateral Brasil-Argentina, inauguradas nos anos 80.
O contexto internacional
123
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
1
Na produção, com inovações aplicadas na concepção, projeção e desenhos de novos produtos; em
equipamentos e sistemas flexíveis de produção de manufaturados; na utilização de robôs e em formas de
energia. Na gestão, com métodos administrativos mais eficientes, como a aplicação do princípio just in
time (gestão por fluxos). E na organização do trabalho, com novas técnicas gerenciais e de alocação e
treinamento dos recursos humanos, em que a ênfase é dada à qualificação da mão-de-obra e à maior
integração entre a administração e a produção, com a diminuição relativa na estrutura ocupacional dos
operários (Cacciamali, 1991).
2
Ver CASTELLS, Manuel. La economia informacional,la nueva división internacional del trabajo y el
projeto socialista. EI socialismo futuro, 4, Madri, 1991.
3
Neste sentido, Ominami (1986) destaca o rápido aumento do número de países em desenvolvimento
que dispõem de empresas com investimentos diretos no estrangeiro. Embora seu tamanho seja
consideravelmente mais reduzido que o das empresas dos países industrializados, esta tendência
incrementou-se desde os anos 70.
124
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
4
Os projetos mais avançados neste sentido são o Mercado Único Europeu e a Área de Livre Comércio
entre Estados Unidos, Canadá e México (NAFTA – North American Free Trade Agreement).
5
Mesmo na Comunidade Européia, processo de integração que tem alcançado o maior grau de
aprofundamento, existem permanentes divergências para decidir se prioriza a solução dos problemas
“domésticos” ou os relativos à Comunidade.
6
Em novembro de 1990, com a assinatura da Ata de La Paz, o Pacto Andino anunciou que o prazo para
a formação de uma Zona de Livre Comércio seria o dia 31 de dezembro de 1991 e antecipou para 1995
a adoção de uma tarifa externa comum. Por seu lado, em julho de 1991 os governos dos países da
América Central comprometeram-se a: reduzir até 31 de dezembro de 1992 a tarifa externa; liberalizar
completamente o comércio intrazonal de produtos agropecuários a partir de 30 de junho de 1992; e
suprimir os obstáculos ao comércio intra-regional de manufaturas (Hirst, 1991).
125
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
7
CACCIAMALI, Maria Cristina. Mudanças recentes no produto e no emprego: uma comparação
entre os países industrializados e aqueles em desenvolvimento, Revista Brasileira de Economia.
Rio de Janeiro, 45(2), abr-jun. 1991, p. 226.
8
De acordo com Quijano (1991), este tipo de acordo mais restringido parece “reconhecer a
inviabilidade dos acordos múltiplos, como o Tratado de Montevidéu, que reúne na ALADI os 11
países da região. Acordar entre onze, quando se trata de países heterogêneos, com diversos graus
de desenvolvimento, com políticas econômicas nem sempre compatíveis e governos instáveis,
que a cada renovação mudam a ponderação ao projeto regional, parece uma tarefa inviável” (p.
50).
126
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
Salienta-se que esses fatos têm seu correlato no plano político, pois a renovação
dos numerosos governos no começo da década9, indício da consolidação nos
processos de transição democrática que vivem vários países da região, vem
acompanhada por um desenho mais pragmático da política externa. Tentam-se
transformar os processos de integração já em curso em um instrumento para dinamizar
as relações econômicas exteriores.
9
Em 1989, aconteceram processos eleitorais na Argentina, na Bolívia, no Chile, em El Salvador,
Honduras, no Paraguai e na Venezuela. Em 1990, no Brasil, na Colômbia, Costa Rica, Nicarágua, no
Panamá, Peru e Uruguai.
127
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
10
MELLO, Leonel Itassu Alemeida. Brasil, Argentina e a balança de poder regional: equilíbrio,
preponderância ou hegemonia? (1969-1986). São Paulo, 1991, p. 271. Tese de doutoramento,
Departamento de Ciência Política, Universidade de São Paulo.
11
ARAÚJO JR, José Tavares de. A opção por soberanias compartidas na América Latina: o papel da
economia brasileira. Texto para discussão, 256, Rio de Janeiro: Instituto de Economia Industrial,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1991.
128
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
12
Ver HALPERÍN, Marcelo. La cuestión nacional y los dilemas jurídicos e institucionales en el processo
de integración entre Argentina y Brasil. Documento, Buenos Aires, Universidad de Belgrano, julio,
1991.
13
Ver HIRST, Mônica. Avances y desafíos en la formación del Mercosur. Documentos e informes de
investigación. Faculdad Latino Americana de Ciencias Sociales, 130, Buenos Aires, 1992.
14
O marco formal desta nova proposta instala-se com a Ata de Buenos Aires assinada em julho de 1990
entre Argentina e Brasil, e mais tarde se atualiza com o Tratado de Assunção e a incorporação do
Uruguai e do Paraguai ao processo. Para estes dois países o Tratado estende o prazo do programa de
liberalização até 31 de dezembro de 1995.
ARAÚJO JR. José Tavares de. A Ata de Buenos Aires e as perspectivas de integrarão do Cone Sul.
Texto para discussão interna, 33, Rio de Janeiro: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior,
set. 1990.
129
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
15
ARAÚJO JR, José Tavares de. A Ata de Buenos Aires e as perspectivas de integração do Cone Sul.
Texto para discussão interna, 33. Rio de Janeiro: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior,
set. 1990. p. 18.
130
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
A diferença no grau de intervenção estatal que subjaz a cada uma das opções
implica, também, resultados diferenciados. Uma implementação de políticas industriais
e tecnológicas ativas, associada a uma liberalização comercial progressiva, permitiria
orientar o processo de industrialização em face de um aumento de sua competitividade
a partir de economia de escala e especialização. Ao contrário, uma abertura rápida
e uma desregulação da economia podem conduzir a uma reconversão com um alto
custo social e a um aprofundamento do esquema de especialização intersetorial.
16
CHUDNOVSK, Daniel y PORTA, Fernando. La trayectoria del proceso de integración argentino-
brasileño. Tendencias e incertidumbres. Documento de Trabajo, Uruguay: Centro de Estudios e
Investigación de Posgrado (CEIPOS). Universidad de la República, 1990.
131
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
17
KOSACOFF, Bernardo. Industrialización, competitividad e inserción externa. Documento de trabajo.
In: SEMINÁRIO LAS VENTAJAS COMPETITIVAS DE LA NACIÓN, Buenos Aires: Presidencia
de la Nación, setembro, 1991.
132
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
133
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
Texto Complementar
134
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
Há, sem dúvida, problemas comuns a esses países e que exigem tratamento
conjunto. Mas há também problemáticas específicas e conflitos a neutralizar: como
abrir a economia e, simultaneamente, manter os privilégios regionais consolidados?
Como participar de um pacto supranacional sem a consolidação plena da nação,
essencial para a formulação do projeto nacional democrático?
135
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
Fronteiras não devem ser confundidas com limites, que são as linhas divisórias
entre soberanias. Fronteiras são áreas, faixas, com uma realidade socioeconômica
e psicológica diferente da do restante de cada território nacional, que lhes imprime
uma identidade própria, comum aos dois lados da linha divisória.
139
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
1
Cf. BECKER, Bertha K. – Desfazendo mitos: Amazônia uma selva urbanizada. Projeto Pró-Amazônia,
Unesco, 1992. (Mimeogr.).
2
Cf. COELHO, P.P. A cooperação fronteiriça na Amazônia. Planos-modelos de desenvolvimento
integrado de comunidades vizinhas na fronteira: uma proposta. Brasília: Ministério das Relações
Exteriores, 1990. (Mimeogr.).
140
O BRASIL NO CONTEXTO GEOPOLÍTICO MUNDIAL
5. Exemplos de Questões
Concurso de 1997
Concurso de 1998
Concurso de 1999
141
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
6. Bibliografia
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
142
UNIDADE IV
A QUESTÃO AMBIENTAL
NO BRASIL E OS DESAFIOS
DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
147
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Texto Complementar
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
153
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O relevo brasileiro
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
suas nascentes na Chapada dos Parecis, antes de rumar para o sul e receber as
águas de dezenas de afluentes, formando o eixo fluvial do Pantanal Mato-grossense.
