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Eng 13
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TENSÕES NO SOLO
O solo, por ser composto por três fases físicas (sólidos, líquidos e gases), apresenta um
comportamento peculiar quando submetido a um carregamento. Tensões de cisalhamento só
são suportadas pela camada sólida, uma vez que a água e o ar não oferecem nenhum tipo de
resistência a este tipo de tensão.
As tensões normais são suportadas pelo esqueleto sólido e pela parte fluida. Em solos
saturados tais tensões podem ser divididas em outras duas: contato interpartícula e água
intersticial.
A pressão que atua na água é definida como pressão neutra (µ) e a tensão que atua nos
contatos interpartículas é definida como tensão efetiva (σ’). Somando-se ambas tensões,
obtém se a tensão total (σ).
Portanto, para todo solo saturado sem movimento de água, tem-se a expressão:
CAPILARIDADE
Este fenômeno causado pela tensão superficial da água é responsável pela saturação acima do
nível freático, pela coesão aparente das areias úmidas e contração de argilas.
A pressão neutra devido à ascensão capilar é negativa. No solo, os vazios interligados formam
capilares; a formação de meniscos nestes provoca o aparecimento de tensões de contato. A
ação das forças capilares desaparece caso ocorra saturação do solo.
ESFORÇOS GEOSTÁTICOS
Se o subsolo é constituído por camadas de diferentes tipos de solo, cada camada atuará de
uma forma diferente na composição das tensões verticais totais, dessa forma:
No elemento de solo, também atuam as tensões horizontais, que são parcelas da tensão
vertical e função de um coeficiente de empuxo K.
Solo saturado: um solo só encontra-se saturado se estiver abaixo do nível d’água. Suas tensões
verticais são iguais a:
Há ainda a pressão referente à coluna d’água, de igual valor (mesma direção e sentidos
opostos), que torna a resultante das pressões nula.
Nem toda a tensão vertical total atuante num elemento de solo atua na fase sólida do solo. A
parcela que atua na fase sólida (tensão efetiva) pode ser determinada como sendo:
ESFORÇOS EXTERNOS:
Assume-se que o solo apresenta comportamento elástico e linear. À partir daí, as formulações
para o cálculo destas tensões depende do tipo e magnitude do carregamento, bem como a
geometria da área e cota do ponto em análise.
São tomadas como verdadeiras duas hipóteses sobre o solo: homogeneidade e isotropia –
propriedades iguais em todas as direções.
Solução de Boussinesq
Esta solução se refere aos esforços provocados por cargas concentradas (P) atuantes num
ponto 0 situado na superfície do terreno e um ponto A, onde se deseja calcular as tensões com
coordenadas x,y,z e vetor posição R. Sua projeção no plano xy é A’, com distância radial r da
origem.
Tensões verticais:
Tensões radiais:
Tensões de cisalhamento:
Se o ponto de aplicação não coincidir com a origem, distando da mesma r, a primeira equação
pode ser expressa como sendo:
Extensões:
Ou:
Se o ponto de aplicação na coincidir com o centro da placa, a solução pode ser obtida
por meio de ábacos.
De maneira geral, a água percola melhor por entre os grãos em solos grossos. Nos solos finos
as forças de superfície entre as partículas são mais expressivas e afetam a permeabilidade dos
mesmos.
Ainda nos solos finos, a atração das partículas eleva as pressões na água. A água então fica
adsorvida entre as partículas, o que cria uma resistência adicional denominada coesão
verdadeira.
LEIS DE FLUXO
Ou ainda:
A carga hidráulica de um fluído incompressível (H) pode ser determinada utilizando-se a lei de
Bernoulli, na qual a mesma é dividida em parcelas sendo: carga cinética ( ), carga
piezométrica ( ) e carga altimétrica. Em Mecânica dos solos, pode-se desprezar a carga
cinética (pequenas velocidades), portanto:
a) Indiretamente
O coeficiente de permeabilidade pode ser obtido pela equação de Hazen, válida para
areias com CNU<5
(cm/s)
b) Diretamente
Os corpos de prova são tratados antes de serem colocados no permeâmetro,
especialmente os de amostra indeformada. Estes são retirados no campo e protegidos
com camadas espessas de parafina.
Na hora de realizar o ensaio, o cilindro é moldado de maneira a ficar por entre
camadas de bentonita e isolado com parafina, para garantir que toda a água do ensaio
percole apenas o solo, sem que haja interferência do meio externo.
Ainda assim, os resultados devem ser analisados com cuidado, pois não devem
representar fielmente o comportamento do solo na natureza.
