Você está na página 1de 24

São necessários esforços internacionais

agressivos para diminuir o aquecimento


global?
SIM: Richard Elliot Benedick
(Reproduzido do texto “Equity and Ethics in a Global Climate
Convention” – 23 de Maio de 1992)
1
“Equity and Ethics in a Global Climate
Convention”
Texto escrito 5 anos após o Protocolo
de Montreal
Texto antecede a realização da
Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento ou
Cúpula da Terra no Rio de Janeiro
Relata alguns aspectos essenciais a
serem abordados na Conferência Rio -92
e do tratado internacional sobre a
Convenção Quadro sobre Mudança
Climática.
Defende uma política de cooperação
que leva em conta as necessidades de
energia e recursos dos países em
desenvolvimento, bem como suas
limitações econômicas. 2
Introdução: ozônio e clima
Principal arquiteto do histórico
Protocolo de Montreal para a
proteção da camada de ozônio (1987);

Assessor Especial do secretário-geral


das Nações Unidas na Cúpula da
Terra (ECO-92 ou Rio-92);

Diplomata americano ambiental


apresenta o caso de uma convenção
sobre o clima global nos moldes dos
tratados de proteção do ozônio e
adverte que à espera de certeza
Richard Elliot Benedick cientifica sobre o aquecimento global
pode ser desastroso.
3
Acreditavam que o tratado seria
impossível porque os dados
científicos eram incertos, as
questões econômicas eram
complexas e as posições iniciais
das partes em negociação eram
amplamente divergentes.

“O aspecto mais extraordinário do Protocolo de Montreal foi que,


diferentemente dos tratados ambientais do passado, não foi uma
resposta a eventos danosos, mas sim uma ação consciente de
prevenção em uma escala global”.

4
Negociação de um tratado sobre o clima

Baseado em complexos modelos


sobre a Terra, o consenso cientifico
geralmente aceito é que está a frente
um aquecimento planetário sem
precedentes devido ao aumento das
concentrações de gases do efeito
estufa na atmosfera provenientes das
atividades humanas.

“A sociedade já está lutando com as consequêncais da pobreza,


crescimento populacional sem precedentes, o consumo exagerado de
energia e recursos naturais e degradação ambiental, com a mudança
climática poderia colocar em perigo o progresso econômico e social
do mundo”.
5
Negociação de um tratado sobre o clima
Em 1990 a Assembléia Geral da
ONU estabeleceu o “Comitê
Intergovernamental de
Negociação para a Convenção
Quadro sobre Mudança do
Clima”, visando um tratado
internacional a ser assinado em
junho de 1992 na Conferência da
ONU sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento – a Cúpula da
Terra – no Rio de Janeiro.

Grandes negociações multilaterais envolvendo mais de 120 delegações


nacionais, programas e agências da ONU, dezenas de ambientalistas,
indútrias e grupos de cidadãos.

6
Negociação de um tratado sobre o clima

“Emissões de gases do efeito


estufa estão relacionadas com
a energia moderna, as
políticas agrícolas e
industriais, as florestas, os
oceanos e a diversidade
biológica. Por causa dos
muitos aspectos interligados
do problema, não existem
soluções rápidas e fáceis. É
necessário tomar medidas em
diferentes frentes”.

7
Negociação de um tratado sobre o clima

O carvão produz mais dóxido de carbono


por unidade de energia produzida,
seguido do óleo e gás natural, a
substituição oferece oportunidades para
reduzir as emissões totais.

Algumas estratégias de mitigação:


As sociedades modernas devem reduzir a sua depedência dos
combustíveis fósseis, o que envolve , em primeiro lugar medidas para
conservar o uso de energia e melhorar a eficiência energética, tais
como: mudanças no setor de transporte, processos de fabricação
mais eficiente, melhorar técnicas de construção iluminação de baixo
consumo enrgético.
Fontes de energia renováveis como energia solar, eólica e geotérmica
deve ser mais agressivamente promovida e desenvolvida.
8
Negociação de um tratado sobre o clima

A destruição das florestas liberam


dióxido de carbono para a
atmosfera.
Algumas estratégias de mitigação:
São cruciais os programas para reduzir
o desmatamento e estimular o manejo
florestal sustentável, a melhoria das
práticas agrícolas e de reflorestamento.

“A destruição da floresta está mais relacionada com as


necessidades das populações nos países mais pobres, as soluções
para esse aspecto do problema do clima estão intimamente
ligadas às medidas de combate à pobreza”.

9
Negociação de um tratado sobre o clima
Algumas políticas já estão
adiantadas, mas outras vão envolver
mudanças substanciais na maneira
como as pessoas vivem, trabalham e
consomem
Algumas estratégias de mitigação:

Necessidade de estimular a investigação


e o desenvolvimento de novas tecnologias em energia, indústria e
agricultura é fundamental.
A comunidade internacional deve também cooperar em medidas
destinadas a adaptar-se a um certo grau de mudança climática.
Tais políticas incluem planos de contingência para lidar com
emergências climáticas, os regimes de proteção das zonas
costeiras e desenvolvimento de práticas agrícolas e das culturas
capazes de resistir à seca e doenças.
10
Interesses Nacionais Diferentes

Regiões e nações diferem consideravelmente a


sua vulnerabilidade às alterações climáticas e na
sua capacidade de se adaptar.
Perspectivas menos favoráveis em áreas ecologicamente frágeis
e pobre: regiões áridas da África, partes da América do Sul e do
Sudeste Asiático, e os Estados Insulares.
Os países industrializados do Norte são os principais emissores de
gases do efeito estufa, os mais ricos entre eles aceitam tomar
medidas mais fortes de redução.
Mas, também há diferenças entre eles em sua estrutura
industrial, o que pode influenciar a sua posição sobre propostas
específicas. P. ex., alguns países são fortemente dependedentes
do carvão e para outros , os combustíveis fósseis constituem uma
parte significativa das receitas de exportação.
11
Interesses Nacionais Diferentes
Os países em desenvolvimento (os vulneráveis
comos os pequenos Estados Insulares e os países
áridos Africanos) defendem medidas de
mitigação fortes.
No outro extremo estão os países exportadores de petróleo da
OPEP como a Arábia Saudita – patrimônio ameaçado se um
tratado sobre o clima impor limites aos combustíveis fósseis.

Os chinese dependem de energia para melhorar seu padrão de


vida e, estão relutantes em abrir mão dessa fonte de energia na
ausência de opções econômicas. Outras nações recém-
industrializadas do Sul, como a Índia, Brasil e México
compartilham perspectivas similares sobre a energia.

Os países com grandes florestas, como Brasil, Indonésia, Zaire e


Malásia, estão cautelosos com o Norte tentando impor restrições
sobre como eles podem usar seus próprios recursos nacionais. 
12
Elementos de uma Convenção do Clima
A Convenção do Clima pretende estabelecer
um acordo internacional sobre um objetivo
geral a longo prazo – por exemplo, estabilizar
as concentrações de gases do efeito estufa na
atmosfera a um nível que minimize os riscos
para a biosfera e a sociedade.

O desenvolvimento de planos de ação nacionais para responder


às alterações climáticas, em especial para o cumprimento das
obrigações acordadas internacionalmente em setores
específicos, tais como, energia, transporte, florestas,
agricultura.

13
Elementos de uma Convenção do Clima

Um acordo sobre os instrumentos e


modalidades específicas de assistência
financeira e tecnológica aos países em
necessidade.

O tratado sobre o clima seria criar


mecanismos para intensificar a
cooperação internacional em pesquisa
e monitoramento – um grande esforço
para resolver as incertezas científicas,
econômicas e técnicas.

Incluiria disposições para promover


educação e conscientização pública das
questões de mudanças climáticas.
14
Compromissos para Mudar

Duas questões globais emergiram


como elementos-chaves :

A natureza das obrigações dos estados


na convenção;

A prestação de assistência às nações


em desenvolvimento.

15
Compromissos para Mudar
Os negociadores dos países
industrializados reconhecem que o
Norte tem a responsabilidade primária
por causa de seus recursos financeiros
e tecnológicos.

