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Aspergillus parasiticus
1- Introdução:
1.1- Legislação:
• Portaria 326/97 do Ministério da Saúde: regulamento técnico sobre as
condições higiênico- sanitárias e de Boas Práticas de fabricação para
estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos.
• Portaria 368/97 do Ministério da Agricultura: regulamento técnico
sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de fabricação
para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos.
• Portaria 1428/93 do Ministério da Saúde: estabelece a obrigatoriedade
de todos os estabelecimentos que manipulam alimentos implantarem o
Sistema APPCC onde as BPF são consideradas pré-requisitos
essenciais.
• Portaria CVS 6/99 do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de
São Paulo: estabelece os critérios de higiene e de boas práticas
operacionais para alimentos
produzidos/fabricados/industrializados/manipulados e prontos para
consumo, para subsidiar as ações da Vigilância Sanitária e a elaboração
dos manuais de Boas Práticas de Manipulação e processamento.
• Portaria 46/98 do Ministério da Agricultura e do Abastecimento:
institui o Sistema APPCC a ser implantado gradativamente nas Indústrias
de produtos de origem animal sob regime do serviço de Inspeção federal,
• Controle de insetos/roedores/aves.
Através de programas de desinsetização e desratização; da proteção contra o
acesso de insetos, aves e roedores à fábrica (telas, ralos sifonados; cortinas
de ar, etc); de programa de limpeza, organização e controle ao redor da
unidade (áreas internas e externas).
• Potabilidade da água:
A água é usada para quase todas as operações na Ind. de Alimentos, sendo
até mesmo ingrediente de algumas formulações. Sendo assim, a água deve
ser obtida de uma fonte segura e devem ser realizados exames periódicos
(microbiológicos e químicos) a fim de verificar a sua qualidade.
• Equipamentos:
Os equipamentos devem passar por manutenção periódica devendo existir um
programa de manutenção preventiva e preditiva para cada equipamento. Uma
listagem com o nome do fabricante, telefone de contato e descrição de cada
peça/equipamento deve estar sempre disponível. Os instrumentos de medição
como termômetros, manômetros e balanças devem ser calibrados
periodicamente de acordo com as normas da RBC (Rede Brasileira de
Calibração).
• Importante e fundamental:
• A participação de todos os níveis hierárquicos.
• Comprometimento da alta administração, com
provimento de recursos necessários à implantação do
programa, tanto materiais como humanos.
• Gerências, chefias e supervisão engajados para o êxito
do programa porque são as pessoas que estão nestes
cargos que vão planejar, organizar, controlar e dirigir todo
o sistema.
2. Histórico:
O Sistema APPCC originou-se na Indústria Química, particularmente no setor
de energia nuclear. Nos anos de 1950, 1960 e 1970 a Comissão de Energia
Atômica utilizou extensivamente os princípios de APPCC nos projetos de
plantas de energia nuclear de modo a torná-las seguras nos próximos 200
anos.
Segundo BAUMAN, 1990 o sistema APPCC foi desenvolvido pela Pillsbury Co.
quando foi abordada para desenvolver juntamente com a NASA, os primeiros
alimentos a serem consumidos no espaço. Não se sabia como seria o
comportamento do alimento e principalmente de suas partículas em um
ambiente com gravidade zero. Além disso, existia uma grande preocupação
com a saúde dos astronautas, pois esse alimento não poderia estar
contaminado com bactérias ou vírus que transmitissem doenças de origem
alimentar, resultando em uma falha da missão. Após intensa avaliação,
concluiu-se que o único meio de conseguir a inocuidade dos alimentos seria
através do controle de todas as etapas do processo, incluindo matéria-prima,
ambiente, processo, pessoas, estocagem, distribuição e consumo. Se este tipo
5. Princípios do APPCC:
O sistema APPCC é composto por um conjunto de sete princípios adotados
pelo Codex Alimentarius e pelo NACMCF (National Advisory Comittee on
Microbiological Criteria for Foods):
1. Análise de perigos e medidas de controle correspondentes;
2. Identificação dos pontos críticos de controle (PCC);
3. Estabelecimento dos limites críticos e limites de segurança para seu
controle;
4. Estabelecimento dos procedimentos de monitorização dos limites
críticos;
5. Caracterização das ações corretivas, caso haja um desvio do limite
crítico;
6. Verificação do sistema
7. Registro dos dados e documentação.
• Princípio 1:
Análise de perigos e medidas preventivas/de controle:
Os perigos podem ser de natureza microbiológica, química e física.
De acordo com a maioria dos órgãos legisladores de alimentos no Brasil e no
exterior o Perigo é definido como uma contaminação inaceitável de natureza
biológica, física e química que possa causar dano à saúde ou a integridade do
consumidor.
O MAA define perigo como “causas potenciais de danos inaceitáveis que
possam tornar um alimento impróprio ao consumo e afetar a saúde do
consumidor, ocasionar a perda da qualidade e integridade econômica dos
produtos. Genericamente, o perigo é a presença inaceitável de contaminantes
biológicos, químicos ou físicos na matéria-prima ou nos produtos acabados e
semi-acabados ou acabados e não conformidade com o PIQ ou regulamento
técnico estabelecido para cada produto”.