- À carga constante
Equações:
- À carga variável
Equações:
ou
a) Características do fluido:
No caso da água, as características que mais influenciam são a massa específica e a
viscosidade (ambas variam com a temperatura). Para evitar erros no valor do
coeficiente obtido, é comum utilizar k20, que é o coeficiente de permeabilidade do solo
para a temperatura de 20ºC.
Assim:
b) Características do solo:
- Tamanho das partículas: o coeficiente de permeabilidade varia com o quadrado do
diâmetro efetivo.
- Índice de vazios: a relação entre o logaritmo do coeficiente de permeabilidade do
solo e o índice de vazios é bastante próxima de uma reta.
- Grau de saturação: quanto maior o grau de saturação, maior o valor de k (o ar
dificulta a percolação de água)
- Estrutura: solos no estado disperso são mais permeáveis que solos no estado
floculado.
FORÇAS DE PERCOLAÇÃO
Transferência de energia da água para o solo provocada pelo atrito viscoso. São responsáveis
pela instabilidade de taludes, aterros e barragens. Assim:
AREIA MOVEDIÇA
Quando a carga aumenta até que a tensão total se iguala à pressão neutra, a pressão efetiva se
anula, fazendo com que o solo perca resistência – se comporta como líquido.
FILTROS DE PROTEÇÃO
Fluxo vertical:
qv = Akv(ΔH/L)
ΔH = ΔH1 + ΔH2 + ΔH3 + ΔH4
L = ΔL1 + ΔL2 + ΔL3 + ΔL4
Fluxo horizontal:
(m é o comprimento do caminho de percolação)
qv = kh(ΔH/m) L
Coeficiente de permeabilidade:
(média geométrica dos coeficientes correspondentes às direções ortogonais)
ADENSAMENTO DOS SOLOS
Em solos de alta permeabilidade, a drenagem ocorre facilmente e bem rápido. Já nas argilas,
de baixa permeabilidade, a expulsão de água deverá demorar o tempo necessário a fim de que
o solo equilibre-se com as novas tensões aplicadas.
Tais variações volumétricas podem provocar com o tempo recalques (abaixamentos) nas
estruturas apoiadas sobre elas.
Com um solo de espessura H que sofreu uma variação Δe do índice de vazios, pode-se
determinar o recalque ΔH como sendo:
De outra maneira, o adensamento também pode ser definido como sendo uma transferência
gradual do acréscimo da pressão neutra para a tensão efetiva. Depende dos carregamentos e
do fluxo de água no decorrer do tempo.
Além disso, definem-se os coeficientes de adensamento (Cv), admitido como constante para
cada acréscimo de tensão, e o coeficiente de deformação volumétrica (m v).
- A camada compressível é drenada por ambas as faces, situando-se entre duas camadas de
alta permeabilidade. Assim, a distância de drenagem (Hd) é a distância máxima que uma
partícula de água terá que percorrer até sair da camada compressível;
- A sobrecarga sobre a camada de argila se propaga linearmente ao longo da profundidade;
- A sobrecarga hidrostática inicial em qualquer ponto da camada de argila imediatamente após
a aplicação do carregamento será igual ao acréscimo de tensões (Δµ = Δσ’).
, onde , m inteiro.
Tv é um fator adimensional que engloba todas as características do solo que interferem no
processo de adensamento. Conhecido como fator tempo e determinado conforme a
expressão:
PORCENTAGEM DE ADENSAMENTO
ENSAIO DE ADENSAMENTO
Neste ensaio obtém-se os parâmetros necessários para o cálculo de recalques. É instalada uma
amostra de solo dentro de um anel de latão de espessura 2,5 cm o qual é colocado na
condição drenada por ambas as faces por meio da utilização de pedras porosas.
Do ensaio, lêem se as deformações verticais do corpo de prova por meio da variação da altura
do mesmo ao longo do tempo em cada estágio de carregamento. As variações de volume são
então representadas pelos índices de vazios finais para cada estágio, plotadas em um gráfico
monolog. O gráfico obtido é e x log σ’.
III – curva quase horizontal, correspondente à parte final do ensaio quando o corpo de
prova é descarregado gradualmente (sofre ligeiras expansões).
Método de Casagrande
Método de Taylor
Neste gráfico, a reta de 0 a 60% de U intercepta o eixo das ordenadas o ponto d0, diferente
da leitura inicial l0. Pode-se obter a leitura de 100% do recalque teórico pela expressão:
Método de Casagrande