As nações industrializadas reconhecem


que os países menos favorecidos não
devem ter de reprimir o seu
desenvolvimento, reduzindo o
consumo de energia. Mas, parece claro
que se não houver nenhuma mudança
na tendência das emissões de gases do
efeito de estufa do Sul, os efeitos
benéficos dos esforços dos países
industrializados será oprimido nas
próximas décadas.
16
Compromissos para Mudar
Algumas mudanças possíveis nas
políticas dos países em
desenvolvimento poderiam ser
incluídas em uma convenção do clima.

Novos programas de promoção, por


exemplo, uma maior eficiência
energética, melhoria do manejo
florestal e manejo da terra, a
industrialização mais eficiente e
promoção do planejamento familiar,
representam compromissos de
convenção razoáveis, que melhoram
simultaneamente as emissões de gases
do efeito de estufa e o progresso
econômico e social.
17
Alistar e Auxiliar o Sul
Profunda desconfiança das motivações
dos países ricos em muitos países em
desenvolvimento.

Temor: uma nova forma de


“colonialismo ambiental”.

Enfatizam as desigualdades que


marcam as relações econômicas entre o
Norte e o Sul econtribuem para a
pobreza: o peso da dívida, a
vulnerabilidade das exportações de
commodities, as barreiras comerciais a
seus produtos industriais, a
deterioração dos termos de comércio e
a dependência de tecnologias obsoletas
ou ineficientes.
18
Alistar e Auxiliar o Sul
Os países em desenvolviemnto alegam
que um mecanismo de financiamento
deve ser parte de qualquer convenção
do clima, pois sem financiamento
externo não serão capazes de
transformar setores industrial, agrícola
e de energia.

O debate sobre a assistência financeira


reflete frustações de ambos os lados.

Não há argumento sobre as reais


necessidades de investimento do Sul
para reduzir a pobreza, criar empregos,
proporcionar educação e saúde, e para
a gestão e proteção dos recursos
naturais. 
19
Perspectivas para o Sucesso

Talvez o elemento mais importante em


termos de impacto a curto prazo será o
alcance dos compromissos assumidos
pelos países industrializados para
limitar suas emissões de gases do
efeito estufa por qualquer fórmula
adotada.

A convenção deve fornecer um sinal


genuíno aos setores energético,
industrial e agrícola, e para os
consumidores.

20
Perspectivas para o Sucesso
Ela deve começar a estimular o
desenvolvimento de tecnologia e
mudanças no estilo de vida na direção
da conservação e eficiência energética
e redução da dependência dos
combustíveis fósseis, especialmente
carvão e petróleo.

Nas suas disposições para a assistência


financeira e tecnológica, com os
compromissos correspondentes dos
países em desenvolvimento sobre as
políticas para moderar o seu próprio
crescimento das emissões de gases do
efeito estufa.

21
Perspectivas para o Sucesso

“É essencial considerar a convenção do clima, não como um


fim em si, mas sim como um marco importante ao longo de
uma estrada – parte de um processo incremental contínuo de
combate à mudança climática global”.

22
Errar do lado da Precaução

"Os seres humanos estão agora realizando um experimento de grande


escala geofísicos de um tipo que não podia ter acontecido no passado”.

Roger Revelle e Hans Suess, do Instituto Scripps de Oceanografia,


expressaram preocupação com o crescente acúmulo de dióxido de
carbono na atmosfera (Quase 35 anos depois).

“Se estamos a errar, então vamos nos conscientizar da nossa


responsabilidade com as gerações futuras, errar do lado da precaução”.

“No campo das relações internacionais, sempre haverá resistência à


mudança e sempre haverá incertezas – político, econômico, científico,
psicológico. As negociações de ozônio demonstraram que nações
soberanas, com várias circunstâncias podem, até mesmo no mundo real,
da ambiguidade e do conhecimento imperfeito, juntar as mãos em
parceria para o benefício das gerações futuras”.
23
Obrigada!

24

Você também pode gostar