• Severidade:
Está relacionada com as conseqüências que os perigos podem causar
aos seres humanos ou mesmo a qualidade do produto. A severidade pode
ser classificada com alta, média ou baixa, como segue.
• Em relação aos perigos biológicos a severidade segundo o ICMSF é
classificada como alta, média ou baixa.
Alta: são aquelas contaminações por m-os patogênicos que causam doenças
alimentares severas. Exemplos: Clostridium botulinum, Salmonella typhi,
Shigella dysenteriae, Vibrio cholerae 01, Brucella melitensis, Clostridium
• Perigos físicos:
Alta: representados por objetos que podem causar danos ou injúrias, como
pedras, vidros, agulhas, metais e objetos pontiagudos e cortantes que
constituem risco de vida.
Baixa: representados por objetos estranhos que podem causar choques
emocionais ou danos psicológicos quando presentes no alimento.
• Risco:
Pode ser definido como a probabilidade da ocorrência do perigo. Deve
também ser avaliado como alto, médio e baixo de acordo com a severidade
dos sintomas e freqüência de sua manifestação nos consumidores ou com as
condições de processo. Vale acrescentar que a análise de riscos envolve um
estudo muito mais profundo se levarmos em consideração a segurança do
• Princípio 2:
Identificação dos pontos críticos de controle:
Um ponto crítico de controle (PCC) é uma etapa ou procedimento, no qual
podem ser aplicadas medidas preventivas/de controle e perigos podem ser
controlados (eliminados, prevenidos ou reduzidos)
Sim Vá para a Q2
A identificação de cada ponto crítico do processo pode ser facilitada pelo uso
de um diagrama decisório que consiste numa seqüência de perguntas
estratégicas que resultam na determinação ou não de um PCC.
Não Modificação.
Sim É um PCC.
Não É um PCC.
• Princípio 3;
Estabelecimento dos limites críticos:
O limite crítico é um critério que deve ser estabelecido de acordo com cada
medida de controle associada a um PCC. Assim se a medida de controle para
o processo de pasteurização é o controle do binômio tempo/temperatura, o
limite crítico para esse PCC, será por exemplo, 15-20UP.
Os limites críticos podem ser obtidos através da legislação, experiência prática,
normas internas, etc. Devem estar associados à medidas rápidas tais como:
temperatura, tempo, pH, condutividade de uma solução detergente, Aa, acidez.
• Princípio 4:
Estabelecimento de procedimentos de monitorização dos PCC’s:
A monitorização é uma seqüência planejada de observações ou medidas para
informar se um PCC está sob controle e para produzir um registro fiel para uso
futuro no procedimento de verificação.
Os procedimentos de monitorização devem ser efetuados rapidamente por isso
os métodos microbiológicos não são usados devido ao tempo envolvido
nas análises. Métodos físicos e químicos são normalmente utilizados pois são
efetuados “on line” e rapidamente, fornecendo registros sobre as condições do
processo.
Esse princípio envolve a pessoa de um monitor que deve receber treinamento
adequado para exercer essa função, afim de produzir registros fiéis.
Para que sejam estabelecidos os procedimentos de monitorização, quatro
perguntas devem ser consideradas:
• Princípio 5:
Estabelecimento das ações corretivas:
Planos de ações corretivas devem ser implementados quando houver desvios
dos limites críticos estabelecidos.
As ações corretivas podem ser assim caracterizadas:
- reprocessamento;
- compensação do tempo;
- rejeição do lote;
- venda como subproduto ou produto com menor valor agregado.
- descarte do lote
- Ajuste do equipamento
As ações corretivas devem ser registradas integralmente e dependendo da
freqüência com que ocorrem pode haver necessidade de modificações no
processo ou maior ênfase em alguns controles.
• Princípio 6:
Estabelecimento dos procedimentos de verificação:
A verificação envolve a adoção de procedimentos adicionais aos de
monitorização para evidenciar se o sistema APPCC está funcionando
corretamente. Consiste na checagem estabelecida pelo PDCA (planejar,
desenvolver, checar e agir).
A verificação tem um aspecto pontual (relativa a cada PCC) e consiste em
medidas como coleta aleatória de amostras para avaliação microbiológica,
inspeção, supervisão, revisão dos limites críticos para verificar se lês estão
adequados ao controle dos perigos, calibração dos instrumentos de medição e
um aspecto mais abrangente abordado na implantação de um Sistema de
Auditoria.
• Princípio 7:
Estabelecimento dos procedimentos efetivos de registros e
documentação:
Os registros compreendem não só as planilhas de A a N propostas na Portaria
4/98 pelo MAA, mas também outras planilhas controle, como as da atividade de
monitorização, tomada de ações corretivas, verificação, recepção de matérias-
primas, credenciamento de fornecedores e outra que se fizerem necessárias.
Não devemos esquecer que os registros são importantes para a realização de
uma análise de tendência, bem como para efeitos de uma auditoria, devendo
ser devidamente guardados.
Alguns exemplos de registros: certificado do fornecedor, relatório de auditoria
do cliente, registro de temperaturas de estocagem, registro das ações
corretivas, registros de treinamentos, etc.
Anexos:
pescado
Vibrio Cholerae 01 Estuários, baías e água Pescado, futos do mar e
salgada hortaliças.
Fonte: Notermans et al, 1994 modificado
Referências bibliográficas: