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Jornalismo Contemporâneo
Influências e heranças que marcam o jornalismo atual
GOMES, Ingrid
Mestranda em Comunicação Social na Universidade Metodista de São
Bernardo do Campo e pós-graduanda em Globalização e Cultura na Fundação de
Sociologia e Política de São Paulo.
Resumo
Na presente discussão que o artigo desenvolve há apontamentos, de
menor ou maior intensidade, de heranças que marcam algumas das características centrais
do jornalismo brasileiro. No levantamento de tais heranças estão presentes as problemáticas
da real-função do jornalista, como produtor de informação e gerador de reflexão pelo
conteúdo disponibilizado, o qual se hibridiza com a produção do consenso (CHOMSKY.
2003) e da autocensura (KUCINSKI. 1998). A partir desse cenário fica mais claro a
consolidação da esfera do poder (DREIFUSS. 1981) influindo na esfera pública por meio
dos meios de comunicação tradicionais.
Para se chegar a esse possível levantamento é recortada uma época da
política social em que o Brasil viveu, a ditadura e a própria formação do Estado autoritário,
para tentar compreender algumas heranças que estão presentes no campo jornalístico
contemporâneo.
Palavras-chave
Jornalismo, heranças no campo da profissão, autocensura, esfera pública,
esfera do poder, elite conservadora.
1
BUCCI Eugênio. Sobre ética e imprensa, p. 89.
3
2
KUCINSKI Bernardo. A síndrome da antena parabólica; ética no jornalismo brasileiro, p. 17.
3
Ibid.
4
KUCINSKI Bernardo. A síndrome da antena parabólica; ética no jornalismo brasileiro.
5
KUCINSKI Bernardo. A síndrome da antena parabólica; ética no jornalismo brasileiro
4
6
KUCINSKI Bernardo. A síndrome da antena parabólica; ética no jornalismo brasileiro, p. 16.
5
7
CHOMSKY Noam; HERMAN. Edward S. A manipulação do público, p. 64.
8
Ibid.
6
9
OLIVEIRA Maria Rosa Duarte de. João Goulart na imprensa; de personalidade a personagem.
10
DREIFUSS René. 1964: a conquista do Estado; ação política, poder e golpe de classe.
11
DREIFUSS René. 1964: a conquista do Estado; ação política, poder e golpe de classe.
12
Ibid.
13
Ibid.
14
Ibid.
7
15
Ibid.
16
DREIFUSS René . 1964: a conquista do Estado; ação política, poder e golpe de classe.
17
Ibid.
18
OLIVEIRA Maria Rosa Duarte de. João Goulart na imprensa; de personalidade a personagem.
8
19
Ibid.
20
Ibid.
21
DREIFUSS René. O jogo da direita.
9
22
OLIVEIRA Maria Rosa Duarte de. João Goulart na imprensa; de personalidade a personagem.
23
GASPARI Elio. A ditadura envergonhada; as ilusões armadas, p. 96.
24
Ibid., p. 96.
25
Ibid., p. 121.
26
Ibid., p. 121.
27
DREIFUSS René. 1964: a conquista do Estado; ação política, poder e golpe de classe.
10
28
GASPARI Elio. A ditadura envergonhada; as ilusões armadas, p. 122.
29
CHOMSKY; Noam Edward S. HERMAN. A manipulação do público.
30
GASPARI Elio. A ditadura envergonhada; as ilusões armadas, p. 143.
31
RABELO Genival, apud René DREIFUSS. 1964: a conquista do Estado; ação política, poder e golpe de
classe.
11
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KUCINSKI Bernardo. A síndrome da antena parabólica; ética no jornalismo brasileiro.
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COTRIM Gilberto. História do Brasil; um olhar crítico.
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KUCINSKI Bernardo. A síndrome da antena parabólica; ética no jornalismo brasileiro.
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KUCINSKI Bernardo. A síndrome da antena parabólica; ética no jornalismo brasileiro.
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comunicação. Por mais que alguns mitos éticos insistam em tratar a estrutura
comportamental da profissão jornalística como algo a-ideológica, por exemplo, na questão
que envolve a imparcialidade como o eixo norteador e condutor dos trabalhos do
jornalismo. É neste momento que a ideologia de forma silenciosa, conduz a produção
jornalística, introduzindo a parcialidade que todo comunicador possui.
Nesse sentido, o fazer política está presente diariamente na rotina de
trabalho do jornalista, mesmo que este se coloque como profissional apartidário. Ele não
deixa de estar incluso no processo dialético que envolve as ramificações para se elaborar a
informação jornalística. Portanto, impor ao jornalista o peso de mediador entre codificador
da notícia e decodificador da mesma para a sociedade, ultrapassa a linearidade aparente
desse processo, pois o jornalista terá uma percepção “cru” do fato que se transformará em
matéria. Na mesma linha de pensamento, este olhar irá conduzi-lo a um viés fundamentado
em seu repertório de mundo, o que implicará, no final deste andamento, num desfecho
político-ideológico, no sentido abrangente deste termo.
A problemática acerca destas questões quem envolvem tanto o repertório
do jornalista, como as heranças de sua influência na história, como também dos traços
conservadores que permeiam a conjuntura social brasileira, fica mais claro ao observar um
fato recente.
Há o medo enraizado na sociedade e reforçado pela mídia que o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) é o “mau”, composto de
desordeiros, “vagabundos” e demais adjetivos negativos, que invade terras produtivas de
pessoas justas e trabalhadoras, omitindo ao público receptor dessa mensagem a questão
essencial que envolve essa problemática, a Reforma Agrária. A mídia neste fato, como
explora Bernardo Kucinski,
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KUCINSKI Bernardo. A síndrome da antena parabólica; ética no jornalismo brasileiro, p. 23.
15
37
Ibid., p. 24.
38
DREIFUSS René. O jogo da direita
39
Ibid.
16
BIBLIOGRAFIA