A chapada funciona como divisor entre as águas da Bacia do Paraguai e as da
Bacia do Amazonas.
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Os domínios paisagísticos
1
Essa expressão, criada no início do século XX pelos técnicos da antiga Inspetoria Nacional de Obras
contra as Secas, designa uma ampla área na qual o balanço da evapotranspiração é negativo durante a
maior parte do ano, e que se estende pelo norte de Minas Gerais, por parte dos territórios da Bahia, de
Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, e pela totalidade dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e
Piauí.
2
Ver Os Sertões: a originalidade da terra, Revista Ciência Hoje, especial ECO-Brasil, maio de 1992, p. 6.
161
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
rios que drenam a região demoram a vazar, inundando grande parte da planície e
trazendo um grande fluxo de nutrientes, responsável pela grande densidade e
diversidade da fauna da região.
- O Domínio Amazônico
162
A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
- O Domínio da Caatinga
165
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
espinhentas. Nas áreas de maior altitude, que recebem chuvas de relevo, encontram-
se alguns trechos de matas úmidas, conhecidas regionalmente como brejos.
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Texto Complementar
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
terra incluída em qualquer projeto econômico deve ser mantida como floresta (onde
houver essa formação, é claro). O Fundo Mundial para a Vida Silvestre (WWF) e o
Instituto Brasileiro de Pesquisa da Amazônia (INPA) estão se baseando nessa lei
para a execução de um projeto que visa determinar se “ilhas” ou “manchas” isoladas
de floresta podem suportar tantas espécies quanto uma mesma área incluída numa
floresta contínua e maior. As espécies de plantas e animais da área a ser estudada são
registradas antes que a “ilha” de floresta seja isolada (como parte do processo de
desenvolvimento) e estudos posteriores são programados para determinar as mudanças
no período de alguns anos. O projeto deve também mostrar modos de induzir “manchas”
de floresta a suportar mais espécies do que elas naturalmente suportariam.
169
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
brasileiros. Uma estação ecológica é uma extensão de área natural, de valor ecológico,
destinada à pesquisa e experimentação científica. A maior parte da área de cada estação
– cerca de 90% – é considerada área de reserva integral. Nela somente podem ser
realizadas pesquisas que não impliquem alteração do ecossistema natural. Os 10%
restantes podem ser utilizados para experimentações, como queimadas, por exemplo,
que tenham como finalidade o estudo dos efeitos de certas atividades sobre o ecossistema.
Com o advento da Lei n° 6.902 (27/04/81), foi estabelecida uma nova modalidade
de preservação ambiental, denominada área de proteção ambiental. As áreas de proteção
ambiental compreendem determinadas porções do território nacional de relevante interesse
para a proteção ambiental, com vistas a assegurar as condições ecológicas locais.
Parques urbanos
170
A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
172
A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
173
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
1
Prefeitura de São Paulo: São Paulo Crise e Mudança; Prefeitura de São Paulo/Brasiliense, s/d. p. 53.
174
A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Texto Complementar
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O acesso aos serviços de água teve uma considerável expansão nas duas
últimas décadas, em conseqüência da prioridade concedida ao serviço pelo Plano
Nacional de Saneamento – Planasa executado sob comando do BNH. Em 1991,
de acordo com o Censo Demográfico, 65% do total de domicílios permanentes
tinham canalização interna abasteci da por rede geral de água, sendo que este índice
atinge 85,87% nas áreas urbanas e 6,8% nas rurais. As diferenças de atendimento
entre população urbana e rural igualmente refletem a estratégia da política de
saneamento do BNH, uma vez que os dados mostram que se considerarmos os
domicílios que não possuem canalização interna, mas são servidos por rede geral, o
índice de domicílios servidos era de 70,71 %, sendo 87,81 % nas áreas urbanas e
9,84% nas áreas rurais.
177
MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A poluição do ar e da água
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MANUAL DO CANDIDATO – GEOGRAFIA REGINA CÉLIA ARAÚJO
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A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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4. Exemplos de Questões
Concurso de 1997
Concurso de 1998
182
A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Concurso de 1999
5. Bibliografia
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
183
Título Manual do Candidato - Geografia
Formato 21 x 29,7 cm
AP 75g2